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Category: Papa Paulo VIConteúdo sindicalizado

As demolições de Paulo VI

Dom A. M

Nota da Permanência: Retomamos a publicação da série "Breve crônica da ocupação neo-modernista na Igreja Católica", utilíssima para quem quiser compreender como chegamos ao atual estado de coisas em Roma. Na foto ao lado, o Papa Paulo VI entrega seu anel episcopal ao "arcebispo" anglicano Ramsey.

 

Quanto a Paulo VI, é claro que um filo modernista como ele, chegando a ocupar – com a permissão de Deus e em punição de nossos pecados – a Sé de Pedro, não poderia ser senão um demolidor da Igreja. Além, evidentemente, de suas intenções pessoais, ou melhor, de suas utopias pessoais.

Admirador de personagens como Blondel, Teilhard de Chardin, Henri de Lubac, do "segundo" Jacques Maritain e de outros da mesma laia, o Papa Paulo VI se emprenhou, com obstinação digna das melhores causas, à aplicar em todos os domínios as novas doutrinas do Vaticano II. Ele desmantelou todas as defesas da Igreja, em particular pela reforma do Santo Ofício; promoveu a difusão da nova teologia em todas as faculdades pontificais, universitárias e seminários (ainda hoje, como já sublinhamos, Henri de Lubac e Von Balthasar, com Karl Rahner, dominam imperturbavelmente o currículo dos estudos teológicos); obrigou os religiosos dos dois sexos a um aggionarmento catastrófico de suas Regras e Constituições segundo o “espírito” do Vaticano II (resultado: conventos vazios e vocações raras); favoreceu também o aggionarmento de padres e seminaristas a fim de que se engajassem na abertura ao mundo promovida pelo Concílio (resultado: defecção súbita de dezenas de milhares de padres e a difusão lenta mas inexorável de um espírito secularizado, que se reflete até mesmo nas vestimentas); deixou completamente impunes os propagadores de heresias e de imoralidades que, imediatamente após o Vaticano II, espalharam-se como fogo no mundo católico. (Continue a ler)

Paulo VI e a auto-demolição da Igreja

Pe. François Marie-Chautard, FSSPX

 

“É preciso reconhecer que o papa Paulo VI trouxe um sério problema à consciência dos católicos.

Esse papa causou mais males à Igreja que a Revolução de 1789”. (Dom Marcel Lefebvre)1

 

Quando em junho de 1963 Paulo VI tomou posse do segundo e terceiro andares do Palácio Apostólico, tradicionalmente reservados ao Santo Padre, tratou de arrumá-los a seu gosto. Amante de arte contemporânea, queria dar um aspecto moderno a seus apartamentos. Tapeçaria e poltronas antigas foram substituídas por tecidos e móveis de estilo recente, os aposentos renovados foram adornados com obras de artistas em voga, e sua capela privada foi transformada no espírito dos anos 60.

A história do seu pontificado revelaria que essa nova decoração era representativa da maneira com a qual o novo papa iria considerar e reger a Tradição da Igreja. (Continue a ler)

  1. 1. Dom Marcel Lefebvre, Carta aberta aos católicos perplexos, Editora Permanência.

Paulo VI (1887-1978), um novo santo?

Pe. Thierry Gaudray, FSSPX

 

No dia 5 de agosto passado, o Papa Francisco falou à multidão reunida na praça São Pedro para a oração do Angelus: “Há quarenta anos, o Beato Papa Paulo VI estava vivendo as suas últimas horas nesta terra. Morreu, de fato, na noite de 6 de agosto de 1978. Recordemos dele com muita veneração e gratidão, à espera da sua canonização, em 14 de outubro próximo. Do céu interceda pela Igreja, que tanto amou, e pela paz no mundo. Este grande Papa da modernidade, o saudemos com um aplauso, todos!

Não há dúvida que, ao canonizar Paulo VI, após tê-lo feito com João XXIII e João Paulo II, Francisco tem a intenção de confirmar os católicos nas novas orientações tomadas pela Igreja desde o Concílio, e dar um novo lustro à liturgia reformada1. Paulo VI foi, de resto, o primeiro papa a lançar mão da canonização dos santos para avalizar o Concílio, anunciando, no dia 18 de novembro de 1965, antes do seu término, portanto, a introdução das causas de beatificação de Pio XII, mas também de João XXIII2. (Continue a leitura)

  1. 1. Junto com a missa dita de São Pio V, qualificada de ‘rito extraordinário’, haverá a de “São Paulo VI”
  2. 2. Yves Chiron, Paul VI, le pape écartelé, p. 247, édition Perrin.

Paulo VI, o sepultador da Tradição

Nota da Permanência: Apresentamos a seguir um capítulo do livro “Cem anos de modernismo” (Cent ans de modernsime. Généalogie du Concile Vatican II, Editions Clovis, 2003) do padre Dominique Bourmaud, FSSPX.

