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Os Pecadores
Mesmo depois da Comunidade se ter submetido aos pedidos de N. S., sobre estes dois pontos, Jesus não deixou de continuar a pedir. Era cada vez mais solícito em apresentar as suas Chagas como fontes de graças para os pecadores e como lições eloqüentes para as almas religiosas:
“Há muito tempo - é sempre Jesus que fala - que Eu desejo ver-vos distribuir os frutos da minha Redenção! Vós fazeis agora o que Eu quero pela salvação do mundo. - A cada palavra que pronunciais do terço da misericórdia, Eu deixo e cair uma gota do meu Sangue sobre a alma dum pecador.”
“Os homens calcam aos pés o meu Sangue, e Eu quero que vós, minhas esposas, me ameis e trabalheis por meu amor. Se com todas as riquezas encerradas nas minhas Chagas para vós, não vos aproveitásseis delas, seríeis bem culpadas...”
“- As almas que não veneram as minhas Santas Chagas e que, pelo contrário, as ridicularizam, essas almas rejeito-as.”
“Os pecadores desprezam o Crucifixo; agora tenho paciencia, mas virá um dia em que me vingarei.”
“Vem com o teu coração, minha esposa, vem com o teu coração bem vazio, porque Eu tenho bem com que o encher. Vem à conquista das almas.”
E mostrando-lhe no mundo uma quantidade de pecadores disse:
“Eu tos mostro, para que não percas tempo.”
Durante o mês do Preciosíssimo Sangue, a visão de Jesus Crucificado tornava-se habitualmente constante à Irmã Maria Marta:
“Minha filha, sofri tanto por uma só alma, como por todas juntas... A Redenção foi abundante!”
E o Sangue Redentor corria em abundância das Chagas adoráveis, e Jesus dizia com amor:
“Este é o Sangue do teu Esposo!... do teu Pai!... Pelas vossas almas é que ele foi derramado! - Só Eu podia derramar assim este Sangue Divino!... Minha filha, Eu sou teu Esposo! Sou todo teu, por amor das almas!...”
Algumas vezes, via ela a Justiça de Deus irritada, pronta a castigar o mundo:
“Não me peças, quero castigar”, dizia Jesus Cristo na sua indignação.
“O mundo para ser regenerado precisava duma segunda redenção.”
O Padre Eterno, intervindo, declarava:
“Nao posso dar o meu Filho uma segunda vez.”
Mas a nossa Irmã compreendia que, pela oferta repetida das Santas Chagas, nós podíamos operar esta redenção. - À medida que ela as oferecia, via a cólera divina transformar-se em graças suavíssimas, as quais se derramavam sobre o mundo.
“Minha filha - dizia noutra ocasião Nosso Senhor - é preciso ganhar a palma da vitória: ela vem da minha Santa Paixão... No Calvário, parecia a Vitória impossível e, todavia, foi lá que o meu triunfo se manifestou. - Desejo constantemente que os homens aproveitem a minha Redenção, mas - sejam fiéis ou não - sempre hão-de contribuir para a minha glória.”
Nosso Senhor assustou-a mostrando-lhe a sua justiça excitada pelos pecados dos homens... Ela, consternada, exclamou, humilhando-se profundamente:
“Meu Deus, não olheis para a nossa miséria, mas olhai para a vossa misericórdia.”
E recomeçou a aplacar o Salvador com as invocações multiplicadas às Santas Chagas.
“Oferece-mas muitas vezes para me ganhar pecadores, dizia o Bom Mestre, animando-a, porque Eu tenho fome de almas!...”
Pedidos de Nosso Senhor
Em troca de tantas graças excepcionais, Jesus apenas pedia à Comunidade duas práticas a que vamos referir-nos rapidamente: a Hora Santa e o Rosário das Santas Chagas. Na época do cólera, em 1867, que tantas vítimas fez em Chambéry, N. S. manifestou o desejo de que, todas as sextas-feiras, a Hora Santa fosse feita por cinco Irmãs, cada uma das quais seria encarregada de honrar uma Chaga.
A SS.ma Virgem uniu o seu pedido ao do seu Divino Filho com estas palavras que revelam um doloroso pesar:
“Nao há nenhuma casa na terra onde as Sagradas Chagas de Jesus sejam honradas, particularmente na sexta-feira à tarde... Deveis durante essa hora contemplar essas santas aberturas e esconder-vos nelas.”
E depois ensinou à feliz privilegiada como devia cumprir este piedoso exercício. Mostrando-se sob a figura de Nossa Senhora das Dores, com o seu Filho nos braços, disse-lhe:
“Minha filha, a primeira vez que contemplei as Chagas do meu querido Filho, foi quando o seu Santo Corpo foi deposto nos meus braços. Meditei as suas dores e fi-las passar ao meu coração... Olhei para os seus Divinos Pés, um após o outro... depois contemplei o seu Coração onde vi esta grande abertura, a mais profunda para o meu coração de Mãe... contemplei a Mão esquerda, depois a direita, e em seguida a Coroa de Espinhos. Todas estas Chagas me trespassaram o coração!... Eis a minha Paixão!... Sete espadas estão no meu coração, e é pelo meu coração que deveis honrar as Chagas Sagradas do meu Divino Filho!...”
Foi por esta mesma época (1867-1868) que, para satisfazer a vontade igualmente manifestada por Nossso Senhor, as superioras estabeleceram por causa das necessidades do momento, mas sem promessa nem compromisso para o futuro, a recitação quotidiana do “Rosário das Santas Chagas”. Eis como, desde a origem, se tem recitado este rosário: Em lugar do “Credo” e nas primeiras três contas diz-se a bela oração inspirada a um Sacerdote de Roma:
“Ó Jesus, Divino Redentor, sede misericordioso para conosco e para com o mundo inteiro. R. Amen.”
“Deus Forte, Deus Santo, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro. - R. Amen.”
“Graça, misericórdia, meu Jesus, durante os perigos presentes; cobri-nos com o vosso Sangue precioso. - R. Amen.”
“Padre Eterno, tende misericórdia de nós, pelo Sangue de Jesus Cristo Vosso Filho único; tende misericórdia de nós, nós vo-lo suplicamos. - R. Amen, amen, amen.”
Nas contas pequenas:
“Meu Jesus, perdão e misericórdia. - R. Pelos méritos das Vossas Santas Chagas.” (300 dias de indulgências, toties quoties.)
Nas contas grandes:
“Padre Eterno, eu vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. - R. Para curar as das nossas almas.” (300 dias de indulgências, toties quoties. SS. Pio XI S. P. 16-1-1924.)
Estas duas últimas invocações são as que Nosso Senhor mesmo tinha indicado e às quais fez promessas tão belas! Foram primeiro indulgenciadas só para o Instituto da Visitação, estendendo-se depois as indulgências a todos os fiéis, e perpetuamente, em virtude dum indulto da Sagrada Penitenciária (16 de Janeiro de 1924).
