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O Grande Reset: uma nova etapa do globalismo?

Em meio à crise do COVID e enquanto a França saia do confinamento no verão de 2020, um evento passou despercebido, apesar de merecer um pouco mais de atenção: trata-se do anúncio de um "Great Reset"1 global por Klaus Schwab, presidente-fundador do Fórum Econômico de Davos2. De que se trata? Por que agora? Quais os objetivos declarados ou ocultos da "elite mundial" que se comprime em Davos? Muitas perguntas precisam ser respondidas, ainda que pela influência deste Fórum e de seu fundador, cujas afirmações nunca são sem importância.

 

I. O GRANDE RESET

 

1. APRESENTAÇÃO GERAL

“The Great Reset” é uma ideia exposta por Klaus Schwab3 em um livro publicado em meados de 2020, com o título COVID 2019: the Great Reset (A Grande Reinicialização) 4. Aparentemente, o livro é apenas um ensaio de estilo tecnocrático, tal como os que abundam nas bibliotecas dos organismos internacionais.

No fundo, o título do livro é deliberadamente provocativo, sem que o leitor saiba de imediato se está diante de uma decisão já tomada por órgãos globalistas ou de uma proposta a ser implementada. Nesse sentido, o título não é tranquilizador: reinicialização de quê? recomeçando do zero? quem decidirá? o que está em jogo?

A leitura do livro dá algumas respostas, sendo a ideia principal do autor a de aproveitar a crise do COVID-2019 para repensar o mundo e fazê-lo retomar sobre novas bases. Mas vários pontos permanecem suspeitos:

          ⦁ A palavra 'reset / reinicialização' não foi bem escolhida, porque embora a crise do COVID represente um choque, o mundo permanece por enquanto um continuum: os governos seguem os mesmos de antes (infelizmente), assim como os bens econômicos (embora afetados) e as populações (embora vitimadas). Trata-se na verdade de uma "reconfiguração" e não uma "reinicialização", a menos que se trata das nossas contas bancárias... mas essa ideia não é mencionada no livro;

          ⦁ Deve a reconfiguração do mundo ser imposta de cima para baixo, por meio de cenáculos secretos e pensadores sem nenhuma legitimidade política5, ou deve vir de baixo, ou seja, daqueles que estão em posições de comando (governantes) e daqueles que lhes estão sujeitos (as populações)? Seria então necessário falar de debates públicos, referendos e subsidiariedade, palavras que causam horror nos globalistas (“O povo, que horror”);

          ⦁ "Repensar o mundo" é um propósito prometeico, digno de cérebros inflados de orgulho, que existem apenas nas imediações de círculos próximos ao inimigo da humanidade. Deus não pediu para o homem "repensar o mundo", mas apenas cuidar dele e usá-lo em seu próprio benefício.

Também podemos nos surpreender com a publicação deste livro em pleno desconfinamento, logo após a "primeira onda" e antes mesmo que as lições desse evento fossem aprendidas pelos Estados, como se todas as análises que nele aparecem tivessem sido escritas antecipadamente e o livro já estivesse pronto há muito tempo6. A propósito, é muito oportuno que o livro venha a ser publicado a tempo do 50° aniversário Fórum de Davos, que ocorrerá em 2021 durante a sessão de janeiro (de 25 a 29).

 

2. Conteúdo do livro7

O livro está estruturado em três partes reveladoras, em que a economia tem primazia em tudo:

          - a reinicialização vista de um ângulo muito geral (“reset macro”) nos campos da economia, da sociedade, da geopolítica, do meio ambiente e da tecnologia;

          - a reinicialização vista de um ângulo mais detalhado (“reset micro”), que diz respeito principalmente ao mundo dos negócios e da indústria;

          - reinicialização vista de um ângulo individual (com seus efeitos sobre nossa natureza e saúde), que na verdade é apenas uma subdivisão da 2ª parte (microanálise).

Em questões econômicas, o autor enfatiza que as epidemias têm sido historicamente oportunidades para impulsionar a economia. Ele acredita que o declínio que geram é uma oportunidade de refletir sobre o mito do crescimento. Ao seu ver, há oportunidade para configurar uma economia mais verde. Ele se inquieta igualmente com as consequências monetárias que a crise acarreta, pelo aumento dos déficits e pela distribuição descontrolada de dinheiro (“helicopter money "), mas não acha que possa haver inflação ainda.

Nas questões sociais, o COVID revelou as falhas de sistemas muito liberais, como os anglo-saxões (Estados Unidos e Reino Unido), que oferecem cobertura social bastante frágil aos mais pobres. Corre-se o risco de acentuar desigualdades e agravar as tensões sociais, sobretudo as preexistentes (por exemplo, o “Movimento dos coletes-amarelo" na França), em particular no tocante aos jovens, em grande parte vítimas desta crise (educação, emprego, recursos). Deve-se também sublinhar o papel do Estado e dos governos na fase de recuperação, o que será acompanhado de um aumento de impostos.