Capítulo XXII

Há mais de um século que os Carbonários, a maçonaria italiana, tinham planejado destruir o papado:

“O trabalho que empreenderemos não é obra de um dia, nem de um mês, nem de um ano: pode durar vários anos, talvez um século; mas em nossas fileiras morre o soldado e a luta continua… O que devemos buscar e esperar, como os judeus esperam o Messias, é um Papa de acordo com nossas necessidades… E este pontífice, como a maioria dos seus contemporâneos, estará mais ou menos imbuído dos princípios humanitários que começaremos a pôr em circulação… Quereis estabelecer o reino dos escolhidos sobre o trono da prostituta da Babilônia? Que o clero marche sob o vosso estandarte, crendo sempre marchar sob a bandeira das Chaves Apostólicas… Estendei vossas redes… no fundo das sacristias, dos seminários, dos conventos… Tereis pregado uma revolução de tiara e capa pluvial, marchando com a cruz e a bandeira, uma revolução que não necessitará senão ser ligeiramente estimulada para atear fogo em todos os extremos da terra”[1].  Leia mais

Saul Alinsky e Paulo VI

Christopher Ferrara

Este artigo, adaptado de uma conferência dada no simpósio de 2018 do Forum Romano em Lago di Garda, Itália, examina a atual crise sem precedentes na Igreja em sua origem: o levante neo-modernista durante o período entre guerras, culminando na catástrofe conhecida como a “abertura ao mundo” no Vaticano II.

A “abertura ao mundo” conciliar foi ajudada poderosamente por dois iludidos visionários “conservadores” cujos papéis foram absolutamente decisivos: Jacques Maritain e seu discípulo Papa Montini, cujo relacionamento e conexão mútua com ninguém menos que Saul Alinsky são o foco deste trabalho.

Não é mais possível negar de boa-fé que o resultado do Concílio tenha sido a propagação de uma enfermidade eclesial que afeta agora praticamente cada região do Corpo Místico, enfermidade essa que ambos Maritain e Montini deploraram ruidosamente em seus estágios iniciais, ao mesmo tempo em que se recusavam resolutamente a admitir sua própria participação, e a do Concílio, no crescente desastre.

Por mais de cinqüenta anos, autores e comentadores tradicionalistas, observando o óbvio, documentaram o declínio eclesial que se espalhava em cada setor da Igreja e alertaram incessantemente que a mania reformista que o Concílio desencadeou — sob os aplausos de ambos Maritain e Montini e de seus iludidos reformadores “conservadores” — terminaria num desastre final para o elemento humano da Igreja. O desastre final chegou com o irrefreável papado de Jorge Mario Bergoglio e seu círculo de colaboradores homossexuais e simpatizantes do movimento homossexual, que ele tem elevado sistematicamente a posições de poder a serviço de sua verdadeira ditadura sobre a Igreja.

Admitindo precisamente aquilo que observadores tradicionalistas vêm dizendo sobre Bergoglio nos últimos cinco anos e meio, o padre Thomas Rosica, ferrenho apoiador do movimento homossexual, declara: “O papa Francisco rompe com as tradições católicas sempre que quer, porque ele está ‘livre de apegos desordenados’. Nossa Igreja entrou realmente numa nova fase: com o advento do primeiro papa jesuíta, ela é agora governada abertamente por um indivíduo, mais do que apenas pela autoridade da Escritura ou mesmo pelos preceitos de Tradição mais Escritura.”

O que Rosica está louvando não é nada menos que a tentativa de impor um culto de personalidade sobre a Igreja universal, livre de qualquer doutrina ou prática que o chefe do culto considere inaceitável. A “nova fase” é, de fato, o estágio terminal da revolução pós-conciliar na Igreja.

A próxima fase na história da Igreja será uma restauração total de cada elemento da Tradição que a revolução derrubou. Mas parece agora que essa inevitável restauração terá de envolver uma intervenção divina das mais dramáticas, porque salvo umas poucas comunidades tradicionalistas remanescentes, o elemento humano da Igreja, da cabeça aos pés, tornou-se incapaz de se afastar definitivamente do que foi feito ou do que se permitiu fazer em nome do mais desafortunado concílio ecumênico da história da Igreja. Para lembrar a profecia de Nossa Senhora do Bonsucesso:

Para a libertação da escravidão dessas heresias, aqueles a quem o amor misericordioso de meu Filho Santíssimo destinará para essa restauração necessitarão de grande força de vontade, constância, valor e muita confiança em Deus. Para pôr à prova essa fé e confiança dos justos, haverá ocasiões em que tudo parecerá perdido e paralisado. Será, então, o feliz princípio da restauração completa.

[…]

Durante esse tempo desafortunado, a injustiça entrará até aqui, no meu jardim reservado. Disfarçada sob o nome de uma falsa caridade, ela causará estragos nas almas. O rancoroso demônio tentará semear discórdia, valendo-se de membros putrefatos, que, mascarados pela aparência de virtude, serão como sepulcros apodrecidos emanando a pestilência da putrefação, causando a morte moral em alguns e a tibieza em outros.

[…]

A atmosfera saturada do espírito de impureza, à maneira de um mar imundo, correrá pelas ruas, praças e logradouros públicos… Quase não haverá almas virgens no mundo.