Não foi sem dificuldade que as superioras conseguiram que se adotasse a recitação do Rosário das Sagradas Chagas; assim como em Paray, por um zelo extremo da regra, houve mais que uma reclamação, as nossas Madres, assim como a pobre Irmã conversa sofreram bastante com isso, mas Nosso Senhor animava-as:
“Minha filha, as graças de Deus não são dadas sem que haja dificuldade em cumprir a minha vontade... As minhas Chagas são vossas: o demônio perdeu o mérito delas e é por isso que ele se enraivece contra vós. Mas quantos mais obstáculos e oposições encontrardes, mais abundante será a minha graça.”
“Não deveis temer nada e é preciso que passeis por cima de todos os obstáculos; nisto consiste o verdadeiro amor... Aquele que vos ampara não pode ser abalado; serei sempre a vossa defesa!... mas é preciso este sofrimento.”
Deus Pai, segurando uma chave na mão, parecia ameaçar com um ar severo:
“Se não fazeis o que Eu quero, fecharei estas Fontes e dá-las-ei a outros.”
Com uma firmeza repassada de paciência e de humildade, as nossas Madres, Teresa Eugénia e Maria Aleixo, conseguiram introduzir esta prática. Jesus sustentou-as visìvelmente. Havia uma Irmã muito autorizada no Mosteiro, por causa da sua grande inteligência e sólido raciocínio, a qual se opunha tenazmente à nova devoção. Um dia dirigiu-se-lhe a humilde Irmã conversa encarregada duma missão da parte do Senhor; a Irmã ouviu que ela lhe revelava uma coisa absolutamente secreta, que se tinha passado entre ela e Ele, no íntimo da sua alma, coisa que nunca tinha confiado a ninguém e que, por isso, a Irmã Maria Marta não podia saber senão de Deus... Perante tal prova, a Irmã rendeu-se sinceramente e quis reparar a oposição passada, fazendo pequeninas imagens das Santas Chagas, destinadas a propagar o culto.
“A devoção as minhas Chagas é o remédio para este tempo de iniquidade”, assegurava o Salvador.
“Sou Eu que o quero: é preciso que façais as aspirações com grande fervor.”
Perante tais progressos, a raiva do demônio não podia conter-se e atirava-se sobretudo à Irmã de quem escarnecia:
“Que é que tu fazes?... perdes o teu tempo. - As outras pessoas recitam lindas orações que encontram nos livros, enquanto tu, dizes sempre a mesma coisa.”
Mas Jesus expulsava o demônio:
“Minha filha, Eu vejo tudo e conto tudo. - Diz à tua superiora que Eu conto cada aspiração que ela faz. - É preciso que ela empregue todos os meios para manter o terço da misericórdia.”
“Eu estou contente por vos ver honrar as minhas Santas Chagas; posso agora derramar mais abundantemente os frutos da minha Redenção. É preciso que vós, que conheceis os meus desejos, sejais duplamente fervorosas... Se afrouxardes na devoção às minhas Chagas, perdereis muito.”
“Assim como existe um exército pronto para o mal, há também um dirigido por Mim. – Com esta oração, tendes mais poder que um exército, para deter os meus inimigos.”
“Vós sois bem felizes, vós a quem Eu ensinei a oração que me desarma: Meu Jesus, perdão e misericórdia, pelos méritos das Vossas Santas Chagas.”
“As graças que recebeis por estas invocações, são graças de fogo... Elas vêm do Céu e é preciso que voltem para o Céu...”
“Diz à tua superiora que será sempre ouvida em qualquer necessidade que seja, quando me pedir pelas Santas Chagas, mandando recitar o Rosário da Misericórdia.”
“Os vossos Mosteiros atraem as graças de Deus sobre as dioceses em que se encontram; quando ofereceis a meu Pai as minhas Santas Chagas, olho para vós como estendendo as mãos ao Céu para receber graças!... Em verdade, esta oração não é da terra, mas do Céu!... ela pode obter tudo!” “- É preciso dizê-lo à tua Superiora, recordá-lo, escrevê-lo para o futuro, a fim de que recorrais a ela de preferência a outras.”
As recomendações de N. S. não foram vãs. Conservou-se o uso de recorrer quotidianamente a “esta oração do Céu”. Quando surgem grandes dificuldades, necessidades graves, perigos iminentes, mais numerosas e instantes são as invocações... E depois duma experiência de cinqüenta anos, a Comunidade pode declarar que sempre se felicitou pela sua confiança! Não foi porque fossem poupadas as provações nem que a morte espaçasse as suas visitas... Longe disso! Mas as mesmas provações são suavizadas com tantas consolações! E morre-se tão suavemente a sombra das Santas Chagas!
As Sagradas Chagas e o Céu
Para coroar estas magníficas promessas, Nosso Senhor mostra enfim nas suas Chagas os “penhores da nossa glória futura”, e faz entrever à Irmã Maria Marta a felicidade que gozam no Céu os que as contemplam:
“As almas que oram com humildade e que meditam a minha Paixão, terão um dia uma participação na glória das minhas Divinas Chagas; os seus membros receberão uma beleza e glória deslumbrantes. Quanto mais tiverdes contemplado as minhas Chagas dolorosas na terra, mais as contemplareis gloriosas no Céu!”
“Uma alma que durante a vida honrar e aplicar as Chagas de N. S. J. C. e as oferecer ao Eterno Pai pelas almas do Purgatório, será acompanhada, no momento da morte, pela SS.ma Virgem e pelos Anjos, e Nosso Senhor na Cruz todo resplandecente de glória recebe-la-á e a coroará.”
A Irmã Maria Marta pensava um dia, ao oferecer as Santas Chagas, que perdia o tempo, e Nosso Senhor repreendeu-a:
“Então os meus bem-aventurados não fazem nada comigo por fazerem sempre a mesma coisa? Eles amam-me, adoram-me, contemplam as minhas Chagas, dão-me graças... e a sua alegria é sempre completa e inteira.”
No mesmo instante a feliz Irmã recebeu a graça de ver a SS.ma Virgem com os santos, contemplando as Chagas de Jesus.
“Se eu estou no Céu e os santos também, disse-lhe a Virgem SS.ma, conseguimos esta ventura pelos méritos das Divinas Chagas do meu querido Filho. - Vós, explorando estas Sagradas Chagas, também vos tornareis grandes!...”
E Nosso Senhor continuou:
“Minha filha, onde se fizeram os santos, senão nas minhas Chagas?
“Todos os meus santos são frutos das minhas Chagas.”
“As minhas Chagas serão - eternamente - para minha glória e vossa!”
“É nas minhas Chagas, é no esplendor desses cinco sóis, que as minhas esposas devem reinar um día! Os bem-aventurados que as contemplam desde há séculos, ainda se não saciaram... contemplarão sempre e gozarão sempre com essa contemplação... Oh! quão pouco vale a terra em comparação de um tão grande bem!...”
Muitas vezes se ofereceu a esta alma a vista do Céu, enquanto se ouvia a voz de Deus Pai:
“Vê, minha filha, tudo isto é o fruto dos sofrimentos do meu Filho!... Tudo isto te é mostrado a fim de que possas oferecer as Santas Chagas de Jesus com mais confiança e alegria.”
As Sagradas Chagas e as almas do Purgatório
O benefício das Sagradas Chagas faz descer as graças do Céu e subir ao Céu as almas do Purgatório:
“Cada vez que olhardes para o Divino Crucificado, com um coração puro, obtereis o livramento de cinco almas do Purgatório: uma por cada Chaga.”
