Category: Notícias e atualidade
Antônio Machado
[Na última terça-feira (4/12/2018), um advogado foi detido após interromper um Ministro em pleno vôo comercial e declarar que o Supremo Tribunal Federal é "uma vergonha". O que pensar acerca desse episódio? Antônio Machado, redator da Revista Permanência, analisou o episódio no artigo que publicamos abaixo.]
É da natureza das coisas que toda credulidade termine em decepção. Fiar-se numa quimera, numa promessa inexeqüível, é o justo castigo que se auto-infligiu o homem moderno ao rechaçar a Fé e a Esperança cristãs. Estas, que são virtudes verdadeiras, conduzem à felicidade eterna no céu e, já aqui na terra, antecipam-na pela vida da graça, semen gloriae. Mas o homem humanista, o homem naturalista, tem lá suas moedas falsas com que pretende, como se possível fosse, defraudar o céu e a terra para arrebatar-lhes uma felicidade de Babel. Fabrica para si os erros em que piamente crê ― corruptela da Fé ― e as promessas de um “mundo melhor”, de um “paraíso nesta vida”, que julga factíveis ― corruptela da Esperança.
Ora, o Liberalismo é por excelência uma grande quimera. Apresenta como fim último do homem o que não passa de um meio: a liberdade. Deposita sua esperança num ideal impossível: a igualdade. E promete desse modo chegar à fraternidade, essa contrafação mundana da Caridade. A prometida sociedade fraterna do porvir é a paródia liberal da bem-aventurança celeste. Mas, bem ao contrário disso, resulta um atomismo social que destrói todos os laços mais profundos entre os homens (solução da direita individualista), ou um Leviatã onipotente capaz de forçar a fraternidade involuntária (solução da esquerda coletivista), ou ainda uma curiosa mistura de uma e outra coisa, que parece ser o vetor final do jogo de forças direita-esquerda. (Continue a ler)
William Kilpatrick
Enquanto escrevo este artigo, as notícias narram que Kabul caiu nas mãos dos Talibãs, que o presidente do Afeganistão está foragido e que o novo governo será nomeado de Emirado Islâmico do Afeganistão. Enquanto isso, está sendo noticiado que a Embaixada dos EUA foi evacuada, mas não está claro, ainda, se os funcionários da Embaixada conseguiram sair do país.
Até ontem [15 de Agosto de 2020], muitos na administração Biden estavam dizendo que nada disso iria acontecer, ou que, se acontecesse, não aconteceria em um longo tempo. Mas está acontecendo agora. E a velocidade da tomada nos deve levar a fazer uma reflexão.
Nos últimos dois anos, houve uma cascata de eventos súbitos para os quais poucos estavam preparados – levantes violentos em centenas de cidades americanas, uma elevação do crime, uma pandemia mundial, a eleição controversa de um presidente alienado da realidade, o ressurgimento de tensões raciais e uma invasão de centenas de milhares de imigrantes ilegais na nossa fronteira do Sul. Mais chocante que tudo, as rédeas do governo americano, agora, estão nas mãos de esquerdistas.
Desde uma perspectiva histórica, tudo ocorreu em um piscar de olhos. E – ao menos para a maioria dos americanos – foi tudo inesperado.
A rápida e inesperada derrota do governo afegão deveria servir de aviso para o fato de que tempos mais turbulentos e perigosos estão à vista. Não é uma previsão difícil de se fazer. Nossa derrota no Afeganistão advém, de várias maneiras, da ilusão mesma dos “woke”(**) que permitiu à anarquia e ao caos moral crescerem e prosperarem nos EUA.
De fato, muitos de nossos erros de cálculo no Afeganistão parecem estar fundados diretamente no mesmo tipo de pensamento mágico que, agora, permeia nossas escolas, nossos conselhos municipais e até mesmo nossas Forças Armadas. Em tempos de crise, nós dependemos de que nossos militares estejam sempre um passo à frente ao lidarem com um inimigo como os Talibãs. Mas, agora, parece que nossas Forças Armadas foi uma das primeiras instituições a sucumbir à doutrina “woke” – isto é, ao wishful thinking. Como os ativistas radicais que pediam o corte de verbas da polícia, generais radicais, entusiasticamente, apoiaram programas que levaram a um desarmamento moral das tropas.
Em vez de aumentar o moral, a coesão das unidades e a prontidão, solaparam essas qualidades ao introduzir treinamento em teoria racial crítica, racismo sistemático, preconceito com brancos e orgulho LGBT. É claro, como o bom senso indica, tais programas serviram apenas para aumentar as divisões entre as tropas: negros contra brancos, cristãos e conservadores contra liberais e esquerdistas etc. A "grande ideia" da Força Aérea para aumentar o moral foi trazer drag queens para entreter os aviadores. As pessoas que sancionaram esses bizarros programas de treinamento não eram funcionários do baixo escalão, mas do topo do topo. O Secretário de Defesa Lloyd Austin presidiu um evento de “orgulho gay” no Pentágono e, em outra ocasião, anunciou que combater a mudança climática era a maior prioridade dos militares. Por outro lado, o General Mark Milley, o Estado-Maior Conjunto dos EUA e ex-comandante das nossas tropas no Afeganistão, parece pensar que a “supremacia branca” é a maior ameaça a nossa nação. Posições semelhantes têm sido adotadas pelo Comandante da Marinha, Almirante Michael Gilday, pelo Estado-Maior da Força Aérea, Charles Q. Brown Jr., e por vários outros oficiais de alta patente.
Com toda essa engenharia social em suas mentes, não é de espantar que os generais não tivessem muito tempo para pensar na ameaça dos Talibãs. Além disso, esse tipo de doutrinação a que nossas tropas têm sido submetidas não apenas solapa a coesão, a unidade e o moral da tropa (suicídios estão em alta recorde), mas também distrói a lógica por trás da defesa do próprio país. Se a sua pátria é apresentada como a nação mais preconceituosa e racista da história, por que arriscar a vida lutando por ela? Se os EUA não são melhores que os Talibãs (ou o ISIS, ou Al-Qaeda), então que direito temos de intervir?
Esses mitos “woke” inibiram muito a eficiência dos militares no Afeganistão e em outros lugares. Mas a ilusão mais perigosa na qual acreditam tanto os militares, quanto governos sucessivos diz respeito ao Islã em si. É a ilusão de que o Islã é uma religião de paz. A noção ilusória de que a cultura e a religião islâmicas não são diferentes da nossa, ou que os muçulmanos devotos querem o mesmo que o Ocidente – liberdade de consciência, tolerância de opiniões divergentes, democracia e a igualdade de homens e mulheres.
Qualquer um que tenha conhecimento do Corão, da Hadith e da Sharia ou da história do Islã sabe que, quanto mais devoto um muçulmano é, menos provável será que queira alguma dessas coisas. Muitos de nossos politicos, porém, não são pessoas religiosas, de modo que tendem a subestimar a importância da religião na vida das pessoas. Ora, o Talibã, Al-Qaeda, ISIS, Boko Haram e afins são profundamente religiosos. Eles não estão lutando, apenas, por terra, ou por recursos naturais, mas por Allah. As guerras que travam são guerras religiosas. E um dos princípios maiores da religião deles é que o mundo inteiro deve estar submetido a Allah. Como o comandante do Talibã Muhammed Arif Mustafa, recentemente, afirmou: “É nossa crença que, um dia... A lei islâmica virá não apenas para o Afeganistão, mas para todo o mundo... a Jihad não terminará até o fim dos tempos”. Por essa razão, a maioria desses incentivos oferecidos pelos EUA e pela OTAN, que lembram uma cenoura penduradas num graveto, simplesmente não funcionarão – e menos ainda o aviso de Jen Psaki de que os Talibãs estão correndo risco de perder prestígio perante a “comunidade internacional”.
A ameaça do Islã tem sido muito subestimada, porque pouquíssimos realmente tentaram compreender o Islã, seu fundador beligerante e seu ethos guerreiro. Embora gerações de americanos tenham se entusiasmado com filmes de James Bond estrelando vilões maus que buscam a dominação global, parecem esquecidos da possibilidade de que ideologias na vida real, de fato, busquem essa dominação global. E, ainda assim, uma das lições mais claras da História é que é exatamente isso que o Islã quer.
Um indício da falta de entendimento do Islã e de suas ambições globais é que o significado dos atentados de 11/09 está sumindo da memória. Muitos da geração “woke” eram, apenas, bebês no tempo dos ataques, então não experimentaram a sensação de choque e pavor sentida por muitos americanos por anos após o ataque. Mas esse medo desapareceu com o passar do tempo. Recentemente, muitas das famílias das vítimas do 11/09 se sentiram ultrajadas com alegações da mídia de que os acontecimentos no Capitólio de 6 de Janeiro, que resultaram em uma morte, foram piores que os ataques do 11/09, que deixaram quase 3 mil mortos e geraram guerras.
Haverá outro 11/09? Infelizmente, seria difícil dizer o contrário. Devido a nossa relutância em tirar lições daquele acontecimento, parece que estamos fadados a receber lições ainda mais duras. Dado o modo rápido e decisivo com que o Talibã retomou o Afeganistão, outro ataque parece bastante provável.
De fato, parece provável que, agora, testemunharemos um ressurgimento poderoso da atividade islâmica de jihad em todo o mundo. A partida humilhante das forças americanas do Afeganistão será tomada como um sinal da vontade de Allah por muitos muçulmanos ao redor do mundo. Alguns dos aliados dos EUA a interpretarão como um sinal de que não podem mais confiar nos EUA, e alguns optarão por tomar uma posição mais neutra na guerra contra o terrorismo islâmico. Assim como o exército afegão acabou se rendendo ao Talibã, também podemos esperar que outros povos em terras que estão combatendo jihadistas abandonarão a luta e aceitarão o duro jugo da Sharia, para não correrem o risco de perder tudo.
Aqui, nos EUA, devemos nos perguntar se estamos prontos para outro ataque da mesma magnitude que o 11/09. A Polícia de Nova York, por exemplo, está preparada? Eles estão seriamente desmoralizados com o fracasso do prefeito progressita em lhes dar apoio. Enquanto isso, muitos policiais abandonaram a corporação ou aposentaram-se mais cedo em razão do sentimento antipolicial, de taxas crescentes de criminalidade e das tentativas de cortes de verbas da polícia. Estarão eles de prontidão [para os ataques terroristas], ou estarão preocupados com outras coisas, tentando defender-se de ataques físicos ou verbais?
Ainda que a polícia americana se mantenha firme, e quanto ao resto do mundo? Como Osama bin Laden uma vez observou, os homens, naturalmente, preferirão um cavalo forte a um cavalo fraco. E, cada vez mais, o Islã radical parece ser o cavalo forte. A Turquia, a China, o Paquistão e o Irã já sinalizaram que reconhecerão o Talibã como o governo legítimo do Afeganistão. Todos eles estão prontos a fornecer armas e dinheiro ao Talibã. Enquanto isso, o Talibã adquiriu armas – fuzis americanos, artilharia, Humvees, drones e helicópteros abandonados pelo exército afegão em debandada. Eles também libertaram cerca de 5 mil prisioneiros Talibãs e Al-Qaeda experientes em combates da Base Aérea de Bagram. Inspirados em seus ímans e no Corão, esses lutadores não estarão muito inclinados a se aposentarem e a viverem vidas pacíficas daqui em diante.
Para muitos muçulmanos – especialmente muçulmanos jovens – a vitória será fonte de inspiração para aderir à jihad, e o número de recrutamentos provavelmente explodirá. O sangue fresco poderia virar a balança em muitas áreas em combate – por exemplo, em partes da África, as Filipinas e a Índia.
A Índia, é claro, tem armas nucleares – várias delas. E isso traz outra possibilidade assustadora. Ao derrotar o exército afegão, os Talibãs adquiriram um considerável número de armas avançadas. Outras forças islâmicas poderiam adquirir armas nucleares de governos que se renderem em outras partes do mundo? A Índia é uma possibilidade, mas ela daria uma luta dura. A Índia tem uma longa lembrança de conquistas islâmicas passadas e não se renderá tão facilmente.
Mas boa parte da Europa é outra história. Há sinais de que seus povos estão perdendo a vontade de resistir. A Europa tem uma população envelhecida, e, em anos recentes, tem mostrado uma propensão a tentar agradar ao Islã. Enquanto isso, a população muçulmana da Europa continua a crescer e é uma população muito mais jovem. Em outras palavras, grande parte dos muçulmanos europeus estão em idade de combate.
Tanto a França quanto a Inglaterra têm armas nucleares e sistemas avançados aptos a lança-las, mas, obviamente, tais armas nunca foram adquiridas para o tipo de situação que, hoje, os franceses e os ingleses enfrentam. Mas é cogitável que essas armas poderiam cair nas mãos dos islâmicos, se algum desses países sucumbisse à islamização. Ambos os países sofreram mais ataques jihadistas – alguns com números impressionantes de mortos – que os EUA. E alguns, como o escritor francês Mihcel Houellebecq, acreditam que a França está pronta para se render.
E, ainda que a Europa se mantenha firme, e quanto ao EUA? Como mencionei acima, os generais americanos têm ideias muito estranhas de qual sua missão. Se os líderes militares americanos são burros o suficiente para cair na teoria racial crítica, na ameaça de um golpe branco supremacista, nos méritos do neomarxismo e no papel crucial que os drag queens desempenham para aumentar o moral, então eles cairão em qualquer invenção.
Um sinal de que é assim é que o Pentágono, recentemente, nomeou seis muçulmanos radicais (um terço do total) ao recém criado “Grupo de Trabalhos para Conter o Extremismo”. O grupo recebeu a tarefa de eliminar os extremistas (conservadores, cristãos e patriotas) das linhas dos militares. Então, muçulmanos extremistas receberam a tarefa de eliminar das Forças Armadas seus soldados mais leais e patriotas. É um caso clássico da raposa guardando o galinheiro. E isso está acontecendo apesar do fato de que, em várias ocasiões, muçulmanos extremistas se infiltraram em bases das Forças americanas, com consequências mortais.
Quando estavam em campanha pela presidência, Joe Biden prometeu nomear muçulmanos para posições governamentais “em todos os níveis”. Mas parece que os muçulmanos já estão servindo em todos os níveis do governo estadual e federal. Alguns deles, sem sombra de dúvidas, estão servindo lealmente, mas alguns podem estar servindo a outros interesses. Em seu livro de 2015, Catastrophic Failure, o analista de segurança, Major Stephen Coughlin falou de infiltração considerável do Pentágono pela Irmandade Muçulmana. Em 2016, Philip Haney escreveu sobre uma penetração parecida no Department of Homeland Security em seu livro See Something, Say Nothing. Em 2020, enquanto escrevia a continuação do livro, Haney foi encontrado morto com um ferimento de tiro em uma estrada. Não é apenas uma paranoia que evita que as pessoas digam o que veem. Em muitos casos, é um medo real de que o que provavelmente aconteceu a Haney possa acontecer a elas.
Apenas recentemente os americanos acordaram para o fato de que os comunistas chineses, por anos, têm exercido influência considerável nas universidades, empresas e pessoas em altas posições de governo. Algum dia acordaremos e descobriremos que radicais islâmicos têm conduzido operações de influência semelhantes na sociedade americana?
Mas a coisa mais curiosa é que essas operações de influência dificilmente são necessárias. Isso porque uma maioria na academia, mídia e establishments políticos, há muito tempo, venderam-se ao mito de que o Islã verdadeiro é pacífico, tolerante e moderado em essência. Além disso, eles fizeram tudo ao seu alcance para cancelar e silenciar aqueles que não acreditam no mito – as pessoas que eles desqualificam como “islamófobos”.
Essa manhã, uma das manchetes na minha TV dizia: “Autoridades: Talibã tomou o poder mais rápido que o esperado” Muitas coisas estão acontecendo mais rápido que o esperado. É provável que a influência da China e do Islã pelo resto do mundo continuará a crescer mais rápido que o esperado.
