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Category: Fraternidade São Pio XConteúdo sindicalizado

Romanos até o pescoço

Entrevista com Dom Bernard Tissier de Mallerais feita pela revista norte-americana The Angelus.

 

The Angelus: Sua Excelência, como o senhor entende o termo romanità?

Dom Tissier: A palavra traz consigo a idéia da Roma cristã, ainda que não exclua a da Roma pagã, que estabeleceu a unidade da futura Cristandade por meio da língua latina e da organização da Roma imperial; afinal, os primeiros príncipes cristãos foram imperadores romanos. É por isso que não negligenciamos a Roma pagã ou mesmo os autores latinos pagãos em nossos estudos. É um fato que a Providência tenha querido que a Roma pagã tenha se tornado cristã, e esta é a transformação que celebramos com a Festa de São Pedro em 29 de junho. É o que o Papa São Leão Magno expressou nesta bela passagem na qual enaltece a conversão de Roma: “e tu, que eras mestra do erro, te tornaste discípula da verdade.”

 

The Angelus: O senhor está sugerindo primeiro uma Roma pagã e então...?

Dom Tissier: Então Roma se tornou a Roma dos Papas. Uma vez que os imperadores se transferiram para Bizâncio, Roma tornou-se inteiramente a Roma dos Papas, juntamente com os Estados Papais. Seria Roma, por meio dos Papas, que iria iluminar a Cristandade e organizá-la contra seus inimigos.

 

The Angelus: Quais foram as circunstâncias que levaram Marcel Lefebvre a descobrir Roma?

Dom Tissier: O jovem Marcel foi enviado a Roma por seu pai, o Sr. Lefebvre, uma vez que seu irmão René já estava no Seminário Francês de Roma, então sob a direção do padre Le Floch, a quem seu pai tinha em alta conta. O Sr. Lefebvre obrigou o seu filho a ir para lá: “Você vai para Roma, sem discussões. Não há como ficar na diocese de Lille, onde já existem influências liberais, modernistas. Em Roma, você estará sob a direção do padre Le Floch”, a quem ele via como um diretor que transmitiria a doutrina dos papas.

 

The Angelus: O que a romanità significava para o jovem seminarista?

Dom Tissier: Para ele, significava a continuidade da doutrina papal. Assim, por exemplo, durante as refeições no seminário, por ordem do padre Le Floch, as encíclicas papais sobre os tópicos importantes da política cristã eram lidas em voz alta. E o próprio padre Le Floch dava aulas sobre as encíclicas papais dos últimos dois séculos, começando com aquelas dos papas que condenaram a Maçonaria até a Revolução Francesa. Os Papas Pio VI e Pio VII foram suas vítimas. Pio VI viria a condenar os princípios da Revolução. Pio VII viria a assinar a Concordata com Napoleão como que para reviver a Igreja na França. Havia também a carta encíclica de Pio VII ao bispo de Troyes, lamentando que Luís XVIII tivesse reconhecido a Religião católica não como a religião do reino, mas apenas como aquela da maioria dos franceses. Já se tratava da apostasia de um líder de um Estado católico. Então vinham as grandes encíclicas de Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII, São Pio X e Pio XI, todas as quais, numa admirável continuidade, condenavam os erros liberais na política e ensinavam a doutrina do reinado social e político de Cristo Rei.

 

The Angelus: Seria correto dizer que Dom Lefebvre não teria sido o bispo tradicionalista que conhecemos se ele não tivesse estudado no Seminário Francês de Roma?

Dom Tissier: Bem correto, ainda que a expressão “bispo tradicionalista” não fosse a sua linguagem. Ele dizia a nós seminaristas: “Minha vida foi completamente transformada por minha estadia em Roma. Se eu não tivesse freqüentado o seminário em Roma, teria me tornado um simples padre diocesano sem a herança de São Pio X, que recebi em Roma dos padres Le Floch, Voegtli, Le Rohellec, Frey e Haegy.” Esses cinco professores transmitiram-lhe o espírito de São Pio X. Quando ele chegou em Roma pela primeira vez, o odor de santidade, as virtudes e a doutrina de São Pio X ainda estavam no ar, porque este havia morrido há apenas nove anos. A vida de Dom Lefebvre foi completamente transformada em virtude da graça de ter vivido em Roma.