“Obtereis também, fazendo a Via-Sacra, se o vosso coração estiver bem puro e desprendido, o mesmo favor por cada estação, pelo mérito das minhas Chagas.”
“Quando ofereceis as minhas Santas Chagas pelos pecadores, não deveis esquecer as almas do Purgatório, porque há poucas pessoas que pensam no seu alívio.”
“As Sagradas Chagas são o tesouro dos tesouros para as almas do Purgatório.”
Foi o que o Bom Mestre quis mostrar à Irmã Maria Marta. Em certo domingo da Quaresma, em que o seu estado de sofrimento não lhe permitia assistir à instrução, o Bem-Amado apareceu-lhe e disse:
“Vou dar-te uma ocupação: oferecerás os teus sofrimentos em união com os meus sofrimentos divinos, pelas almas do Purgatório.”
A Irmã começou a fazer este oferecimento e, cada vez que o renovava, via subir uma alma para o Céu. Tinha chegado à vigésima, quando o Pai Eterno apareceu:
“Dou-te o mesmo poder que ao meu Filho, contanto que me ofereças o teu coração unido ao seu.”
Ela esforçou-se por assim fazer e, a cada ato de oferecimento e de união, ia para o Céu - segundo a sua expressão - um bando de almas, “como um bando de aves”. As almas libertadas por ela vinham às vezes agradecer-lhe e diziam: “Que a festa que as tinha salvo, a festa das Sagradas Chagas, não acaba... Nós não conhecemos o valor desta devoção senão no momento em que gozamos de Deus! Oferecendo as Santas Chagas de Nosso Senhor a seu Pai, operais como que uma segunda Redenção.”
Entre estas almas, há algumas que mais prendem o coração duma religiosa: as almas das suas Irmãs.
A Irmã Maria Marta orava e sofria por elas mais particularmente, e a SS.ma Virgem manifestava-lhe por isso satisfação:
“As almas das vossas Irmãs do Purgatório são minhas filhas. Sinto grande prazer em vos ouvir orar pelo livramento delas... sofro tanto por as ver naquele fogo... e vão lá quase todas!... Eu sou rainha e quero que essas almas reinem comigo! Apesar de todo o nosso poder, meu Filho e Eu, não podemos livrá-las; elas devem expiar. - Vós podeis tão facilmente aliviá-las e abrir-lhes o Céu, oferecendo as Sagradas Chagas, por elas, a Deus Pai.”
“Oferece-as por todas as suas faltas à regra”, ajuntou, um dia, Nosso Senhor.
Aparecendo-lhe uma das suas Irmãs defuntas, pouco depois da sua morte, disse-lhe:
“Eu julgava que fazia todas as minhas ações puramente por Deus, e quando me foram mostradas vi-as cheias de movimentos naturais. Foi a confiança que tive nas Santas Chagas que me salvou. Ah! como é bom morrer passando pelas Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo!...”
As Sagradas Chagas e a Igreja
Nosso Senhor renova muitas vezes à Irmã Maria Marta a promessa do triunfo da Santa Igreja, pelo poder das suas Chagas e da Virgem Imaculada:
“Minha filha, é preciso que desempenhes bem a tua missão, que é de oferecer muitas vezes as minhas Divinas Chagas a meu Eterno Pai, porque por esse meio há-de vir o triunfo da Igreja, o qual passará por minha Mãe Imaculada.”
Mas, desde o princípio, Nosso Senhor previne qualquer ilusão ou equívoco. Não se trata do triunfo material, visível, com que sonham certas almas!... Nunca as ondas se hão-de curvar com perfeita docilidade diante da barca de Pedro; muitas vezes até poderão tremer ante a sua furiosa agitação... Lutar, lutar sempre, é uma lei vital da Igreja:
“Não compreendem o que pedem, pedindo o seu triunfo... A minha Igreja jamais terá triunfo visível.”
Contudo, através das lutas e agonias, continua a cumprir-se, na Igreja e por meio da Igreja, a obra de N. S. J. C.: a salvação do mundo.
A obra de N. S. J. C. executa-se tanto melhor quanto a oração - que tem o seu lugar no plano divino - implorar mais os socorros do Céu. E compreende-se que o Céu se deixe especialmente vencer quando o invocarem em nome das Chagas redentoras.
Jesus insiste freqüentemente sobre este ponto:
“As invocações às Santas Chagas obter-lhe-ão uma incessante vitória... É preciso que tu bebas sem cessar nestas fontes pelo triunfo da minha Igreja.”
“-Ah! meu bom Mestre, há que tempos Vós me mandais fazer isso!... e o triunfo não chega”, exclamou ela com a sua familiar simplicidade.
“-Minha filha, respondeu o nosso benigno Salvador, devíeis estar bem contentes por eu não castigar mais... Tu seguras-me o braço. - Prometo dar-te o triunfo, mas pouco a pouco.”
E o Santo Fundador vem completar a lição do Mestre:
“Ainda que Nosso Senhor prometa o triunfo por Maria Imaculada, não deveis afrouxar na oração e na oferta das Santas Chagas.”
No momento duma grande perseguição da Igreja, a Irmã Maria Marta pedia muitas vezes a Jesus que cobrisse, com a proteção das Sagradas Chagas, o Soberano Pontífice. Esta oração agradava muito a Nosso Senhor, que mostrou à nossa Irmã Maria Marta que a graça abundava sobre o Santíssimo Padre Pio IX e que as orações feitas pela Comunidade tinham contribuído muito para isso:
“Das minhas Chagas sai para ele uma graça particular.”
Pelo fim de 1867, Nosso Senhor revelou-lhe que “Sua Santidade teria ainda muito que sofrer, que não haveria mais paz, mas que, graças à oração, o Papa poderia subsistir na Santa Sé, em meio à tribulação.”
Vê-se que Nosso Senhor não quer ilusões, o que não O impede de exigir sempre orações:
“Eu quero que esta Comunidade seja o amparo da Santa Sé pela oração e sobretudo pela invocação às minhas Santas Chagas. Vós oporeis assim uma barreira aos meus inimigos.”
Depois, N. S. exprime a satisfação pelas orações feitas:
“Estou contente com as orações que a tua Comunidade faz para amparar a Igreja. Tereis um grau de glória a mais, por terdes sido bons soldados do Santo Padre. - Estareis sempre no caso de o ser. É preciso orar muito pela Santa Igreja.”
Por último, conclui com a certeza duma Proteção, contra a qual nada pode prevalecer:
“Enquanto as minhas Chagas vos guardarem, nada tendes a temer, nem para vós nem para a Igreja! Se esse bem viesse a faltar-vos, compreenderíeis então o que possuíeis.”
Promessas de Nosso Senhor
Nosso Senhor não se contenta com confiar à Irmã Maria Marta as Sagradas Chagas, com expôr-lhe os motivos instantes e os benefícios desta devoção, ao mesmo tempo que as condições que lhe garantem o bom êxito... Ele multiplica também as animadoras promessas. Essas promessas repetem-se tão freqüentemente e sob formas tão variadas, que é forçoso limitarmo-nos; tanto mais que o pensamento é sempre o mesmo no seu fundo. A devoção às Sagradas Chagas não pode enganar:
“Nao temas, minha filha, ‘abusar’ das minhas Chagas, porque não sereis jaàmais enganados, mesmo quando as coisas parecerem impossíveis”.