Em termos de geopolítica, o autor sai de sua neutralidade para expor imediatamente o perigo dos nacionalismos, "o fim caótico do multilateralismo"8 (p. 79) e "a erosão da mundialização" (p. 80). Ele sublinha o perigo desta evolução que tem aumentado pelo COVID, ilustrado pelo fechamento das fronteiras e aumento do protecionismo9 Reconhecendo o fracasso da hipermundialização10 propôe uma posição de recuo, focada na tomada de consideração das questões sociais e ambientais. Ele lamenta o risco da ineficácia da governança global, ilustrada em particular durante a crise do COVID, quando cada estado tentou encontrar uma resposta nacional e os Estados Unidos denunciaram a OMS. Aponta para o risco de confronto entre os Estados Unidos e a China, a retirada progressiva dos Estados Unidos do cenário internacional e o risco de um “Déficit de ordem mundial” (p. 80), ao mesmo tempo que encoraja uma posição mediana, a da regionalização.

Em questões ambientais, o COVID se soma aos riscos preexistentes das mudanças climáticas e da destruição de nosso ecossistema. O autor vê ligações entre esses três riscos, uma vez que o pangolim (sic), tendo deixado seu habitat natural, teria transmitido o vírus COVID e a poluição do ar favoreceria doenças. Deduz-se, portanto, que a crise da COVID deve ser uma oportunidade para repensar o equilíbrio entre o homem e a natureza e estimular uma economia mais verde e livre de carbono.

No campo tecnológico, a crise da COVID mudou a situação e acelerou a digitalização da vida econômica: homeoffice, uso intensivo de smartphones etc. Os aplicativos de rastreamento COVID destacam a linha frágil entre o bem comum e a privacidade; esta crise, aliás, reforçou todos os meios de controle virtual. Lembrando que as medidas tomadas depois de 11 de setembro de 2001 ainda estavam em vigor nos Estados Unidos, o autor destaca o risco de distopia, ou seja, de um regime totalitário se intrometendo de forma ultrajante na vida privada.

No nível microeconômico, o autor vê mais uma vez o COVID como uma oportunidade para a indústria repensar seu funcionamento11, embora seja pessimista no tocante a determinados setores (turismo, hotelaria, lazer). Os setores de produção de bens ou alimentos terão que se adaptar à digitalização (por exemplo através de sistemas de delivery). O fim da hiperglobalização colocou em questão a tercerização e as cadeias de abastecimento; a segurança deve triunfar sobre o lucro. Essa tendência também deve fortalecer o papel do Estado (nacionalizações, legislação trabalhista, gestão de estoques).

Finalmente, no nível individual, a pandemia tem uma dupla consequência: desenvolve mais o isolamento (confinamento) ao passo que aumenta a solidariedade. Em um nível mais amplo, o autor, mais uma vez, aponta o risco do nacionalismo e da busca de bodes expiatórios12. Preconiza obviamente uma maior colaboração, que vai no sentido de uma maior inclusão global13 Também destaca o efeito da pandemia na saúde física e mental das populações, em forte deterioração. E termina com algumas notas positivas, estimando que essa crise pode nos ajudar a desenvolver mais nossa criatividade14, relação com o tempo, frugalidade e retorno à natureza.

 

3. Conclusão

As ideias contidas neste livro são esperadas e muitas vezes de bom senso, mas suas conclusões são desviadas pelo objetivo principal do livro, repetido capítulo após capítulo: toda crise global deve ser uma oportunidade de fazer avançar o mundo em direção ao governo mundial:

As possibilidades de mudança e de [criação de uma] nova ordem resultante são agora ilimitadas e dependem apenas de nossa imaginação. (p. 16)

Devemos aproveitar esta oportunidade única para reimaginar nosso mundo. (p. 17)

Não há tempo a perder. Se não melhorarmos o funcionamento e a legitimidade de nossas instituições globais, o mundo logo se tornará incontrolável e muito perigoso. Ele não poderá ter uma recuperação duradoura sem uma estrutura de governança estratégica global.” (p. 86), o que equivale a desejar um governo mundial.

Este leitmotiv vem acompanhado de um aviso: não podemos tomar o caminho errado! O mundo está dizendo não à globalização e ao globalismo, o que seria dramático, na visão do autor.

Há, portanto, uma esperança neste livro: a elite globalista reconhece seu fracasso, e isso é altamente animador!

Vamos, portanto, examinar em mais detalhes qual era o plano global original.

 

II. UM PLANO GLOBAL QUE VAI MAL

O objetivo ideológico de avançar a todo o vapor rumo em direção a um mundo mais globalizado é conhecido há muito tempo.