 

The Angelus: Essa graça foi uma iluminação? Uma convicção? A visão idílica da Igreja em sua essência?

Dom Tissier: O arcebispo nos contava que durante seus dias de escola havia sido bem liberal. Eles pensavam que a separação entre Igreja e Estado era uma coisa boa — não em sua família! Ainda assim, na escola ele não havia aprendido os princípios da Cidade Católica. Foi em Roma que aprendeu que o Estado deve professar publicamente a Religião católica e defendê-la. Então, ao ir para o seminário, passou por uma conversão intelectual sobre a qual freqüentemente falava conosco. Dizia: “Fiquei muito feliz por ter me dado conta de que estava errado ao pensar que a separação entre Igreja e Estado era uma coisa boa. Eu era um liberal!” Quando ouvíamos isso de sua própria boca, ríamos e batíamos palmas; apesar de ser um pouco preocupante, porque diziam que “uma vez liberal, sempre liberal” — talvez o arcebispo tivesse mantido alguns vestígios de liberalismo. Mas nós não pensávamos isso dele.

 

The Angelus: Como Dom Lefebvre pretendia instilar esse apego a Roma, esse espírito romano, em seus seminaristas?

Dom Tissier: Uma vez que a Fraternidade foi fundada, primeiramente em Friburgo e depois em Ecône, a primeira coisa que ele quis fazer foi inaugurar um ano de espiritualidade, que ele não havia recebido em Roma, mas que depois tinha experimentado no noviciado dos Padres do Espírito Santo em Orly. No currículo havia um curso especial intitulado “Os Atos do Magistério”. Esse curso motivava a reflexão sobre os erros modernos e o engajamento na batalha contra eles. O objetivo era alistar os seminaristas, por assim dizer, no combate dos papas contra o liberalismo e o modernismo.

    Mas alguns de seus colegas no noviciado realmente não alcançavam o propósito do curso. Para eles, era uma questão de discussão, enfrentamento e vitória intelectual sobre o liberalismo e o modernismo. Mas aquela não era a idéia do arcebispo. Para ele, era uma questão de compreender o espírito com o qual os papas haviam condenado os erros. E esse espírito era o espírito de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dom Lefebvre sempre conectava o combate intelectual contra os erros com o combate sobrenatural no nível da graça e, portanto, com Cristo Rei. Tinha sido pelo reinado de Cristo Rei que todos aqueles papas condenaram o modernismo. Então, não se tratava simplesmente de um curso sobre os erros modernos, mas de um comentário sobre os próprios textos das encíclicas dos romanos pontífices sobre esses grandes temas. Porque, apesar de algumas fraquezas em suas políticas, a doutrina desses papas era absolutamente esplêndida e em perfeita continuidade com o constante ensinamento da Igreja.

 

The Angelus: Roma é a sé do sucessor de São Pedro. Quando a suprema autoridade docente pronuncia algo tão seriamente como nessas encíclicas...

Dom Tissier: Em princípio, é a verdade! Mesmo que todos esses escritos pontifícios não fossem infalíveis, ainda assim o ensinamento do papa era obedecido, recebido com piedade e devoção, com obediência. Mas tenhamos cuidado! Para Dom Lefebvre, a romanità não é meramente: “O Papa falou numa encíclica, então é preciso seguir e obedecer.” A romanità é uma tradição. Uma ruptura seria o fim da romanità. Nesse sentido, o Concílio Vaticano II foi a morte da romanità. Por isso a morte prematura de dois excelentes padres e teólogos romanos: Mons. Joseph Clifford Fenton, que havia lutado por anos e anos contra os teólogos modernos na década de 1950 na revista American Ecclesiastical Review e escrito seu explosivo diário manuscrito dos quatro anos do Concílio; e padre Alain Berto, um colega de classe de Dom Lefebvre no Seminário Francês de Roma, que havia sido secretário do Coetus durante o Concílio. Ambos não conseguiram aguentar a morte da romanità.

 

The Angelus: A Fraternidade tem uma casa em Albano, perto de Roma. Como isso veio a acontecer?

Dom Tissier: Dom Lefebvre comprou a propriedade em Albano, que estava esperando por ele e caiu em suas mãos graças a uma doação inesperada. Na noite de sua primeira visita a Albano ele lamentava não ter dinheiro suficiente para a compra. Seu chofer, Rémy Borgeat, lhe disse: “Monseigneur, vá em frente e compre! Preencha o cheque e deixe que São José o assine.” E eis que um benfeitor o convida para jantar, e ele tinha o milhão e meio necessário para comprar a propriedade.