Mas não é para você perceber isso. A vitória de domingo do Talibã sacudiu os americanos anestesiados. Mas várias dessas sacudidas já aconteceram ao longo do anos, e, após cada uma, nós voltamos a dormir. A maioria dos americanos têm menos medo do Islã que de ofender a ideologia “woke” – menos medo do Islã que de ser considerados “islamófobos”.
O que precisamos temer, porém, não é a “islamofobia”, mas o retorno do Talibã, da Al-Qaeda, do ISIS e a aliança dos três com a China, Turquia, Irã, Paquistão e vários outras potências que desejam nossa derrota.
**N.T.: O termo “woke” refere-se à ideologia progressista americana contemporânea, bem como aos americanos que a ela aderem
Tradução: Permanência / Fonte:Catholic Family News / A pintura que ilustra este artigo é de R. Moinvoisin
Pe. Robert Brucciani, FSSPX
À luz da verdade
Tentando compreender a loucura
Queridos fiéis,
Parece haver um impressionante aumento de conflitos e de loucura generalizados na sociedade hoje. Um zeitgeist frenético de ideologias enlouquecidas está acelerando a morte da Igreja Católica e da civilização ocidental; liberalismo, feminismo, construtivismo, amor livre, ideologia de gênero, direitos reprodutivos, ambientalismo, ideologia pandêmica, teoria racial crítica e outros.
Tudo isso é promovido e, então, imposto pelos pilares do poder mundial: governos, universidades, multinacionais, mercado financeiro, mídia e celebridades. Nunca antes estiveram tão coordenados e encontraram tão poouca oposição aos seus esforços. A hierarquia da Igreja Católica, anteriormente poderosa no palco mundial como a guardiã da verdade e moralidade naturais e sobrenaturais, pateticamente repete essa mensagem em linguagem pseudoteológica para não ser deixara para trás.
Como é possível que tantos aceitem a loucura? De onde ela vem?
Motivos para aceitar a loucura
Que os novos ideólogos do zeitgeist são loucos é fácil de perceber, pois eles trazem contradições internas, que produzem consequências catastróficas na sociedade quando implementadas (ver Figura 1).
ideologia
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Exemplo de contradição interna
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consequências
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liberalismo
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tolerância para todos, exceto para os que discordarem
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totalitarismo
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construtivismo
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a criança é o seu melhor professor
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ignorância
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amor livre
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amor livre = amor infiel
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egoísmo escravizante
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ideologia de gênero
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o gênero independe do sexo biológico, portanto devemos ajudar as pessoas a mudarem seu sexo para que se conforme a seu gênero
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mutilação, depressão, suicídio
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direitos reprodutivos
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o aborto é um direito humano
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40 milhões de seres humanos mortos por ano
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ambientalismo
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Defesa da contracepção e do aborto para preservação do planeta para nossos filhos
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violência contra a natureza
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ideologia pandêmica
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a única maneira de voltarmos ao normal é redefinirmos o normal
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totalitarismo
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teoria racial crítica
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a discriminação racial será resolvida com outra discriminação racial, que forçará um resultado igual
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discriminação racial
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Alguns não se importam se o zeitgeist é um leve vento ou uma iniquidade, mas cinicamente adotam várias ideologias loucas visando seu ganho pessoal – desde que a ideologia do mundo seja “boa para mim” eu a adotarei.
Alguns apenas querem sobreviver no mundo e, então, apesar de suas reservas quanto a essas ideologias, entregam-se às suas demandas.
Alguns, desconhecendo o amor de Deus, desejam o amor do mundo e, portanto, estão prontos para acreditar no mundo. Pensadores nesse grupo vão tentar malabarismos intelectuais elaborados para tentar dar algum sentido às ideologias, mas, ao falharem na tentativa de reconciliar proposições contraditórias, vão aceitá-las como fé, pois querem que o mundo os aceite.
Finalmente, há aqueles que querem reduzir o mundo inteiro à servidão. Esses são os que propõem e impõem ideologias malucas para desafiar (e com o objetivo de romper) a ordem estabelecida. Quando indagados quanto à natureza irreconciliável de suas ideologias enlouquecidas, eles estão prontos para mentir sem o menor escrúpulo e a proclamar “É a minha verdade!” e, então, partem para a destruição de qualquer oposição.
Esse ultimo grupo é diferente dos outros, pois eles não aceitam a loucura, mas, na realidade, eles mesmos são loucos. Nessa sua retorsão “é a minha verdade” nós temos a prova disso, além de uma explicação do zeitgeist.
o problema
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motivo profundo
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como erram
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vício
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remédio
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muitas pessoas aceitam ideologias malucas
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Querem “tirar proveito”
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Não se importam com a verdade
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concupiscência
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temperança
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muitas pessoas aceitam ideologias malucas
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Querem sobreviver
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Seguem o mundo
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fraqueza
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fortaleza
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muitas pessoas aceitam ideologias malucas
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Querem ser amadas pelo mundo
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Acreditam no mundo
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ignorância
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prudência
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muitas pessoas aceitam ideologias malucas
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Querem ser os senhores do mundo
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Reivindicam domínio da verdade
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malícia
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justiça
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"É a minha verdade"
Explicando: o único ser que pode dizer “É a minha verdade” como expressão de domínio sobre a verdade é Deus. “Deus é o dono da verdade”, podemos dizer.
Assim como um carpinteiro pode contemplar sua obra e dizer com satisfação “essa porta é verdadeira”, pois ela se conforma perfeitamente ao plano, Deus pode olhar para uma de suas criaturas e dizer “essa criatura é verdadeira”, pois se conforma ao seu plano. Como Criador de todas as coisas, Deus é o autor de toda a verdade porque é o autor do plano que é a medida de todas as criaturas. Chamamos a isso verdade ontológica: a conformidade de um ser com o Plano Divino.
Como criaturas intelectuais, não podemos ser autores da verdade, mas podemos ser iluminados pela verdade. Isso acontece quando o intelecto é suficientemente informado por um objeto sob consideração, ou quando o intelecto se conforma ao seu objeto. Chamamos essa verdade de verdade lógica. Em Filosofia, verdade lógica é definida como “a conformidade do intelecto a uma coisa compreendida” (adequatio intellectus cum re intellecta).
É dessa verdade que precisamos, se pretendemos atingir nossa perfeição natural e sobrenatural. Devemos conhecer a Deus e conhecer todas as coisas em relação a Deus. Verdades naturais são possuídas pela simples apreensão, julgamento ou pela reflexão sobre as informações recebidas através dos sentidos. As verdades sobrenaturais são possuídas pela virtude sobrenatural da fé aplicada à Revelação Divina, contida na Escritura e na Tradição e ensinada a nós pela Igreja.
A natureza da loucura
A ironia naqueles que alegam domínio sobre a verdade é que, ao reivindicarem uma prerrogativa divina para eles, ao invés de se tornarem mestres do universo como gostariam, limitam-se a um universo pessoal bastante restrito, separado de toda e qualquer outra criatura. Ao buscarem libertar-se de Deus, adentram uma prisão criada por eles mesmos e jogam a chave fora. Eles se enquadram perfeitamente na definição que Chesterton dava para o homem louco: “Um homem louco não é alguém que perdeu sua razão, mas alguém que perdeu tudo, menos a razão”. Eles renunciam a qualquer referencial exterior; perdem o senso de proporção, porque não há modelos com os quais possam comparar as coisas (o que também explica por que não têm senso de humor); eles não têm qualquer ponto de partida sobre o qual possam ter consenso, nenhum fundamento comum sobre o qual possam construir um edifício universal de pensamento.
Como tal, sua recusa de aceitar a ordem da realidade – a ordem da verdade – é, simplesmente, um eco daquele coro de Lúcifer no princípio do tempo: “non serviam!”. Eles poderiam muito bem ter gritado “Eu não aceitarei Seu universo, Sua realidade, Sua verdade, mas criarei uma para mim!” Com Lúcifer, rejeitam a âncora da realidade e encontram-se sozinhos, recusando-se a aceitar que há uma referência suprema para todas as coisas, uma medida de todas as coisas exterior a eles, pela qual algo é objetivamente verdadeiro ou falso, bom ou mau. Eles semeiam o zeitgeist e colhem um turbilhão de males.
O remédio
Só há uma maneira através das quais essas pobres, isoladas e enganadas almas podem ser ajudadas. Apelar à razão danificada para restaurar a razão não ajudará: elas só podem ser auxiliadas pela graça sobrenatural.
O mesmo vale para os outros grupos: os escravos do prazer, os escravos do medo e aqueles que querem tão desesperadamente ser amados pelo mundo. Todos eles precisam das virtudes teologais e morais para retornar à sanidade da Verdade e à segurança do Bem.
Segundo cálculos meramente humanos, a loucura que testemunhamos aumentará até que a Igreja seja destruída, e a sociedade humana atinja a tirania para se tornar o inferno na terra. Pelo cálculo Divino, porém, a vitória já foi conquistada sobre o pecado e o inferno. Eles mataram o Autor da Vida e da Verdade e, sem intenção, geraram a salvação de muitos. Eles tentam matá-Lo novamente e novamente e estão, simplesmente, preparando o palco para o Seu retorno na glória, se Deus quiser, em suas próprias almas primeiramente antes de morrerem, e, então, no Último Julgamento.
Nossa parte no remédio
Essa inevitabilidade da vitória, porém, não significa que podemos cruzar os braços e deixar tudo nas mãos de Deus, pois somos chamados a ser instrumentos da graça sobrenatural que salvará almas. Nossas ações futuras, embora livres, já estão encaixadas no plano Providencial do universo. Devemos corresponder ao Plano Divino. Não apenas devemos rezar por todos aqueles que semeiam e seguem o zeitgeist, devemos tornar-nos para eles o que os Apóstolos no Pentecostes eram para os judeus e os gentios. Nossas vidas devem se tornar como o Círio Pascal que vimos nas Missas das últimas semanas. Devemos ser uma luz para o mundo, a luz das boas obras, um sacrifício de louvor, uma chama flamejante em honra a Deus, uma chama que se divida em várias chamas sem jamais ter seu esplendor diminuído. Estamos em uma batalha, queridos fiéis. Na Irlanda, outrora Ilha dos Santos, a Missa pública continua proibida, e ouvir confissões, agora, é uma infração criminal. Aqueles que reivindicam domínio sobre a Verdade querem nos forçar a aceitar suas mentiras e a juntar-nos a eles em suas prisões pessoais de loucura.
Mas nós temos a Bem-Aventurada Virgem Maria como nossa mãe! Temos todas as razões para aprofundar nossa devoção a ela rezando o terço em família e recitando a Ladainha de Loreto. Como podemos temer se ela mesma está aqui, para defender Aquele Que é a Verdade, não a minha verdade, mas A Verdade, o Caminho e a Vida? O mês de Junho também se aproxima; uma época perfeita para trazer a Luz da Verdade para nossas casas através da Consagração de nossas famílias ao Sagrado Coração de Jesus.
In Jesu et Maria,
Pe. Robert Brucciani
Em meio à crise do COVID e enquanto a França saia do confinamento no verão de 2020, um evento passou despercebido, apesar de merecer um pouco mais de atenção: trata-se do anúncio de um "Great Reset" global por Klaus Schwab, presidente-fundador do Fórum Econômico de Davos. De que se trata? Por que agora? Quais os objetivos declarados ou ocultos da "elite mundial" que se comprime em Davos? Muitas perguntas precisam ser respondidas, ainda que pela influência deste Fórum e de seu fundador, cujas afirmações nunca são sem importância.
I. O GRANDE RESET
1. APRESENTAÇÃO GERAL
“The Great Reset” é uma ideia exposta por Klaus Schwab em um livro publicado em meados de 2020, com o título COVID 2019: the Great Reset (A Grande Reinicialização) . Aparentemente, o livro é apenas um ensaio de estilo tecnocrático, tal como os que abundam nas bibliotecas dos organismos internacionais.
No fundo, o título do livro é deliberadamente provocativo, sem que o leitor saiba de imediato se está diante de uma decisão já tomada por órgãos globalistas ou de uma proposta a ser implementada. Nesse sentido, o título não é tranquilizador: reinicialização de quê? recomeçando do zero? quem decidirá? o que está em jogo?
A leitura do livro dá algumas respostas, sendo a ideia principal do autor a de aproveitar a crise do COVID-2019 para repensar o mundo e fazê-lo retomar sobre novas bases. Mas vários pontos permanecem suspeitos:
⦁ A palavra 'reset / reinicialização' não foi bem escolhida, porque embora a crise do COVID represente um choque, o mundo permanece por enquanto um continuum: os governos seguem os mesmos de antes (infelizmente), assim como os bens econômicos (embora afetados) e as populações (embora vitimadas). Trata-se na verdade de uma "reconfiguração" e não uma "reinicialização", a menos que se trata das nossas contas bancárias... mas essa ideia não é mencionada no livro;
⦁ Deve a reconfiguração do mundo ser imposta de cima para baixo, por meio de cenáculos secretos e pensadores sem nenhuma legitimidade política, ou deve vir de baixo, ou seja, daqueles que estão em posições de comando (governantes) e daqueles que lhes estão sujeitos (as populações)? Seria então necessário falar de debates públicos, referendos e subsidiariedade, palavras que causam horror nos globalistas (“O povo, que horror”);
⦁ "Repensar o mundo" é um propósito prometeico, digno de cérebros inflados de orgulho, que existem apenas nas imediações de círculos próximos ao inimigo da humanidade. Deus não pediu para o homem "repensar o mundo", mas apenas cuidar dele e usá-lo em seu próprio benefício.
Também podemos nos surpreender com a publicação deste livro em pleno desconfinamento, logo após a "primeira onda" e antes mesmo que as lições desse evento fossem aprendidas pelos Estados, como se todas as análises que nele aparecem tivessem sido escritas antecipadamente e o livro já estivesse pronto há muito tempo. A propósito, é muito oportuno que o livro venha a ser publicado a tempo do 50° aniversário Fórum de Davos, que ocorrerá em 2021 durante a sessão de janeiro (de 25 a 29).
2. Conteúdo do livro
O livro está estruturado em três partes reveladoras, em que a economia tem primazia em tudo:
- a reinicialização vista de um ângulo muito geral (“reset macro”) nos campos da economia, da sociedade, da geopolítica, do meio ambiente e da tecnologia;
- a reinicialização vista de um ângulo mais detalhado (“reset micro”), que diz respeito principalmente ao mundo dos negócios e da indústria;
- reinicialização vista de um ângulo individual (com seus efeitos sobre nossa natureza e saúde), que na verdade é apenas uma subdivisão da 2ª parte (microanálise).
Em questões econômicas, o autor enfatiza que as epidemias têm sido historicamente oportunidades para impulsionar a economia. Ele acredita que o declínio que geram é uma oportunidade de refletir sobre o mito do crescimento. Ao seu ver, há oportunidade para configurar uma economia mais verde. Ele se inquieta igualmente com as consequências monetárias que a crise acarreta, pelo aumento dos déficits e pela distribuição descontrolada de dinheiro (“helicopter money "), mas não acha que possa haver inflação ainda.
Nas questões sociais, o COVID revelou as falhas de sistemas muito liberais, como os anglo-saxões (Estados Unidos e Reino Unido), que oferecem cobertura social bastante frágil aos mais pobres. Corre-se o risco de acentuar desigualdades e agravar as tensões sociais, sobretudo as preexistentes (por exemplo, o “Movimento dos coletes-amarelo" na França), em particular no tocante aos jovens, em grande parte vítimas desta crise (educação, emprego, recursos). Deve-se também sublinhar o papel do Estado e dos governos na fase de recuperação, o que será acompanhado de um aumento de impostos.
Em termos de geopolítica, o autor sai de sua neutralidade para expor imediatamente o perigo dos nacionalismos, "o fim caótico do multilateralismo" (p. 79) e "a erosão da mundialização" (p. 80). Ele sublinha o perigo desta evolução que tem aumentado pelo COVID, ilustrado pelo fechamento das fronteiras e aumento do protecionismo Reconhecendo o fracasso da hipermundialização propôe uma posição de recuo, focada na tomada de consideração das questões sociais e ambientais. Ele lamenta o risco da ineficácia da governança global, ilustrada em particular durante a crise do COVID, quando cada estado tentou encontrar uma resposta nacional e os Estados Unidos denunciaram a OMS. Aponta para o risco de confronto entre os Estados Unidos e a China, a retirada progressiva dos Estados Unidos do cenário internacional e o risco de um “Déficit de ordem mundial” (p. 80), ao mesmo tempo que encoraja uma posição mediana, a da regionalização.