 

1. Um plano antigo para o governo mundial

Sem voltar aos fariseus que desde muito cedo manifestaram seu desejo de governar o mundo por meio de um Messias terreno, a ideia de dominação mundial (para o bem da humanidade, é claro!) remonta pelo menos ao século XVI com os Rosa-Cruzes, a Comenius no XVII com seu "aerópago do mundo" e as conquistas anglo-saxônicas dos séculos 19 e 20, incluindo a criação da Liga das Nações em 1919 e da ONU em 1945.

A ideia de uma "Nova Ordem Mundial" "(NOM15) também floresce neste período e a conclusão é oficialmente pronunciada pelo presidente Bush pai em 199016 no prelúdio da 1ª Guerra do Golfo (1991).

Desde aquela data, com uma regularidade suspeita, a cada dez anos, algum evento particular17 tem servido de gatilho para o estabelecimento de novas medidas de coerção globalistas18. A crise COVID não escapa a esta regra.

 

2. As etapas do plano global

As etapas que estão sendo implementadas foram há muito tempo referidas em todos os tipos de documentos19, qualificados geralmente como falsos e "conspiratórios" por aqueles que têm interesse em silenciá-los, mas que existem realmente como o Plano Pike 20, os Protocolos dos Sábios de Sião, a Ordem dos Bárbaros21 , O Comitê dos 30022, os Protocolos de Toronto e a Aurora vermelha23 . É justamente interessante notar que as etapas descritas nesses planos sempre foram realizadas ou estão em processo de serem-no, o que nos faz pensar que são de fato autênticos, independentemente de sua origem.  

 

21. Etapas já concluídas

Entre as mais significativas podemos citar:

⦁ controlar e perverter a sexualidade (contracepção, aborto, homossexualidade, pornografia...);

⦁ perverter os jovens por meio da música e das drogas;

⦁ autorizar o comércio aos domingos, para profanar o calendário;

⦁ controlar a imprensa e a mídia, para controlar a opinião pública;

⦁ criar crises econômicas para enfraquecer os Estados, torná-los dependentes do FMI por meio de dívidas;

⦁ promover o comércio internacional para isolar os países nacionalistas;

⦁ transferir reservas de mão de obra para novos países (China);

⦁ promover a imigração em massa para desestabilizar os países anfitriões;

⦁ criar um sentimento de insegurança e medo, em particular através do terrorismo;

⦁ fomentar guerras, privilegiar a força sobre o direito24.

Qualquer observador intelectualmente honesto pode constatar que essas etapas foram cumpridas, sem precisar ser um conspirador hediondo.

 

2.2. Etapas em vias de realização

Se os franceses tivessem sido informados em 2019 que o Sr. Macron se preparava para os trancar em suas residências, com a obrigação de apresentar à Gestapo Nacional um Ausweib para deixar sua casa, quem tivesse declarado isso seria considerado um terrível conspirador (fascista-populista-reacionário, esses são os slogans de hoje)! No entanto, é isso o que estamos vivendo nos dias de hoje... Os anúncios dos globalistas de ontem são indicações das realizações de hoje.

Ora, entre as etapas descritas há décadas, algumas estão em processo de realização:

⦁ controlar a educação e abolir a educação privada25;

⦁ promover a eutanásia;

⦁ reduzir o acesso à informação26;

⦁ restringir autorizações de viagem;

⦁ contratar jovens recrutas sem cultura na força policial27;

⦁ absorver as fortunas por meio de impostos e dívidas;

⦁ reduzir a circulação de dinheiro e promover o dinheiro eletrônico, para maior vigilância;

⦁ encorajar o ecologismo, para usurpar territórios em troca de perdão de dívidas ou impostos sobre carbono;

⦁ destruir a autonomia industrial dos países avançados e, em particular, sua independência energética (nuclear)28;

⦁ reduzir a diferença salarial e promover o salário universal;

⦁ estender o registro e a vigilância geral das populações29;

⦁ controlar o comércio de armas de fogo para reduzir a capacidade de resistência das pessoas;

⦁ fabricar doenças mortais;

⦁ criar um tribunal mundial30 para estabelecer a supremacia globalista.

Mais uma vez, a evolução atual não se encaminha para um mundo mais livre e sereno, mas mais controlado e mais privado de liberdade. Nesse contexto, a crise do COVID atua como um acelerador formidável dessa tendência e atende a muitos objetivos globalistas: eliminação dos mais vulneráveis, restrição de viagens, vigilância generalizada, transferência de fortunas (da classe média para a oligarquia).

