Category: martírio
AS LIÇÕES DO IRAQUE
Dom Lourenço Fleichman
Certamente não deve haver maior honra para um sacerdote do que dar sua vida durante a Santa Missa, por amor de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não me parece haver dúvida, pelo relato dos jornais católicos (http://fratresinunum.com), de que o massacre, ou melhor, os massacres que são contínuos em diversos países muçulmanos, mas nunca divulgados decentemente pela mídia internacional, foram impetrados em ódio da fé católica.
Não me comove o fato de um padre ser morto pela fé de Cristo. Não me comove o fato ter de explicar aos fiéis das nossas Capelas e Priorados que, eles também, devem estar preparados para todo tipo de ataque dos inimigos da Cruz de Cristo, inclusive a própria morte violenta. Esse é o ensinamento que devemos tirar das Sagradas Escrituras e da Sabedoria dos Santos: não estamos nesse mundo para alcançar a felicidade aqui, mas para purificar nossas almas das nossas faltas e pecados, abraçando a Cruz, qualquer que seja ela, sabendo que a graça sobrenatural e divina nos sustenta sempre, em qualquer dor ou angústia dessa vida. Leia mais.
Pelo menos você já ouviu falar disso? De 1926 a 1979, no México, todo um povo cristão armado de facões e velhos bacamartes enfrenta, ao canto de Christus Vincit, os regimentos federais que arvoram a bandeira negra com tíbias cruzadas e que gritam: Viva o Demônio!
Chamam-no os Cristeros. Sua epopéia assinalou-se com mortes e deu à Igreja universal mais mártires do que a reconquista espanhola, dez anos depois. A Cristiada entra na comunhão dos santos em igualdade de condições com os do levante católico e realista da Vendéia. No entanto, ela é conhecida somente de alguns especialistas.
[Nota da Permanência] O texto que se vai ler foi tirado do apêndice histórico da edição brasileira da obra de Gertrud von le Fort (A Última ao Cadafalso, trad. de Roberto Furquim, Quadrante, São Paulo, 1998), e tem por base o livro de Bruno de Jesus Maria, O.C.D, Le Sang du Carmel ou la véritable passion des seize carmelites de Compiègne, Plon, Paris, 1954 e o informe do Secretariatus pro monialibus, Curia Generalis O.C.D., As Bem-aventuradas mártires de Compiègne, Roma, S.d. As citações entre aspas, exceto quando é indicado o contrário, provêm dos manuscritos da Irmã Maria da Encarnação.
“Trata-se de dois casos de martírio coletivo ocorridos em localidades do interior do Rio Grande do Norte, na primeira metade do século XVII. Vivia-se o conturbado período do domínio holandês no Nordeste do Brasil (1630/1654), quando as autoridades flamengas, influenciadas pela Igreja Cristã Reformada Calvinista, iniciaram verdadeira perseguição religiosa às pequenas comunidades nascentes de católicos da então Capitania do Rio Grande, que começavam a se organizar. A situação agravou-se de tal maneira que culminou com o holocausto de numerosos cristãos dessas comunidades...”
(Trecho da Introdução de Protomártires do Brasil, de Mons. Francisco de Assis Pereira, Aparecida-SP,Editora Santuário, 2000)
Os relatos seguintes, que fazem parte de um capítulo do livro referido acima, contribuíram para a Beatificação de 30 mártires brasileiros pelo Santo Padre, no dia 21 de dezembro de 1998.
Gustavo Corção
Nos últimos dias de agosto, como se não bastassem os acontecimentos desse mês que nos pareceu ter trezentos dias, correu entre nós um boato que nos deixou sacudidos entre o gáudio e a tristeza: as irmãzinhas do Père Foucald, que se achavam no sertão de Goiás, vivendo entre os índios o obscuro esplendor da virgindade e da paciência, como Santa Rosa de Lima, teriam sido trucidadas pelos tapirapés ou por seus ferozes inimigos. A morte horrível das duas moças, cujas irmãs tantas vezes visitamos na casinha do morro de São Carlos, parecia-nos um sinal do céu, uma réplica que o sertão do Brasil dirigia à capital do Brasil, nesse diálogo de violências que nos encheu o mês de agosto, uma réplica de Deus a nos dizer que seu pendão orvalhara a nossa terra com o sangue dos mártires...