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Índice de autores

Roma, o que fizeste do martírio de São Pedro e São Paulo?

Dom Marcel Lefebvre

 

Meus caríssimos irmãos,

 Eis-nos outra vez reunidos sob o patrocínio de São Pedro e São Paulo, mártires. Como não lançar nossos olhares, pelo pensamento, pelo coração, para Roma? Roma que este Papa e o apóstolo São Paulo regaram com o seu sangue, acompanhados de tantos e tantos mártires. Foi também com emoção que lemos esta manhã as lições do Papa São Leão, que se dirigia assim à Cidade Eterna: 

"Ó Roma, quæ eras magistra erroris facta est discípula veritatis – Ó Roma, tu que eras mestra do erro, que ensinaste o erro, eis que te fizeste serva da Verdade”. 

Que bela palavra: serva da Verdade! E ele acrescentava que esta cidade de Roma reunia todos os erros de todas as nações: Omnium gentium serviebat erroribus...

Roma parecia estar a serviço dos erros de todas as nações. Acolhendo todas as divindades, Roma julgava, diz ainda São Leão, que tinha uma grande religião, magnam religionem, porque, precisamente, ela reunia todos os erros, todas as religiões, em seu seio.

Estas palavras de São Leão descrevendo a Roma pagã, a Roma antiga, faz-nos refletir hoje.

A condenação do Modernismo por São Pio X

 

Apesar dos inevitáveis males que acompanham toda crise, o modernismo foi benéfico ao mostrar-nos um santo e um Papa em ação como nunca se tinha visto na história já maravilhosa da Igreja. São Pio X não só era um santo, mas um Papa santo, algo que o mundo não via há quatro séculos. Embora não ostentasse os títulos nobiliárquicos ou a consumada diplomacia de Leão XIII, São Pio X nada tinha de pequeno cura de aldeia obscurantista, como seus detratores tanto apreciavam descrevê-lo. Em um pontificado de pouco mais de dez anos, em meio às mais perigosas crises que a Igreja atravessava, esse veneziano conduzirá a barca de Pedro com mão de mestre. Será qualificado de retrógrado por ter feito ouvidos moucos às sereias modernistas que preconizavam o «Evangelho puro» e profetizavam que a Igreja deveria mudar ou morrer. E, não obstante, poucos pontífices terão merecido como ele o título de reformador, pelos enormes progressos que fez em campos tão diversos como os estudos eclesiásticos, o direito canônico, a Sagrada Bíblia e a liturgia. 

Carta aos pais

André Charlier

 

Esta carta de André Charlier merece ser lida duas vezes. Uma, por seu conteúdo e oportunidade; Outra, tendo-se em vista a data em que foi escrita, 22 de outubro de 1954, quando Charlier era diretor da escola preparatória de Clères, na Normandia. 
 

Embora escrita para pais franceses, estas breves reflexões certamente interessarão ao leitor brasileiro.

 

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O acordo Roma-Moscou

O artigo seguinte trata de uma das páginas mais tristes de nossa história, o acordo Roma-Moscou firmado em 1962. Ele nos ajuda a compreender o porquê do Vaticano ter se calado sobre o comunismo no Concílio, bem como as origens da atual política de simpatia por políticos e personalidades de esquerda. 

  

Revelado inicialmente pela imprensa comunista, foi confirmado posteriormente por publicações progressistas e comentado no periódico católico "Itinéraires". Mas ninguém leu, ou se leu, não acreditou, ou se acreditou, deu ao acordo uma interpretação complacente que não mais se pode manter. (Leia mais)

 

Os Franco-Maçons

Aviso do Editor

Este opúsculo foi escrito em 1867. Desde então, as coisas se precipitaram, fez-se a luz e a seita maçônica tirou a máscara. Hoje ela confessa às claras que é aquilo que é – uma organização anticristã da Revolução.

É inimaginável a raiva que esta obrinha suscitou e ainda suscita; essa reação é perfeitamente compreensível e, melhor que qualquer raciocínio, comprova a temível verdade das revelações que aqui se dão a público.

Muitos maçons admitiram esse fato. “O autor deste livro está bem informado”, dizia entre outros, em 1868, um velho maçom de Tours. Um dos cabecilhas mais fanáticos da Loja de Marselha, que retornou à prática da Religião, declarava “que uma das coisas que mais o impressionou foi o livrinho de Mons. de Ségur sobre a maçonaria”. E acrescentava: “Eu o li pensando que encontraria terríveis exageros; mas, ao contrário, achei-o ainda tão aquém da verdade, que me deu medo, de modo que senti necessidade de sair da minha abjeta situação”.

Com a ajuda de Deus, este opúsculo impediu que muitas almas fossem seduzidas, e abriu os olhos de uns pobres coitados que se deixaram enredar pelo Grande Oriente. Em Paris, em uma grande escola noturna, freqüentada por operários e moços, em um só mês, por conta da leitura de algumas páginas, mais de cinqüenta decidiram deixar de imediato as Lojas às quais acabavam de afiliar-se.