“Concederei tudo o que me pedirem pela invocação das minhas Sagradas Chagas”.
“E preciso espalhar esta devoção. Obtereis tudo; porque o mérito do meu sangue é dum preço infinito”.
“Com as minhas Chagas e o meu divino Coração, podeis obter tudo”.
As Sagradas Chagas santificam e asseguram o progresso espiritual:
“Das minhas Chagas saem frutos de santidade. Assim como o ouro purificado no cadinho se torna mais belo, assim deves meter a tua alma e as das tuas Irmãs nas minhas Sagradas Chagas; lá elas se aperfeiçoarão como o ouro na fornalha... Podeis purificar-vos sempre nas minhas Chagas. As minhas Chagas repararão as vossas... As minhas Chagas cobrirão todos os vossos pecados... Aqueles que as honrarem terão um verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo. Na sua meditação encontrareis sempre um novo alimento de amor”.
As Sagradas Chagas dão valor a tudo:
“Minha filha, abisma as tuas ações nas minhas Chagas e elas valerão alguma coisa. - Todas as vossas ações, ainda as mais pequenas, banhadas no meu Sangue, adquirirão, por isso só, um mérito infinito e contentarão o meu Coração!... Oferecendo-as pela conversão dos pecadores, ainda que eles se não convertam, tereis diante de Deus o mesmo mérito como se eles se tivessem convertido”.
As Sagradas Chagas são um bálsamo e um reconforto no sofrimento:
“Quando tiverdes algum desgosto, algum sofrimento, recorrei depressa às minhas Santas Chagas e tudo se suavizará. Convém repetir muitas vezes junto dos doentes esta aspiração: Meu Jesus, perdão e misericórdia, pelos méritos das vossas Sagradas Chagas! Esta oração aliviará a alma e o corpo”.
As Santas Chagas têm uma eficácia maravilhosa para a conversão dos pecadores. Um dia a Irmã Maria Marta cheia de amargura ao pensar nos crimes que se cometem exclamava:
“Meu Jesus, tende piedade dos vossos filhos, não olheis para os seus pecados”.
O divino Mestre respondendo à súplica lhe ensinou a aspiração que nós conhecemos já: “Meu Jesus, perdão e misericórdia, pelos méritos etc.”, depois acrescentou:
“Muitas pessoas experimentarão a eficácia desta aspiração. - Eu desejo, proseguiu o Salvador, que os padres as deem muitas vezes como penitência no Santo Tribunal. O pecador que disser a oração seguinte: Padre Eterno eu vos ofereço as Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo para curar as das nossas almas, obterá a conversão”.
As Santas Chagas salvam o mundo e asseguram boa morte:
“As minhas Santas Chagas salvar-vos-ão infalìvelmente... elas salvarão o mundo. É preciso expirar com a boca colada a estas Sagradas Aberturas... - Não haverá morte para a alma que expirar nas minhas Chagas, elas dão a verdadeira vida”.
As Santas Chagas têm muito poder sobre Deus:
“Por vós mesmos, nada sois, mas a vossa alma, unida às minhas Chagas, torna-se poderosa; ela pode até fazer muitas coisas ao mesmo tempo: merecer e obter tudo sem que seja preciso particularizar nada”.
Pousando sobre a cabeça da querida privilegiada a mão adorável, o Salvador ajuntou:
“Agora tens o meu poder. É sempre àqueles que nada têm como tu, que me comprazo em dar mais graças. - O meu poder está nas minhas Chagas, com elas tornar-te-ás poderosa... Sim, tu podes obter tudo, tens todo o poder! Tens mesmo, por assim dizer, mais poder do que Eu; podes desarmar a minha justiça, porque embora tudo venha de mim, quero que orem, que me peçam”.
As Sagradas Chagas serão - em particular - a salvaguarda da Comunidade. Como a situação política se tornasse cada vez mais crítica, em outubro de 1873 fizeram as religiosas uma novena às Santas Chagas de Jesus e Nosso Senhor manifestou imediatamente a sua alegria à confidente do seu Coração, dizendo-lhe depois estas animadoras palavras:
“Amo tanto a tua Comunidade que nunca lhe acontecerá mal algum. Que a tua superiora não se importe com as notícias de fora, porque muitas vezes são falsas. - Só a minha palavra é verdadeira! - Eu vo-lo digo, nada tendes a temer... Se deixásseis a oração, então sim, teríeis que temer. Este terço da misericórdia faz contrapeso à minha justiça, detém a minha vingança”.
Enfim, ratificando de novo o dom das suas Santas Chagas à Comunidade, Nosso Senhor dizia-lhe:
“Eis o vosso tesouro!... O tesouro das vossas Santas Chagas encerra coroas que deveis tomar e dar aos outros oferecendo-as a meu Pai para curar as de todas as almas. - Um dia, essas almas, a quem tiverdes obtido uma santa morte com as vossas orações, hão-de manifestar-vos o seu reconhecimento... - Todos os homens comparecerão no dia do Juízo, na minha presença, e eu mostrarei então as minhas esposas privilegiadas que tiverem purificado o mundo pelas minhas Santas Chagas... Um dia virá, em que vereis estas grandes coisas!...”
“Minha filha, digo·te isto para vos humilhar e não para vos ensoberbecer. Fica sabendo que tudo isto não é para ti, mas para Mim, a fim de que tu me dês almas!...”
* * *
Entre as promessas de N. S. J. C., duas devemos frizar especialmente: as que dizem respeito à Igreja e as que se referem às almas do Purgatório.
O Coração de Jesus!
Se o Salvador descobria assim todas as belezas e todas as riquezas das suas Divinas Chagas à humilde Irmã conversa, poderia Ele deixar de lhe abrir os tesouros da sua grande ferida de amor? “Eis a fonte onde deveis vir buscar tudo; é sobretudo rica para vós! ...”, dizia Jesus mostrando·lhe as suas Chagas num luminoso esplendor, sobresaíndo com um brilho incomparável, no meio de todas, a do seu Adorável Coração:
“Vem à Chaga do meu Divino Lado... - é a Chaga do amor donde saem chamas bem vivas.”
Jesus concedia-lhe às vezes, vários dias seguidos, a graça de ver a Santíssima Humanidade gloriosa. Conservava-se então junto da sua serva, conversava familiarmente com ela, como outrora com a nossa santa Irmã Margarida Maria Alacoque. E esta última, “que nunca deixa o Coração de Jesus” dizia: “Era assim que Nosso Senhor se mostrava a mim”, enquanto o Bom Mestre reiterava os seus amorosos convites:
“Vem ao meu Coração e nada temerás... Coloca aqui os teus lábios para haurires a caridade e a espalhares no mundo... Mete aqui a tua mão para daí tirares os meus tesouros.”
Um dia fez-lhe conhecer o imenso desejo de derramar as graças de que o seu Coração está cheio:
“Toma, lhe disse, porque a medida está cheia. Não posso já contê-las, tão grande é o desejo que tenho de as dar.”
