Category: Anônimo
9 de janeiro
« E, abrindo os seus tesouros, lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra » (Mt 2, 11)
Prostando-se, o adoraram. Sobre isso, diz S. Agostinho: «Ó menino, a quem os astros se submetem! De quem é tamanha grandeza e glória de ter, perante seus próprios panos, Anjos que velam, reis que tremem e sábios que se ajoelham? Quem é este, que é tal e tanto? Admiro de olhar para panos e contemplar o céu; ardo de amor ao ver no presépio um mendigo que reina sobre os astros. Que a fé venha em nosso socorro, pois falha a razão natural. »
1. O ouro significa a sabedoria celeste. S. Bernardo escreve: «Tereis encontrado esta sabedoria se antes tiverdes chorado os pecados cometidos, desprezado os gozos do mundo e desejado, de todo coração, a vida eterna. Tereis encontrado a sabedoria se cada uma destas tiverem o gosto que tem: as coisas amargas e as coisas de que se deve evitar; estas devem ser desprezadas como caducas e transitórias; aquelas devem ser cobiçadas com todo desejo como bens perfeitos; discerni o gosto no íntimo da alma ».
2. O incenso significa a oração devota. Daí o salmista, « Suba direto a ti a minha oração, como o incenso » (Sl. 140, 2). O perigo para a oração é o de ser tímida, morna ou temerária. A oração tímida não sobe ao céu, pois o medo desmedido reduz o ânimo e impede a alma de lançar sua oração. A oração morna se enfraquece na subida, pois não tem vigor. A temerária sobe ao céu, mas tomba; ela encontra resistência; não apenas não obtém a graça, como é ofensa. No entanto, a oração fiel, humilde e fervente, sobe ao céu e não regressa vazia.
3. A mirra significa a mortificação da carne. « as minhas mãos destilaram mirra, e os meus dedos estavam cheios da mirra mais preciosa » (Ct 5, 5). Comenta S. Gregório: As mãos significam as obras virtuosas, os dedos, a discrição. Portanto, as mãos destilam a mirra quando, pelas obras virtuosas, castiga-se a carne; mas os dedos são ditos cheios da mais preciosa mirra, pois é muito preciosa a mortificação que se faz com discrição.
Acrescenta S. Gregório dos três presentes: « Ao Rei nascido ofereceremos o ouro se, na sua presença, resplendermos com o brilho da divina sabedoria; ofereceremos incenso, se consumirmos, sobre o altar de nosso coração, os pensamentos da carne no santo zelo da oração, afim de que nossos desejos celestes sejam como que um perfume para Ele; ofereceremos mirra, se mortificarmos a carne pela abstinência ».
(Serm.)
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)
25 de dezembro
I. Manifestou-se a bondade de Deus nosso Salvador e o seu amor pelos homens. (Tt 3, 4)
Nosso Senhor nos prova sua bondade pela comunicação de sua divindade; e sua misericórdia, tomando nossa humanidade.
Conforme o testemunho de seus contemporâneos, entre os quais se contam muitos de seus irmãos de ordem, sabemos que um ano antes de sua morte, isto é, desde o Domingo da Sexagésima, 12 de fevereiro de 1273, até o dia da Páscoa, 9. de abril, Santo Tomás se consagrou, com todo o cuidado, à instrução dos fiéis, na igreja conventual de São Domingos, em Nápoles.
[Nota da Permanência] O texto que se vai ler foi tirado do apêndice histórico da edição brasileira da obra de Gertrud von le Fort (A Última ao Cadafalso, trad. de Roberto Furquim, Quadrante, São Paulo, 1998), e tem por base o livro de Bruno de Jesus Maria, O.C.D, Le Sang du Carmel ou la véritable passion des seize carmelites de Compiègne, Plon, Paris, 1954 e o informe do Secretariatus pro monialibus, Curia Generalis O.C.D., As Bem-aventuradas mártires de Compiègne, Roma, S.d. As citações entre aspas, exceto quando é indicado o contrário, provêm dos manuscritos da Irmã Maria da Encarnação.
INTRODUÇÃO DA PERMANÊNCIA
"Este é um bispo, meu Deus!", exclamou Corção do martírio de S. Inácio de Antioquia. Proporções guardadas, queremos repetir a exclamação do velho mestre, estendendo-a a todo o episcopado brasileiro que, em 1890 — mal finda a revolução — ergueu-se condenando, na mais enérgica pastoral jamais escrita neste país, a infâmia que então se promovia graças a aliança liberal-maçônica: a Separação Igreja e Estado e a promulgação da Liberdade Religiosa.
