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Há alguns anos, o bispo suiço Dom Vitus Huonder pediu permissão para se retirar junto à Fraternidade São Pio X. Desde então ele vive em uma casa da Fraternidade. Apesar de não ter a mesma compreensão da Fraternidade São Pio X em alguns pontos referentes à crise da Igreja - como aparece no vídeo quando fala da "hermenêutica da continuidade", de Bento XVI - de modo geral compreende e apoia a defesa da fé realizada por Dom Marcel Lefebvre e pela Fraternidade. Devemos assinalar o fato de que, pela primeira vez, um bispo que não é da Fraternidade pede ao papa a reparação da grave injustiça sofrida por Dom Marcel Lefebvre e pela Fraternidade, com um pedido de desculpas pela perseguição e constrangimentos causados ao longo desses mais de 50 anos. Além disso, Dom Huonder deixa claro que a intenção de Dom Lefebvre e da Fraternidade sempre foi de socorrer as almas abandonadas pelos erros do Vaticano II.
A importância deste pronunciamento é tal que os bispos suíços fizeram declarações violentas contra ele, pedindo ao papa que o suspendesse."
Segue o link do video publicado pelo Centro Dom Bosco com as devidas legendas.
Dom Lourenço Fleichman OSB
São Pio X e o voto nas eleições
Giuseppe Sarto, futuro papa São Pio X, tomou posse na sede cardinalícia de Veneza em 1894. Foi muito mal recebido pelos maçons, então na administração da cidade das gôndolas.
Em 1895 houve eleições municipais. Vendo os católicos desorganizados e sem forças para enfrentar o partido no poder, o Cardeal Sarto estabeleceu uma coalizão entre o partido católico e o partido liberal-moderado. A chapa na qual deviam votar era a do Conde Grimani, um liberal-moderado, mas que guardava certos princípios católicos; vários pontos concretos apontados pelo partido católico seriam respeitados.
Em 3 dias e 3 noites, o santo cardeal escreveu de próprio punho mais de duzentas cartas aos párocos, personalidades civis, comunidades religiosas, dando instruções sobre a votação e pedindo orações. Seu grito de guerra aos venezianos católicos da época era: Lavorate – pregate – votate! (Trabalhem – rezem – votem).
De fato, houve muitos trabalhos antes das eleições: o santo ressuscitou o jornal católico “La Difesa”, repetindo com Mgr. Ketteler: “Se São Paulo voltasse agora, tornar-se-ia jornalista”.
Os comitês paroquias receberam suas instruções para reunirem-se com o intuito a persuadir os fiéis da importância daquele voto. Inúmeras reuniões no palácio Patriarcal foram organizadas pelo cardeal Patriarca de Veneza.
No dia das eleições, a vitória foi brilhante, e Grimani manteve-se no poder por 25 anos, mostrando a força da organização de São Pio X.
Algumas más línguas acusaram o cardeal junto ao Papa Leão XIII, por ter-se juntado aos liberais. O papa convocou o cardeal para lhe pedir explicações. Diante das explicações do santo Patriarca, que mostrava os compromissos católicos assumidos pelo partido liberal-moderado, o papa compreendeu que eles não eram tão liberais a ponto de não ser possível trabalhar com eles. Leão XIII escreveu, então, uma carta de felicitações aos católicos de Veneza por terem vencido as eleições sob o comando do santo Patriarca.
(Bibliografia: Biografias de São Pio X de Dal-Gal, de Fernessole, de Hoornaert e de Mitchell.)
É preciso distinguir islã e fundamentalismo islâmico? O islã é mesmo uma religião de amor? Existe mesmo um islã moderado? Os responsáveis pelos atentados recentes encontraram no corão sua justificação?
O estudo a seguir vai responder, com clareza e precisão, essas questões fundamentais. As autoridades religiosas e políticas terão interesse em se debruçar sobre estas interrogações. Leia mais
[Apresentamos a seguir trecho de entrevista de Dom Carlo Maria Vigano em que fala da sua descoberta da crise da Igreja e do papel de Dom Marcel Lefebvre]
Pergunta: Excelência, o Vaticano II aconteceu há mais de 60 anos, a destruição da liturgia, há 50 anos, Assis há quase 50 anos; após 60 anos de desastres religiosos e políticos em que tudo foi destruído, em que fiéis católicos são desprezados, até mesmo condenados injustamente, o Sr. está, aos 80 anos, tornando-se fortemente anticonciliar. Por que o Sr. só agiu agora?
Resposta: Eu já tive a oportunidade de dar testemunho, em minhas intervenções anteriores, de como ocorreu meu despertar gradual para a crise da Igreja Católica e as causas profundas da presente apostasia. Como eu havia relatado, meu envolvimento no serviço diplomático da Santa Sé, minhas obrigações – como eu disse – para com o serviço da Santa Sé (primeiro como um jovem secretário nas Representações Pontifícias no Iraque e no Kuwait, depois em Londres; na Secretaria de Estado; depois como chefe de missão em Estrasburgo no Concílio Europeu; depois como núncio apostólico na Nigéria; e novamente na Secretaria de Estado como delegado para representações pontifícias e, finalmente, como núncio apostólico para os EUA), que tentei desempenhar com dedicação, devotando todo meu tempo e forças a ele, absorviam-me por completo, tornando praticamente impossível refletir com calma sobre os eventos que estavam tomando lugar na Igreja.