[…]

Como a Igreja sofrerá naquela ocasião a noite escura da falta de um Prelado e Pai para olhar sobre ela com amor paternal, gentileza, força e prudência! Muitos sacerdotes desanimarão, colocando suas almas em grande perigo. Ora com instância, clama sem cansar e chora com lágrimas amargas, pedindo ao Pai Celeste que, por amor do Coração Eucarístico de seu Santíssimo Filho e de seu Precioso Sangue derramado com tanta generosidade, e pela profunda amargura e sofrimentos de sua cruel Paixão e morte, compadeça-se de seus ministros e ponha termo quanto antes a tempos tão nefastos, enviando a esta Igreja o Prelado que deverá restaurar o espírito de seus sacerdotes.

Apesar de ter vivido para se arrepender da ruína eclesiástica que ele mesmo provocou e que, então, buscou desesperadamente reparar — muito pouco, muito tarde — o Papa Montini foi um revolucionário formado pelo Modernismo “conservador” de outro revolucionário: Jacques Maritain. Como Montini famosamente admitiu: “Sou um discípulo de Maritain. Chamá-lo-ei de meu mestre.” 1 O livro de Maritain, Humanismo Integral (1936), não foi nada menos que o “‘petit livre rouge’ (‘pequeno livro vermelho’ 2) de toda uma geração de cristãos” 3, isto é, católicos liberais como Montini, filhos dos “patriotas” da alta burguesia do Estado italiano criado pela violência revolucionária do chamado Risorgimento. Como o próprio Maritain, Montini foi seduzido pelo fogo fátuo de uma Nova Era da humanidade na qual a Igreja, alegremente reconciliada com a democracia pluralista e a concepção moderna de direitos, seria o fermento de uma Nova Cristandade, livre das incapacitantes estruturas do que Maritain repudiava como a ultrapassada “idade sacra” da Cristandade medieval para a qual jamais poderia haver qualquer tipo de retorno. Montini e Maritain foram figuras típicas dos falsos profetas da modernidade que não conseguiam enxergar, mesmo enquanto tudo acontecia diante de seus olhos, o que os Papas pré-conciliares previram que aconteceria caso a Igreja tentasse acomodar seu ensinamento ao espírito da época com sua inegociável exigência de extinção do estado confessional católico.

“O Primeiro Papa Moderno” 4, o discípulo iludido de um leigo iludido, levaria a Igreja a um desastroso desvio do caminho de todos os seus predecessores, apenas para encontrar-se, ao final, “diante do projeto, que jaz destruído, de todo o seu pontificado.” 5. Em seu O Camponês do Garona, publicado em 1966, Maritain uniu-se a Montini ao lamentar o que se seguiu ao Concílio Vaticano II, embora absolvendo o Concílio de qualquer culpa pelo levante neomodernista pós-conciliar, ainda que seu próprio “pensamento”, que espalhou um culto internacional de Maritainismo ao qual Montini pertencia, tenha contribuído para facilitar aquele levante durante e após o Vaticano II.

 

Maritain e Alinsky

Em O Camponês, Maritain escreve sobre seu próprio relacionamento com um companheiro revolucionário, Saul Alinsky: “entre os meus contemporâneos ainda vivos enquanto escrevo essas linhas, só consigo ver três revolucionários que fazem jus ao nome: Eduardo Frei no Chile, Saul Alinsky na América, e eu mesmo na França, sendo porém um peso-leve ao lado desses outros, já que minha vocação como filósofo encobriu completamente qualquer talento que pudesse ter como agitador.... Saul Alinsky, grande amigo meu, é um corajoso e admiravelmente dedicado organizador de ‘comunidades do povo’ e um líder anti-racista cujos métodos são tão efetivos quanto heterodoxos.” 6

Muito inexplicavelmente, Maritain ficou encantado com o judeu agnóstico organizador de comunidades e fumante de charutos, a quem conheceu pela primeira vez em 1945 durante sua permanência temporária nos Estados Unidos ao final da guerra. Bernard Doering, especialista em estudos sobre Maritain, observa que sempre que Maritain e Alinsky se encontravam, “passavam longas horas explorando o sonho democrático de um povo que fizesse seu próprio destino. Ambos aceitavam a democracia como a melhor forma de governo.” 7

A alardeada carreira de Alinsky como paladino da justiça social em Chicago, onde desenvolveu profundas conexões com os padres e prelados progressistas da arquidiocese de Chicago, produziu pouco ou nada em termos de verdadeira justiça. Entretanto, instado por ninguém menos que Maritain, Alinsky viria a produzir alguns livros influentes sobre como ser um efetivo agitador de turbas e inescrupuloso ludibriador político na promoção de causas socialistas. Desde “seus primeiros dias de amizade na América nos tempos da guerra,” escreve Doering, “Maritain vinha insistindo, para não dizer incitando incansavelmente, Alinsky a publicar uma explicação sobre seus métodos de organização de comunidades; um tipo de manual para uma autêntica revolução.”