Em questões ambientais, o COVID se soma aos riscos preexistentes das mudanças climáticas e da destruição de nosso ecossistema. O autor vê ligações entre esses três riscos, uma vez que o pangolim (sic), tendo deixado seu habitat natural, teria transmitido o vírus COVID e a poluição do ar favoreceria doenças. Deduz-se, portanto, que a crise da COVID deve ser uma oportunidade para repensar o equilíbrio entre o homem e a natureza e estimular uma economia mais verde e livre de carbono.
No campo tecnológico, a crise da COVID mudou a situação e acelerou a digitalização da vida econômica: homeoffice, uso intensivo de smartphones etc. Os aplicativos de rastreamento COVID destacam a linha frágil entre o bem comum e a privacidade; esta crise, aliás, reforçou todos os meios de controle virtual. Lembrando que as medidas tomadas depois de 11 de setembro de 2001 ainda estavam em vigor nos Estados Unidos, o autor destaca o risco de distopia, ou seja, de um regime totalitário se intrometendo de forma ultrajante na vida privada.
No nível microeconômico, o autor vê mais uma vez o COVID como uma oportunidade para a indústria repensar seu funcionamento, embora seja pessimista no tocante a determinados setores (turismo, hotelaria, lazer). Os setores de produção de bens ou alimentos terão que se adaptar à digitalização (por exemplo através de sistemas de delivery). O fim da hiperglobalização colocou em questão a tercerização e as cadeias de abastecimento; a segurança deve triunfar sobre o lucro. Essa tendência também deve fortalecer o papel do Estado (nacionalizações, legislação trabalhista, gestão de estoques).
Finalmente, no nível individual, a pandemia tem uma dupla consequência: desenvolve mais o isolamento (confinamento) ao passo que aumenta a solidariedade. Em um nível mais amplo, o autor, mais uma vez, aponta o risco do nacionalismo e da busca de bodes expiatórios. Preconiza obviamente uma maior colaboração, que vai no sentido de uma maior inclusão global Também destaca o efeito da pandemia na saúde física e mental das populações, em forte deterioração. E termina com algumas notas positivas, estimando que essa crise pode nos ajudar a desenvolver mais nossa criatividade, relação com o tempo, frugalidade e retorno à natureza.
3. Conclusão
As ideias contidas neste livro são esperadas e muitas vezes de bom senso, mas suas conclusões são desviadas pelo objetivo principal do livro, repetido capítulo após capítulo: toda crise global deve ser uma oportunidade de fazer avançar o mundo em direção ao governo mundial:
As possibilidades de mudança e de [criação de uma] nova ordem resultante são agora ilimitadas e dependem apenas de nossa imaginação. (p. 16)
Devemos aproveitar esta oportunidade única para reimaginar nosso mundo. (p. 17)
Não há tempo a perder. Se não melhorarmos o funcionamento e a legitimidade de nossas instituições globais, o mundo logo se tornará incontrolável e muito perigoso. Ele não poderá ter uma recuperação duradoura sem uma estrutura de governança estratégica global.” (p. 86), o que equivale a desejar um governo mundial.
Este leitmotiv vem acompanhado de um aviso: não podemos tomar o caminho errado! O mundo está dizendo não à globalização e ao globalismo, o que seria dramático, na visão do autor.
Há, portanto, uma esperança neste livro: a elite globalista reconhece seu fracasso, e isso é altamente animador!
Vamos, portanto, examinar em mais detalhes qual era o plano global original.
II. UM PLANO GLOBAL QUE VAI MAL
O objetivo ideológico de avançar a todo o vapor rumo em direção a um mundo mais globalizado é conhecido há muito tempo.
1. Um plano antigo para o governo mundial
Sem voltar aos fariseus que desde muito cedo manifestaram seu desejo de governar o mundo por meio de um Messias terreno, a ideia de dominação mundial (para o bem da humanidade, é claro!) remonta pelo menos ao século XVI com os Rosa-Cruzes, a Comenius no XVII com seu "aerópago do mundo" e as conquistas anglo-saxônicas dos séculos 19 e 20, incluindo a criação da Liga das Nações em 1919 e da ONU em 1945.
A ideia de uma "Nova Ordem Mundial" "(NOM) também floresce neste período e a conclusão é oficialmente pronunciada pelo presidente Bush pai em 1990 no prelúdio da 1ª Guerra do Golfo (1991).
Desde aquela data, com uma regularidade suspeita, a cada dez anos, algum evento particular tem servido de gatilho para o estabelecimento de novas medidas de coerção globalistas. A crise COVID não escapa a esta regra.
2. As etapas do plano global
As etapas que estão sendo implementadas foram há muito tempo referidas em todos os tipos de documentos, qualificados geralmente como falsos e "conspiratórios" por aqueles que têm interesse em silenciá-los, mas que existem realmente como o Plano Pike , os Protocolos dos Sábios de Sião, a Ordem dos Bárbaros , O Comitê dos 300, os Protocolos de Toronto e a Aurora vermelha . É justamente interessante notar que as etapas descritas nesses planos sempre foram realizadas ou estão em processo de serem-no, o que nos faz pensar que são de fato autênticos, independentemente de sua origem.
21. Etapas já concluídas
Entre as mais significativas podemos citar:
⦁ controlar e perverter a sexualidade (contracepção, aborto, homossexualidade, pornografia...);
⦁ perverter os jovens por meio da música e das drogas;
⦁ autorizar o comércio aos domingos, para profanar o calendário;
⦁ controlar a imprensa e a mídia, para controlar a opinião pública;
⦁ criar crises econômicas para enfraquecer os Estados, torná-los dependentes do FMI por meio de dívidas;
⦁ promover o comércio internacional para isolar os países nacionalistas;
⦁ transferir reservas de mão de obra para novos países (China);
⦁ promover a imigração em massa para desestabilizar os países anfitriões;
⦁ criar um sentimento de insegurança e medo, em particular através do terrorismo;
⦁ fomentar guerras, privilegiar a força sobre o direito.
Qualquer observador intelectualmente honesto pode constatar que essas etapas foram cumpridas, sem precisar ser um conspirador hediondo.
2.2. Etapas em vias de realização
Se os franceses tivessem sido informados em 2019 que o Sr. Macron se preparava para os trancar em suas residências, com a obrigação de apresentar à Gestapo Nacional um Ausweib para deixar sua casa, quem tivesse declarado isso seria considerado um terrível conspirador (fascista-populista-reacionário, esses são os slogans de hoje)! No entanto, é isso o que estamos vivendo nos dias de hoje... Os anúncios dos globalistas de ontem são indicações das realizações de hoje.
Ora, entre as etapas descritas há décadas, algumas estão em processo de realização:
⦁ controlar a educação e abolir a educação privada;
⦁ promover a eutanásia;
⦁ reduzir o acesso à informação;
⦁ restringir autorizações de viagem;
⦁ contratar jovens recrutas sem cultura na força policial;
⦁ absorver as fortunas por meio de impostos e dívidas;
⦁ reduzir a circulação de dinheiro e promover o dinheiro eletrônico, para maior vigilância;
⦁ encorajar o ecologismo, para usurpar territórios em troca de perdão de dívidas ou impostos sobre carbono;
⦁ destruir a autonomia industrial dos países avançados e, em particular, sua independência energética (nuclear);
⦁ reduzir a diferença salarial e promover o salário universal;
⦁ estender o registro e a vigilância geral das populações;
⦁ controlar o comércio de armas de fogo para reduzir a capacidade de resistência das pessoas;
⦁ fabricar doenças mortais;
⦁ criar um tribunal mundial para estabelecer a supremacia globalista.
Mais uma vez, a evolução atual não se encaminha para um mundo mais livre e sereno, mas mais controlado e mais privado de liberdade. Nesse contexto, a crise do COVID atua como um acelerador formidável dessa tendência e atende a muitos objetivos globalistas: eliminação dos mais vulneráveis, restrição de viagens, vigilância generalizada, transferência de fortunas (da classe média para a oligarquia).
2.3. As etapas que ainda precisam ser cumpridas
Com base na realização das etapas anteriores, só podemos estar atentos à implementação das etapas restantes a serem cumpridas:
⦁ reduzir a população mundial;
⦁ limitar as famílias a 2 crianças, ou mesmo retirar as crianças
de seus pais;
⦁ Suprimir os médicos particulares;
⦁ suprimir religiões (especialmente o cristianismo) e fundi-las em uma só;
⦁ transferir as forças armadas nacionais para a ONU;
⦁ estabelecer um governo despótico, se necessário por meio da guerra ;
⦁ deter o poder mundial e fazer com que as pessoas o aceitem.
Essas constituem as etapas finais que permitirão a elite globalista finalmente alcançar o seu sonho: a dominação mundial, por meio da força, da economia, da justiça, da religião, tudo detido em uma só mão.
É esta fase do plano que atualmente vai mal, porque os povos ainda não estão prontos para esta ditadura insidiosa e começam a se rebelar: os povos europeus desconfiam cada vez mais de suas “elites” impostas e da falta de defesa do bem comum; desconfiam da União Europeia, considerada com razão como um Moloch frio e inútil; desconfiam do desemprego, da imigração, do terrorismo importado pela globalização.
O fato de o Sr. Klaus Schwab reconhecer isso é um avanço notável e prova que a bela engrenagem montada para subjugar as pessoas pode ter falhas. Este é o ponto que deve ser estudado agora.
III. AS ILUSÕES E INCOERÊNCIAS DA ELITE MUNDIAL
1. Cegueira e radicalismo devido ao orgulho
Não é hábito dos globalistas ter dúvidas: visto que estão persuadidos a trabalhar pelo bem da humanidade, como poderiam estar errados?
É esse orgulho de sempre estarem certos (apoiado no fato de que seu poder material lhes permite ir na direção de suas convicções) que lhes dá uma convicção insuportável, que já denunciava Cristo em seu tempo ("Vejo que este povo é de dura cerviz" - Ex 32, 9) e que ainda hoje encontramos em suas declarações e escritos, com muito excesso e presunção:
⦁ Nós teremos um governo mundial, gostem ou não. A única questão é se será criado por conquista ou por consentimento. (Paul Warburg, 17/02/1950)
⦁ Iremos juntos em direção a esta Nova Ordem Mundial e ninguém, afirmo ninguém, será capaz de se opor a ela. (Sarkozy, 16.01.2009, aos embaixadores)
⦁ Muitos de nós nos perguntamos quando as coisas vão voltar ao normal. A resposta curta é: “nunca” (Schwab - op. cit. p. 11)
⦁ O mundo que conhecemos nos primeiros meses de 2020 não existe mais, desfez-se no contexto da pandemia. Mudanças radicais acontecerão de tal forma que alguns especialistas chegam a referir-se a um período "anterior ao coronavírus "(BC) e" após o coronavírus "(AC) (Schwab - p. 11)
Também podemos notar a aparente onisciência globalista, que na verdade consiste apenas em descrever antecipadamente o que está planejado em sua agenda e que pode levantar questões sobre as reais causas dos acontecimentos:
[Este livro foi] publicado no meio da crise e no momento em que várias ondas de infecção são esperadas (Schwab, op. Cit. P. 17)
Esses três cenários plausíveis são todos baseados na hipótese básica de que a pandemia poderia continuar a nos afetar até 2022. (p. 33)
Este livro está estruturado em três capítulos principais, que oferecem uma visão panorâmica do cenário futuro. (Schwab, p. 17)
[Alguns imaginam] um retorno aos negócios como antes. Isto não acontecerá jamais. (Schwab, p. 131)
Enfim, essa arrogância de quem sabe tudo não seria a de quem pensa que sabe tudo porque pretende tudo dominar? As conspirações de uma elite que pressupõe governar o planeta, não existiriam, finalmente, na forma como o livro de Schwab parece indicar?
2. Uma hipocrisia mal dissimulada e seus erros
2.1. Hipocrisia
Podemos notar que em nenhum momento Klaus Schwab se questiona sobre a origem do vírus, sobre a sua natureza, ou sobre o motivo pelo qual apareceu na China em um laboratório fornecido pela França, embora esta questão seja essencial. O pangolim tem as costas largas.
Também ficaremos surpresos ao ver que Klaus Schwab não se pergunta sobre o porquê de a OMS ter alterado as condições para a definição de uma pandemia ao passo em que aponta acertadamente que as estatísticas demonstram que, em termos de mortalidade, a COVID-2019 não é uma pandemia. Esse ponto, nunca mencionado na mídia, é essencial:
No final de junho de 2020 (. ..), COVID-2019 matou menos de 0,006% da população mundial (...) [enquanto] a Peste Negra (1347-1351) é considerada como tendo matado entre 30 e 40% da população mundial na época. (Schwab, p. 188)
Também ficamos surpresos ao ver Klaus Schwab deplorar a evolução anárquica do mundo, sem nunca se lembrar de que a responsabilidade por essa anarquia recai tanto sobre ele quanto sobre seus amigos. Porque as crises que o mundo vive há 50 anos (guerras externas, terrorismo, crises econômicas repetidas, crises de saúde) são apenas o resultado de um mundo mais globalizado, mais aterrorizado, mais financeirizado, onde os dirigentes políticos não estão mais no controle do destino dos países que deveriam liderar, porque há muito delegaram suas responsabilidades a elites tecnocráticas incapazes, por serem ideólogos, em suma, amigos de Klaus Schwab. Como, então, repensar o mundo confiando em quem o destruiu?
Na verdade, todo o livro The Great Reset é um belo exercício de hipocrisia, pois se o autor lamenta em mais de 200 páginas as consequências desastrosas do COVID, ele se alegra ao dizer que se trata de uma grande oportunidade para repensar o mundo. Isso nos lembra as palavras daqueles globalistas cínicos, que antes dele expressaram o mesmo:
Tudo o que precisamos é uma grande crise apropriada e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial. (David Rockefeller, 23.09.1994)
A história nos ensina que a humanidade só evolui significativamente quando realmente tem medo. (...) A pandemia que começa [H1N1 na época] poderia desencadear um desses medos estruturantes. (J. Attali, artigo "Avançar pelo medo", L'Express, 17.05.2009, p. 138)
Para isso, teremos que criar uma força policial mundial, um estoque mundial e, portanto, um sistema tributário mundial. Chegaremos então, muito mais rápido do que a razão econômica apenas teria permitido, para colocar em ação as bases de um verdadeiro governo mundial. (Attali, ibid.)
Isso remete igualmente à máxima bem conhecida da maçonaria: “Solve et coagula” (dissolver e reconstruir). O Sr. Schwab pede-nos, portanto, sem pestanejar, que apliquemos este lema, com o sorriso no rosto....
2.2. Erros
No plano filosófico, Klaus Schwab mostra que é adepto da consciência livre e do relativismo, pois declara:
Como todas as noções de filosofia moral, a ideia do bem comum é difícil de definir e questionável. (p. 166)
Em suma, cada um com a sua verdade... Tanto mais para Klaus Schwab, um fervoroso defensor do evolucionismo, para quem o homem tem 200.000 anos e os vírus 300 milhões de anos (p. 17). 190.000 anos lascando pedras é muito tempo ...
Isso nos permite constatar que, quando olhamos para a lista de participantes nos círculos globalistas (Bilderberg, Davos, O Século...), não estamos lidando com uma verdadeira elite intelectual, merecedora de nossa consideração, e sim com um conjunto de pessoas inteligentes, mas intelectualmente deformadas, influenciadas pelas idéias da Revolução mental que infestam nossas universidades há 200 anos, que que não sabem mais raciocinar a partir da realidade dos fatos. Eles partem de si mesmos, de seus espíritos, da ideologia que foi instilada neles e que estão tentando aplicar, assim como o livro The Great Reset começa do ponto de vista MACRO (o de seus espíritos) e não MICRO (o da realidade).
