Category: Crise da Igreja
Dom Lourenço Fleichman OSB
O anúncio da Sagração episcopal que será realizada no Mosteiro da Santa Cruz, em Nova Friburgo, nesta quinta-feira 19 de março, tomou de surpresa os católicos da Tradição. Há certo tempo que se especulava sobre a possibilidade dos dissidentes da Fraternidade São Pio X, comandados por Dom Williamson, chegarem a esse extremo, mas a coisa ia sempre se perdendo no tempo. Agora parece que se tornou realidade.
Não poderia deixar de escrever algumas linhas que expressem a tristeza e a preocupação que tal atitude provoca nas almas. Não dizemos que estejam fazendo cisma, ou um ato cismático, como o Vaticano afirmou na época da sagração de 1988. Uma sagração episcopal pode ser uma necessidade para o bem da Igreja, como coube a Dom Lefebvre fazer, com toda prudência e propriedade. O que incomoda é a falta de prudência, a falta de peso de um grupo de dissidentes sem expressão e sem futuro; e a falta de argumentos válidos para que seguissem um rumo acéfalo.
Impressiona o tom ufanista, de salvadores da Igreja, que adotam em seus escritos, mesmo com a Divina Providência dando mostras de que erraram em suas constantes imprudências.
Impressiona a argumentação vazia de fundamentos, baseada em falsas interpretações, como repetir incansavelmente que a Fraternidade S. Pio X já teria feito um acordo com o Vaticano.
Impressiona o orgulho de jamais reconhecerem que erraram em suas avaliações.
Não são capazes de esperar, de sofrer uma situação desfavorável; querem resolver seu problema particular, querem impor à Divina Providência seus pensamentos particulares; são incapazes de perceber que Deus não agiu assim, em nenhum momento da vida de Dom Marcel Lefebvre. O uso do nome do fundador da Fraternidade é, por isso, mais um abuso realizado por aqueles que Dom Williamson arrastou.
Agora assumem uma atitude grave, que só pode trazer um prejuízo imenso à causa da Tradição.
Nossos leitores sabem muito bem que jamais consideramos como sendo uma possibilidade fazermos algum tipo de acordo ou reconhecimento com o Vaticano, enquanto perdurar em Roma o espírito do Concílio, essa Outra igreja protestantizada. Mas afirmar que a Fraternidade S. Pio X pactua com essa Roma modernista é falso, injusto, e descabido.
Perdemos mais uma vez.
Se o orgulho já tornava difícil o retorno dos dissidentes ao combate em torno da Fraternidade, com essa sagração, cava-se um abismo muito maior.
Perdemos nossos bons companheiros de combate, padres amigos de longa data. E nesse desalento e tristeza só nos sobrou São José. No dia da sua festa, pedimos e suplicamos ao esposo da Virgem Maria, ao pai adotivo de Jesus, ao padroeiro da Santa Igreja que tantas provas já deu de proteção à causa da Tradição, que interceda junto ao trono de Deus para que essas almas sejam esclarecidas, saiam da sua cegueira, do seu orgulho, abandonem esse combate menor por suas causas pessoais, para abraçarem novamente o bom e verdadeiro combate pela Santa Igreja.
Os estudiosos dos mitos explicam que uma das características dessas criações é a crença na realidade do mito, por mais bizarro e absurdo que seja. Todos os mitos têm um fundamento religioso, e realizam-se como uma ação sagrada, o que explica a adesão intensa dos espíritos às coisas assim produzidas.
O que pensar, por exemplo, da origem das castas tibetanas? O que pensar do ovo nascido dos cinco elementos e que dará origem a 18 ovos, um dos quais desenvolve membros, depois os cinco sentidos, e transforma-se, enfim, num jovem de grande beleza? Há nessa estranha trama algo ainda mais radical: os homens vão dando crédito a essas bruxarias porque lhes foram transmitidas ao longo do tempo, por tradição oral. Não possuindo a verdadeira Revelação, apegam-se ao que lhes foi transmitido pelos ancestrais.
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Como tantas vezes já denunciamos, o Concílio Vaticano II fundou uma nova religião, tendo como base um credo ecumenista, que admite e exige dos seus membros o pluralismo religioso, em nome do Homem, que foi colocado como o deus de um novo mundo.