Alinsky escreveu o seu Reveille for Radicals (Convocação para Radicais) especificamente a pedido de Maritain, cedendo-lhe os direitos exclusivos para a tradução francesa. Numa carta de recomendação para uma bolsa de financiamento para Alinsky, Maritain o descreve como um “tomista prático” — exemplo do quão elástico era o assim chamado Tomismo de Maritain. Na mesma carta, ele descreve Alinsky como “uma nobre alma, um homem de profunda pureza moral...” 8

Foi também Maritain quem estimulou a publicação da última obra de Alinsky, o infame Rules for Radicals (Regras para Radicais), de 1971, que influenciaria ambas as carreiras de Barack Obama e Hillary Clinton. Aparentemente, ou Maritain não leu ou decidiu negligenciar boa parte do conteúdo do livro cuja publicação ele iria depois enaltecer. O livro é dedicado “ao primeiro radical que o homem conheceu; aquele que se rebelou contra o establishment e o fez tão efetivamente que pelo menos ganhou o seu próprio reino — Lúcifer.” Em suas páginas, Alinsky declara: “O dogma é o inimigo da liberdade humana. O dogma tem de ser vigiado e detido a cada volta e reviravolta do movimento revolucionário.” 9 Ato contínuo, contradiz a si mesmo estabelecendo um dogma após o outro, incluindo:

1) O “direito sagrado” à revolução.

2) A máxima de que “a humanidade foi e é dividida em três partes: os que têm, os que não têm, e os que têm pouco e querem mais.” “A vida espiritual dos que têm”, diz Alinsky, é meramente “uma justificação ritualista de suas posses.”

3) Várias regras éticas para o paladino da justiça social, incluindo o direito de empregar chantagem e outros meios imorais se realmente necessários para alcançar o seu fim: a chamada justiça social. 10

De acordo com as regras éticas de Alinsky, “a única e real questão sobre a ética dos meios e dos fins é e sempre foi: ‘Esse fim particular justifica esse meio particular?’” “Padrões éticos”, diz Alinsky, “têm de ser elásticos para serem ampliados com os tempos.” “Dizer que meios corruptos corrompem os fins é acreditar na imaculada conceição de fins e princípios”, declara ainda.

Alinsky chega a citar Maritain — desonestamente e fora de contexto — para sustentar sua posição de que não jogar sujo por “medo de macular a nós mesmos diante do contexto histórico não é uma virtude, mas uma forma de fugir da virtude.” Os julgamentos éticos, diz Alinsky, “têm de ser feitos no contexto da época na qual a ação ocorreu, e não a partir de qualquer outro ponto de vista cronológico”, e “quanto menos importante for o fim desejado, mais deve-se aceitar se envolver nas avaliações éticas dos meios.” 11

Eis um exemplo da “pureza moral” de Alinsky, retirado das páginas de Rules for Radicals:

Sempre acreditei que controle de natalidade e aborto são direitos pessoais a serem exercidos pelo indivíduo. Se lá no meu começo, quando eu organizava a vizinhança do bairro Back of the Yards em Chicago, que era 95% católico-romana, eu tivesse tentado passar essa idéia, mesmo considerando a experiência dos residentes, cuja difícil situação econômica era agravada por famílias grandes, isso teria sido o fim do meu relacionamento com a comunidade.

Alguns anos depois, após estabelecer relacionamentos sólidos, fiquei livre para falar sobre qualquer coisa, incluindo controle de natalidade. Lembro de conversar sobre isso com o então chanceler da cúria católica. Naquele ponto, o assunto não estava mais limitado a perguntas como, “Por quanto tempo ainda você acredita que a Igreja Católica pode se agarrar a essa noção arcaica e ainda sobreviver?” 12

Isso foi escrito na mesma época em que a oposição neo-modernista ao ensinamento da Igreja sobre matrimônio e procriação impelia Montini a produzir o documento que viria a se tornar a Humanae Vitae. Apesar de tudo isso, Maritain escreveu ao seu amado amigo Alinsky em 1971, uma de suas últimas cartas, para elogiar Rules for Radicals como: “Um grande livro, admiravelmente livre, absolutamente destemido, radicalmente revolucionário.... Considero o livro um marco histórico. Se as pessoas da classe média puderem se organizar e desenvolver um senso de bem comum e um desejo por esse bem — e se Saul estiver lá para inspirá-las — elas serão capazes de mudar o cenário social inteiro em prol da liberdade.” 13 Após umas poucas e tímidas objeções ao posicionamento amoral e à ética utilitarista de Alinsky, objeções pelas quais se desculpa, Maritain conclui sua epístola elegíaca ao agitador agnóstico judeu: “Sabes que estou contigo com todo o meu coração e alma. Reza por mim, Saul. E Deus te abençoe. A ti, a fervente admiração e o permanente amor de seu velho Jacques.” 14

Numa entrevista que deu à uma revista de má reputação muito pouco antes de morrer de ataque cardíaco em 1972 aos 63 anos, o homem a quem Maritain pediu orações declarou que escolheria sem hesitar o inferno ao céu:

REVISTA: Tendo aceitado sua própria mortalidade, você acredita em algum tipo de vida após a morte?

ALINSKY: Às vezes me parece que a pergunta que as pessoas deviam fazer não é se existe vida após a morte, mas se existe vida após o nascimento. Eu não sei se há ou não alguma coisa depois disto. Jamais vi evidências para um lado ou para o outro e não acho que mais alguém tenha visto. Mas o que sei é que a obsessão do homem com a pergunta vem de sua recusa teimosa em encarar sua própria mortalidade. Digamos que se existe uma vida após a morte, e se eu tenho de dizer algo sobre ela, escolho sem reservas ir para o inferno.