 

 2.3. As etapas que ainda precisam ser cumpridas

Com base na realização das etapas anteriores, só podemos estar atentos à implementação das etapas restantes a serem cumpridas:

          ⦁ reduzir a população mundial;

          ⦁ limitar as famílias a 2 crianças, ou mesmo retirar as crianças

de seus pais31;

          ⦁ Suprimir os médicos particulares;

          ⦁ suprimir religiões (especialmente o cristianismo) e fundi-las em uma só32;

          ⦁ transferir as forças armadas nacionais para a ONU33;

          ⦁ estabelecer um governo despótico, se necessário por meio da guerra 34;

          ⦁ deter o poder mundial e fazer com que as pessoas o aceitem.

Essas constituem as etapas finais que permitirão a elite globalista finalmente alcançar o seu sonho: a dominação mundial, por meio da força, da economia, da justiça, da religião, tudo detido em uma só mão.

É esta fase do plano que atualmente vai mal, porque os povos ainda não estão prontos para esta ditadura insidiosa e começam a se rebelar: os povos europeus desconfiam cada vez mais de suas “elites” impostas e da falta de defesa do bem comum; desconfiam da União Europeia, considerada com razão como um Moloch frio e inútil; desconfiam do desemprego, da imigração, do terrorismo importado pela globalização.

O fato de o Sr. Klaus Schwab reconhecer isso é um avanço notável e prova que a bela engrenagem montada para subjugar as pessoas pode ter falhas. Este é o ponto que deve ser estudado agora.

 

III. AS ILUSÕES E INCOERÊNCIAS DA ELITE MUNDIAL

 

1. Cegueira e radicalismo devido ao orgulho

Não é hábito dos globalistas ter dúvidas: visto que estão persuadidos a trabalhar pelo bem da humanidade, como poderiam estar errados?

É esse orgulho de sempre estarem certos (apoiado no fato de que seu poder material lhes permite ir na direção de suas convicções) que lhes dá uma convicção insuportável, que já denunciava Cristo em seu tempo ("Vejo que este povo é de dura cerviz" - Ex 32, 9) e que ainda hoje encontramos em suas declarações e escritos, com muito excesso e presunção:

          ⦁ Nós teremos um governo mundial, gostem ou não. A única questão é se será criado por conquista ou por consentimento. (Paul Warburg, 17/02/1950)

          ⦁ Iremos juntos em direção a esta Nova Ordem Mundial e ninguém, afirmo ninguém, será capaz de se opor a ela. (Sarkozy, 16.01.2009, aos embaixadores)

          ⦁ Muitos de nós nos perguntamos quando as coisas vão voltar ao normal. A resposta curta é: “nunca” (Schwab - op. cit. p. 11)

          ⦁ O mundo que conhecemos nos primeiros meses de 2020 não existe mais, desfez-se no contexto da pandemia. Mudanças radicais acontecerão de tal forma que alguns especialistas chegam a referir-se a um período "anterior ao coronavírus "(BC) e" após o coronavírus "(AC) 35 (Schwab - p. 11)

Também podemos notar a aparente onisciência globalista, que na verdade consiste apenas em descrever antecipadamente o que está planejado em sua agenda e que pode levantar questões sobre as reais causas dos acontecimentos:

[Este livro foi] publicado no meio da crise e no momento em que várias ondas de infecção são esperadas36 (Schwab, op. Cit. P. 17)

Esses três cenários plausíveis são todos baseados na hipótese básica de que a pandemia poderia continuar a nos afetar até 2022. (p. 33)

Este livro está estruturado em três capítulos principais, que oferecem uma visão panorâmica do cenário futuro. (Schwab, p. 17)

[Alguns imaginam] um retorno aos negócios como antes. Isto não acontecerá jamais. (Schwab, p. 131)

Enfim, essa arrogância de quem sabe tudo não seria a de quem pensa que sabe tudo porque pretende tudo dominar? As conspirações de uma elite que pressupõe governar o planeta, não existiriam, finalmente, na forma como o livro de Schwab parece indicar?

 

 2. Uma hipocrisia mal dissimulada e seus erros

 

2.1. Hipocrisia

Podemos notar que em nenhum momento Klaus Schwab se questiona sobre a origem do vírus, sobre a sua natureza, ou sobre o motivo pelo qual apareceu na China em um laboratório fornecido pela França, embora esta questão seja essencial. O pangolim tem as costas largas.