Uma outra vez, foi um convite para utilizar ainda e sempre esses tesouros:
“Vinde receber a efusão do meu Coração que deseja derramar as suas graças! Quero dar-vos da minha abundância, porque hoje recebi na minha misericórdia almas salvas pelas vossas orações.”
A cada instante, sob formas diversas, são apelos a uma vida de união com o Sagrado Coração:
“Conserva-te bem unida a este Coração para receber e espalhar o meu Sangue. Se quereis entrar na luz do Senhor, deveis esconder-vos no meu Coração Divino. Se quereis conhecer a intimidade das entranhas da misericórdia d’Aquele que tanto vos ama, deveis meter-vos na abertura do meu Sagrado Coração com respeito e humildade.”
“Eis o vosso centro. Ninguém poderá impedir-vos de o amar nem fazer-vos amá-lo sem que o vosso coração corresponda. Tudo o que as criaturas disserem não vos pode tirar o vosso tesouro, o vosso amor!... Eu quero que me ameis sem apoio humano.”
Aqui, Nosso Senhor insiste, dirigindo a todas às esposas uma exortaçao instante:
“Quero que a alma religiosa esteja desprendida de tudo porque, para vir ao meu Coração, não deve ter laço nem fio que a prenda à terra; é preciso ir conquistar o Senhor a sós com Ele; é preciso procurar esse Coração no vosso próprio coração.”
Depois dirige-se de novo à Irmã Maria Marta mas, através da dócil serva, visa todas as almas e muito especialmente as almas consagradas:
“Eu tenho necessidade do teu coração para me compensar e fazer companhia... - Ensinar-te-ei a amar-me, porque tu não o sabes fazer: a ciência do amor não se aprende nos livros, ela é apenas dada à alma que contempla o Divino Crucificado e lhe fala de coração a coração. Em cada uma das tuas acções, deves estar unida a mim.”
E Nosso Senhor faz-lhe compreender as condições e os frutos maravilhosos da união íntima com o seu Divino Coração:
“A esposa que não se reclina sobre o peito do seu Esposo nas penas e no trabalho, perde o tempo. Quando ela cometeu faltas, deve reclinar-se sobre o meu Coração com grande confiança. Neste foco ardente desaparecem as vossas infidelidades; o amor queima-as, consome-as todas!... - É preciso que me ameis, que me abandoneis tudo. - Deveis repousar-vos sobre o Coração do vosso Mestre como S. João. - Dais-lhe grande glória amando-O assim.”
Ah! como Jesus deseja o nosso amor! Ele o mendiga!
Aparecendo um dia com toda a glória da Ressurreição, disse à sua bem-amada, com um profundo suspiro:
“Com isto, minha filha, mendigo como o faria um pobrezinho: Eu sou um mendigo de amor! Chamo os meus filhos um por um... , olho-os com complacência quando vêm a Mim... Espero-os!”
E tomando realmente o aspecto de um mendigo, repetia-lhe ainda, cheio de tristeza:
“Eu mendigo o amor, mas o maior número, mesmo entre almas religiosas, recusa-me este amor! Minha filha, ama-Me puramente por Mim-mesmo, sem olhar ao castigo ou à recompensa.”
E designando-lhe a nossa santa Irmã Margarida Maria cujo olhar “devorava” o Coração de Jesus, disse-lhe:
“Esta amou-me com este amor puro e unicamente por Mim só!...”
A Irmã Maria Marta procurava amar assim. Como um foco imenso, o Sagrado Coração a atraía a si por ardores indizíveis... Ela ia para o seu Bem-Amado por impulsos de amor que a consumiam... mas que, ao mesmo tempo, deixavam na sua alma uma suavidade inteiramente divina! E Jesus dizia-lhe:
“Minha filha, quando escolho um coração para me amar e fazer a minha vontade, acendo nele o fogo do meu amor. - Contudo não avivo esse fogo contìnuamente, com receio de que o amor próprio ganhe alguma coisa e que recebam as minhas graças por hábito. - Retiro-me de tempos a tempos para deixar a alma entregue à própria fraqueza. Ela vê então que está só... comete faltas e essas quedas a mantêm na humildade... Mas por causa dessas faltas não abandono a alma que escolhi; olho-a sempre. Eu não sou tão exigente, perdôo e volto... Cada humilhação vos une mais ìntimamente ao meu Coração. Não vos peço grandes coisas, quero simplesmente o amor do vosso coração. Estreita-te contra o meu Coração e descobrirás toda a bondade que ele encerra. - É lá que aprenderás a doçura e a humildade. Vem, minha filha, meter-te dentro dele. Esta união não é somente para ti, mas para todos os membros da tua Comunidade. Diz à tua superiora que venha depôr nesta abertura todas as ações das tuas Irmãs, mesmo os recreios: lá estarão como num banco e serão bem guardadas.”
Detalhe comovente entre mil outros: Quando a Irmã Maria Marta, nessa noite, deu conta de tudo à superiora, não pôde conter-se sem interromper e perguntar:
“Minha Madre, que quer dizer esta palavra banco?”
Era uma pergunta filha da sua cândida ignorância... Depois continuou a sua mensagem:
“Por meio da humildade e do aniquilamento, devem os vossos corações unir-se ao meu... Ah! minha filha, se tu soubesses quanto o meu Coração sofre com a ingratidão de tantos corações!... É preciso que unais as vossas penas às do meu Sagrado Coração.”
É mais particularmente ainda às almas encarregadas da direção doutras, diretoras ou superioras, que o Coração de Jesus se abre com as suas riquezas:
“Tu farás um grande ato de caridade oferecendo todos os dias as minhas Divinas Chagas por todas as diretoras do Instituto”.
“Dirás à tua mestra que venha encher a sua alma na Fonte e amanhã, o coração dela estará cheio para derramar as minhas graças sobre vós. É a ela que compete acender o fogo do santo amor nas almas, falando-lhes muitas vezes nos sofrimentos do meu Coração. Concederei a todas a graça de compreenderem as máximas do meu Sagrado Coração. Por meio do trabalho e da correspondência da alma, todas lá chegarão à hora da morte.”
“Minha filha, as tuas superioras são as depositárias do meu Coração; é preciso que eu possa dar às suas almas todas as graças e sofrimentos que desejo. Diz à tua Madre que venha buscar a estas Fontes (o seu Coração e as suas Chagas) o que precisa para as tuas Irmãs... - Ela deve olhar para o meu Coração Sagrado e confiar-lhe tudo, sem se importar com o que dizem os homens.”
A coroa de espinhos
Uma coisa tocante é que Jesus reclama para a sua Augusta Cabeça coroada de espinhos um culto especialíssimo de veneração, de reparação e de amor. - A coroa de espinhos foi para Ele causa de sofrimentos particularmente cruéis:
“A minha coroa de espinhos fez-me sofrer mais do que todas as outras Chagas, confiou Ele à sua espôsa, foi o meu mais cruel sofrimento depois do Jardim das Oliveiras. Para o aliviar, é preciso observar bem a vossa regra”.