REVISTA: Por quê?

ALINSKY: O inferno seria o céu para mim. Durante toda a minha vida estive com os que não têm nada. Por aqui, se você é um dos que não têm nada, é porque lhe falta dinheiro. No inferno, se você é um dos que não têm nada, é porque lhe falta virtude. Assim que eu chegar ao inferno, começarei a organizar os que não têm nada por lá.

REVISTA: Por que eles?

ALINSKY: Eles são meu tipo de gente.

 

Alinsky e Montini

A íntima amizade de 30 anos entre o “velho Jacques” e Alinsky deu origem a uma conexão entre Alinsky e o principal discípulo de Maritain, o futuro Papa Paulo VI. Montini era então Arcebispo de Milão, posto ao qual havia sido enviado sem ter sido criado cardeal, após Pio XII ter perdido a confiança nele por conta de suas tendências modernistas.

Em seu estudo The Radical Vision of Saul Alinsky (A Visão Radical de Saul Alinsky), P. David Finsk observa que “por anos Jacques Maritain falou com aprovação para Montini sobre as organizações de comunidades democráticas fomentadas por Saul Alinsky.” 15 Em conseqüência, em 1958 Maritain arrumou uma série de encontros entre Alinsky e o Arcebispo Montini em Milão. Antes dos encontros, Maritain tinha escrito a Alinsky para contar-lhe que, como narra Finsk: “o novo cardeal estava lendo os livros de Saul e o contataria em breve.” 16

Houve três encontros entre Montini e Alinsky em Milão durante a primavera de 1958. Em 20 de junho de 1958, Alinsky escreveu a Maritain: “Tive três maravilhosos encontros com Montini e estou certo de que você já teve notícias dele desde então.” 17 Entre os assuntos discutidos, de acordo com Nicholas Hoffman, conversaram sobre como enfrentar o aumento da influência comunista no norte industrial da Itália sem “reforçar os elementos reacionários que têm menos interesse na democracia do que em esmagar o trabalhador.” 18 Em outras palavras, o velho jogo liberal de usar a ameaça de uma armadilha política para dirigir o povo às garras de outra: opor ao comunismo o socialismo moderado, do mesmo jeito que se enfrentou o socialismo com o Parti de l'Ordre19 na França. E, de fato, o socialismo moderado tornou-se a política italiana sob o governo de Aldo Moro, eleito numa aliança com os socialistas em 1963.

Jamais saberemos exatamente o que se passou entre Montini e Alinsky durante aqueles “três maravilhosos encontros” em Milão, mas sabemos o que Alinsky, em Chicago, tendo retornado da Itália, escreveu para George Shuster dois dias antes do conclave que elegeu João XXIII: “Não, eu não sei quem será o próximo Papa, mas se for Montini, as bebidas serão por minha conta nos próximos anos.” 20

O que Alinsky sabia? O que aprendeu em seus “três maravilhosos encontros” com o homem que logo se tornaria o Primeiro Papa Moderno? Ele aprendeu aquilo que Maritain já sabia sobre seu discípulo: que se e quando Montini se tornasse Papa, haveria uma revolução na Igreja.

E assim aconteceu. Seria Montini quem declararia após o Concílio, nas páginas de L’Osservatore Romano (3 de julho de 1974): “As palavras importantes do Concílio são novidade e atualização... A palavra novidade nos foi dada como uma ordem, como um programa.” 21 Nunca na história da Igreja um Papa havia proferido tal disparate num pronunciamento público para a Igreja universal.

 

Cegueira Intencional, Contenção Desesperada

Como observa Doering: “Cada uma das realizações do Concílio Vaticano II listadas por Maritain na primeira parte de O Camponês do Garona havia sido proposta 30 anos antes em Humanismo Integral” como “pré-requisito para uma revolução radical e uma transformação cristã da ordem temporal.” 22

Mas a Igreja pós-conciliar testemunhou, não uma “transformação cristã da ordem temporal”, mas antes o que o próprio Maritain, escrevendo em 1966, observava com assombro como “uma completa temporalização do cristianismo!” 23  — acompanhada por um acelerado colapso da fé e da disciplina católicas sem precedentes na história da Igreja. Ambos Montini e Maritain ficaram se perguntando por quê. É claro, esse desastre absoluto não poderia de forma alguma ter algo a ver com aquilo que Maritain e seu discípulo haviam ajudado a desencadear no Concílio, cujos documentos, particularmente Gaudium et Spes, Dignitatis Humanae e Apostolicam Actuositatem (Sobre o Apostolado dos Leigos), respiram ao “fino” Modernismo de Maritain — exatamente aquilo que Pio XI havia reprovado na Ubi Arcano Dei, apenas 14 anos antes da aparição de Humanismo Integral:

Porque quantos são os que admitem a doutrina católica acerca da autoridade civil e o dever de obedecer-lhe, o direito de propriedade, os direitos e deveres dos trabalhadores agrícolas e industriais, as relações do poder religioso com o civil, os direitos da Santa Sé e do Romano Pontífice, os privilégios dos bispos; finalmente, os direitos de Cristo, Criador, Redentor e Senhor sobre todos os homens e sobre todos os povos?