Também ficaremos surpresos ao ver que Klaus Schwab não se pergunta sobre o porquê de a OMS ter alterado as condições para a definição de uma pandemia 37 ao passo em que aponta acertadamente que as estatísticas demonstram que, em termos de mortalidade, a COVID-2019 não é uma pandemia. Esse ponto, nunca mencionado na mídia, é essencial:

No final de junho de 2020 (. ..), COVID-2019 matou menos de 0,006% da população mundial (...) [enquanto] a Peste Negra (1347-1351) é considerada como tendo matado entre 30 e 40% da população mundial na época. (Schwab, p. 188)

Também ficamos surpresos ao ver Klaus Schwab deplorar a evolução anárquica do mundo, sem nunca se lembrar de que a responsabilidade por essa anarquia recai tanto sobre ele quanto sobre seus amigos. Porque as crises que o mundo vive há 50 anos (guerras externas, terrorismo, crises econômicas repetidas, crises de saúde) são apenas o resultado de um mundo mais globalizado, mais aterrorizado, mais financeirizado, onde os dirigentes políticos não estão mais no controle do destino dos países que deveriam liderar, porque há muito delegaram suas responsabilidades a elites tecnocráticas incapazes, por serem ideólogos, em suma, amigos de Klaus Schwab. Como, então, repensar o mundo confiando em quem o destruiu?

Na verdade, todo o livro The Great Reset é um belo exercício de hipocrisia, pois se o autor lamenta em mais de 200 páginas as consequências desastrosas do COVID, ele se alegra ao dizer que se trata de uma grande oportunidade para repensar o mundo. Isso nos lembra as palavras daqueles globalistas cínicos, que antes dele expressaram o mesmo:

          Tudo o que precisamos é uma grande crise apropriada e as nações aceitarão a Nova Ordem Mundial. (David Rockefeller, 23.09.1994)

          A história nos ensina que a humanidade só evolui significativamente quando realmente tem medo. (...) A pandemia que começa [H1N1 na época] poderia desencadear um desses medos estruturantes. (J. Attali, artigo "Avançar pelo medo", L'Express, 17.05.2009, p. 138)

          Para isso, teremos que criar uma força policial mundial, um estoque mundial e, portanto, um sistema tributário mundial. Chegaremos então, muito mais rápido do que a razão econômica apenas teria permitido, para colocar em ação as bases de um verdadeiro governo mundial. (Attali, ibid.)

Isso remete igualmente à máxima bem conhecida da maçonaria: “Solve et coagula” (dissolver e reconstruir). O Sr. Schwab pede-nos, portanto, sem pestanejar, que apliquemos este lema, com o sorriso no rosto....

 

 2.2. Erros

No plano filosófico, Klaus Schwab mostra que é adepto da consciência livre e do relativismo, pois declara:

          Como todas as noções de filosofia moral, a ideia do bem comum é difícil de definir e questionável. (p. 166)

Em suma, cada um com a sua verdade... Tanto mais para Klaus Schwab, um fervoroso defensor do evolucionismo, para quem o homem tem 200.000 anos e os vírus 300 milhões de anos (p. 17). 190.000 anos lascando pedras é muito tempo ...

Isso nos permite constatar que, quando olhamos para a lista de participantes nos círculos globalistas (Bilderberg, Davos, O Século...), não estamos lidando com uma verdadeira elite intelectual, merecedora de nossa consideração, e sim com um conjunto de pessoas inteligentes, mas intelectualmente deformadas, influenciadas pelas idéias da Revolução mental que infestam nossas universidades há 200 anos, que que não sabem mais raciocinar a partir da realidade dos fatos. Eles partem de si mesmos, de seus espíritos, da ideologia que foi instilada neles e que estão tentando aplicar, assim como o livro The Great Reset começa do ponto de vista MACRO (o de seus espíritos) e não MICRO (o da realidade).

As opiniões expressas por essas pessoas não são, portanto, pertinentes, porque são movidas pelos seus próprios interesses, e não pelos dos seus povos.

 

3. O falso domínio de uma agenda que derrapa

Por mais que a "elite" globalista repise as suas certezas38, o trem louco globalista em direção a um futuro radiante e um amanhã ensolarado parece cada vez mais descarrilhado:

As guerras americanas no mundo são retumbantes fracassos vis-à-vis os objetivos declarados (levar a paz e a democracia aos países "obscurantistas"), seja no Iraque, Afeganistão, Síria39, Venezuela etc.;

a luta contra o islamismo exibida pelos líderes europeus (Sr. Macron e Sra. Merkel na liderança) é, na realidade (e com uma notória inconsistência), acompanhada por uma intensificação da imigração graças ao Sr. Soros. Atualmente, o povo recusa essa hipocrisia e essa política antinatural;

⦁ a marcha forçada para o globalismo (cf. o inchaço perpétuo da UE) atingiu os seus limites e em 2016 viu os seus primeiros fracassos com o BREXIT, depois com a eleição do Sr. Trump nos Estados Unidos;

⦁ a hipermondialização não trouxe nenhum benefício para as pessoas (ao contrário das multinacionais) e apenas contribuiu para o endividamento de todos os Estados do planeta, o que não apenas salta aos olhos, mas acarreta uma dificuldade cada vez maior de governar.