Ela é para a alma fiel, até à imitação, uma fonte de méritos:
“Vê, diz-lhe Ele, esta cabeça que foi trespassada por teu amor e por cujos méritos deves um dia ser coroada. Feliz a alma que a tiver contemplado bem e sobretudo a tiver praticado!... Eis onde está a vossa vida; caminhai nela simplesmente e caminhareis com segurança. As almas que tiverem contemplado e honrado a minha coroa de espinhos na terra, serão a minha coroa de glória no Céu!”
“Por um instante que contemplardes esta coroa na terra, dar-vos-ei uma para a eternidade... é ela, é a coroa de espinhos, que vos ganhará a da glória.”
Ela é o dom de escolha que Jesus concede aos seus privilegiados:
“A minha coroa de espinhos, eu a dou aos meus privilegiados. É o bem próprio das minhas esposas e das almas favorecidas. - Ela é a alegria dos bem-aventurados, mas para os meus bem-amados sôbre a terra, é um sofrimento.” - (Do lugar de cada espinho, a nossa Irmã via sair um raio de glória que não se pode descrever.)
“Os meus verdadeiros servos procuram sofrer como eu, mas nenhum pode atingir o grau de sofrimento que eu suportei.”
Jesus pede a essas almas uma compaixão ainda mais terna pela sua Adorável Cabeça. Ouçamos este grito do coração que Ele dirige à Irmã Maria Marta mostrando-lhe a sua Cabeça ensangüentada, toda trespassada e exprimindo um sofrimento tal, que a pobrezinha não sabia em que termos explicá-lo:
“Aqui tens Aquele que procuras... vê em que estado está!.. Olha... arranca os espinhos da minha Cabeça, oferecendo os méritos das minhas Chagas pelos pecadores... Vai em busca das almas.”
Como vemos, nestes chamamentos do Salvador, repercute-se sempre como um eco do eterno sítio, a preocupação da salvação das almas:
“Vai em busca das almas.”
“Aqui tens a tua instrução: o sofrimento, para ti; as graças que deves obter, para os outros”.
“Uma única alma que faça as suas ações em união com os méritos da minha santa coroa ganha mais que a Comunidade inteira.”
A estes fortes apelos, o Mestre sabe juntar estímulos que inflamam os corações e fazem aceitar todos os sacrifícios. Foi assim que, em outubro de 1867, Ele se apresentou ao olhar extasiado da nossa jovem Irmã, com esta coroa toda cercada duma glória deslumbrante:
“A minha Coroa de Espinhos iluminará o Céu e todos os bem-aventurados! Na terra há algumas almas privilegiadas a quem a mostrarei, mas a terra é muito tenebrosa para a ver.”
“Vê como é bela depois de ter sido tão dolorosa!”
O Bom Mestre vai ainda mais longe. Ele associa-se aos triunfos como aos sofrimentos dela... Faz-lhe entrever a glorificação futura. Aplicando-lhe, com vivas dores, esta santa Corôa sobre a cabeça diz-lhe:
“Toma a minha coroa, e neste estado te contemplarão os meus bem-aventurados.”
Depois, dirigindo-se aos santos e designando a sua querida vítima:
“Aqui está, diz-lhes, o fruto da minha coroa.”
Sendo a Santa Coroa a felicidade dos justos, é ao contrário um objeto de terror para os maus. Foi o que um dia viu a Irmã Maria Marta num quadro oferecido à sua contemplação por Aquele que gostava de a instruir desvendando-lhe os mistérios de Além-Túmulo. Iluminado com os esplendores desta Divina Coroa, apareceu à sua vista o Tribunal onde as almas hão-de ser julgadas. Elas passavam contìnuamente diante do Juiz Soberano. As almas que tinham sido fiéis durante a vida, lançavam-se com confiança nos braços do Salvador. As outras, ao verem a Santa Coroa e lembrando-se do amor de Nosso Senhor, que tinham desprezado, precipitavam-se, horrorizadas, nos abismos eternos... - Foi tão impressionante esta visão, que a pobre Irmã, contando-a, tremia ainda de receio e de espanto.
Motivos da devoção às Sagradas Chagas
Confiando à Irmã Maria Marta esta “missão”, o Deus do Calvário comprazía-se em revelar à sua alma arrebatada os inumeráveis motivos de invocar as Chagas Divinas, assim como os benefícios desta devoção. Todos os días, em todos os instantes, para a excitar a fazer-se uma ardente apóstola, Jesus lhe descobre os inapreciáveis tesouros destas fontes de vida:
“Nenhuma alma, depois da minha Santa Mãe, teve como tu a graça de contemplar, de dia e de noite, as minhas Sagradas Chagas”.
“Minha filha, conheces o tesouro do mundo?... O mundo não quer conhecê-lo”.
“Eu quero que tu as vejas assim, para que melhor compreendas o que fiz vindo sofrer por ti”.
“Minha filha, todas as vezes que ofereceis a meu Pai os méritos das minhas Divinas Chagas, ganhais uma fortuna imensa. Sois semelhante àquele que encontrasse na terra um grande tesouro, mas como não podeis conservar esta riqueza, Deus retoma-a, e minha Divina Mãe também, para vo-la restituir no momento da morte e aplicar os seus méritos às almas que deles carecem, porque vós deveis aplicar a riqueza das minhas Sagradas Chagas. É preciso que não fiqueis pobres porque o vosso Pai é muito rico!... A vossa riqueza? é a minha santa Paixão!”
“Aquele que está na necessidade, que venha com fé e confiança, que tire constantemente o que precisa, do tesouro da minha Paixão e das aberturas das minhas Chagas!”
“Este tesouro pertence-vos!... Tudo está nele! tudo - exceto o inferno!”
“Uma das minhas criaturas traiu-me e vendeu o meu sangue, mas vós podeis tão facilmente reuni-lo gota a gota!... - Uma só gota basta para purificar o mundo... e vós não pensais nisso!... não conheceis o seu valor!”
“Os algozes fizeram bem trespassando-me o lado, as mãos e os pés, porque abriram assim fontes donde correrão eternamente as águas da minha misericórdia. Só o pecado, que foi a sua causa, é preciso detestá-lo. Meu Pai compras-se na oferta das minhas Sagradas Chagas e das dores da minha Divina Mãe. Oferecer-lhas é oferecer-lhe a sua glória, é oferecer o Céu ao Céu”.
“Eis com que pagar as dívidas de todos! - Porque, oferecendo a meu Pai o mérito das minhas Sagradas Chagas, satisfazeis pelos pecados dos homens.”
Jesus estimula-a - e a nós com ela, - a aproveitar esse tesouro:
“É preciso confiar tudo às minhas Divinas Chagas e trabalhar na salvação das almas por meio dos seus méritos.”
Pede-nos que o façamos com humildade:
“Quando abriram as minhas Sagradas Chagas, o homem teve ‘vaidade’ julgando que elas se fechariam, mas não, elas serão eternas, e eternamente contempladas por todas as minhas criaturas. Digo-te isto, para que tu não as contemples com rotina, mas que as veneres com grande humildade”.