No entanto, esses mesmos católicos falam, escrevem e obram como se os ensinamentos e as ordens dadas em tantas ocasiões pelos Sumos Pontífices, especialmente por Leão XIII, Pio X e Bento XV, houvessem perdido seu vigor nativo ou estivessem já completamente obsoletas.

Essa maneira de agir constitui uma espécie de modernismo moral, jurídico e social. Nós o condenamos com a mesma solenidade com que condenamos o modernismo dogmático24.

Em O Camponês, Maritain expõe a delirante linha social modernista da nova era, proposta por Cavour25, de “uma Igreja livre num Estado livre”, que de fato significa uma Igreja subjugada num Estado tirânico. “No Concílio”, vangloria-se Maritain em sua arrebatada prosa francesa, “a Igreja rompeu as amarras que fingiam protegê-la e livrou-se dos fardos que as pessoas costumavam pensar que a equipavam melhor para a obra de salvação. Livre doravante desses fardos e dessas amarras, ela espelha melhor a verdadeira face de Deus, que é Amor, e para si pede apenas liberdade. Ela abre suas asas de luz.” 26

Sendo o visionário iludido que era, Maritain não reconhece a realidade histórica que os Papas pré-conciliares deploraram unanimemente. A Igreja não havia sido libertada dos seus assim chamados “fardos e amarras” no Estado confessional católico da assim chamada “idade sacra”; antes, tinha visto os seus direitos serem roubados pela força e pela violência, levados por rios de sangue à medida que um Papa após o outro condenava os destruidores da civilização cristã e os erros fatais sobre os quais sua nova ordem se baseava. Aquilo que Maritain saudava, então, era a rendição formal da Igreja à modernidade política.

E apesar disso, no mesmo livro, publicado apenas um ano após o encerramento do Concílio, Maritain lamentava um desenvolvimento eclesial que ele nunca havia observado antes do Concílio. Parecia que a Igreja estava repentinamente se ajoelhando diante do mundo: “A presente crise tem muitos e diversos aspectos. Um dos mais curiosos espetáculos que ela nos oferece é um tipo de ajoelhamento diante do mundo, que se revela de milhares de formas.” 27

Apenas quatro anos antes, na época da abertura do Concílio, Maritain não teria conseguido observar tal ajoelhamento, mas não consegue ou não quer fazer qualquer ligação entre a situação emergente e a alardeada “abertura” do Concílio ao próprio mundo diante do qual tantos homens da Igreja Católica estavam de repente dobrando o joelho. Pelo contrário, ele se apressa em isentar o Concílio:

Se houver profetas da vanguarda ou da retaguarda que imaginem que nossos deveres para com o mundo, tais como trazidos à luz sob a graça do Espírito Santo pelo Concílio Vaticano II, apagam o que o próprio Senhor Jesus e seus Apóstolos disseram sobre o mundo — o mundo me odeia, o mundo não pode receber o Espírito da verdade, se alguém ama o mundo o amor do Pai não está nele, e todos os outros textos que lembrei antes — eu sei o que deve ser dito de tais profetas... eles estão furando os próprios olhos com o dedo de Deus. 28

Não é possível evitar razoavelmente a conclusão de que ambos Maritain e seu discípulo Papa Montini fecharam voluntariamente seus próprios olhos ao inegável fato de que essa repentina postura de se ajoelhar diante do “mundo moderno” estava conectada com o próprio Concílio, cujo inexplicável (para não dizer estulto) otimismo sobre o mesmo mundo impedia estritamente qualquer admissão de que o mundo odiava Cristo mais do que nunca; que mais do que nunca o mundo rejeitava a sua Palavra; que mais do que nunca o amor do mundo estava excluindo o amor do Pai.

Apesar de sua insistência em absolver o Concílio de qualquer cumplicidade com a repentina “temporalização do cristianismo”, Maritain tinha admitido anteriormente, mesmo durante o Concílio, que havia algo seriamente errado com os seus procedimentos. Escrevendo no início de 1964 para outro de seus amigos íntimos, o novelista franco-americano e homossexual enrustido Julien Green, Maritain confiou o seguinte sobre o que estava acontecendo na aula conciliar:

Soltar as rédeas como fez João XXIII era absolutamente necessário, mas ao mesmo tempo um risco e tanto. Tudo o que é profissionalmente intelectual (professores, universidades, seminários) me parece estar ou deteriorado ou numa posição muito perigosa. Uma certa exegese enlouqueceu e tornou-se estúpida.

Há um novo modernismo cheio de orgulho e rebeldia que me parece mais perigoso do que aquele do tempo de Pio X. (Afinal de contas, foi um espetáculo bem estranho ver todos os bispos do Concílio — a Igreja Docente — cada um flanqueado por seu especialista, professor ou erudito pedante da Igreja Discente, dos quais um bom número estava fora de sua especialidade intelectual, e entre os quais quase nenhum possuía qualquer sabedoria.) Então, é no meio de todo esse burburinho que a obra do Espírito Santo é realizada. 29

O “burburinho” que Maritain descreveu, esse repentino “novo modernismo” emergente, foi uma catástrofe eclesial iniciada bem no meio do Concílio. Ele, como seu estudante Montini, simplesmente se recusou a ver isso.