As opiniões expressas por essas pessoas não são, portanto, pertinentes, porque são movidas pelos seus próprios interesses, e não pelos dos seus povos.
3. O falso domínio de uma agenda que derrapa
Por mais que a "elite" globalista repise as suas certezas, o trem louco globalista em direção a um futuro radiante e um amanhã ensolarado parece cada vez mais descarrilhado:
⦁ As guerras americanas no mundo são retumbantes fracassos vis-à-vis os objetivos declarados (levar a paz e a democracia aos países "obscurantistas"), seja no Iraque, Afeganistão, Síria, Venezuela etc.;
⦁ a luta contra o islamismo exibida pelos líderes europeus (Sr. Macron e Sra. Merkel na liderança) é, na realidade (e com uma notória inconsistência), acompanhada por uma intensificação da imigração graças ao Sr. Soros. Atualmente, o povo recusa essa hipocrisia e essa política antinatural;
⦁ a marcha forçada para o globalismo (cf. o inchaço perpétuo da UE) atingiu os seus limites e em 2016 viu os seus primeiros fracassos com o BREXIT, depois com a eleição do Sr. Trump nos Estados Unidos;
⦁ a hipermondialização não trouxe nenhum benefício para as pessoas (ao contrário das multinacionais) e apenas contribuiu para o endividamento de todos os Estados do planeta, o que não apenas salta aos olhos, mas acarreta uma dificuldade cada vez maior de governar.
Daí a pensar que a crise do COVID serviu como um disfarce maravilhoso para essa soma de incompetências, é um passo que não podemos dar, é claro. Mas isso talvez explique o porquê de cada nova crise ser sempre mais grave que a anterior: já que o paciente resiste, é necessário usar de uma dose sempre mais... Depois do 11 de setembro e do terrorismo (2001), o mundo conheceu uma crise financeira sem precedentes (2008), depois repetidas crises de saúde, depois crises sociais (imigração, 2015). O que falta, senão a guerra civil e a guerra mundial para impor aos povos o que eles recusam?
4. A reação dos povos ao totalitarismo
A boa notícia é que os povos se cansam de se passar por ovelhas prontas para o abate. As manifestações cívicas e os motins contra os governos estão a aumentar na Europa. A reação dos Gilets Jeunes (Coletes Amarelos) na França é notória, mesmo que o governo não tenha cumprido nenhuma das promessas que fizera naquela época, mas ao contrário intensificou a repressão. Um governo não pode resistir lançando mão constantemente da repressão, da coerção, do confinamento e da privação de liberdade; o exemplo da URSS está aí para nos provar a aspiração intrínseca dos povos à liberdade.
Essa reação se reflete cada vez mais nas urnas, com o surgimento na Europa de novos nacionalismos ou aspirações de soberania, para desgosto dos globalistas que não suportam que as pessoas possam querer assumir seus destinos nas próprias mãos. Esse movimento é ainda muito incipiente em relação à energia que teríamos que gastar para nos livrarmos do jugo globalista que pesa sobre nossos ombros (acreditar na neutralidade de nossas instituições já seria uma derrota), mas caminhamos na direção certa.
5. A reação divina
Ainda resta um parâmetro que os globalistas não dominam: Deus. Ele já disse várias vezes que o cálice estava cheio. Ele enviou a Virgem Maria para comunicá-lo em La Salette em 1846 e em Fátima em 1917, que são as aparições mais importantes dos últimos séculos em relação ao seu caráter profético. Ele deixou claro que as causas mais importantes que atraem o castigo das nações eram a apostasia, a blasfêmia, a corrupção da moral, tudo isso encorajado por nossos governos apóstatas.
Ele então já revelou por seus profetas que aqueles que serão culpados por essas acusações serão exterminados (os globalistas) e que não vencerão em seu desejo de dominar o mundo, antes que os Tempos sejam cumpridos. Mas ainda não é chegado, porque o povo fiel ainda está presente, embora reduzidos.
A terra está cheia de adultérios, a terra chora por causa das blasfêmias que aí se ouvem (Jr 23, 4)
No ano das duas primaveras, a República morrerá em opróbrio geral. (Pe. Souffrand, 1827)
Então, Jesus Cristo, por um ato de sua justiça e de sua grande misericórdia para com os justos, ordenará a seus anjos que todos os seus inimigos sejam condenados à morte. De uma só vez, os perseguidores da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens dados ao pecado perecerão e a terra se tornará como um deserto." (Virgem Maria em La Salette, 1846)
IV. CONCLUSÃO
Os Globalistas de todos as matizes, dos quais Klaus Schwab é um dos porta-vozes mais eminentes, não pretendem parar por aí nesse caminho promissor e confiam que hão de cumprir o plano pelo qual são pagos. Eles não se importam que as pessoas morram do vírus, que percam seus empregos e que a governança mundial que pretendem estabelecer apenas traga a abominação da desolação na Terra. Não é possível fazer uma omelete sem quebrar os ovos! Sempre haverá vencedores e perdedores nas reformas, reorganizações, reinicializações que devem acompanhar o nosso mundo!
Esta visão cínica não é nossa e não é a de Cristo para quem todo ser conta, toda ovelha perdida deve ser trazida de volta ao redil. Não, não vamos deixar nossos idosos morrerem em asilos! Não, não deixaremos nossa juventude sem outro ideal senão o republicanismo de M. Blanquer! Não, não vamos deixar nossos amigos artesãos e comerciantes sem outro futuro que o da falência porque nossos políticos e Klaus Schwab decidiram dessa forma!
Não, não vamos "reinicializar" o mundo em benefício das multinacionais, “Big Pharma”, em prol de um mundo mais inclusivo e totalitário, em prol de uma “Mãe Natureza” mais verde com mais abortos, por um mundo mais seguro e mais invasivo para -- como dizem -- o nosso bem.
Se tivermos de reinicializar o mundo, será primeiro por desglobalizá-lo, deixando que os povos tomem seu destino em suas próprias mãos. Não, senhor Klaus Schwab, não é porque a globalização falhou que precisamos de mais globalização! Se o Great Reset (Grande Reinicialização) ocorrer, será o da "elite" globalista que você representa, que irá fracassar no curto ou médio prazo e que terá de ser exterminada. Sr. Schwab, você já é um homem do passado e nós somos o futuro!
“Livra-nos do homem ímpio, Senhor!"
Pe. Jean-Michel Gleize, FSSPX
1. Aldo Maria Valli é um dos vaticanistas mais conhecidos na Itália. Ele é também uma das figuras mais representativas dos fiéis católicos ligados à ortodoxia doutrinal, disciplinar e litúrgica, naquela que convencionou-se chamar de Igreja “oficial”. Sua voz, apesar de simpatizante com relação à Fraternidade São Pio X, não pode ser suspeita, a priori, de ser um eco de críticas provindas dos meios ditos tradicionalistas, ainda menos de pertencer a uma suposta "obediência lefebvrista". As reflexões preocupadas e indignadas que acaba de publicar, para exprimir sua reação diante da evolução atual do papado, são por isso mais dignas de nota.
2. “O papa”, ele escreve, “ainda que fisicamente presente, não está verdadeiramente lá, porque não age como papa. Ele está presente, mas não cumpre sua tarefa de sucessor de Pedro e vigário de Cristo. Jorge Mario Bergoglio está presente, mas Pedro não está.” E acrescenta: “Uma coisa é estar no mundo e uma outra tornar-se como o mundo. Falando como o mundo fala e pensando como o mundo pensa, Bergoglio fez Pedro evaporar-se e colocou-se em primeiro plano”.
3. A formulação pode parecer chocante. Nós podemos apostar que os discípulos de Dom Lefebvre que se arriscassem a usá-la seriam seriamente admoestados, e que aí se veria o indício de um espírito cismático, de uma tendência sedevacantista ou, ao menos, de uma tendência ao isolamento. Os ditos discípulos incorreram em tais censuras por muito menos que isso, por causa de uma linguagem cuja modéstia repousava no espírito do fundador da Fraternidade São Pio X. “Nós não recusamos a autoridade do Papa, mas o que ele faz”, dizia esse último pouco tempo antes de ser chamado a Deus. “Nós reconhecemos a autoridade do Papa, mas quando se vale dessa mesma autoridade para fazer o contrário daquilo para o qual essa autoridade lhe foi dada, é evidente que não podemos segui-lo” . Quatro anos antes, ele já fazia o seguinte diagnóstico: “Existe todo um conjunto agora em Roma, que não existia outrora, e que não pode nos dar leis à maneira dos papas de antes, porque não mais possuem o espírito verdadeiramente católico nesse quesito”. E vinte e cinco anos após as sagrações do dia 30/06/1988, o segundo sucessor de Dom Lefebvre fazia em nome da Fraternidade essa declaração de princípio: “Nós somos obrigados a constatar que esse concílio atípico, que quis ser somente pastoral e não dogmático, inaugurou um novo tipo de magistério, desconhecido até há pouco na Igreja, sem raízes na tradição; um magistério resoluto em conciliar a doutrina católica com as idéias liberais; um magistério imbuído dos princípios modernistas do subjetivismo, do imanentismo e em perpétua evolução segundo o falso conceito de tradição viva, viciando a natureza, o conteúdo, o papel e o exercício do magistério eclesiástico” . Nesse sentido ele está certo em dizer, como o fez Aldo Maria Valli, que “Roma não possui Papa”.
4. Mas, trinta anos após a morte de Dom Lefebvre, a autoridade do Papa está tão subvertida que seu uso quase diário resulta em afundar as almas numa confusão e numa desordem cada vez maior, fomentando um indiferentismo que não é mais apenas doutrinal e eclesiológico, mas que invade agora o campo da moral. O Papa Francisco prossegue sobre a via aberta pelo Concílio Vaticano II e já seguida por seus predecessores, desde João XXIII e Paulo VI. O papado da história atual, portanto, parece celebrar constantemente a destruição ou o enterro daquilo que é sua razão de ser, dissolvendo a fé e os costumes no seio da santa Igreja Católica. Aldo Maria Valli simplesmente assinala isso, como a Fraternidade São Pio X fez até agora antes dele:
“Mas hoje Pedro não pastoreia suas ovelhas e não as confirma na fé. Por quê? […] Bergoglio fala sobre Deus, mas de toda a sua pregação vem um Deus que não é o Deus da Bíblia, mas um Deus adulterado, um Deus, eu diria, desprovido de poder, ou melhor ainda, adaptado. A quê? Ao homem e à sua pretensão de se justificar vivendo como se não existisse pecado”.
5. Roma sem Papa?… A energia da proposição reflete mais do que uma exasperação, uma angústia que toca agora as almas muito além do movimento dito “tradicionalista”. Nós podemos ver aí o sinal de que a observação de Dom Lefebvre estava certa. Mas nós veríamos de nossa parte também uma homenagem involuntária concedida não somente à temperança teológica mas ainda à sabedoria sobrenatural do fundador de Ecône. Não somente esse último sempre quis evitar a ambigüidade de linguagem, a qual poderia deixar margem para que se julgasse que aderira ao sedevacantismo, mas ele via sobretudo com clareza onde estava o drama: drama de abandono, pelo Papa, de todo o patrimônio da Tradição da Igreja, abandono daquilo que faz a Roma eterna, a “Roma de sempre”. E é o Papa de agora que não é mais romano: um Papa sem Roma, numa miragem de Roma, uma falsa Roma “neomodernista e neoprotestante”.
(Courrier de Rome, 638)
Carta aos amigos e colaboradores da FSSPX Nº90
Meus caros fiéis, amigos e colaboradores,
Atualmente, estamos vivendo um momento fora do comum, quase sem precedentes na História, em razão da crise do coronavírus e de suas repercussões. Em uma situação como essa, mil perguntas surgem, às quais poderia haver mil respostas ou mais. Seria utópico desejar dar uma solução a cada problema em particular, e esse não é o propósito dessas breves considerações. Em vez, gostaríamos de analisar, aqui, um risco que, de certa maneira, é mais grave do que todos os males que afligem a humanidade atualmente: é o risco que correm os católicos de reagir de modo excessivamente humano à punição que, atualmente, aflige nosso mundo, que se tornou pagão mais uma vez pela sua apostasia.
Por várias décadas, estávamos esperando um castigo divino ou algum tipo de intervenção providencial para remediar uma situação que parecia perdida há muito tempo. Alguns imaginavam uma guerra nuclear, outros, uma nova onda de pobreza, um desastre, uma invasão comunista, uma crise do petróleo etc. Em suma, poderíamos esperar algum evento providencial através do qual Deus iria punir o pecado de apostasia de nossos países e causar uma reação saudável naqueles que tivessem boas intenções. De qualquer modo, esperávamos algo que tornaria as coisas mais claras de se perceberem. Mas, enquanto esse algo não tomou a forma que esperávamos, os problemas atuais, sem sombra de dúvidas, desempenham esse papel revelador.
O que está havendo nessa crise? Tentemos analisar as emoções que estão conquistando os corações de nossos contemporâneos e, acima de tudo, tentemos examinar se nossas próprias disposições, enquanto católicos, conseguem fazer jus à nossa fé.
Temores excessivamente humanos
Para colocar de maneira simples, encontramos três tipos de temores que, hoje, estão entrelaçados em quase todo ser humano e que consomem todas as suas energias.
Primeiramente, há o medo da epidemia enquanto tal. Não é uma questão de discutir, aqui, a nocividade do coronavírus. Mas o que é certo é que nosso mundo sem Deus está apegado à vida mortal como a um bem absoluto, ante o qual todas as considerações devem reverência e se tornam irrelevantes. Consequente e inevitavelmente, esse ponto de vista distorcido gera uma ansiedade universal e incontrolável. O mundo inteiro parece estar enlouquecendo. Hipnotizados pelo perigo que ameaça a prioridade das prioridades, literalmente em pânico, todos parecem estar fundamentalmente incapazes de pensar em outras questões, ou de elevar-se acima da situação que está diante deles.
Depois, há o problema da crise econômica. É perfeitamente normal que um pai esteja preocupado com o futuro de seus filhos, e Deus sabe muito bem que, naquele momento, há várias preocupações legítimas com as quais se deve lidar. Mas estou me referindo ao medo mais geral e, em última instância, mais egoísta de se tornar um pouco mais pobre e de não ser mais possível gozar o que, antes, era considerado como uma garantia e direito intocável. Essa percepção está diretamente ligada à anterior: pois, se a vida terrena é o bem supremo, as riquezas que nos permitem gozá-la mais, ou o quanto possível, também se tornam, por força das circunstâncias, um bem supremo.
A tudo isso, finalmente, soma-se o calvário da perda das liberdades individuais, que os homens gozavam até agora. Nunca antes se soube tanto sobre “direitos humanos”.
A análise desse temor de três cabeças e de tudo que está relacionado com ele poderia ser longamente desenvolvida. Digamos, apenas, que sua base comum é fundamentalmente natural, puramente humana, e que eles poderiam ser resumidos no receio de que nada vai ser como era antes da crise: esse “antes”, erronea e universalmente, considerado como um bem-estar ideal e inalienável, que a humanidade iluminada havia, gloriosamente, conquistado.
Porém, se analisarmos esse temor e o comportamento que ele causa a fundo, paradoxalmente encontramos subterfúgios semelhantes aqueles usados pelos pagãos antigos para explicar qualquer fenômeno fora do seu controle. Aquele mundo antigo, certamente culto, civilizado e organizado, mas infelizmente ignorante da Verdade, recorria a monstros, deuses de todos os gêneros e, acima de tudo, a mitos para explicar o que não conseguia compreender. Hoje, estamos testemunhando reações semelhantes: face ao medo, face à incerteza do futuro, uma série de explicações surgem, que vão em todas as direções, sistematicamente contraditórias umas em relação às outras, sem nunca chegar a lugar algum. Sua inconsistência é evidente pelo fato de que vão sendo continuamente substituídas, dentro de poucas horas ou semanas, por outras explicações que são mais demandadas, mais refinadas, aparentemente mais convincentes, mas não necessariamente verdadeiras. Estamos vendo verdadeiros mitos, nos quais elementos reais se misturam a histórias fictícias. E vemos um clamor enorme por uma solução miraculosa, uma solução utópica, capaz de, repentinamente, dispersar a grossa névoa e resolver todos os nossos problemas.