“A vossa vida não é deste mundo; tirai as Chagas de Jesus e tornar-vos-eis terrestres... Sois muito materiais para compreender toda a extensão das graças que recebeis pelos seus meritos... Vós não olhais suficientemente para o sol na sua plenitude... Nem mesmo os meus sacerdotes contemplam suficientemente o Crucifixo. Eu quero que me honrem todo”.
“A seara é grande, abundante, é preciso humilhar-vos, mergulhar-vos no vosso nada para colher almas, sem olhardes para o que já fizestes”.
“É preciso não temer mostrar as minhas Chagas às almas... O caminho das minhas Chagas é tão simples e tão fácil para ir para o Céu!”
Pede-nos Ele que o façamos com corações de serafins. - Mostrando-lhe um grupo desses espíritos angélicos que se comprimiam em torno do altar, durante a Santa Missa, Jesus disse à Irmã Maria Marta:
“Eles contemplam a beleza, a santidade de Deus! admiram, adoram... não podem imitar. Quanto a vós, é preciso sobretudo que contempleis os sofrimentos de Jesus para vos conformardes com Ele. - É preciso que venhais às minhas Chagas, com os corações bem inflamados, bem ardentes e fazer, com grande fervor, as aspirações para obterdes graças que solicitais.”
Pede-nos que o façamos com uma fé ardente:
“As minhas Chagas estão bem frescas, é preciso que as ofereçais como se fosse a primeira vez”.
“Na contemplação das minhas Chagas encontrareis tudo, para vós e para os outros”.
“Faço-tas ver para que nelas entres.”
Pede-nos que o façamos com confiança:
“É preciso que não vos inquieteis com as coisas da terra, minha filha, vereis na eternidade o que ganhastes pelas minhas Chagas. As Chagas dos meus Sagrados Pés são um oceano. Traze a elas todas as minhas criaturas; essas aberturas são bastante grandes para nelas as alojar todas.”
Pede-nos que o façamos com espírito de apostolado e sem jamais nos cansarmos:
“É preciso que oreis muito para que as minhas Sagradas Chagas se espalhem no mundo.” (Neste momento, sob os olhos da vidente, partiram das Chagas de Jesus cinco raios luminosos, cinco raios de glória, que envolveram o globo.) “As minhas Sagradas Chagas sustentam o mundo. É preciso pedir-me a firmeza no amor das minhas Chagas, porque elas são a fonte de todas as graças. É preciso invocá-las muitas vezes... levar a isso o próximo... É preciso falar e tornar a falar delas para imprimir essa devoção nas almas... Será preciso muito tempo para estabelecer esta devoção, trabalhai nela com coragem”.
“Todas as palavras ditas a respeito das minbas Chagas me dão prazer, um indizível prazer!... Conto-as todas”.
“Mesmo que haja pessoas que não queiram vir às minhas Chagas, é preciso que tu, minha filha, aí as faças entrar!”
Um dia em que a Irmã Maria Marta sentia uma sede ardente, disse-lhe o seu Bom Mestre:
“Minha filha, vem a mim e eu te darei uma água que te saciará! No Crucifixo, há tudo: há com que saciar, há para todas as almas!”
“Minha filha, eu quero que tu bebas nas minhas Chagas para dar aos pequeninos”.
“Com as minhas Chagas tendes tudo! Elas fazem obras sólidas, não pelo gozo, mas pelo sofrimento”.
“Vós sois operárias que trabalhais no campo do Senhor: com as minhas Chagas, ganhais muito e sem dificuldade. Oferece-me as tuas ações e as de tuas Irmãs, unidas às minhas Sagradas Chagas; nada as pode tornar mais meritórias nem mais agradáveis aos meus olhos. - Há riquezas incompreensíveis, mesmo nas mais pequenas.”
Convém notar o seguinte: nas manifestações e confidências de que acabamos de falar, o Divino Salvador não se apresentava sempre à Irmã Maria Marta com todas as suas adoráveis Chagas, às vezes mostrava-lhe apenas uma à parte. Foi assim que um dia, depois deste ardente convite:
“Deves aplicar-te a curar as minhas feridas contemplando as minhas Chagas.”
Ele lhe descobre o seu pé direito, dizendo:
“Quanto não deves respeitar esta Chaga e esconder-te nela como a pomba!”
Uma outra vez mostra-lhe a sua mão esquerda:
“Minha filha, tira da minha mão esquerda os meus méritos para as almas, para que elas estejam à minha mão direita por toda a eternidade... As almas religiosas estarão à minha direita para julgar o mundo, mas, antes disso, pedir-lhes-ei conta das almas que deveriam salvar.”
A “Missão”
“Uma coisa me penaliza, dizia o doce Salvador à sua humilde serva, é que há almas que olham a devoção às minhas Chagas como estranha, como desprezível, como uma coisa que não convém ... e é por isso que ela cai no esquecimento. No Céu, eu tenho santos que tiveram uma grande devoção às minhas Sagradas Chagas, mas na terra, quase ninguém me honra desta forma.”
Esta queixa tem todo o fundamento! Num mundo onde “gozar” parece ser a única preocupação, quantas pessoas, mesmo cristãs, perderam a noção do sacrifício!... Pouquíssimas almas compreendem a cruz! Muito poucas se aplicam a meditar a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que S. Francisco de Sales chama, tão justamente, “a verdadeira escola do amor; o mais doce e o mais violento impulso da piedade”.
Ora, Jesus não quer que fique inexplorada esta mina inesgotável, nem que fiquem esquecidos e perdidos os frutos das Sagradas Chagas. Escolherá - e não faz Ele sempre assim? - o mais humilde dos instrumentos para executar a sua obra de amor. No dia 2 de outubro de 1867, a Irmã Maria Marta assistia a uma “tomada de hábito”, quando, abrindo-se a abóbada dos Céus, ali viu ela desenrolar-se a mesma cerimônia com um esplendor bem diferente do da terra. Toda a Visitação do Céu estava presente, e as primeiras madres, voltando-se para ela, como para lhe anunciar uma boa nova, disseram-lhe todas contentes:
“O Pai Eterno deu à nossa Santa Ordem o seu Filho, de três maneiras:
“1.° Jesus Cristo, a sua Cruz e as Chagas, a esta casa particularmente.
“2.° O seu Sagrado Coração.
“3.° A sua Santa Infância para honrar; é preciso que tenhais toda a simplicidade duma criança nas vossas relações com Ele.”
Este tríplice dom não parece novo. Remontando às origens do Instituto, encontramos na vida da nossa Madre Ana Margarida Clément, contemporânea de Santa Joana de Chantal, estas três devoções que distinguiram todas as religiosas formadas por ela. Alguns dias mais tarde, a nossa Rev.ma Madre Maria Paulina Deglapigny, falecida havia dezoito meses, apareceu à sua antiga filha e confirmou-lhe o dom das Sagradas Chagas: “A Visitação, disse-lhe ela, já tinha uma grande riqueza, mas não era completa. Eis aí porque é ditoso o dia em que deixei a terra, pois, em lugar de terdes somente o Sagrado Coração de Nosso Senhor, tereis toda a Santa Humanidade, isto é, as suas Sagradas Chagas. Eu pedi esta graça para vós.”