 

The Angelus: Qual era sua intenção de uso para a propriedade de Albano?

Dom Tissier: O que ele queria fazer com ela? Ele queira que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X tivesse uma presença em Roma, da mesma forma que a Congregação do Espírito Santo tinha. Ele queria proporcionar um ano romano para todos os seus padres. Os padres, após sua ordenação, iriam a Albano para absorver o espírito romano. Eles teriam aulas sobre Roma, sobre o espírito romano, sobre a arqueologia e a história de Roma. E visitariam os monumentos, as igrejas, as relíquias e os papas em Roma.

 

The Angelus: Então os padres da Fraternidade não são antipapais e sedevacantistas?

Dom Tissier: Longe disso! É justamente o contrário. Dom Lefebvre tinha uma grande devoção pelos papas, mesmo por Pio XI, que havia condenado a Action Française. Mesmo por Paulo VI, o papa da Missa Nova, que suspendeu Dom Lefebvre, o arcebispo tinha um grande respeito.

 

The Angelus: O que de fato foi feito de Albano?

Dom Tissier: O ano dos padres só existiu mesmo por alguns meses. Em 1976, um pequeno grupo de padres, do qual eu não tive a boa sorte de participar, passou seis meses lá e depois foram enviados para seus ministérios. No fim, o ano dos padres acabou não se efetivando. Em seu lugar, nós tivemos um mês em Roma. Os seminaristas da teologia passariam um mês inteiro em Albano e todos os dias visitariam Roma.

 

The Angelus: Houve também um seminário estabelecido lá por um tempo, não foi?

Dom Tissier: Ah, sim! Eu havia esquecido! Entre 1978 e 1982, sob a direção do padre Bonneterre, havia dois anos de filosofia em Roma entre o ano de espiritualidade e a teologia em Ecône. Foi muito recompensante para eles.

 

The Angelus: O mês romano foi benéfico?

Dom Tissier: Eu fiz o meu e tenho memórias muito boas dele. Ficávamos hospedados em Albano e levantávamos todas as manhãs para sair, mas não muito cedo. (Os alemães, mais enérgicos, levantavam uma hora antes de nós.) Nós, franceses, levávamos as coisas com mais leveza; íamos de trem até a Estação Termini e então seguíamos para visitar as grandes basílicas romanas. Visitamos muitas igrejas praticamente desconhecidas com o padre Boivin, para os franceses, e com o padre Klaus Wodsack, para os alemães. Obviamente não seguíamos os mesmos itinerários, já que não tínhamos os mesmos interesses. Para o padre Wodsack, o objetivo era mostrar a influência dos imperadores do Sacro Império Romano, e para o padre Boivin, era mostrar o papel dos reis da França.

 

The Angelus: Os seminaristas obtiveram algum benefício?

Dom Tissier: Sim, de fato. Agora nossos jovens padres são capazes de liderar nossos fiéis na peregrinação a Roma e passar para eles algo do espírito romano — a romanità.

Estudo Canônico das Sagrações Episcopais de 1988

ESTUDO CANÔNICO DAS SAGRAÇÕES EPISCOPAIS DE 1988

"Uma excomunhão NULA, um cisma INEXISTENTE"

Reflexões Feitas 10 Anos Após as Sagrações de Écône

Comunicado do Superior Geral da Fraternidade São Pio X

Um dia depois de termos postado o artigo de apresentação da Revista Permanência (ver abaixo), Dom Bernard Fellay lançou o comunicado que segue, deixando clara e definida a posição de combate da Fraternidade São Pio X diante dos erros e escândalos causados pelas autoridades do Vaticano e em particular pelo Papa Francisco. Dom Lourenço Fleichman OSB    Leia mais

Carta Aberta aos Católicos perplexos e a nova Revista Permanência

Dom Lourenço Fleichman OSB

Houve épocas em que as pessoas escreviam cartas umas às outras. A carta fazia parte das relações humanas, e cumpria funções variadas na vida dos homens. Havia cartas oficiais, secas e sem vida; havia cartas agressivas, cheias de brigas e desprezos. Havia cartas de amor, de saudades, de despedida. Cartas circulavam por toda parte quando nascia o bebê, outras eram guardadas no sigilo, quando deixada pelo desesperado. Muitas vezes elas preenchiam o vazio da ausência sentida de um filho, de uma pessoa amada. 