É um pouco como o grito antigo de confusão, ânsia e desespero, que reaparece, após dois mil anos, em uma humanidade que se tornou pagã novamente. E não poderia ser de outra maneira: ele deixa escancarado, para todos aqueles que podem ver, como essa humanidade sem Deus está indefesa e condenada à loucura. Acima de tudo, é extraordinário constatar que o homem moderno, que perdeu sua fé e, portanto, não crê mais, está tão apto a crer em qualquer coisa sem discernimento algum.
Nossa esperança está firmemente fincada no Céu
Mas nós mesmos estamos completamente imunes a esse espírito? É claro, os três temores que mencionamos são compreensíveis, e até legítimos em certo grau. O que não é legítimo é deixar que esses temores evitem e sufoquem considerações sobrenaturais e, pior ainda, que arruinem a possibilidade de se beneficiar desse calvário.
Afinal de contas, não esqueçamos que só permaneceremos na realidade e na verdade se encararmos essa situação através dos olhos de nossa fé: nada foge de Deus e de Sua Divina Providência. É certo que, acima e além dos acontecimentos que nos atacam, Deus tem um plano. E que lembrar as pessoas de sua condição mortal e da fragilidade de seus projetos pertence a esse plano.
Deus, em primeiro lugar, mostra ao homem contemporâneo, envenenado pelo positivismo (a negação da ordem divina), que as obras da natureza ao seu redor são Sua obra e que elas obedecem a Suas leis. Deus força o Prometeu moderno, inebriado de transhumanismo (a negação dos limites do homem), a entender que a natureza que Ele criou escapa da técnica e do controle das ciências do homem. Essa é uma lição extremamente necessária, especialmente hoje. Devemos fazer dela nosso tesouro, nosso mais precioso tesouro, tanto mais que o homem moderno, cego pelo seu sonho de poder absoluto, tornou-se incapaz de compreendê-la. Também devemos encontrar nela novos incentivos para adorar a grandeza de Deus e para viver intimamente dependentes d´Ele.
Mais concretamente, o que nos diz Nosso Senhor, Ele, a quem nada escapa e que planejou tudo com antecedência? “Por que temeis, homens de pouca fé? Não credes que eu sou verdadeiramente Deus? Que sou verdadeiramente onipotente? Que governo todas as coisas em minha sabedoria e bondade? Há um único fio de cabelo em vossas cabeças que cai sem meu conhecimento e sem minha permissão? Não sou eu o mestre da vida e da morte? Pensais que um vírus pode existir sem mim? Que governos podem fazer leis ignorando que sou o mestre supremo? Dizei-me: qual a pior coisa que pode suceder a vós durante essa tempestade, se estou com vós no barco?”
O problema todo reside nas respostas que conseguimos dar a essas perguntas. Nosso Senhor está mesmo no barco, ou seja, nas nossas almas? Se sim, estamos realmente olhando para as coisas através da nossa fé, que nos permite interpretar cada evento em nossa vida diária sob a luz da fé? Temos confiança total n´Ele, mesmo quando não compreendemos bem o que está havendo? As respostas eternas de nossa fé católica são suficientes para nós? Ou nós sentimos necessidade de as ignorar em detrimento dessas respostas constantemente atualizadas que encontramos na internet? Enquanto os meses passaram, nossa confiança em Jesus Cristo, Nosso Senhor, aumentou? Ou nosso ensimesmamento e nosso sentimento de falta de esperança aumentaram? Cada um de nós deve responder a essas questões sinceramente e de boa fé.
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Também há alguns entre nós que temem, além da epidemia em si, o início de uma perseguição religiosa de longo prazo e, em particular, contra os católicos. É compreensível que essa questão surja, porque sabemos que o mundo nos odeia, e que, cedo ou tarde, isso vai acontecer: seja em razão da epidemia ou independentemente dela. Nós não poderemos escapar disso. Essa é uma verdade evangélica, que antecede qualquer predição atual. Nosso Senhor nos avisou: “Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos […] Levantar-se-á nação contra nação e reino contra reino. Haverá grandes terremotos por várias partes, pestes e fomes […] Lançar-vos-ão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos nas sinagogas, nas prisões e vos levarão à presença dos reis e dos governadores por causa do meu nome” (Lc 21,9)
Mas, aqui, também, nossos medos devem ser banhados na tranquilizante luz da nossa fé: “Não temais”. Tendo sido avisados disso por muito tempo, devemos nos preparar para isso serenamente, entregando-nos, sem reservas, às mãos da Divina Providência e sem procurar, desesperadamente, uma maneira de fugir. Lembremo-nos dos cristãos dos primeiros séculos, vivendo sob perseguições: aqueles que olhavam para os algozes, os instrumentos da tortura ou as feras selvagens, esquecendo-se do amor de Deus, que os chamava a juntarem-se a Ele, não viam nada além de perigo, dor e medo… e terminavam apostatando. Eles tinham todas as informações de que precisavam, mas sua fé não era forte o suficiente, e não havia sido nutrida pela oração ardente: “Velai, pois, sobre vós, para que não suceda que os vossos corações se tornem pesados com as demasias do comer e do beber e com os cuidados desta vida, e para que aquele dia vos não apanhe de improviso; porque ele virá como um laço sobre todos os que habitam sobre a face de toda a terra. Vigiai, pois, orando sem cessar (Lc 21,34)
E Nosso Senhor também nos avisou: “Não é o servo maior do que o senhor. Se eles me perseguiram a mim, também vos hão de perseguir a vós”. Em todas as tribulações, há o segredo e precioso dom de nos enxergarmos remodelados, para nos tornarmos mais como nosso Divino Salvador, nosso modelo, e, portanto, aptos a “completar em nossa carne o que falta aos sofrimentos de Cristo”
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Também há uma reflexão final que pode nos ajudar a manter-nos na realidade e deixar o problema do coronavírus no seu devido lugar. Paralelamente a essa crise presente, a Igreja Católica está atravessando uma crise muito mais terrível e devastadora, que nos afeta cada vez mais. Ai de nós se não fosse assim, porque seria sinal de que nós não enxergamos mais com os olhos de nossa fé! Essa outra crise é, de fato, muito mais mortífera, porque aqueles que perderam sua fé por causa dela correm o risco de perder suas almas para sempre. A isso, infelizmente, na presente situação, acrescenta-se a total ausência de uma mensagem sobrenatural da hierarquia da Igreja sobre as consequências do pecado, da necessidade de penitência, do amor da cruz e da preparação para a morte e do julgamento que aguarda todos os homens. É, verdadeiramente, uma catástrofe dentro da catástrofe!
Quanto a nós, não percamos nossa esperança, que não se baseia nem nos nossos esforços ou habilidades, nem nas nossas análises – por mais pertinentes que possam ser – mas nos méritos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. É a Ele que sempre devemos recorrer, especialmente quando estamos sobrecarregados e fatigados sob o peso de nosso jugo. Fazer isso, especialmente para nós que O conhecemos, é um dever de caridade em relação àqueles que vivem em uma trágica ignorância dessa realidade reconfortante. Se realmente queremos ser apóstolos para nosso próximo, nessas horas privilegiadas, o apostolado mais apropriado e eficiente é o da confiança ilimitada na Divina Providência. Essa é uma maneira exclusivamente cristã de carregar nossa cruz e de manter a esperança. Nosso desejo de retornar à “normalidade” deve ser, antes de tudo, um desejo de recuperar inteiramente essa confiança, nutrida pela fé, esperança e caridade.
Para obter essas preciosas graças, intensifiquemos nosso fervor – pais e filhos – na nossa Cruzada de Rosários, que nos aproxima e une, para que nossa oração ardente possa se transformar em um brado passional ao qual Deus não resistir: pela a Missa; pelas vocações; pelo mundo e a Igreja; e pelo triunfo da Bem-Aventurada Virgem Maria.
Esse é o verdadeiro caminho para sair da atual crise, sem necessidade de aguardar o fim da pandemia!
“Quem nos separará, pois, do amor de Cristo? A tribulação? Ou a angústia? Ou a fome? Ou a nudez? Ou o perigo? Ou a perseguição? Ou a espada? […] De todas essas coisas saímos mais que vencedores por aquele que nos amou. Porque eu estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as virtudes, nem as coisas presentes, nem as futuras, nem a força, nem a altura nem a profundidade, nem nenhuma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Jesus Cristo Nosso Senhor”.
Que Deus os abençoe!
Menzingen, 02 de fevereiro de 2021
Na Festa da Purificação da Bem-Aventurada Virgem Maria
Dom Davide Pagliarani, Superior Geral.
Pe. Robert Brucciani, FSSPX
Sumário: o poder político, econômico e cultural na China está concentrado nas mãos do Partido Comunista Chinês (PCC). O poder cultural engloba o poder sobre a religião. Com ajuda direta do Ocidente, a China adotou o Capitalismo de Estado e, agora, é uma superpotência global. No Ocidente, o poder político, econômico e cultural está semelhantemente concentrado, não nas mãos de uma organização política ou de um Estado individual, mas nas mãos de uma elite financeira menos visível. Tanto na China quanto no Ocidente, o poder cultural tem sido exercido para promover uma antitética cultura da morte e para oprimir e subverter a Igreja Católica. À luz de eventos recentes, parece que a profecia de Nossa Senhora de Fátima sobre o comunismo global está se tornando realidade, e nós faríamos bem em imitar os fiéis católicos da China, que preservaram sua fé em um Estado comunista sem Deus.
Essência e propriedades do comunismo
A essência e as propriedades do comunismo são descritas pelo Papa Pio XI em sua encíclica Divinis Redemptoris. O comunismo é o materialismo ateu, no qual:
não há espaço para a ideia de Deus; não há diferença entre matéria e espírito, entre alma e corpo; não há sobrevivência da alma após a morte, nem nenhuma esperança em uma vida futura… O comunismo, além disso, retira do homem sua liberdade, despoja a personalidade humana de toda a sua dignidade e remove todas as limitações morais que controlam as erupções dos impulsos cegos. Não há o reconhecimento de nenhum direito do indivíduo em suas relações com o coletivo; nenhum direito natural é reconhecido à personalidade humana, que é apenas uma engrenagem no sistema comunista. Nas relações do homem com outros indivíduos, além disso, os comunistas sustentam o princípio da igualdade absoluta, rejeitando toda a hierarquia e a autoridade constituída por Deus, incluindo a autoridade dos pais.
O comunismo na China
Pouco após Mao Tse-Tung, o Secretário-Geral do Partido Comunista Chinês (PCC), subir ao poder absoluto após declarar a fundação da República Popular da China no dia 1º de outubro de 1950, na Praça Tiananmen, deu-se início ao desmantelamento da sociedade chinesa. O objetivo alegado do PCC era criar um Estado comunista ideal: uma sociedade sem classes, sem Deus, com a propriedade comum dos bens.
A ignorância de Mao Tse-Tung da natureza humana era talvez tão profunda que ele de fato acreditou na viabilidade da utopia comunista; ou, talvez, apenas via a ideologia comunista como um meio para obter o poder absoluto. De todo modo, lançou mão do seu poder para criar um regime totalitário, um Estado servil.
O PCC começou com a destruição da ordem natural na sociedade: impôs a ideologia comunista e instigou medo em toda a população por meio de leis que mudavam constantemente, ameaças e prisões arbitrárias. Declarou classes inteiras (proprietários de terras, homens de negócios, intelectuais, toda a classe média) bem como as religiões como inimigas do PCC e as privou de suas posses. Chegou ao ponto de privar os camponeses de suas possessões – tomando deles a terra que lhes havia sido dada após as espoliações dos proprietários privados de terra. Ele destruiu a riqueza e os empreendimentos independentes. Matou 60 milhões de almas em suas prisões e campos de concentração. Os católicos foram perseguidos de maneira especial, e a Associação Patriótica Católica Chinesa (APCC), controlada pelo PCC, foi estabelecida em 1957, numa tentativa de substituir a Igreja Católica na China.
O único partido político permitido era o PCC; a economia foi planejada centralmente pelo PCC, a cultura era ditada pelo PCC, e a religião foi tornada subserviente ao PCC. O resultado foi um cruel fracasso. Como poderia ser de outra maneira, se a Lei natural era atropelada e toda a aspiração à virtude, exinta? Todos aqueles que detinham posições de comando eram oficiais do partido, e todos os oficiais do partido eram corruptos.
Comunismo chinês: Capitalismo com caraterísticas chinesas
Após uma disputa pelo poder em seguida à morte de Mao Tse-Tung em 1976, Deng Xiaoping foi proclamado “Lider político” pelo PCC. Deng Xiaoping lidou com o problema do fracasso econômico introduzindo o capitalismo de mercado na China, alegando que isso seria, apenas, uma adaptação temporária dos princípios comunistas para adequação às condições locais, visando garantir que, eventualmente, fosse atingida a utopia comunista de uma sociedade sem classes, com propriedade comum de todos os bens. As reformas tanto encorajaram o empreendedorismo quanto toleraram a propriedade, mas sempre sob controle do PCC. Esse é o modelo que o atual Secretário-Geral do PCC, Xi Jinping, tem desenvolvido desde que se tornou o “Lider político” em 2012.
Com uma enorme quantidade de mão de obra barata, enormes investimentos de multinacionais e bancos ocidentais, mercados ocidentais abertos, tecnologia prodigiosa do ocidente (garantida por espionagem industrial patrocinada pelo Estado), controle político total e tirania cultural, a China tem buscado uma estratégia vigorosa e inescrupulosa de imperialismo econômico. Ela tem comprado influência e garantido recursos no exterior ao remover ativos comerciais, financiar políticos e acadêmicos estrangeiros e escravizar países em desenvolvimento com projetos de infraestrutura que são bons demais para ser verdade. O resultado geral é que a China, agora, é uma superpotência com posição central nas questões globais, enquanto permanece sem Deus e desprezando a Lei natural. Esse desprezo se manifesta, claramente, no seu bárbaro programa de controle de população e no uso extensivo de “centros de reeducação” para dissidentes políticos e religiosos. É importante notar dois fatos: em primeiro lugar, nada do desenvolvimento chinês teria sido possível sem o capital ocidental, os mercados ocidentais e a colaboração ocidental; e, em segundo lugar, a China permanece totalmente dependente do ocidente para a continuação da sua prosperidade.
Poder concentrado no Ocidente
O poder político, econômico e cultural no Ocidente também tem seguido uma trajetória de concentração. A fonte do poder político no ocidente é, discutivelmente, a democracia, mas é a elite financeira que, na verdade, detém controle sobre a educação, a mídia, os grandes negócios e os políticos que lhes entregam o poder. O mesmo vale para o poder econômico porque quase todo governo, empresa e indivíduo depende dos bancos que lhes emprestam dinheiro, assim se tornando dependentes daqueles que controlam os bancos. Finalmente, a cultura ocidental, controlada pelas empresas de mídia globais, políticos e a academia e o conjunto de instituições do Capitalismo de Estado, também se conforma à elite financeira.
Até mesmo a Igreja Católica, antes uma poderosa força em prol da ordem natural e sobrenatural no mundo, parece estar sob o jugo da mesma elite. Desde o Concílio Vaticano II, os homens da Igreja, querendo se fazer amados pelo mundo, fecharam os olhos para o fim sobrenatural do homem e para o Reinado Social de Cristo Rei e abraçaram a nova cultura global com sua nova religião secular. Eles até se submeteram às autoridades chinesas, traindo assim seus filhos chineses perseguidos naquele país.
O partido não pode durar
Em suma, o poder tem sido comprado com dinheiro, mas esse recurso tem suas limitações. Quando todo o dinheiro em circulação for emprestado e não houver crescimento econômico suficiente para pagar os juros, todo o sistema financeiro está destinado a entrar em colapso. Isso é um problema urgente que o mundo, incluindo a China, está enfrentando. Desde a política de quantitative easing empregada pelos Bancos Centrais em 2009 para alavancar o vacilante sistema financeiro após a crise de 2008, o sistema financeiro mundial tem sobrevivido com aparelhos de sobrevida sem nenhum remédio real para o trazer de volta à saúde.