Talvez tenha vindo a calhar que ninguém menos que a dupla Maritain e Montini tenha corrido para resgatar o legado de seu precioso Concílio por meio do Credo do Povo de Deus, de Paulo VI. Como Sandro Magister revela num importante ensaio, em 1967, logo após a publicação de O Camponês, Maritain, então com 85 anos, ouviu do Cardeal Journet que este estava para ter uma reunião com o Papa sobre o já caótico estado pós-conciliar da Igreja, o que incluía a publicação do radicalmente herético Catecismo Holandês. Maritain escreveu de volta para dizer que tinha tido uma idéia: “O Soberano Pontífice devia redigir uma profissão de fé completa e detalhada, na qual tudo o que está realmente contido no Símbolo de Nicéia seria explicitamente apresentado. Isso será, na história da Igreja, a profissão de fé de Paulo VI.” 30

Journet apresentou a sugestão de Maritain ao Papa em sua reunião em janeiro de 1968, durante a qual disse a Paulo VI que o estado da Igreja era “trágico”, a ponto de os holandeses ousarem “substituir uma ortodoxia por outra na Igreja, trocando a ortodoxia tradicional pela ortodoxia moderna”, como a comissão papal que havia avaliado o Catecismo Holandês havia alertado. Em meio ao que já se constituía como uma emergência doutrinal, o primeiro Sínodo dos Bispos, que havia se reunido em Roma em setembro de 1967, já havia apresentado ao Papa “uma declaração dos pontos essenciais da fé”, aconselhando-o a reafirmá-los. Paulo VI reuniu-se novamente com Journet e lhe disse que o cardeal e Maritain (!) deviam “preparar para mim um esboço do que vocês acham que deve ser feito”.

Maritain redigiu então uma profissão de fé baseada no Credo Niceno, enviando-a a Journet, que a entregou a Montini. A redação de Maritain, quase sem emendas, tornou-se o Credo do Povo de Deus, solenemente proclamado por Paulo VI em 30 de junho de 1968. Ao ler o texto do Credo no jornal, Maritain se deu conta de que Paulo VI havia usado essencialmente a sua redação.

Considere as impressionantes implicações: menos de três anos após o encerramento do grandioso Concílio Vaticano II, infinitamente enaltecido por ter se abstido de uma mera confirmação da doutrina e do dogma católicos em favor de uma nova e vital formulação da Fé que, agora sim, apelaria ao comichão dos ouvidos do “homem contemporâneo”, Montini teve de publicar um texto emergencial que era precisamente uma confirmação da doutrina e do dogma católicos — redigido pelo leigo que havia sido seu mentor!

Nas imortais palavras do Arcebispo Dom Marcel Lefebvre após ter visto uma demonstração da Missa Nova fabricada pelo Consilium de Bugnini: “Isto é real?”

 

Conclusão: a Amarga Colheita de uma Amizade Revolucionária

O relacionamento entre Maritain, Montini e Alinsky foi um reflexo inicial da fusão de facto do elemento humano da Igreja com o mundo — a “temporalização do cristianismo” que Maritain foi forçado a reconhecer — que desde então vem caracterizando a crise pós-conciliar como um todo. Por isso o New York Times foi capaz de observar logo no início do pontificado bergogliano que ninguém menos que Barack Obama tinha “se adequado perfeitamente numa paisagem urbana católica dos anos 80 forjada pelo espírito do Vaticano II, pela influência da teologia da libertação e pelo progressismo do Cardeal Joseph L. Bernardin, arcebispo de Chicago, que clamava por uma ‘ética de vida consistente’ que tecesse vida e justiça social numa ‘veste sem costura’.” 31

O Times observa que Obama, o jovem organizador comunitário no ambiente católico progressista de Chicago, ambiente cuja criação deveu muito a Alinsky, teve como mentor Gregory Galluzzo, “um ex-padre jesuíta e discípulo do organizador Saul Alinsky.” Obama chegou a “ter um pequeno escritório com duas janelas de vidro canelado no andar térreo da paróquia do Santo Rosário, um belo edifício de tijolos vermelhos no lado Sul, de onde ele podia descer pelo corredor até o escritório do Pe. William Stenzel, levar um cigarro até a boca e perguntar, ‘vamos almoçar?’.”

Como o Times observa adiante, ao operar sob as asas da Arquidiocese de Chicago, “Obama tornou-se um rosto familiar nas paróquias de maioria negra no lado Sul. Na Igreja dos Santos Anjos, considerada um centro da vida católica negra, ele conversava com o padre e com o filho adotado do padre sobre como encontrar famílias dispostas a adotar crianças problemáticas. Em Nossa Senhora dos Jardins, assistia a Missas dedicadas à paz e à história dos negros e consultava o Pe. Dominic Carmon sobre programas para combater o desemprego e a violência. Na neogótica Santa Sabina, começou uma amizade com o Pe. Michael L. Pfleger, o atiçador [isto é, ultramodernista dissidente da doutrina e do dogma] padre branco de uma das maiores paróquias negras da cidade.”