Daí a pensar que a crise do COVID serviu como um disfarce maravilhoso para essa soma de incompetências, é um passo que não podemos dar, é claro. Mas isso talvez explique o porquê de cada nova crise ser sempre mais grave que a anterior: já que o paciente resiste, é necessário usar de uma dose sempre mais... Depois do 11 de setembro e do terrorismo (2001), o mundo conheceu uma crise financeira sem precedentes (2008), depois repetidas crises de saúde, depois crises sociais (imigração, 2015). O que falta, senão a guerra civil e a guerra mundial para impor aos povos o que eles recusam?

 

4.  A reação dos povos ao totalitarismo

A boa notícia é que os povos se cansam de se passar por ovelhas prontas para o abate. As manifestações cívicas e os motins contra os governos estão a aumentar na Europa. A reação dos Gilets Jeunes (Coletes Amarelos) na França é notória, mesmo que o governo não tenha cumprido nenhuma das promessas que fizera naquela época40, mas ao contrário intensificou a repressão. Um governo não pode resistir lançando mão constantemente da repressão, da coerção, do confinamento e da privação de liberdade; o exemplo da URSS está aí para nos provar a aspiração intrínseca dos povos à liberdade.

Essa reação se reflete cada vez mais nas urnas, com o surgimento na Europa de novos nacionalismos ou aspirações de soberania, para desgosto dos globalistas que não suportam que as pessoas possam querer assumir seus destinos nas próprias mãos. Esse movimento é ainda muito incipiente em relação à energia que teríamos que gastar para nos livrarmos do jugo globalista que pesa sobre nossos ombros (acreditar na neutralidade de nossas instituições já seria uma derrota), mas caminhamos na direção certa.

 

5. A reação divina

Ainda resta um parâmetro que os globalistas não dominam: Deus. Ele já disse várias vezes que o cálice estava cheio. Ele enviou a Virgem Maria para comunicá-lo em La Salette em 1846 e em Fátima em 1917, que são as aparições mais importantes dos últimos séculos em relação ao seu caráter profético41. Ele deixou claro que as causas mais importantes que atraem o castigo das nações eram a apostasia, a blasfêmia, a corrupção da moral, tudo isso encorajado por nossos governos apóstatas.

Ele então já revelou por seus profetas que aqueles que serão culpados por essas acusações serão exterminados (os globalistas) e que não vencerão em seu desejo de dominar o mundo, antes que os Tempos sejam cumpridos. Mas ainda não é chegado42, porque o povo fiel ainda está presente, embora reduzidos.

A terra está cheia de adultérios, a terra chora por causa das blasfêmias que aí se ouvem (Jr 23, 4) 43

No ano das duas primaveras, a República morrerá em opróbrio geral. (Pe. Souffrand, 1827)

Então, Jesus Cristo, por um ato de sua justiça e de sua grande misericórdia para com os justos, ordenará a seus anjos que todos os seus inimigos sejam condenados à morte. De uma só vez, os perseguidores da Igreja de Jesus Cristo e todos os homens dados ao pecado perecerão e a terra se tornará como um deserto." (Virgem Maria em La Salette, 1846)

 

IV. CONCLUSÃO

Os Globalistas de todos as matizes, dos quais Klaus Schwab é um dos porta-vozes mais eminentes, não pretendem parar por aí nesse caminho promissor e confiam que hão de cumprir o plano pelo qual são pagos. Eles não se importam que as pessoas morram do vírus, que percam seus empregos e que a governança mundial que pretendem estabelecer apenas traga a abominação da desolação na Terra. Não é possível fazer uma omelete sem quebrar os ovos! Sempre haverá vencedores e perdedores nas reformas, reorganizações, reinicializações que devem acompanhar o nosso mundo!

Esta visão cínica não é nossa e não é a de Cristo para quem todo ser conta, toda ovelha perdida deve ser trazida de volta ao redil. Não, não vamos deixar nossos idosos morrerem em asilos! Não, não deixaremos nossa juventude sem outro ideal senão o republicanismo de M. Blanquer! Não, não vamos deixar nossos amigos artesãos e comerciantes sem outro futuro que o da falência porque nossos políticos e Klaus Schwab decidiram dessa forma!

Não, não vamos "reinicializar" o mundo em benefício das multinacionais, “Big Pharma”, em prol de um mundo mais inclusivo e totalitário, em prol de uma “Mãe Natureza” mais verde com mais abortos, por um mundo mais seguro e mais invasivo para -- como dizem -- o nosso bem.

Se tivermos de reinicializar o mundo, será primeiro por desglobalizá-lo, deixando que os povos tomem seu destino em suas próprias mãos. Não, senhor Klaus Schwab, não é porque a globalização falhou que precisamos de mais globalização! Se o Great Reset (Grande Reinicialização) ocorrer, será o da "elite" globalista que você representa, que irá fracassar no curto ou médio prazo e que terá de ser exterminada. Sr. Schwab, você já é um homem do passado e nós somos o futuro!