Tornando-se um comunista chinês com características ocidentais
Nesse contexto, veio a resposta ao vírus da Covid-19, com empréstimos governamentais enormes, erosões das liberdades individuais sem precedentes (notadamente a prática religiosa), aumento alarmante de vigilâncias e sabotagem econômica direcionada – tudo coordenado em escala global.
O que estamos vivendo agora parece muito com uma demolição controlada da antiga ordem mundial baseada no dólar americano para pavimentar o caminho para “O Grande Recomeço” (The Great Reset) que promete maravilhas, mas, na realidade, é um comunismo sem a intenção de resultar na propriedade comum dos bens. O Ocidente está se tornando chinês com características ocidentais: a saber, controle totalitário da política, economia e cultura à moda da República Popular da China, mas, em vez de haver um ápice visível de poder – o Líder político com seus asseclas – a fonte do poder no Ocidente está escondida e opera através de uma infinidade de instituições que formam o “Establishment”, seguindo o modelo de hegemonia cultural descrito pelo teórico marxista Antonio Gramsci (1891-1937); e, em vez do culto do chefe de Estado, uma nova religião de culto terreno e politicamente correto está sendo imposta.
Quem é o Líder Supremo do Ocidente?
Fizemos alusões à “elite financeira” como estando no controle direto de governos, da política econômica e da cultura no Ocidente e no controle indireto da China. Essa elite financeira, segundo se crê, é composta por membros dos Rothschild, Rockefeller, Carnegie e outras dinastias financeiras, em conjunto com estrelas globais que conseguiram adentrar esse círculo seleto. Há bastantes evidências para crer nessa alegação – até mesmo a confissão deles – mas estariam eles no topo da pirâmide? O que os une? É a maçonaria ou algo a que a própria maçonaria é subserviente? Quando se lembra que um tema comum das mudanças políticas, econômicas e culturais ao longo dos últimos 70 anos é a erosão deliberada da Lei Natural e a promoção da cultura da morte, parece que há forças mais sombrias do que a ganância e a megalomania de uma elite em jogo. Quando vimos, também, que a Igreja Católica tem sido objeto de uma infiltração organizada e tem sofrido sua própria revolução (no Concílio Vaticano II), podemos discernir os traços de Satanás no mundo.
Virando católico chinês.
O que estamos testemunhando agora pode, muito bem, ser o cumprimento da profecia de Nossa Senhora de Fátima em 13 de julho de 1917: os erros da Rússia – os dogmas da ideologia comunista – se espalharão pelo mundo.
Para os católicos, principalmente por estarmos em números tão pequenos e porque grandes setores da hierarquia da Igreja são cúmplices da revolução, é irreal imaginar que podemos vencer as forças do mal lançando-nos contra aquelas instituições onde a cultura da morte reina. Como na China, a rota natural está fechada; devemos, portanto, empenhar toda nossa energia no sobrenatural.
Se nossa sociedade está caindo no comunismo chinês com características ocidentais, faríamos bem ao observarmos como a Igreja Católica sobreviveu e até cresceu face à perseguição do PCC. Desde 1952, a Igreja na China tornou-se clandestina, e, apesar de isolamentos sociais, prisões, multas, lavagens cerebrais, torturas e execuções, muitos católicos perseveraram. Os fiéis católicos correram a Nossa Senhora quando foram ameaçados: eles recitaram o terço na ausência da Missa e ingressaram na Legião de Maria na ausência de uma estrutura paroquial. Eles correram para os santuários dela, os terços eram suas armas, a Legião de Maria, seu exército. Trazida da Irlanda para a China pelo Pe. Aedan McGrath, da Sociedade Missionária de São Columba, a Legião de Maria, tornou-se um instrumento da sobrevivência da Igreja Católica quando a hierarquia visível era desmantelada pelo PCC entre 1950 e 1955. Os legionários treinavam catequistas, batizavam, testemunhavam casamentos e encorajavam a devoção e a perseverância entre os fiéis quando não havia Padres. Eles trabalhavam em segredo, dando aos católicos e aos catecúmenos uma formação que os ajudaria a suportar o sofrimento da perseguição e a espalhar a fé a outras almas aflitas que, privadas das distrações do mundo material, eram terra fértil para a vida divina.
É improvável que os católicos no ocidente serão submetidos aos mesmos sofrimentos físicos que os católicos chineses, mas pressão moral, financeira e legal pode, certamente, ser esperada. Devemos imitar os católicos chineses em suas virtudes de oração, penitência e perseverância, e, talvez, seja o tempo de reformar a Legião de Maria no Distrito.
Em Fátima, Nossa Senhora revelou a Lúcia, Francisco e Jacinta que os erros da Rússia podem ser evitados pela consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, pela devoção dos cinco primeiros sábados e pela recitação diária do terço. Apesar de apenas o Papa, em união com todos os Bispos do mundo, poder consagrar a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, essa é uma causa pela qual podemos rezar e divulgar. Quanto à devoção dos cinco primeiros sábados e à recitação diária do terço, isso é algo que a maioria dos católicos pode fazer – certamente o terço diário.
Devemos estar prontos para seguir o exemplo dos católicos chineses perseguidos, que eram, de várias maneiras, como a Sagrada Família. A Sagrada Família estava sem abrigo, pois ela foi forçada a fugir de sua casa para cumprir uma lei governamental, foi mal recebida e tratada como gado pelo establishment de Belém e teve de abandonar tudo na sua fuga de Herodes. Tendo perdido tudo no mundo, eles, ainda assim, possuíam o maior de todos os tesouros: a Divina Criança – Deus em carne e Deus em suas almas.
Enquanto adoramos o Menino Jesus na manjedoura neste Natal, peçamos as graças de fidelidade e fortaleza para o que pode ser um ano dramático. Em nome de todos os membros da Fraternidade, queridos fiéis, por favor, aceitem meu agradecimento por toda sua ajuda espiritual e temporal ao longo do último ano, e estejam certos de nosso desejo, nossas orações e sacrifícios para que vocês possam encontrar paz verdadeira no único lugar onde ela pode ser encontrada: nos braços de nossa Mãe Celestial, que estende Seu Filho a nós.
Nossa Senhora da China, rogai por nós!
(Ite Missa Est)
Dom Lourenço Fleichman, OSB
Certos anos passam na rapidez vertiginosa e estranha que nos angustia. Outros teimam em não terminar. Dizem que 1968 foi um desses anos que não terminou. A Revolução mostrou sua face gélida e diabólica em diversas partes do mundo, numa tentativa desesperada de destruir de vez a Civilização Católica. Talvez tenha conseguido em parte, mas não devemos desesperar da misericórdia de Deus. Para Ele, nada é impossível.
Devemos rezar para que 2018 alcance rapidamente o seu termo e ceda o lugar para o que lhe há de seguir. No fundo, o que muda quando adentramos em 1º de janeiro? Será a noite da virada diferente de qualquer outra? Espera a Divina Providência a chegada do limiar da convenção humana para dar novas graças ou receber novas orações? Deus, que vive no presente eterno não se incomodaria com esses detalhes não fosse seu singular cuidado em agradar aos homens, esperando que assim estes se inclinem mais a agradar a Deus. Por isso podemos crer nas especiais graças de um novo ano, de um novo nascimento, de uma luz qualquer que brilhe nesse mundo dos homens.
A crise inicial
Ainda no 1º semestre, o ano de 2018 nos trouxe graves apreensões. Os caminhoneiros de todo o Brasil paralisaram nosso país de modo ilícito e irresponsável, sob o olhar conivente dos democratas de carteirinha que, por escrúpulos ou por malícia, não enviaram as tropas para livrar nossas estradas e nossa liberdade. O país ficou escravo de uma casta sedenta de privilégios.
Naquela ocasião reunimos um grupo de colaboradores da Permanência a fim de elaborar um texto explicativo da posição oficial da Permanência diante daquela situação de terríveis consequências para o Brasil. O editorial de hoje retoma partes daquele texto que ainda não tinha sido publicado.
Critérios de avaliação
O primeiro critério de avaliação dos princípios que regem a política dos povos é a própria Revelação, o que Deus revelou aos homens.
São Pedro, em sua Epístola, diz com todas as letras: “Servos, sede submissos a toda instituição humana, por amor de Deus”. Pesem as palavras do Apóstolo: há motivo sobrenatural – o amor de Deus – para critério de nossa atitude social e política. O texto continua: “... quer ao rei, como a soberano, quer aos governadores como enviados por ele para tomar vingança dos malfeitores e para louvar os bons; porque esta é a vontade de Deus, que fazendo o bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos; procedendo como homens livres, e não como tendo a liberdade por véu para encobrir a malícia, mas como servos de Deus”.
E o primeiro papa continua nesse tema: “Servos sede obedientes aos vossos senhores (empregados sede obedientes aos vossos patrões), com todo o temor, não só aos bons e moderados, mas também aos agressivos. Porque é uma graça o suportar alguém as contrariedades, sofrendo injustamente, pelo conhecimento do que deve a Deus”.
Dois motivos sobrenaturais são, pois, apresentados: obedecer por amor a Deus e obedecer para suportar com paciência a Cruz desta vida.
São Paulo não é menos enfático, na epístola aos Romanos:
“Não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram estabelecidas por Deus. De modo que aquele que se revolta contra a autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por Deus. E os que se opõem atrairão sobre si a condenação”. (...) “Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto a quem é devido; a taxa a quem é devida; a reverência a quem é devida; a honra a quem é devida”.
Após verificar como a Revelação nos instrui, devemos procurar o pensamento da Igreja na Tradição, sobretudo no ensinamento dos papas ao longo da vida da Igreja, para discernir como aqueles princípios foram sendo aplicados com o passar dos séculos.
Ao mesmo tempo não podemos interpretar ao proveito de nossas opiniões o parecer doutrinário e moral consignado nos textos do Magistério. Esse sempre foi o erro dos modernistas, tal como aparece no pensamento do Card. Joseph Ratzinger, por exemplo, ao afirmar que os textos dos papas antigos serviam para a Igreja daquela época, mas com as circunstâncias atuais eles já não teriam valor.
Esse não é o pensamento da Igreja, que atribui aos textos do Magistério valor de verdade a ser seguida, variando apenas a gravidade do pecado no caso de se recusar essa verdade.
No caso da paralisação dos caminhoneiros, em maio de 2018, chegaram a dizer que as greves condenadas por Leão XIII na Rerum Novarum seriam de outra natureza das greves atuais, e que por isso o ensinamento de João Paulo II e do Novo Catecismo seriam corretos, quando dão às greves a legitimidade recusada pelos papas antigos. Porém, não há nada na história do século XIX que indique greves mais violentas do que as atuais. Esse argumento não é válido, e o que devemos concluir é que, assim como a doutrina da Igreja foi dissolvida com o liberalismo do Concilio Vaticano II, no que toca o ecumenismo ou a liberdade religiosa, assim também os princípios católicos, que sempre nortearam a ação política, desviaram-se para uma espécie de socialização que nasce com João XXIII e continua até os dias do Papa Francisco.
De fato, quando a Igreja ensina a doutrina da Verdade, ela o faz através de princípios que são sempre verdadeiros, e devemos ter uma devoção toda especial para com essa orientação, rechaçando as inovações modernistas.
“Porquanto não é lícito desprezar o poder legítimo, seja qual for a pessoa em que ele resida, mais do que resistir à vontade de Deus; ora, os que lhe resistem correm por si mesmos para sua perda. ‘Quem resiste ao poder resiste à ordem estabelecida por Deus, e os que lhe resistem atraem a si mesmos a condenação” (Rom 5, 2). Assim, pois, sacudir a obediência e revolucionar a sociedade por meio da sedição é um crime de lesa-majestade, não só humana, mas divina”.
Ainda Leão XIII, condenando o comunismo por desprezar a autoridade divina e humana:
“Nada deixam intacto ou inteiro do que foi sabiamente estabelecido pelas leis divinas e humanas para a segurança e honra da vida. Enquanto censuram a obediência devida às autoridades às quais o Apóstolo nos ensina que toda a alma deve ser sujeita e que receberam por empréstimo de Deus o direito de mandar, eles pregam a igualdade absoluta de todos os homens no que diz respeito aos direitos e deveres”.
Alguém perguntaria quando se torna lícito fazer alguma manifestação contra os governantes ou contra os patrões? O mesmo papa responde em outra encíclica;
“A única razão que os homens têm para não obedecer é quando algo demandado por eles repugna abertamente ao direito natural ou ao direito divino; porquanto não podem ser mandadas e nem executadas todas aquelas coisas que violam a Lei natural ou a vontade de Deus. Se, pois, suceder que o homem se veja obrigado a fazer uma das duas coisas, ou seja, ou desprezar os mandamentos de Deus ou desprezar a ordem dos príncipes, ele deve obedecer a Jesus Cristo, que nos manda dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus (Mt. 22, 21), e, a exemplo dos Apóstolos, responder vigorosamente; ‘Importa obedecer mais a Deus do que aos homens’ (Atos 5, 29)”.
Mas isso não é motivo para qualquer greve ou paralisação. Muitas vezes ao trabalhador é pedida a virtude da paciência e a visão do Bem Comum, mais do que seus interesses particulares ou corporativos.
“O trabalho muito prolongado e pesado e uma retribuição mesquinha dão, não poucas vezes, aos operários ocasião de greves. É preciso que o Estado ponha cobro a esta desordem grave e freqüente, porque estas greves causam danos não só aos patrões e aos mesmos operários, mas também ao comércio e aos interesses comuns; e em razão das violências e tumultos, a que de ordinário dão ocasião, põem muitas vezes em risco a tranqüilidade pública.
Na mesma encíclica o papa tinha dito um pouco antes: “importa à salvação comum e particular que a ordem e a paz reinem por toda a parte (...) É por isso que os operários, abandonando o trabalho ou suspendendo-o por greves, ameaçam a tranqüilidade pública”.
O texto da Rerum Novarum é tão atual que parece ter sido escrito para os dias de hoje. Eles são opostos em todos os pontos às concessões admitidas pelos papas mais recentes. Vejam que a Igreja, partindo de São Paulo, considera que os homens devem ter um espírito de obediência aos governantes, quaisquer que sejam, limitando essa obediência apenas aos casos em que estes nos obrigariam a atos contrários à Lei de Deus, ou seja, o Decálogo, ou à Lei Natural, inscrita nos corações de todos os homens, de qualquer tempo e de qualquer lugar.
A noção de Bem Comum
Logo o Brasil entrou em época de campanha eleitoral, a qual, por tensa e densa que foi, parece ter levado um tempo muito maior do que os poucos meses que de fato se passaram. Procuramos, então, adaptar aquele trabalho inicial, alargando seu leque de considerações para uma visão mais geral sobre a política católica, que servisse de critério para os eleitores interessados em porem em prática os princípios da filosofia política da Igreja na sua Tradição bi-milenar.
Agora que a escolha do novo chefe da nação ficou definida, podemos voltar a esse estudo com mais calma para lembrarmos dos princípios católicos que regem nossos atos morais na vida individual e na vida política.
Uma das noções mais difíceis de se compreender dentro do ambiente da democracia liberal moderna é a de Bem Comum. Os liberais interpretam o Bem Comum de dois modos equivocados: em primeiro lugar consideram equivocadamente o voto como sendo o sinal mais eficaz da vontade do povo, e a partir daí, entendem “Bem Comum” como sendo essa vontade expressa pelo voto, pela maioria, pelo número. Nada mais contrário à verdadeira noção de Bem Comum, a qual, como o termo mesmo já expressa, é necessariamente o Bem. Ora, quem fixa como meta o bem, em qualquer obra que realize, considera em primeiro lugar o fim a ser alcançado. Como o fim último do homem no seu ser ou em qualquer coisa que faça é Deus, a Beatitude, todas as obras humanas necessitam dessa meta, desse fim último alcançado que gera o repouso e a felicidade eterna.