Encíclica Ad Diem Illum

Aos nossos Veneráveis Irmãos os Patriarcas, Primazes, Arcebispos, Bispos e demais Ordinários em paz e comunhão com a Sé Apostólica: Sobre o Cinqüentenário da Proclamação do Dogma da Imaculada Conceição.

Veneráveis Irmãos, Saúde e Benção Apostólica

1. O curso do tempo nos levará, dentro em poucos meses, a esse dia de inigualável alegria no qual, circundado duma coroa magnífica de cardeais e bispos, há cinqüenta anos, Nosso Predecessor Pio IX, pontífice de santa memória, por virtude da autoridade do magistério infalível declarou e proclamou ser de revelação divina que Maria foi totalmente isenta da mácula original, desde o primeiro instante de sua conceição. E não há quem ignore que todos os fiéis do universo acolheram esta proclamação com tal disposição de ânimo, com arroubos tais de júbilo e entusiasmo que jamais houve, na memória de todos os tempos, manifestação de piedade tão grandiosa e tão unânime, quer para com a augusta Mãe de Deus, quer para com o Vigário de Jesus Cristo — Hoje, Veneráveis Irmãos, muito embora à distância de meio século, não podemos nós esperar que a lembrança reavivada da Virgem Imaculada desperte em nossas almas como que um eco dessas santas alegrias e renove as demonstrações grandiosas de fé e de amor à augusta Mãe de Deus que se manifestaram nesse passado já longínquo? Um sentimento, que sempre nutrimos em Nosso coração, de piedade para com a Bem-aventurada Virgem e de profunda gratidão por seus benefícios, no-lo faz desejar ardentemente. O que, entretanto, Nos dá segurança disto é o zelo dos católicos, sempre alerta e pronto a dar novas provas de honra e de amor à Virgem excelsa. Não queremos, contudo, dissimular algo que em Nós aviva grandemente este desejo: é que se Nos afigura, segundo um pressentimento secreto de Nosso coração, que podemos esperar, em um futuro pouco distante, a realização das grandes esperanças, por certo não temerárias, que a definição solene do dogma da Imaculada Conceição de Maria despertou em Nosso predecessor Pio IX e em todo o Episcopado católico.

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Prefácio ao livro A Descoberta do Outro

Como já é do conhecimento de muitos acaba de ser reeditado o primeiro livro de Gustavo Corção - A Descoberta do Outro. Durante muitos anos várias editoras procuraram em vão os herdeiros de Corção para pedir autorização de publicar esta obra-prima do nosso fundador e mestre. Agora foi acordado à Vide Editorial. Mérito deles.

Não posso deixar de recomendar vivamente a leitura deste livro e a Editora Permanência não deixará de promover sua venda. Por outro lado, resta-nos uma ponta de tristeza pois, sendo os herdeiros espirituais do pensamento e do combate de Gustavo Corção, seria muito mais coerente e natural que nós pudéssemos difundir a obra de Gustavo Corção. Mas não nos foi acordada essa possibilidade. 

No intuito de aconselhar a leitura e de assinalar os aspectos mais importantes desse livro único no seu gênero, e para ajudar o leitor menos acostumado com as belas letras, escrevi o Prefácio que segue. 

Foi aos dezesseis anos que eu li pela primeira vez A Descoberta do Outro. Abri-o como quem abre um testamento, tão grande era a presença do autor em minha vida. Em casa o chamávamos Vovô Corção, pois de fato ele fora um pai para o meu próprio pai. O pensamento e a obra de Gustavo Corção tornaram-se como uma herança espiritual que recebi enquanto crescia, e que assumi na Permanência.

Ao longo desses 40 anos reli este livrinho dezenas de vezes, ora por gosto, ora por estudo. Em 1980, por exemplo, foi para ajudar na revisão da edição francesa, publicada em 1987. Mais recentemente, colaborei na preparação de uma matéria sobre Gustavo Corção, na Revista Conhecimento Prático de Literatura[1], e mais uma vez fui buscar o primeiro livro do grande escritor para ilustrar o artigo que escrevi para a ocasião.

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50 anos da Permanência

50 Anos da Permanência

​Dom Lourenço Fleichman OSB

No dia 29 de setembro de 2017 a Permanência completou 49 anos. Isso significa que já entramos no quinqüagésimo ano de existência, que se completará em 29 de setembro de 2018.

A inauguração da Permanência se realizou por uma missa celebrada pela então Arcebispo do Rio de Janeiro, o Cardeal Dom Jaime Câmara. Essa missa foi celebrada no auditório da primeira sede do nosso movimento, na rua das Laranjeiras.

Igualmente fora realizada uma cerimônia no auditório do Ministério da Educação e Cultura, na presença de muitas autoridades civis e religiosas, onde Gustavo Corção lançara o movimento católico, anunciando para setembro o primeiro número da Revista Permanência.