Gustavo Corção nos deu a chave do mistério que envolve essa nova Igreja humanista, quando propos que uma mesma hierarquia governa as duas Igrejas, a Católica e a Igreja ecumênica de Vaticano II.
Essa nova religião foi chamada, pelo Card. Benelli, de Igreja conciliar, oposta em tudo à Igreja Católica; tanto na sua doutrina que é modernista, como no novo Direito Canônico, na nova Biblia, nos seus ritos sacramentais, sobretudo na Missa Nova.
O artigo que leremos agora nos ajuda a não termos escrúpulos por causa da marginalidade que os chefes dessa nova Igreja nos impõe. Ele foi publicado na Revista Le Sel de la Terre, nº 85, 2013. [Nota da Editora Permanência]
A IGREJA CONCILIAR SUBSISTE
Dom Bernard Tissier de Mallerais, FSSPX
A Igreja conciliar, que está destinada a se auto demolir, faz um grande esforço para subsistir. Em que consiste a sua tenacidade? Consiste em que a sua hierarquia usa de todo o poder da hierarquia católica que ocupa, detém e desvia. Leia a continuação.
Há quase um ano, o Capítulo Geral da Fraternidade São Pio X reunificou em um mesmo espírito algumas diferenças que haviam surgido ao longo do ano de 2011 e início de 2012, diante da possibilidade de haver um acordo prático com as autoridades do Vaticano. Infelizmente, nessa ocasião, alguns padres da Fraternidade e outros de comunidades religiosas amigas da Fraternidade, resolveram precipitadamente romper com a Fraternidade, alegando que esta já havia traído a orientação de Dom Marcel Lefebvre. Não havia atos ou documentos que pudessem servir de base segura para tal atitude, e esses padres, insistindo em analisar argumentos anteriores ao Capítulo de julho de 2012, cometeram um grave equívoco que só serviu para dividir a Tradição. Da nossa parte, insistimos em que se devia desviar a atenção da internet e seus blogs e redes sociais, para nos dedicarmos à oração e ao silêncio, muito necessários nessas horas para guardarmos um mínimo de sabedoria. Após o Capítulo, o próprio Dom Fellay, assim como Dom Galarreta, fizeram sermões e conferências mostrando que o Capítulo tinha, de fato, sido um momento da graça, retomando critérios importantes para evitar quedas e divisões da Fraternidade. Mas os dissidentes insistiam em afirmar que um acordo já tinha sido feito e que Dom Fellay estava apenas enganando os resistentes. Uma calúnia, na verdade, sem fundamento. Hoje, queremos publicar a Carta aos amigos e benfeitores que Dom Fellay acaba de escrever, onde fica definitivamente marcada a defesa da fé, como sempre foi a pauta da Fraternidade São Pio X ao longo desses anos todos. Pedimos a São José que amanse os corações endurecidos trazendo-os à humildade, para que saibam retornar a essa unidade que, só ela, pode nos manter fortes no combate.
Dom Lourenço Fleichman OSB
Dom Lourenço Fleichman OSB
Sempre procurei rebater as coisas que considero erradas e que vou encontrando aqui e ali, nas leituras dessa vida, tomando-as pelo que elas são, procurando entender o fundo do pensamento do autor e, de preferência, evitando centralizar no próprio as conclusões a que chego. O sr. Orlando Fedeli, ao contrário, prefere ficar apontando com o dedo a pessoa que escreveu. Fedeli escreve como se estivesse num picadeiro de circo entretendo seus discípulos boquiabertos: - "Fenomenal". Acontece que as pessoas inteligentes, que gostam de conhecer a verdade, quando vão ao circo, é para levar seus filhos. Jamais pretenderiam encontrar sob a lona respostas às suas indagações transcendentais. Como este senhor não está muito interessado na verdade, montou um circo, que mais parece uma seita. Porque a primeira coisa que se deve reconhecer no artigo do sr. da Monfort é a difamação, a manipulação dos leitores e seu desprezo por aquilo mesmo que eu escrevi. Leia mais
Diante das interpretações absurdas publicadas na internet, em sites e blogs do Brasil, pareceu-me necessário trazer para os nossos leitores o texto traduzido dessa importante conferência. Uma das causas dessas equivocadas interpretações é o fato de se ter apenas lido a transcrição em espanhol, sem terem escutado o áudio em francês. Cheguei a pensar em produzir legendas para acompanhar o áudio, mas não nos foi possível. Assim, apresento aqui o texto em português, traduzido diretamente do áudio em francês, acrescido dos meus comentários, entre colchetes e em itálico. Recomendamos ao leitor que mesmo não conhecendo o francês, que leia a conferência ouvindo o áudio: http://www.laportelatine.org/mediatheque/audiotheque/audiotheque2012.php, pois as pausas, entoações, insistências, mostram o valor de cada frase, de cada parágrafo, na tranquila e elevada exposição do autor. E que esse esforço da Permanência sirva para eliminar definitivamente a injuriosa acusação feita contra Dom Galarreta, de que teria traído, mudado de posição, e se inclinado a fazer um acordo prático com Roma.