Assim, o critério para sabermos se algo, ou um ato, faz parte do Bem, é provar que ele obedece à Lei eterna de Deus, obedece aos Mandamentos de Deus e à Igreja Católica, a qual recebeu, e apenas ela recebeu, autoridade divina sobre a orientação dos homens e das nações. Esse lado prático do Bem orienta o homem na escolha dos meios a serem adotados para alcançar o bem particular que lhe é devido.
A outra interpretação equivocada de Bem Comum é vê-lo como sendo o bem pessoal ampliado ao máximo pelas liberdades totais. Quanto mais livre, mais independente e mais rico. Espalha-se a riqueza material e com isso todos ficam felizes e satisfeitos. Logicamente essa autonomia afasta drasticamente o homem do seu fim último, e o orienta a uma atuação política contrária muitas vezes ao Bem que vem de Deus e nos conduz a Ele.
Por outro lado, os socialistas e comunistas interpretam o Bem Comum com essa visão estereotipada que considera o Estado Socialista como sendo o único bem do povo, o único provedor, o único dono, o único produtor. Quanto mais Estado, mais dependência e menos necessidade de possuir. O resultado é a pobreza geral na qual todos os povos socialistas caíram.
Alívios
Cabe lançarmos um olhar para os últimos anos do nosso Brasil. Quando o sr. Aécio Neves perdeu a eleição em 2014, os liberais que adoram a democracia ficaram sem chão. Como o Brasil vivia há anos sem uma política verdadeira, dominado que estava pelas esquerdas desde Fernando Henrique Cardoso, parecia que o domínio do PT continuaria por muitos anos ainda. Não contam nunca com a vontade de Deus, não acreditam na Providência divina.
As coisas se precipitaram rapidamente e conhecemos dois anos do governo Michel Temer em que muitas coisas começaram a serem consertadas no Brasil. Pode ser que o sr. Temer seja tão ladrão quanto os demais, e que termine na prisão. Mas o trabalho que fez à frente do governo devolveu ao país um projeto sério. Enquanto o governo do PT já tinha abandonado o país ao retorno da inflação galopante, Temer conseguiu em um ano levar a inflação a percentuais espetaculares e estimulantes, além de diminuir pela primeira vez, desde o início da era PT, o desemprego no país. Além disso alavancou o cadáver da Petrobrás, nos livrou do domínio dos sindicatos, preparou a reforma da Previdência, a qual só não foi votada por causa do crime cometido pelo sr. Janot, de lançar ao ventilador da mídia as acusações contra o presidente que frearam as possibilidades políticas de Temer e do Brasil.
Hoje, quando Jair Bolsonaro se prepara para assumir a presidência, deve agradecer ao seu predecessor por ter tirado o Brasil do fundo buraco em que o PT o havia precipitado. E Bolsonaro parece saber disso.
Não podemos fechar o ano de 2018 sem mencionar a mudança impressionante que tem acontecido com a política do nosso país. As multidões que se sentiam asfixiadas pelo PT, acuadas e escondidas, parecem ter despertado. Os resultados das eleições foram lições dadas aos antigos políticos que abusaram e traíram o país com seu projeto de perpetuar-se no poder. O PT sobretudo, foi rechaçado fortemente, e todas as mentiras lançadas sobre golpe e volta de suposta ditadura foram desfeitas pela verdade.
Apesar de muitas atitudes fanatizadas de certos grupos, o fato é que temos hoje um presidente da República capaz de entender o que é o Bem Comum, de estabelecer seus ministros com esse critério específico de buscar o Bem, a Lei Natural em primeiro lugar, e apesar de seus equívocos causados pelo protestantismo de sua mulher, pelo menos ele tem sabido se portar corretamente, atribuindo a Deus a orientação do Brasil no caminho da verdade e do Bem.
Alertas
Algumas das idéias levantadas nessa fase de transição do governo soam límpidas, naturais e benfazejas. Outras nos afligem e nos deixam um sabor agridoce diante do que virá pela frente. Estamos na iminência de vermos equipes técnicas e competentes darem rumos novos ao Brasil, aliviando de diversas formas as crises que se abateram sobre a nação. Ao mesmo tempo, ainda não é possível avaliar corretamente o que significa a presença tão forte dos protestantes na orientação do novo governo. Não nos iludamos. Historicamente, quando os protestantes encontram meios, fazem de tudo para denegrir, atrapalhar ou mesmo perseguir a Igreja. É verdade que a ausência de padres, bispos, autoridades católicas no apoio a Bolsonaro só contribuiu para a presença de pastores protestantes. Mas eles não são os únicos.
Há também uma nova direita chamada “conservadora” que se pretende católica, mas que segue orientações de hereges notórios, de adeptos de religiões comparadas, de seguidores de René Guénon e outros. A Permanência não poderia se alinhar com esse tipo de pensamento, pois ele rompe com a fé íntegra, falsifica a noção de Religião e conduz os homens a caminhos ruins para o pensamento e para a vida prática.
Continuamos cumprindo nosso papel de formação católica do pensamento, dentro da orientação dada pela Igreja e pelos papas até as vésperas do Concílio Vaticano II. A Tradição, para um católico, significa Revelação transmitida oralmente, verdades de fé infalível que não foram escritas, mas transmitidas pela Igreja por obra do Divino Espírito Santo. Esperamos que o novo governo de Jair Bolsonaro saiba esquivar-se de tantos enganos que o cercam tentando abocanhar poder na nova oportunidade.
Resta-nos manter nossa Esperança na Divina Providência, sabendo que Nosso Senhor é o Rei das nações, e Ele só pode abrir as portas, e elas necessariamente se abrirão; fechá-las e serão fechadas com toda a certeza. Nesse Tempo do Advento e Natal ouviremos as grandes Antífonas Ó, com que a Igreja conclama Nosso Senhor para vir, para se encarnar. Com uma delas terminamos esse Editorial, pedindo ao Menino Jesus, Rei e Senhor do Brasil, que olhe por nossos governantes e pelo povo brasileiro.
“Ó chave de Davi e cetro da casa de Israel, que abres e ninguém fecha, que fechas e ninguém abre. Vinde tirar do cárcere o prisioneiro que está nas trevas e na sombra da morte.” (Antífona do dia 20)
2. Os efeitos reais do COVID-19
Para não evocar as consequências econômicas que se revelarão no futuro, basta-nos observar as repercussões imediatas das medidas:
- Redução drástica das liberdades: de circulação, de atividade profissional, de cuidados, de educação, encontros públicos e privados, de culto...
- Efeitos sobre as pessoas: efeitos psicológicos observados em consequência do isolamento, do confinamento, do distanciamento: conflitos familiares, dúvidas mórbidas, temor, medo, paralisia e atrofia da personalidade... tanto em adultos como em crianças.
- Efeitos na vida social: divisão entre as pessoas até as raias da denúncia. Um clima de suspeita: o próximo se torna um inimigo temível; cada um se torna um perigo vivo para todos, quer estejamos com boa saúde (incluindo portadores assintomáticos) ou doentes infectados... "Toda pessoa saudável é um doente que se ignora "(Knock, ou o triunfo de medicina, por Jules Romains).
Hoje em dia, a sociedade está dividida em três classes:
- Por um lado, os defensores indiscriminados de máscaras, luvas, viseiras, pulseiras de som, medidas sanitárias de distanciamento, gaiolas de plexiglass, aplicativos de rastreamento, vacina para todos;
- Por outro lado, os oponentes dessas práticas sistemáticas que, sem negar o COVID-19, estão inquietos, questionam-se a títulos diversos sobre as consequências sanitárias, sociais, políticas, religiosas e ideológicas das medidas tomadas, inclusive a nível mundial;
- Finalmente os intocáveis a quem os governantes se abstêm de controlar e sancionar: as chamadas áreas "sem lei", manifestações e encontros "festivos".
3. Fatos e declarações recentes
3.1. "Evento 201", simulação ou antecipação?
Anualmente, desde 2016, são convidadas algumas personalidades internacionais, especialistas de saúde e economia, para considerar e estudar as consequências econômicas e os aspectos sociais de uma situação de pandemia. O exercício, organizado pelo Johns Hopkins Center for Health Security, e realizado em 18 de outubro de 2019 em Nova York, em parceria com o WEF (Davos) e a Fundação Gates, girou em torno de um vírus fictício então denominado nCoV-2019.
Depois que a China relatou a existência de um novo vírus, em 07.01.2020, o lançamento de uma iniciativa para o desenvolvimento de vacina foi anunciado no WEF em 24-25.01.2020 pela CEPI (Coalition for Epidemic Preparedness Innovations). Criada em Davos, em 2017, e com o apoio da Fundação Gates, o CEPI vem trabalhando em um programa de vacinação junto com laboratórios que dominam quase 85% do mercado de vacinação.
Em 30.01.2020, o Diretor-Geral da OMS alertou sobre um "Emergência de saúde pública de interesse internacional" e anunciou a pandemia global em 11.03.2020. Claro, esta sequência de fatos está na origem do "infox", que o Le Monde, financiado por Gates, foi rápido em negar(21) .
3.2. Poder de fogo da mídia
Podemos questionar a independência da mídia francesa quando se sabe que 90% dela está nas mãos de nove bilionários. Por meses, e o tempo todo, canais de televisão, rádios, jornais e internet transmitem as mesmas informações sem cessar, idênticas de um país a outro". Em toda parte, se ouve as mesmas palavras-chave (aglomeração, distanciamento, medidas sanitárias, quarentena, assintomático...), expressões de uma espécie de "pensamento único ". As imagens difundidas: caixões, ambulâncias, sirenes e necrotérios improvisados. Existe a intenção de produzir medo e trauma? Por quê?
3.3. Rastreamento de população
Alguns países adotaram o rastreamento compulsório. Na França, a Assembléia Nacional e o Senado votaram em 27.05.2020 a favor de implantação do aplicativo STOP-COVID, que não obteve o entusiasmo da população.
3.4. Finanças e COVID
Acontece que o jornal Le Monde recebeu da Fundação Gates um subvenção de US$ 4 milhões parcelados em cinco anos: US$ 299 mil em 2014, $438 mil 2015, $517k em 2016, $681k em 2017 e $2.127k em 2019. Estas somas fazem parte de um programa chamado Global Policy & Advocacy (política global e aconselhamento) com o objetivo oficial de “Informar e mobilizar as comunidades” (Inform and Engage Communities).
O periódico Tanzania Perspective de 14.05.2020 relata as palavras do Presidente de Madagascar, segundo o qual "a OMS ofereceu um suborno de US$ 20 milhões para envenenar o remédio para o COVID-19 à base de plantas chamado COVID-19 Organics, feito a partir de Artemisia, que pode curar pacientes atingidos pelo COVID-19 em dez dias”. A mídia francesa tem, recentemente, amplamente discutido estudos que concluem pela ineficácia do tratamento.
O Daily Post da Nigéria afirma que Bill Gates propôs ao Governo nigeriano $ 10 milhões para aprovar uma lei, fora do circuito parlamentar usual, exigindo vacinas. Gates também se tornou o maior financiador da OMS tendo adicionado $ 150 milhões em abril de 2020.
Em última análise, o tratamento da vacina COVID-19 representaria uma mina de ouro de vários bilhões de dólares.
3.5. Coordenação ou burocracia planetária?
Para ajudar os mais desfavorecidos, Bill Gates evoca a necessidade de uma preocupação global comum:
Nas últimas semanas, falei com dezenas de especialistas em COVID-19... o vírus SARS- CoV-2 ignora totalmente as fronteiras ... Os governos têm se concentrado em sua própria resposta nacional... O que é compreensível. Mas em face a um vírus tão contagioso e largamente disseminado, os líderes também devem entender que, enquanto o SARS-CoV-2 estiver presente em alguma parte, ele diz respeito a todos nós. (Le Monde, 15/04/2020)
Em um relatório de março de 2020, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) estima que:
Ações políticas coordenadas em todas as grandes economias são necessárias para garantir o fornecimento de cuidados de saúde eficazes no mundo e fornecer o estímulo mais eficaz para a economia global. [Neste caso,] reformas estruturais [assim como] o apoio adicional à política orçamental e monetária [devem ser considerados].
Em uma declaração ao The Guardian , Gordon Brown estima que um "governo global temporário (seria) uma resposta global coordenada, (porque) este assunto não pode ser resolvido ao nível de um único país".
"Construir uma saúde juntos torna-se um imperativo moral, ético e democrático”, concluiu em julho Jean-François Alesandrini, ex-diretor de relações públicas da DNDi.
3.6. The Great Reset
A recente publicação do livro de Klaus Schwab e Thierry Malleret, O grande reset, e o anúnciodo 51º Fórum de Davos, aberto a todos, ao contrário da prática dos 50 anteriores, nos deixam de orelhas em pé!
Em janeiro de 2021, o WEF deve organizar um diálogo virtual entre os líderes do mundo político, econômico e financeiro reunidos em Davos e milhares de jovens de mais de 400 cidades do planeta. O objetivo é se preparar para os próximos 50 anos após a "tragédia humana" por que passa a nossa época.
Entre outras intervenções, Klaus Schwab destaca:
Esta pandemia global há igualmente demonstrado mais uma vez a que ponto nós estamos interconectados. É nosso dever restabelecer um sistema funcional de cooperação global inteligente, estruturado para enfrentar os desafios dos próximos 50 anos. A Grande Reinicialização (Great Reset) exigirá que nós integremos todos os atores da sociedade global em uma comunidade de interesse, de objetivo e de ação comum...
4. Antigos fatos e palavras
Podemos impedir que alguém relacione os fatos atuais com o passado conhecido? A situação presente certamente promove esse despertar da memória...
4.1. Malthusianismo e COVID-19
Podemos associar o perigo mortal do COVID-19 à corrente Ideológica malthusiana, ainda que apenas por causa de iniciativas realizadas a nível global, como declarações de personalidades de primeiro plano nos campos político, financeiro e científico; além das somas colossais, de fonte pública ou privada, dedicadas a conter o crescimento populacional:
• 1968: Em um livro que teve um impacto explosivo, The Population Bomb, publicado em 1968, Paul Ehrlich, professor de Stanford, então conselheiro científico de Obama, escreveu:
O câncer é uma multiplicação descontrolada de células; a explosão demográfica é uma multiplicação descontrolada de pessoas... Devemos passar do tratamento dos sintomas para o tratamento do próprio câncer. Isso exigirá a tomada de decisões que podem parecer brutais e desprovidas de sentimentos.
• 1980: Em março de 1980, na Geórgia, nos EUA, seis blocos de granito "surgiram" do solo, cada um com quase seis metros de altura para um peso total de 138 toneladas. Neles, se pode ler, escritos em oito idiomas, os dez mandamentos para um planeta harmonioso... Estas são as famosas Georgia Guidestones (Pedras-guia da Geórgia) construídas à pedido de um misterioso Christian Rosenkreutz. À frente destes prescrições: "Manter a humanidade abaixo de 500.000.000 indivíduos em equilíbrio perpétuo com a natureza. "
• 1991: Quanto ao famoso oceanógrafo Jacques-Yves Cousteau, ele disse em entrevista ao Courrier de l´UNESCO:
É terrível dizer. A população mundial precisa se estabilizar e para isso, seria necessário eliminar 350 mil homens por dia. É assim horrível dizer que nem deveria ser dito. Mas é o conjunto da situação na qual nos encontramos que é lamentável.
• 2006: O Prof. Eric Pianka, sumidade científica no mundo da biologia, desencadeou um escândalo em uma conferência no Texas Academy of Science em 27/03/2006; ele afirmou que as doenças são a maneira mais eficiente e rápida para resolver o mais rápido possível, a crise de superpopulação. Sendo a AIDS muito lenta, apresenta o vírus Ebola, que, disseminado por via aérea é a forma mais segura de eliminar 90% da população mundial, porque é ao mesmo tempo extremamente mortal e mata em poucos dias.