 

“Livra-nos do homem ímpio, Senhor!"

  1. 1. ou "grande reinicialização"
  2. 2. Também conhecido como WEF (Fórum Econômico Mundial). Veja https: //fr.weforum.org. Davos é uma estação de esqui suíça.
  3. 3. Klaus Schwab é alemão nascido em Ravensburg em 1938 (portanto com 82 anos), de formação científica e econômica, que então se mudou para a Suíça. Em 1971, ele fundou o Fórum de Davos, que oficialmente quer ser um lugar (privado) de trocas entre personalidades políticas e econômicas, mas que é antes de tudo um lugar onde a "elite" globalista passa suas instruções aos seus executores. Ele publicou em 2016 A quarta revolução industrial (a digital).
  4. 4. Klaus Schwab e Thierry Malleret - COVJD 2019: The Great Reset (edições do fórum, julho de 2020, 212 p.)
  5. 5. A característica/peculiaridade da elite globalista é ser cooptada e não eleita. Até à data, apenas o Parlamento Europeu é eleito, mas ele não representa muito; O verdadeiro executivo, que está na Comissão Europeia, não é eleito. Quanto que nas Nações Unidas, apenas tecnocratas indicados por seus respectivos países aparecem nela e não eleitos. O Bilderberg, a Comissão Trilateral e o Fórum de Davos são estruturas privadas, que não têm responsabilidade perante o público e que atuam de qualquer forma secretamente, de portas fechadas.
  6. 6. Essa surpreendente presciência também é aparente em vários livros: o de Dean Koontz, Eyes of the Darkness, que em 1981 descreveu um vírus que contaminava o mundo e chamou Wuhan-400 (edição de 1989, em homenagem à cidade chinesa de onde começou. COVlD-19) e do Sr. Alexandre Adler, O novo relatório da CIA - Como será o mundo em 2025?, que escreveu em 2009: “O aparecimento de uma nova doença respiratória, humana virulenta, extremamente contagiosa (.. .) poderia desencadear uma pandemia global ”(R. Laffont, p. 240). Acaso ou premonição?
  7. 7. As idéias apresentadas nesta seção são de Klaus Schwab. Elas serão comentadas apenas parcialmente pela AFS.
  8. 8. Ou seja: as relações que prevalecem atualmente entre os estados-nação.
  9. 9. “A ascensão do nacionalismo torna o recuo da globalização inevitável na maior parte do mundo - uma tendência particularmente notável no Ocidente. O voto do Brexit e a eleição do presidente Trump em uma base protecionista são dois momentos capitais do contragolpe ocidental contra a globalização. »(Schwab - op. Cit., P. 82)
  10. 10. “A hiperglobalização perdeu todo o seu capital político e social e defendê-la não é mais politicamente sustentável.”(Schwab, p. 86)
  11. 11. “Para esses companheiros, a pandemia é a oportunidade única de repensar sua organização e instigar mudanças positivas e duradouras. (Schwab, p. 131)
  12. 12. “Isso está causando uma onda de sentimentos patrióticos e nacionalistas, com considerações religiosas e étnicas causando problemas. "(Schwab, p. 164), frase que diz muito sobre sua posição em relação à religião.
  13. 13. “Estamos todos conscientes de que, sem uma maior colaboração, não seremos capazes de enfrentar os desafios globais que enfrentamos coletivamente”. (Schwab, p. 165)
  14. 14. Cita em particular o caso de Newton, Shakespeare e Pushkin, que estariam no auge de sua arte durante os períodos de confinamento por causa da peste.
  15. 15. Cf. a brochura AFS n ° E065 - História da Nova Ordem Mundial.
  16. 16. discursos de 11.09.90 ao Congresso.
  17. 17. 1991: a Guerra do Golfo; 2001: os ataques de 11.09 e a guerra global sob os auspícios dos EUA contra o terrorismo; 2011: lançamento da Primavera Árabe pelos EUA (guerra de imigração contra a Europa); 2021: emergência sanitária global, após o COVID-19, ter sido declarado pandemia.
  18. 18. Embora Bin Laden tenha sido morto, os americanos ainda estão no Afeganistão e Iraque, e o Patriot Act ainda está ativo nos Estados Unidos. O mesmo é verdade na França para a lei n ° 2015-912 relativa à inteligência, que reforça os ataques à privacidade, mas que não tornou mais eficaz o combate ao terrorismo, uma vez que não evitou os ataques de novembro de 2015 (Bataclan...). A característica das leis liberticidas assumidas pelas "democracias modernas" é de nunca ser revogada; É de se temer, portanto, que o estado de emergência devido à crise de saúde seja indefinidamente prolongado na a França.
  19. 19. Amplamente disponíveis na internet, daí a fúria dos pensadores do estabilishement.