O Coração de Jesus! ah! quem o possue não possuirá Jesus todo? todo o amor de Jesus?... Sem dúvida. Mas as Sagradas Chagas são como que a expressão prolongada - e bem eloqüente - desse amor. Por isso é que Jesus quer que O honremos todo e que adorando o seu Coração ferido, não esqueçamos as suas outras Chagas, abertas também pelo amor. E não deixa de oferecer interesse, a êste propósito, comparar o dom da Humanidade Padecente de Jesus, feito à nossa Irmã Maria Marta, com o que foi concedido, na mesma época, à nossa venerável Madre Maria de Sales Chappuis: o dom da Humanidade Santa do Salvador.
S. Francisco de Sales, nosso bem-aventurado pai, que muitas vezes visitava a sua querida filha para a instruir paternalmente, também a confirmou na certeza da sua “missão”. Um dia que eles conversavam juntos, disse-lhe ela com a sua costumada ingenuidade:
- “Meu Pai, bem sabeis que as nossas Irmãs, não teem confiança nas minhas afirmações, porque eu sou muito imperfeita.”
- “Minha filha, respondeu o santo, as vistas de Deus não são as da criatura, - a criatura julga segundo as vistas humanas. - Deus dá as suas graças a uma miserável que nada tem, a fim de que tudo a Ele se atribua. Deves estar bem contente com as tuas imperfeições, porque elas escondem os dons de Deus. - Deus escolheu-te para completar a devoção ao Sagrado Coração: o Coração foi mostrado à minha filha Margarida Maria, e as Sagradas Chagas à minha pequenina Maria Marta!... É uma alegria para o meu coração de Pai, que esta honra seja prestada por vós a Jesus Crucificado! Isto faz o complemento da Redenção que Jesus tanto desejou!”
A SS.ma Virgem veio também, num dia da Visitação, confirmar a jovem Irmã no seu caminho. Acompanhada dos nossos santos fundadores e da nossa santa Irmã Margarida Maria, disse-lhe com bondade:
“Eu dou o meu fruto à Visitação, assim como o levei à minha prima Isabel. - O teu Santo Fundador reproduziu os trabalhos, a doçura e a humildade de meu Filho; a tua Santa Mãe de Chantal, a minha generosidade, passando por cima de todos os obstáculos para se unir a Jesus e fazer a sua santa vontade; a tua bem-aventurada Irmã Margarida Maria, reproduziu o Sagrado Coração de meu Filho para o dar ao mundo... E tu, minha filha, foste escolhida para deter a justiça de Deus fazendo valer os méritos da Paixão e das Sagradas Chagas do meu único e bem-amado Filho, Jesus...”
E como a Irmã Maria Marta opusesse algumas objeções sobre as dificuldades que havia de encontrar, disse-lhe a Virgem Imaculada:
“Minha filha, não vos inquieteis, nem tu, nem a tua superiora, porque o meu Filho sabe bem o que há-de fazer... Quanto a vós, fazei só, dia a dia, o que Jesus deseja...”
Os convites e as exortações da SS.ma Virgem multiplicavam-se e tomavam todas as formas:
“Se quereis riquezas, ide buscá-las às Sagradas Chagas de meu Filho... Todas as luzes do Espírito Santo saem das Chagas de Jesus, mas recebereis estes dons à proporção da vossa humildade...”
“Eu sou a vossa Mãe e digo-vos: ide buscar as graças às Chagas de meu Filho!... Sugai o sangue até o esgotar, o que, afinal, nunca aconteceria.”
“É preciso que tu, minha filha, apliques as Chagas de meu Filho pelos maus, para os converter.”
Depois das intervenções das primeiras madres, do nosso santo fundador (S. Francisco de Sales) e SS.ma Virgem, não devemos esquecer neste quadro, as de Deus-Pai, por quem a nossa querida Irmã sentiu sempre uma ternura, uma confiança filial e que por Ele foi divinamente amimada. - Foi Ele quem primeiro a instruiu acerca da sua “missão” futura e lha recordava de tempos a tempos:
“Minha filha, dou-te o meu Filho para te ajudar durante o dia, a fim de poderes pagar tudo o que deves à minha justiça por todos. Tirarás constantemente das Chagas de Jesus aquilo com que deves pagar as dívidas dos pecadores.”
A Comunidade fazia procissões e orações por diversas necessidades:
“Tudo isso que me dais nada é, declarou Deus-Pai.”
“- Se não é nada, replicou a audaciosa Irmã, ofereço-Vos tudo o que o Vosso Filho fez e sofreu por nós.”
“- Ah! responde o Pai Eterno, isso é muito!”
Por sua vez, Nosso Senhor, para fortificar a sua serva, assegura-lhe, muitas vezes, que ela é realmente chamada a reavivar a devoção às Chagas redentoras:
“Eu te escolhi para despertar a devoção à minha Santa Paixão nos desgraçados tempos em que viveis.”
Depois, mostrando-lhe as suas Sagradas Chagas como um livro onde queria ensinar-lhe a ler, ajunta o Bom Mestre:
“Não tires os olhos deste livro e nele aprenderás mais do que os maiores sábios. A oração às Sagradas Chagas compreende tudo.”
Noutra ocasião, durante o mês de junho, estando ela prostrada aos pés do SS.mo Sacramento, Nosso Senhor abrindo o seu Coração Sagrado, como a fonte de todas as outras Chagas, insiste ainda:
“Eu escolhi a minha fiel serva Margarida Maria para divulgar o meu Divino Coração, e a minha pequenina Maria Marta para insinuar a devoção às outras minhas Chagas!... As minhas Chagas salvar-vos-ão infalìvelmente; elas salvarão o mundo.”
Numa outra circunstância disse-lhe:
“O teu caminho é tornar-me conhecido e amado pelas minhas Sagradas Chagas, sobretudo no futuro.”
Pede-lhe que ofereça incessantemente as suas Divinas Chagas pela salvação do mundo:
“Minha filha, o mundo será mais ou menos perturbado, conforme tu tiveres feito a tua tarefa... Tu foste escolhida para satisfazer a minha justiça. Encerrada no claustro, deves viver na terra como se vive no Céu, amar-me, orar incessantemente para apaziguar a minha vingança e renovar a devoção às minhas Sagradas Chagas.
“Eu quero que, por esta devoção, não só as almas com quem vives sejam salvas, mas ainda muitas outras!”
«Um dia, pedir-te-ei contas se tu aproveitaste bem este tesouro em favor de todas as minhas criaturas”.
“Verdadeiramente, lhe disse Ele mais tarde, verdadeiramente, minha esposa, Eu habito neste lugar e em todos os corações!... Neles estabelecerei o meu reino de paz, destruirei pelo meu poder, todos os obstáculos, porque Eu sou o Senhor dos corações e conheço todas as misérias... Tu, minha filha, és o canal das minhas graças. Fica sabendo que o canal nada tem de seu, não tem senão aquilo que fazem passar por dentro dele. É preciso que, como canal, não guardes nada e digas tudo o que te comunico”.
“Eu te escolhi para fazeres valer os méritos da minha Sagrada Paixão por todos; mas quero que te conserves sempre escondida. - A mim me compete anunciar mais tarde que é por êste meio que o mundo há-de ser salvo - e também pelas mãos de minha Mãe Imaculada!...”