• 2007: O produtor e diretor de Hollywood, Aaron Russo relatou, durante a entrevista que deu seis meses antes de sua morte súbita, as conversas que teve com seu amigo Nicolas Rockefeller:
Com Nick, discutimos muitas coisas. Entre os assuntos conversados, um se referia à redução da população global. Ele achava que havia gente demais na Terra. Em certo sentido, eu estava de acordo com ele, mas não me sentia com autoridade para dizer quem deveria morrer e quem deveria sobreviver. Ele me disse que eles planejavam reduzir a população mundial pela metade (…).Disse-me que eles estudavam as formas de chegar a isso.
• 2009: A Dra. Nina Fedoroff, bióloga, consultora de ciências e tecnologias tanto de George W. Bush como de Barack Obama, insistiu durante uma entrevista de rádio:
Precisamos continuar a diminuir a taxa de crescimento da população mundial; o planeta não pode hospedar muito mais pessoas. (BBC, 31.03.2009)
• O site do Sunday Times (Times online), publicou em 24.05.2009 uma matéria com o título: Um clube de bilionários procura restringir a superpopulação. Nela se lia:
Alguns dos bilionários mais influentes da América, reuniram-se secretamente para examinar se suas riquezas poderiam ser usadas para desacelerar o crescimento da população mundial e acelerar melhorias na saúde e na educação. Estes filantropos, reunidos por iniciativa de Bill Gates, cofundador da Microsoft, decidiram unir forças para superar os obstáculos de ordem política e religiosa às mudanças. Entre eles: o patriarca da dinastia americana mais rica, David Rockefeller Jr., os financistas Warren Buffett e Georges Soros, o Prefeito de Nova York, Michael Bloomberg e chefes de mídia Ted Turner e Oprah Winfrey.
• O peso da taxa de natalidade ameaça o clima, manchete de primeira página do jornal Le Monde de 19.11.2009; especificado no subtítulo: A ONU evoca uma cifra ecologicamente viável da população mundial. E nas páginas internas:
Limitar os nascimentos, um remédio para o perigo climático. A Organização das Nações Unidas pede que a questão demográfica seja levada em consideração na cúpula de Copenhague.
4.2. Epidemias anteriores
• No blogs.lexpress (03.05.2009), uma postagem do Sr. J. Attali durante o episódio que ficou conhecido como “gripe suína” passou despercebida. Este texto profético não suscitou naquele momento nenhum comentário. Republicado hoje, o texto provoca reações na mídia semelhantes as geradas pelo “Evento 201”: erro de interpretação, mal-entendido, fake news etc. Eis o que Jacques Attali, conselheiro de vários presidentes franceses, escreveu logo após a epidemia de H1-N1:
A história nos ensina que a humanidade só evolui significativamente quando tomada de medo: então ela lança mão de mecanismos de defesa [...]. Passada a crise, transforma esses mecanismos para torná-los compatíveis com a liberdade individual e os inclui em uma política de saúde democrática (...). A pandemia que está começando pode desencadear esses medos estruturantes ...
Como proteção contra futuras pandemias, Attali propôs a criação de…
...uma força policial global, um armazenamento mundial e, portanto, uma tributação mundial. Nós chegaremos então muito mais rápido do que teria permitido apenas a razão econômica, lançando as bases para um verdadeiro governo mundial.
• Comentários que se juntam aos que David Rockefeller teria feito durante uma recepção na ONU em 23/09/1994:
Estamos às vésperas de uma transformação global... Tudo o que precisamos é de uma grande crise e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial.
Rockefeller realmente fez esse discurso? Não temos como prova-lo. Mas, em suas Memórias, declarou com todas as letras o seu ativismo em favor da Nova Ordem Mundial:
Alguns até acreditam que nós [a família Rockefeller] fazemos parte de uma cabala secreta trabalhando contra os melhores interesses dos Estados Unidos, caracterizando minha família e eu como internacionalistas que conspiram para construir uma política global mais integrada, bem como uma estrutura econômica -- um mundo único, se quiserem. Se esta é a acusação, tenho orgulho de ser culpado disso.
O objetivo anunciado pelo The Great reset não é esse?
• É oportuno lembrar as palavras do primeiro diretor geral da OMS, um dos protagonistas na crise atual? Seu nome era George Brock Chisholm e realizou na Califórnia uma Conferência sobre educação em 11.09.1954:
Para estabelecer um governo mundial, é necessário retirar dos espíritos seu individualismo, sua lealdade às tradições familiares, seu patriotismo nacional e seus dogmas religiosos.
Esta afirmação, da qual não temos a fonte, é corroborada pela biografia que lhe dedica a Wikipédia e por outras reflexões de Chisholm. A observação de nossas sociedades sugere que este objetivo foi alcançado. É chegada a hora de passar para o último ato?
Conclusão
O terreno tornou-se escorregadio. Mas esses fatos, essas declarações alimentam inquietudes, dúvidas, medos e rumores. É de se admirar que alguns pensem que COVID-19 seria uma criação francesa, exportada para a China? Que o propósito de toda essa comoção seria de alimentar as finanças internacionais? uma maneira de amordaçar e tomar as populações em mãos e controlar o crescimento planetário da população? um modo de avançar em direção a um governo mundial em que todos as estruturas estariam prontas?
É surpreendente, para dizer o mínimo, que nenhum dos 197 Estados do planeta não faça eco a essas dúvidas para pôr em questão o que parece ser o maior embuste deste início de século. Esta unanimidade planetária de governantes em silêncio é no mínimo suspeita!
(Revista da A.F.S. Autor: Y. Tillard - Tradução Permanência)
NADA SERÁ COMO ANTES (I)
- O mundo depois da COVID -
Um mal que espalha terror,
Mal que o Céu em sua fúria
Inventa para punir os crimes da terra,
O COVID (já que deve-se que chamá-lo por seu nome),
Capaz de enriquecer em um dia o Aqueronte,
Faz guerra aos humanos.
Nem todos morrem, mas todos são atingidos ...
Este último verso prende nossa atenção uma vez que o frisson da morte adquiriu dimensões globais.
A mensagem de alerta internacional de profissionais da área de saúde para governos e cidadãos do mundo lançado pela United Health Professionnals, recebe a cada dia novo apoio: “Parem o terror, a loucura, a manipulação, a ditadura, as mentiras e a maior falcatrua sanitária do século XXI". Em uma escala mais modesta, a Dra. Nicole Delépine, em um recente fórum do France-Soir, lançou a questão: Fim de uma epidemia ou de um pânico organizado. Por quê.
Por falta de competência, não nos cabe mais do que uma opinião pessoal. Não podemos nos posicionar sobre assuntos que devem ser reservados a profissionais de verdade, e não a ´cientistas de opereta´, a ilustres anônimos encerrados em um comitê científico ou a profissionais de redes de televisão.
Contudo, o constante assédio da mídia, o zelo frenético das autoridades para intervir, nos conduzem a refletir e tentar entender o que está em jogo nesta agitação planetária.
1. Algumas observações e perguntas
1.1. O Grande espetáculo
Com grande espalhafato de imagens e repercussão televisiva, pudemos assistir os fechamentos de aeroportos, as crônicas do obituário diário, os transportes TGV-COVID, a repetição incessante da mídia sobre a utilidade dos hospitais de campanha ou do plano Branco e Azul, a implementação abortada de drones de vigilância...
1.2. Origem do vírus
Natural ou projetado em laboratório? Este debate sobre a origem do vírus não é sem importância porque é uma fonte de interrogações para a pessoa comum: Se houve manipulação, por qual motivo? mera pesquisa ? objetivo curativo, político? O que é evidente é que o COVID-19 é atualmente objeto de consideração, tanto de autoridades locais como de organismos internacionais, a exemplo do que diz Klaus Schwarb, fundador e presidente executivo da World Fórum Econômico (WEF), mais conhecido como Fórum de Davos: "A pandemia apresenta uma oportunidade rara e limitada de repensar, reinventar e reerguer nosso mundo do zero."
O Prof. Luc Montagnier, Prêmio Nobel de Medicina de 2008, foi alvo de duras críticas por haver afirmado:
Este vírus (natural) recebeu inserções, mas os autores receberam ordem de não dizer nada... Há um encobrimento geral. Até mesmo cientistas são comprados ... Todos repetem em uníssono: o vírus foi produzido pela natureza. Isso é falso. Aí está uma grande mentira
O Prof. Joseph Tritto, praticante de microcirurgia, especialista em biotecnologia e nanotecnologia, presidente da Academia Mundial de Ciências e Tecnologias Biomédicas (WABT, sob a égide da UNESCO) confirma em seu livro "A quimera que mudou o mundo" a posição do Professor Montagnier.
A posição dos Professores Montagnier e Tritto recebeu recentemente o apoio da doutora Li-Meng Yang, virologista chinesa que pesquisou o COVID-19 a pedido de seus superiores no laboratório da Universidade de Hong Kong, referência da OMS. Ela fugiu da China em 28 de abril de 2020, para afirmar que estamos enfrentando um vírus modificado, criado no laboratório de Wuhan... e para não ser assassinada. Por que ficar em silêncio sobre isso?
1.3. Periculosidade e mortalidade
Sem entrar em disputas de números e métodos de cálculo... as estatísticas mostram que o número de mortos em comparação ao de infectados é um pouco maior do que influenza sazonal (0,1-0,2%), mas bem abaixo de 1%.
De acordo com os últimos números divulgados pela OMS, em 13 de agosto de 2020, dos 192 membros atuais da OMS, os quatro países europeus que mais aderiram ao lockdown (Itália, Espanha, Bélgica e França) estão entre os dez países que apresentaram a taxa de mortalidade por COVID-19 mais elevada do mundo.
Vemos atualmente a queda do número diário de mortes por COVID que fora liturgicamente anunciada todas as noites; estranhamente, durante este período, câncer, AVC, doenças crônicas... desapareceram!
O CDC americano (Centro para Controle e Prevenção de Doenças) declarou que a COVID-19 não é mais contagiosa e mortal do que outras epidemias do passado.
1.4. Inconsistências e reviravoltas das decisões de governamentais
Sobre o início da "guerra contra COVID-19", podemos nos lembrar...
... das declarações dos governantes sobre a inutilidade da máscara, o que é confirmado por muitas vozes médicas; hoje parece que caminhamos para o uso obrigatório!
... do confinamento, das multas por haver feito uma caminhada... sozinho na floresta sem máscara, mas tolerância em relação a encontros festivos... ou manifestações;
... do distanciamento no metrô, inexistente na SNCF que, no entanto, transforma seus funcionários em fiscais...
O Le Monde fala em “decisões políticas evolutivas” (!!!). Com o que isso rima?
1.5. Liberdade de expressão e de ação dos profissionais regulamentados
"Cancelamentos" orquestrados por indivíduos prepotentes -- jornalistas, "especialistas", políticos -- que expressam suas opiniões enquanto desqualificam outros que, por sua vez, apóiam-se em fatos, experiência e conhecimento.
Perigo de crime de opinião: o professor Toubiana disse na BFMTV estar sendo pressionado pelo fato de afirmar posições contrárias a ideologia em vigor. Por quê?
Os cientistas seriam comprados, de acordo com o professor Montagnier, e parece que muitos meios de comunicação também o sejam (ver nota 6). Por quê ? Por quem ?
1.6. Medidas de saúde contestadas
• Uso generalizado da máscara: A OMS especifica em seu relatório Conselhos sobre o uso de máscaras no contexto de Pandemia de COVID-19:
Hoje, o uso generalizado de máscaras por pessoas saudáveis na comunidade, não é ainda apoiado por evidências científicas diretas ou de alta qualidade e há benefícios e danos potenciais a serem tomados em consideração.
No canal LCI, o Prof. Toubiana, epidemiologista, doutor em física, pesquisador do INSERM, disse em 20 de agosto que a máscara era inútil ao ar livre, e psicologicamente muito prejudicial. O que o atual Ministro da Saúde, para quem o vírus está cada vez mais ativo, contesta violentamente.
• Idosos: Medidas draconianas (máscaras, isolamento de idosos em asilos, confinamento generalizado, barreiras - com controles policiais meticulosos e às vezes difíceis, multas etc.) tomadas para proteger "pessoas frágeis" - dependentes e residente em asilos - resultou nesta população: 12.769 mortes de 25.531 registradas em 6 de maio de 2020.
• Confinamento: não há consenso sobre a eficácia do confinamento generalizado. O Dr. Michel de Lorgeril especifica que o confinamento nunca foi praticado na história da medicina e Não existem estudos sobre o confinamento e sua utilidade para fazer face a uma pandemia. Além disso, a taxa de contaminação é maior em países onde o confinamento foi objeto de uma decisão cabal.
• Distanciamento: De acordo com a revista médica BMJ, o Massachusetts Intitute of Technology e a Oxford University argumentam que regra de distanciamento (entre duas pessoas) seria obsoleta porque devemos levar em consideração a ventilação das instalações, a potência da voz… para estimar o dano de gotículas respiratórias. O que parece ser a confirmação do bom senso!
• Hospitais: Devido aos planos Branco e Azul, a capacidade hospitalar, quase totalmente reservada para os "covidados" teve por conseqüência a suspensão do tratamento de doenças crônicas, câncer, AVC... levando, portanto, a óbitos. Além disso, os depoimentos públicos da equipe de enfermagem, o uso de emprego parcial em clínicas particulares comprova a desproporção da decisão.
1.7. Tratamentos da doença
De acordo com dados da OMS de 13 de agosto, os países com menos mortes atribuídas ao COVID-19 são principalmente aqueles que mais realizaram testagens, realizaram quarentenas específicas e/ou usaram amplamente a hidroxicloroquina: Islândia (30 / milhão de hab), Marrocos (15), Senegal (14), Grécia (12), Japão (8,4), Cuba (7,7), Coréia (6), Nigéria (4,6), Singapura (4,6), Malásia (3,8), Qatar (1).
Na França, a liberdade de prescrição de remédios foi posta sob controle. Em 27 de março de 2020, o CNGE (Conselho Científico do Colégio Nacional de Docentes Generalistas) recomendou que clínicos gerais não prescrevessem derivados de quinina para os cuidados da COVID-19. “Essa exigência seria contrária à ética médica"... e pode acarretar em sanções da ordem dos médicos. A proibição tem sido ameaçadora desde então.
Mas, de acordo com o Prof. Montagnier:
A ciência mostra as verdades, mas não se acredita mais nelas. Essas verdades estão sendo transformadas de acordo com as necessidades da economia. Ver um Ministro da Saúde da França para proibir um medicamento que parece agir sobre este infame vírus, é absolutamente espantoso, absurdo. Embora as revistas científicas tenham se retratado [caso da Lancet] ele não se retratou. Ele continua. Então, quem é que nos governa? É um mundo louco... Os médicos não têm o direito de prescrever.
Desde março, muitos especialistas, diferentes hospitais e institutos de pesquisa, propuseram tratamentos médicos que provaram ser eficazes, pelo menos em muitos casos, mas que nunca foram levados em consideração por governantes e outros comitês ad hoc que, por sua vez, interditaram o uso de drogas utilizadas há mais de 30 anos.
1.8. A salvação da humanidade através da vacina por vir
Os "Especialistas" defendem a vacina aos sete ventos, apesar do parecer de muitos virologistas e médicos licenciados em sentido contrário. Emmanuel Macron, apoiador de uma política vacinal muito autoritária, afirma:
"... afirmamos agora que uma vacina contra COVID-19, assim que ela for descoberta, beneficiará a todos, pois será um bem público global."
Bill Gates converteu-se de empresário em pregador infatigável da vacina em nome da justiça social. Por quê ?
1.9. Um segundo ataque da besta?
Prof. Laurent Toubiana: “Não há epidemia de infecção de COVID-19, há uma epidemia de ansiedade. " (BFMTV).
Contra tudo o que é afirmado diariamente, "não haverá segunda onda", afirma o professor Toussaint, correndo o risco de se desacreditar. Por quê ?
O Professor Christian Perronne, infectologista, denuncia os subterfúgios, as mentiras, as manipulações ... das quais ele fornece provas em seu livro "Há algum erro que eles não tenham cometido?" . Tendo em vista milhões de testes, a generalização progressiva do uso de máscara… conseguinte ao discurso em 31 de agosto em RMC, C. Perronne falou de delírio total... Por que essa obstinação das autoridades?
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(AFS 271, Tradução: Permanência)