Como Senador do Estado de Illinois, Obama, o paladino da justiça social oriundo da Chicago de Alinsky e da arquidiocese de Bernardin, por sua vez corrupta e infestada de homossexuais, recusaria seu apoio ao Born Alive Protection Act32, apresentado ao legislativo do estado quando foi revelado que os bebês sobreviventes de abortos feitos em mulheres com gravidez avançada em hospitais de Chicago eram abandonados para morrer após terem nascido33. Como Presidente dos Estados Unidos, ele defenderia o “aborto de nascimento parcial”, o subsídio compulsório de contracepção exigido de freiras católicas, e “orientações” federais para “banheiros transgêneros” em escolas públicas. E hoje em dia, os bispos católicos da América, muitos dos quais provavelmente votaram em Obama, estão unidos na convicção de que Donald Trump, usurpador da Nova Ordem Mundial, precisa ser impedido.

Contemple a mais recente e amarga colheita de uma amizade revolucionária entre homens da Igreja Católica e o mundo, exemplificada desde cedo pela ligação entre Jacques Maritain, Saul Alinsky e “o Primeiro Papa Moderno”.

(The Remnant. Traduzido e publicado na Revista Permanência 296)

  1. 1. Em Catherine M. A. McAuliffe, “Jacques Maritain’s Embrace of Religious Pluralism and the Declaration on Religious Freedom”, 41 Seton Hall Law Review 593 (2011), p. 610.
  2. 2. Referência ao livro de citações do Presidente Mao Tsé-Tung, publicado com o intuito de difundir seu pensamento e educar ideologicamente a sociedade chinesa. [N. do T.]
  3. 3. Ibid., p. 598.
  4. 4. Título da biografia definitiva de Montini por Peter Hebblethwaite (1993).
  5. 5. Romano Amerio, Iota Unum (Kansas City: Angelus Press, 1996), p. 68.
  6. 6. Jacques Maritain, The Peasant of the Garrone (Eugene Oregon: Wipf & Stock, 1966), p. 23 & n. 16.
  7. 7. Bernard Doering, Jacques Maritain and His Two Authentic Revolutionaries, p. 96 (archival article, State University of New York at Stony Brook).
  8. 8. Bernard Doering, The Philosopher and the Provocateur: The Correspondence of Jacques Maritain and Saul Alinsky (Notre Dame: University of Notre Dame Press, 1994), p. xx.
  9. 9. Saul Alinsky, Rules for Radicals (New York: Vintage Books, 1972), p. 4.
  10. 10. Saul Alinsky, Rules for Radicals (New York: Vintage Books, 1972), p. 4.
  11. 11. Ibid., p. 34.
  12. 12. Ibid., pp. 93-94.
  13. 13. Doering, op. cit., p. 110.
  14. 14. Ibid., p. 112.
  15. 15. P. David Finks, The Radical Vision of Saul Alinsky (New York: Paulist Press, 1984), p. 114.
  16. 16. Ibid., p. 115.
  17. 17. Bernard Doering, The Philosopher and the Provocateur: The Correspondence of Jacques Maritain and Saul Alinsky (Notre Dame: University of Notre Dame Press, 1994), p.79.
  18. 18. Nicholas von Hoffman, Radical: A Portrait of Saul Alinsky (New York: Nation Books, 2010), p. 186.
  19. 19. O Partido da Ordem. Grupo político formado por monarquistas e conservadores no Parlamento Francês durante a Segunda República Francesa (1848-1851). [N. do T.]
  20. 20. Finks, op. cit., p. 115.
  21. 21. Amerio, op. cit., p. 112.
  22. 22. Doering, op. cit., p. xiii.
  23. 23. Ibid., p. 56.
  24. 24. Ubi Arcano Dei (1922), nn. 60-61 [quebras de parágrafos adicionadas].
  25. 25. Camillo Paolo Filippo Giulio Benso, Conde de Cavour (1810-1861), estadista italiano e figura de destaque no movimento de unificação da Itália. [N. do T.]
  26. 26. O Camponês do Garona, p. 4.
  27. 27. Ibid., p. 53.
  28. 28. Ibid., p. 63.
  29. 29. Carta de Maritain a Green, 13 de fevereiro de 1964, em The Story of Two Souls: the Correspondence of Jacques Maritain and Julien Green (New York: Fordham University Press, 1988), pp. 201-202.
  30. 30. Sandro Magister, The Credo of Paul VI, who wrote it and why, 6 de junho de 2008. http://chiesa.espresso.repubblica.it/articolo/204969bdc4.html?eng=y; acessado em 19 de outubro de 2019.
  31. 31. Jason Horowitz, “The Catholic Roots of Obama’s Social Activism”, 22 de março de 2014. www.nytimes.com/2014/03/23/us/the-catholic-roots-of-obamas-activism.html; acessado em 19 de outubro de 2019.
  32. 32. Ato de Proteção ao Nascido Vivo. [N. do T.]
  33. 33.Former Nurse on Obama’s Controversial Abortion Vote”, Fox News, 21 de agosto de 2008. www.foxnews.com/story/2008/08/21/former-nurse-on-obama-controversial-abortion-vote.html; acessado em 19 de outubro de 2019.
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