E assim corria o mundo, numa lentidão cheia de sabedoria e recuo, onde a letra caligrafiada era reconhecida, tornava mais calorosa a escrita e a leitura, e onde a espectativa da chegada do correio enchia os dias de um colorido impossível de se reproduzir nos dias atuais.

Quem poderá medir com precisão o imenso prejuízo social, psicológico e espiritual causado pelo desaparecimento das cartas trocadas entre os homens. O mundo do e-mail, pior, o mundo do imediato, do superficial, do banal, dessas mensagens instantâneas e invasivas nunca mais poderá saborear as delícias de uma bela e amorosa carta.

Pois bem, estas considerações me vieram à mente no momento de apresentar aos nossos leitores esta bela carta escrita por Dom Marcel Lefebvre para você, caro leitor, para todos os católicos que ainda guardarm um mínimo de apego e amor à santa doutrina católica. Não é uma carta qualquer, mas uma carta pública, uma Carta Aberta aos Católicos Perplexos. Uma carta de consolação espiritual no meio da guerra sem tréguas. 

Um livro escrito para você, para todos nós. Um livro escrito por um pai, a todos os seus filhos, um livro essencial para quem descobre o combate pela fé, pela Igreja, pela Tradição.

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REVISTA PERMANÊNCIA DO TEMPO DEPOIS DE PENTECOSTES - Nº 279

Recomendamos igualmente aos nossos leitores o novo número da nossa Revista Permanência. Vários artigos sobre os Cristeros mexicanos, verdadeiros soldados de Cristo-Rei, que deram suas vidas lutando pela restauração da Religião católica num México maçônico e dominado por anti-clericais.

Uma grande epopéia, cheia de personagens impressionantes, cheia de mártires admiráveis.

No momento em que o Brasil mostra a que nível de decomposição moral e política nós chegamos, o exemplo da reação mexicana de 1925 a 1929 deve animar a todos os católicos para que resistam, para que acordem do sono, para que se dediquem, na oração e no trabalho, à restauração das famílias católicas.

Além desses artigos, o leitore encontrará ainda outros com temas variados e de grande proveito para a formação católica.

160 páginas - R$ 30,00

Sobre a Sagração Episcopal

Dom Lourenço Fleichman OSB

O anúncio da Sagração episcopal que será realizada no Mosteiro da Santa Cruz, em Nova Friburgo, nesta quinta-feira 19 de março, tomou de surpresa os católicos da Tradição. Há certo tempo que se especulava sobre a possibilidade dos dissidentes da Fraternidade São Pio X, comandados por Dom Williamson, chegarem a esse extremo, mas a coisa ia sempre se perdendo no tempo. Agora parece que se tornou realidade.

Não poderia deixar de escrever algumas linhas que expressem a tristeza e a preocupação que tal atitude provoca nas almas. Não dizemos que estejam fazendo cisma, ou um ato cismático, como o Vaticano afirmou na época da sagração de 1988. Uma sagração episcopal pode ser uma necessidade para o bem da Igreja, como coube a Dom Lefebvre fazer, com toda prudência e propriedade. O que incomoda é a falta de prudência, a falta de peso de um grupo de dissidentes sem expressão e sem futuro; e a falta de argumentos válidos para que seguissem um rumo acéfalo.

Impressiona o tom ufanista, de salvadores da Igreja, que adotam em seus escritos, mesmo com a Divina Providência dando mostras de que erraram em suas constantes imprudências.

Impressiona a argumentação vazia de fundamentos, baseada em falsas interpretações, como repetir incansavelmente que a Fraternidade S. Pio X já teria feito um acordo com o Vaticano.

Impressiona o orgulho de jamais reconhecerem que erraram em suas avaliações.

Não são capazes de esperar, de sofrer uma situação desfavorável; querem resolver seu problema particular, querem impor à Divina Providência seus pensamentos particulares; são incapazes de perceber que Deus não agiu assim, em nenhum momento da vida de Dom Marcel Lefebvre. O uso do nome do fundador da Fraternidade é, por isso, mais um abuso realizado por aqueles que Dom Williamson arrastou.

Agora assumem uma atitude grave, que só pode trazer um prejuízo imenso à causa da Tradição.