Dom Lourenço Fleichman OSB
Leia a transcrição da conferência com comentários
O Dia em que a Terra parou
Dom Lourenço Fleichman OSB
Nosso Brasil é um país curioso. Mistura certa ingenuidade com uma capacidade de estar sempre envolvido em discussões tolas. Somos, de um modo geral, superficiais, metidos sempre em curiosidades, em busca desenfreada de informações, constantemente deixadas para trás na medida em que novas notícias vão sendo publicadas em toda parte. Conta-se nos dedos os brasileiros que conseguem recuar diante de uma notícia, meditar, ponderar, e aguardar o melhor momento para falar, se for o caso.
Dom Lourenço Fleichman OSB
A leitura do debate em torno das Cartas do Concílio, do Padre Berto, teólogo de Mons. Marcel Lefebvre no Concílio, publicado na revista dos dominicanos franceses Le Sel de la Terre nº 45 mostrou-me, ainda uma vez o quanto a crise atual joga as almas em todas as direções no meio desta névoa espessa que cobre a Igreja.
Parece evidente que, quarenta anos após o Concílio, é necessário trabalhar mais a fundo a questão da natureza exata da crise modernista, sua essência, a base teológica explicativa de tal situação, sem esquecer os apoios nas Sagradas Escrituras e nos Padres da Igreja, também importantes. Assim, como conseqüência desta análise, devemos procurar estabelecer de modo mais sólido, até que medida um católico é obrigado a seguir a Roma modernista, seus textos, seus ritos, seus acordos. Leia mais
Dom Lourenço Fleichman OSB
Está sendo difundido em alguns blogs um artigo meu antigo, sem que se avise ao leitor que ele não é atual. Lendo-o com a falta de atenção que costumam usar, querem insinuar que eu defendo o atual processo de união entre a Fraternidade S. Pio X e o Vaticano. Convido os leitores a ler esse texto prestando a atenção devida, e perceberão que minha defesa de Dom Fellay nesse antigo artigo está baseada na afirmação categórica de que o Superior Geral da Fraternidade não faria, naquela ocasião, nenhum acordo prático, pois assim sempre ensinou em suas conferências: sem a conversão das autoridades romanas, não se pode pensar em acordo prático.
É evidente que nessa hora de grande perturbação e angústia para todos os fiéis católicos da Tradição, em que vemos Dom Fellay declarar que deseja esse acordo prático, é preciso ter os critérios verdadeiros diante de si: a fé sobrenatural exige nossa adesão total à verdade, e não se vê da parte de Roma nenhuma mudança substancial nesse sentido. Não podemos apoiar tal acordo. Procuramos manter nossas almas em oração e penitência, pedindo à Virgem Maria que não permita que a Tradição perca sua força por essa aproximação com o Vaticano, que continua pregando os inaceitáveis erros do Concílio.
Leiam na mesma perspectiva:
A Igreja Católica e a Outra - Dom Lourenço
A Descoberta da Outra - Gustavo Corção
Miragem ou visibilidade - Dom Lourenço
Nossa Posição sobre a Crise da Igreja - Dom Lourenço
A Revelação do Homem - Gustavo Corção