  20. 20. Este plano, escrito em 1871 pelo luciferiano Albert Pike, previa 3 guerras mundiais para destruir sucessivamente as monarquias da Europa, estabelecer o comunismo e confrontar o Islã com Israel para dissolver os dois. Consulte a brochura AFS n ° E094 - Globalismo (p. 21)
  21. 21. “Há uma espécie de conspiração (. ..) que influencia os principais acontecimentos históricos e de fato os dirige. »(Brochura AFS n ° ElOl - A Nova Ordem dos Bárbaros, p. 3).
  22. 22. John Coleman - O Comitê dos 300 (1991)
  23. 23. Estes dois últimos planos foram denunciados pelo quebequense Serge Monast em 1995. Ele morreu estranhamente em 1996.
  24. 24. Cf. por exemplo as guerras ilegais dos Estados Unidos durante décadas (Iraque, Kosovo, Afeganistão, Líbia, Síria, Ucrânia...), daí a decisão do presidente Trump de pôr fim a elas.
  25. 25. O projeto lei francês sobre os separatismos, rebatizado de Projeto de lei consolidando o respeito aos princípios da República, visa claramente proibir o ensino em domicílio.
  26. 26. Na França, a Lei 2018-1202 relativa à luta contra a manipulação de informação e a lei n ° 2020-766 sobre ódio na internet são, uma e outra, pretextos para a redução do acesso à informação.
  27. 27. Cenas de violência policial durante manifestações como a La manif pour tous, Gilets Jeunes (coletes amarelos) e contra os oponentes da supressão do direito de filmar policiais, são frequentemente a consequência de forças policiais agindo às cegas e não treinados para a manutenção da ordem.
  28. 28. cf. o desmantelamento do parque francês pelo Sr. Macron (Alstom, EDF, Areva,...)
  29. 29. Cf. a Lei de Inteligência (n ° 2015-912) já citada e a vigilância facial generalizada na China, que serve de teste para todo o planeta.
  30. 30. Os TPIs (Tribunais Criminais Internacionais) são um prenúncio disso.
  31. 31. Já em vigor com a lei alemã que proíbe o ensino em casa (cf. AFS revisão n ° 268 p. 34)
  32. 32. Cf. a brochura AFS n ° E094 - Globalismo (parte 3, espiritualidade global, p. 36)
  33. 33. Uma etapa foi a reintegração da França no comando integrado da OTAN pelo Sr. Sarkozy em 2009.
  34. 34. Mas se podemos chegar lá mais lentamente por meio de eleições fictícias, como as europeias, por que se preocupar? E mesmo que os povos não queiram a União Europeia, ela será imposta de qualquer maneira (por exemplo, graças à traição de um Sarkozy, que fez o Parlamento ratificar a Constituição Europeia que os Franceses haviam recusado em 2005).
  35. 35. ... para fazer o paralelo, com toda a simplicidade, com as siglas em inglês "BC" (“Before Christ,” i.é., antes de Cristo) e "AC" (“After Christ”, i.é, depois de Cristo) onde aqui o "C" significa coronavírus.
  36. 36. Como ele poderia saber que várias ondas são esperadas, quando o livro é escrito após o desconfinamento da 1ª onda, em junho de 2020?
  37. 37. Removendo, em particular, qualquer ligação quantitativa com a mortalidade, a fim de manter apenas o aspecto espacial da doença. Mas, neste caso, as gripes também seriam pandemias, sem por isso provocarem confinamento mundial. Como ficamos?
  38. 38. O especialista no assunto é o Sr. Jacques Attali, que afirma tudo saber sobre o futuro (cf. suas obras Breve história do futuro, Amanhã quem vai governar o mundo? Ou sua declaração feita em 27/08/14 na BFMTV : "Acho que sei quem virá depois dele [Macron]."
  39. 39. A guerra deveria durar 15 dias, de acordo com Alain Juppé, mas já dura 9 anos..
  40. 40. reforma das instituições, facilitação do acesso aos referendos, supressão da ENA, restabelecimento dos serviços públicos nas regiões, etc.
  41. 41. Cf. brochuras AFS n ° E040 - Fátima, um relâmpago no céu e E098 - ND. de La Salette
  42. 42. Não estamos nos dias do Anticristo, mesmo que muitos fatos nos aproximem disso (a renúncia dos pastores, o estado policial, a marca da besta, etc). Nós estamos na quinta era da Igreja (Sardes), de acordo com Holzauzer, não na sétima (Laodicéia). Isto é precisamente porque a agenda globalista derrapa que os Tempos sejam prolongados. Cada oração repele a Besta e a impede de subir ao seu trono.
  43. 43. Que se pense nas declarações irresponsáveis ​​do Sr. Macron sobre o direito à blasfêmia, como uma defesa da liberdade de expressão!
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