Nossos leitores sabem muito bem que jamais consideramos como sendo uma possibilidade fazermos algum tipo de acordo ou reconhecimento com o Vaticano, enquanto perdurar em Roma o espírito do Concílio, essa Outra igreja protestantizada. Mas afirmar que a Fraternidade S. Pio X pactua com essa Roma modernista é falso, injusto, e descabido.

Perdemos mais uma vez.

Se o orgulho já tornava difícil o retorno dos dissidentes ao combate em torno da Fraternidade, com essa sagração, cava-se um abismo muito maior.

Perdemos nossos bons companheiros de combate, padres amigos de longa data. E nesse desalento e tristeza só nos sobrou São José. No dia da sua festa, pedimos e suplicamos ao esposo da Virgem Maria, ao pai adotivo de Jesus, ao padroeiro da Santa Igreja que tantas provas já deu de proteção à causa da Tradição, que interceda junto ao trono de Deus para que essas almas sejam esclarecidas, saiam da sua cegueira, do seu orgulho, abandonem esse combate menor por suas causas pessoais, para abraçarem novamente o bom e verdadeiro combate pela Santa Igreja.

Oráculo dos deuses

Os estudiosos dos mitos explicam que uma das características dessas criações é a crença na realidade do mito, por mais bizarro e absurdo que seja. Todos os mitos têm um fundamento religioso, e realizam-se como uma ação sagrada, o que explica a adesão intensa dos espíritos às coisas assim produzidas.

O que pensar, por exemplo, da origem das castas tibetanas? O que pensar do ovo nascido dos cinco elementos e que dará origem a 18 ovos, um dos quais desenvolve membros, depois os cinco sentidos, e transforma-se, enfim, num jovem de grande beleza? Há nessa estranha trama algo ainda mais radical: os homens vão dando crédito a essas bruxarias porque lhes foram transmitidas ao longo do tempo, por tradição oral. Não possuindo a verdadeira Revelação, apegam-se ao que lhes foi transmitido pelos ancestrais.

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Você lê a Revista Permanência?

Dom Lourenço Fleichman OSB

Conversávamos outro dia, num grupo de colaboradores da Permanência, sobre como aumentar a difusão da nossa Revista. Completamos dois anos de um trabalho importantíssimo para a formação católica, e estamos preocupados em levá-lo a mais e mais leitores.

Para que nossos leitores entendam melhor o porquê dessa nossa preocupação, tomarei a liberdade, ousadia talvez, de transcrever alguns elogios que temos recebido pela qualidade da Revista Permanência.

Comecemos pelos bispos: No ano passado, Dom Galarreta esteve em Fortaleza, onde pode ler um ou outro exemplar, ficando admirado pelo conteúdo e pela qualidade editorial. Em muitos momentos de descanso eu o via com a Revista nas mãos.

Esse ano de 2013 foi a vez de Dom Tissier de Mallerais estar entre nós, em Niterói. No dia da conferência que amavelmente nos concedeu, um dos nossos colaboradores perguntou se conhecia a Revista que acabara de sair. "– Já li... li tudo!" respondeu o bispo. Para mim, em particular, elogiou muito a Revista, a qualidade dos artigos, a diversidade dos assuntos.

No Seminário de La Reja, na Argentina, os padres comentavam um ou outro artigo, nas conversas animadas após as refeições, o que é também sinal da boa aceitação desse trabalho.

Não é fácil "permanecer". Este ano de 2013 completamos 45 anos de combate. Durante muitos anos a Revista Permanência foi o único canal da Tradição para muita gente pelo Brasil, e muitos dos lugares onde hoje há grupos ligados à Tradição, iniciaram seus contatos com a Fraternidade São Pio X porque recebiam a nossa Revista.

Em sua última viagem ao Brasil antes de falecer na França, Dom Anjo, fundador e prior de Bellaigue dizia num sermão, falando sobre a importância da Permanência na sua conversão: "Não desistam!" E o Alexandre, editor-chefe da Revista, acrescenta: "Essa Revista não é feita só para nós, para os fiéis das nossas Capelas e Priorados; ela é feita para nossos filhos, e para os futuros fiéis".