O redator desta pastoral foi Dom Antônio de Macedo Costa, o célebre companheiro de Dom Vital nos combates e no cárcere, e líder intelectual do clero brasileiro. Sua posição inflexivelmente anti-liberal, aliada a um talento literário e firmeza incomuns, dão ao texto que se vai ler toda a gravidade que a ele convinha:
"Mas o que pedis à Igreja Católica é a tolerância ou é o suicídio? Ela não pode, sem contradizer toda a sua história, sem renegar a sua própria essência, sem anular-se, sem aniquilar-se completamente, sem trair a Jesus Cristo, admitir o princípio que todas as religiões são igualmente verdadeiras, ou que todas são falsas, ou que sendo uma só verdadeira, seja indiferente abraçar esta ou as outras; como se a verdade e o erro tivessem os mesmos direitos perante a consciência!"
Mentira X Verdade
À esquerda, o cartaz do filme "Amém" de Costa Gavras mostra uma cruz se transformando em Suástica.
— é a cruz da mentira.
À direita, a capa de uma revista alemã da época mostra a cruz como clara inimiga do regime nazista.
— é a cruz da verdade.
Carta recebida
"Eu, ao menos, estou perplexo diante da última invenção do Papa: pedir perdão a todos pelos "crimes" cometidos pela Igreja no decurso de toda a sua longa história até a virada radical representada pelo Vaticano II: desculpas aos muçulmanos pelas cruzadas; aos judeus pelo "anti semitismo"; aos hereges pela Santa Inquisição, aos protestantes pelas incompreensões,aos franceses pelo apoio dado ao governo de Vichy, aos espanhóis pelo sustentáculo oferecido a Franco, (um e outro, Pétain e Franco — eram valentes defensores da Igreja católica contra o comunismo ateu e inimigo do homem), etc. ... E tudo isto sem ter havido, na parte oposta, nenhuma vontade de reconhecer, por seu lado, os seus delitos. Não vos parece que esta atitude que raia pelo masoquismo ou pela sede de martírio que os Padres da Igreja condenaram sabiamente, seja extremamente perigosa por servir de aval à idéia de que a Igreja de Cristo foi, durante 2000 anos, o Império do Mal, o reino de Satanás, tendo-se assim manchado de faltas tão horríveis?
Sinceramente, que pensais a respeito?
Reconhecimento dos judeus no passado:
"No governo de Napoleão, em 1806, foi convocada uma assembléia dos judeus do Império da França e do Reino da Itália. Tratava-se duma Assembléia dos Notáveis, pessoas importantes e respeitadas, representantes oficiais e autorizadas das comunidades judaicas dos diferentes países. Durante os trabalhos, um dos membros, M. Avigdor, a 30 de maio de 1806, fez um discurso, aprovado por toda a assembléia, no qual ele agradecia calorosamente ao Papa e ao Clero católico pela proteção dispensada aos judeus no decurso dos séculos, tendo-os acolhido nos Estados da Igreja quando tinham sido expulsos dos outros Estados e por ter contribuído, em vista disso, para proteger a sua identidade nacional. Esta comunicação se encontra no livro do sacerdote francês de origem judaica, Joseph Lémann, datado dos fins do século XIX, com o título de "Napoleão e os judeus", e reeditado pela Casa Avalon. Limitamo-nos a citar alguns trechos significativos dele, expostos cronologicamente, em particular:
As seguintes imagens, todas tiradas do livro "Pope Pius XII - Architect for Peace", de Margherita Marchione, dão claro testemunho do que foi a atuação do Papa durante o horror da guerra.
A agência católica de Bruxelas relatava em 21 de fevereiro de 2001 que o Rabino David Dalin, de Nova Iorque, pedia que Pio XII fosse oficialmente reconhecido como um "justo entre as nações". Fazendo coro com o escritor Antonio Gaspari e sua obra Les juifs sauvés par Pie XII, publicada em fevereiro do mesmo ano, a voz do rabino americano vem em socorro do Papa Pacelli, acusado por alguns de cumplicidade passiva com o regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Para ele, "no Talmude está escrito: Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro; e, mais que ninguém no século XX, Pio XII respeitou este princípio. Nenhum outro papa foi tão magnânimo com os Judeus. Toda a geração de sobrevivente do Holocausto testemunha que Pio XII foi autenticamente e profundamente um justo."