Eram outros tempos! Os jornais da época anunciaram o lançamento do movimento Permanência e de sua Revista com chamadas nas primeiras páginas. O catolicismo ainda fazia parte da civilização, mesmo sendo um aspecto apenas cultural da nossa Religião.

Seriam outros tempos? Nem tanto. O Concílio Vaticano II já tinha aberto as portas da Igreja ao mundo, abraçara-o e já se tornara cúmplice das suas liberdades, dos seus valores igualitários, da sua marcha para a socialização. O ciclope do fim do mundo já nascera e cuspia seu fogo que tudo destruiu.

"Novidades conciliares": Lumen Gentium, Unitatis Redintegratio e Nostra Aetate

Breve crônica da ocupação neo-modernista da Igreja Católica 

AS "NOVIDADES CONCILIARES", QUINTESSÊNCIA DA NOVA TEOLOGIA

Vamos nos debruçar aqui sobre as "novidades conciliares" em suas grandes linhas, examinando somente alguns textos do Vaticano II, a saber: Lumen Gentium nº 8; Unitatis Redintegratio c. I nº 3; Nostra Aetate; Dignitatis Humanae; Gaudium et Spes e Lumen Gentium c. III. 

Temos de deixar de lado, por razões de concisão, outros documentos importantes do Vaticano II, como por exemplo, Dei Verbum e outros acontecimentos graves decisivos, como as tratativas informais da Santa Sé, por intermédio do cardeal Bea, com os representantes do judaísmo mundial a fim de chegar a uma representação favorável ao judaísmo no documento Nostra Aetate; ou ainda a escandalosa e deliberada ausência de condenação do comunismo (por razões ecumênicas): era a condição posta pelo governo soviético para a presença de representantes do patriarcado ortodoxo de Moscou no Vaticano II como "observadores", com o abandono da petição apresentada pelos 450 padres conciliares...

Lumen Gentium

A constituição dogmática Lumen Gentium afirma: "... a única Igreja de Cristo [...], constituída e organizada neste mundo como uma comunidade subsiste na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e os bispos em comunhão com ele".[1]

Trata-se de uma única palavra: "subsiste", mas de uma palavra sustentada por uma questão de fé, e uma das mais graves.

A doutrina católica, na verdade, sempre identificou a única, verdadeira Igreja de Cristo com a única Igreja católica romana, excluindo as diversas seitas heréticas e cismáticas que se separaram dela ao longo dos séculos. Trata-se, em última análise, da questão mais importante na vida de cada homem, a da verdadeira religião e da verdadeira Igreja na qual poderemos encontrar a vida eterna. A voz da Tradição e dos Padres da Igreja sempre foi unânime neste assunto.

Juramento anti-modernista

[O juramento anti-modernista foi promulgado em 1910 por São Pio X, e todos os padres, bispos e professores eram obrigados a fazê-lo até ser suprimido em 1967 por Paulo VI - N. da P.]

Eu, N.N., abraço e aceito firmemente todas e cada uma das coisas que foram definidas, afirmadas e declaradas pelo magistério inerrante da Igreja:

Principalmente aqueles pontos de doutrina que diretamente se opõem aos erros do tempo presente.

1. E em primeiro lugar: professo que Deus, princípio e fim de todas as coisas, pode ser certamente conhecido e, portanto, demonstrado, como a causa por seus efeitos, pela luz natural da razão, mediante as coisas que foram feitas (Rom 1,20), isto é, pelas obras visíveis da criação;

2. Em segundo lugar: admito e reconheço como sinais certíssimos da origem divina da religião cristã os argumentos externos à Revelação, isto é, os feitos divinos, e em primeiro lugar os milagres e profecias, e sustento que são sobremaneira acomodados à inteligência de todas as idades e dos homens, mesmo os deste tempo;

3. Em terceiros lugar: creio igualmente com fé firme que a Igreja, guardiã e mestra da palavra revelada, foi próxima e diretamente instituída pelo próprio Cristo, verdadeiro e histórico, enquanto vivia entre nós, e que foi edificada sobre Pedro, príncipe da hierarquia apostólica, e sobre seus sucessores para sempre;

4. Em quarto lugar: aceito sinceramente a doutrina da fé transmitida até nós desde os Apóstolos por meio dos Padres ortodoxos, sempre no mesmo sentido e na mesma sentença; e, portanto, rechaço de ponta a ponta a invenção herética da evolução dos dogmas, que passariam de um sentido a outro diverso do qual primeiramente a Igreja sustentou. Igualmente condeno todo erro, pelo qual, ao depósito divino entregue à Esposa de Cristo para que por ela seja fielmente guardado, substitui-se uma invenção filosófica ou uma criação da consciência humana, lentamente formada pelo esforço dos homens e que, posteriormente, deve se aperfeiçoar por um progresso indefinido.

 

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