E você, leitor? Já comprou algum número? Já leu com atenção e aproveitou da variedade de artigos para a sua formação na doutrina e na cultura católica? Temos certa pretensão, é verdade, de oferecer uma Revista e os livros que editamos, como antídoto ao veneno da internet, dessas leituras de curiosidade, sem fundamentos, sem profundidade, que dá a impressão ao curioso de que sabe muita coisa, mas na verdade não sabe nada!

O número que acaba de sair é o 272, do Tempo de Natal. Não perca tempo, não deixe de ter sempre à mão o último número da Revista Permanência.

Leia aqui o Editorial do nº 272 - O Oráculo dos Deuses

 

 

A Igreja conciliar subsiste

Como tantas vezes já denunciamos, o Concílio Vaticano II fundou uma nova religião, tendo como base um credo ecumenista, que admite e exige dos seus membros o pluralismo religioso, em nome do Homem, que foi colocado como o deus de um novo mundo.

Gustavo Corção nos deu a chave do mistério que envolve essa nova Igreja humanista, quando propos que uma mesma hierarquia governa as duas Igrejas, a Católica e a Igreja ecumênica de Vaticano II.

Essa nova religião foi chamada, pelo Card. Benelli, de Igreja conciliar, oposta em tudo à Igreja Católica; tanto na sua doutrina que é modernista, como no novo Direito Canônico, na nova Biblia, nos seus ritos sacramentais, sobretudo na Missa Nova.

O artigo que leremos agora nos ajuda a não termos escrúpulos por causa da marginalidade que os chefes dessa nova Igreja nos impõe. Ele foi publicado na Revista Le Sel de la Terre, nº 85, 2013.  [Nota da Editora Permanência]

A IGREJA CONCILIAR SUBSISTE

Dom Bernard Tissier de Mallerais,  FSSPX

A Igreja conciliar, que está destinada a se auto demolir, faz um grande esforço para subsistir.  Em que consiste a sua tenacidade? Consiste em que a sua hierarquia usa de todo o poder da hierarquia católica que ocupa, detém e desvia.  Leia a continuação.

Jean Madiran (1920 - 2013)

Dom Lourenço Fleichman OSB

Faleceu neste dia 31 de julho, aos 93 anos, Jean Madiran, o famoso diretor da Revue Itinéraires, revista fundada por ele em 1956, e que congregou a nata do pensamento católico francês na 2ª metade do século XX. Dono de um pensamento lógico imbatível, tornou-se temido por seus adversários, sobretudo no campo da política francesa e no combate ao progressismo católico.  CONTINUE LENDO

A nova Carta aos amigos e benfeitores de Dom Fellay

Há quase um ano, o Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X reunificou em um mesmo espírito algumas diferenças que haviam surgido ao longo do ano de 2011 e início de 2012, diante da possibilidade de haver um acordo prático com as autoridades do Vaticano. Infelizmente, nessa ocasião, alguns padres da Fraternidade e outros de comunidades religiosas amigas da Fraternidade, resolveram precipitadamente romper com a Fraternidade, alegando que esta já havia traído a orientação de Dom Marcel Lefebvre. Não havia atos ou documentos que pudessem servir de base segura para tal atitude, e esses padres, insistindo em analisar argumentos anteriores ao Capítulo de julho de 2012, cometeram um grave equívoco que só serviu para dividir a Tradição. Da nossa parte, insistimos em que se devia desviar a atenção da internet e seus blogs e redes sociais, para nos dedicarmos à oração e ao silêncio, muito necessários nessas horas para guardarmos um mínimo de sabedoria. Após o Capítulo, o próprio Dom Fellay, assim como Dom Galarreta, fizeram sermões e conferências mostrando que o Capítulo tinha, de fato, sido um momento da graça, retomando critérios importantes para evitar quedas e divisões da Fraternidade. Mas os dissidentes insistiam em afirmar que um acordo já tinha sido feito e que Dom Fellay estava apenas enganando os resistentes. Uma calúnia, na verdade, sem fundamento. Hoje, queremos publicar a Carta aos amigos e benfeitores que Dom Fellay acaba de escrever, onde fica definitivamente marcada a defesa da fé, como sempre foi a pauta da Fraternidade São Pio X ao longo desses anos todos. Pedimos a São José que amanse os corações endurecidos trazendo-os à humildade, para que saibam retornar a essa unidade que, só ela, pode nos manter fortes no combate. 
 
Dom Lourenço Fleichman OSB
Leia a continuação
 
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