Porém, isso não me impediu de nutrir perplexidades fortes interiores e até mesmo críticas das “novidades” introduzidas após o Concílio. Estou falando, particularmente, dos sérios abusos litúrgicos, da crise na vida religiosa, do panteão de Assis, dos deploráveis pedidos de desculpas pelas Cruzadas, por exemplo, durante o Jubileu do ano 2000. Também estou me referindo ao que eu pensava como jovem estudante na Universidade Gregoriana em Roma. Eu percebia que tudo isso advinha dos novos princípios estabelecidos pelo Concílio.
Mas foi apenas muito mais tarde, em face dos graves escândalos do então Cardeal McCarrick e sua rede homossexual, e dos escândalos ainda mais graves de Bergoglio, que o link intrínseco entre a corrupção moral e a doutrinal tornou-se mais claro para mim, assim como as causas profundas da crise que está afligindo a Igreja por décadas, gerada pela revolução conciliar.
E não pude permanecer em silêncio.
A catástrofe era previsível desde o princípio. Mas, como eu já expliquei, nós havíamos sido treinados – em nossa formação para o ministério sacerdotal e ainda mais para o serviço diplomático – a considerar impensável que o papa e toda a hierarquia católica pudessem abusar de sua autoridade, exercendo-a para um propósito contrário ao que Nosso Senhor quer para sua Igreja. Fomos treinados a não questionar a autoridade dos superiores. E isso foi explorado por aqueles que, justamente explorando nossa obediência e nosso amor pela Igreja de Cristo, gradualmente, passo a passo, levaram-nos a aceitar novas doutrinas, estranhas àquelas que a Santa Igreja sempre ensinou, especialmente aquelas relativas ao ecumenismo e à liberdade religiosa.
Além disso, assim como na Igreja, a deep church se espalhou, passo a passo, em direção à dissolução do corpo eclesial, também na esfera civil o deep state desenvolveu-se no que eu diria que é um modo similar, através de uma infiltração gradual em direção às formas de tirania da Nova Ordem Mundial, do Fórum Econômco Mundial e a Agenda 2030.
Nesse caso, também, pode-se perguntar: por que os cidadãos não se rebelaram contra a subversão do Estado por pessoas revolucionárias que tomaram o poder para destruir as instituições que elas deveriam direcionar ao bem comum?
Muitos responderiam: nós não imaginávamos seus desígnios perversos, seu plano de nos tornar escravos de um sistema iníquo. Não imaginávamos que, quando eles falavam de democracia ou soberania popular, o que eles realmente queriam era nos tornar cada vez mais sujeitos a um poder totalitário radicalmente anticristão.
Considero que o fato de não se ter compreendido antes a natureza do processo revolucionário seria escusável; por outro lado, não compreender hoje é uma irresponsabilidade e faria de nós cúmplices de um golpe de Estado nas coisas temporais e de apostasia na esfera eclesial.
Portanto, agradeçamos àqueles que, muito antes de nós, com suas vozes proféticas, soaram o alarme para as ameaças na sociedade civil e na Igreja Católica.
Pergunta: Obrigado, Monsenhor. Tenho uma segunda pergunta: o que o sr. pensa de Dom Marcel Lefebvre e sua luta, particularmente de seu ato mais controverso, as sagrações episcopais de 1988?
Resposta: Só consigo olhar para Dom Marcel Lefebvre com admiração e muita gratidão por sua fidelidade e coragem. Uma coragem e uma fidelidade que foram infalíveis diante de tanta adversidade, hostilidade, até mesmo de falta total de compaixão da parte de uma hierarquia que se rendeu às ideias da modernidade e infiltrada pelos apoiadores maçônicos de um projeto de destruição capilarizado, sem precedentes, cujo alcance devastador podemos ver hoje em suas consequências extremas.
Dom Marcel Lefebvre deve ser visto como um santo homem, não um cismático! Como um fervoroso missionário e confessor da fé, um zeloso defensor da Tradição, do Sacerdócio e da Missa Católica. Ele se expôs ao risco de sofrer sanções severas, até mesmo a excomunhão, porque ele percebeu que era mais correto obedecer a Deus que aos homens, guardar e transmitir a Tradição que abraçar as ideias modernistas.
Sua vida é marcada por piedade, um espírito de sacrifício, um senso de dever, uma pureza de consciência e uma grande consistência interior. Sua vida foi dada a Deus e à Igreja, devotada ao serviço das almas, à evangelização, ao ensino e à pregação de doutrina sólida, à celebração do Santo Sacrifício e à formação de jovens chamados ao sacerdócio.
Uma vida que é testemunha da solidez da fé que nos foi dada pelos apóstolos, pelos pontífices, pelos concílios e pelos santos doutores da Fé, e pela qual os mártires derraram seu sangue.
Alguns consideram que as sagrações de 1988 “foram longe demais”. Outros enxergam uma necessidade vital para salvaguardar a Missa de todos os tempos.
Dom Lefebvre percebeu a urgência dos tempos em que vivemos e o drama de uma situação que piorou e tomou novos tons de gravidade em anos recentes, tornando mais evidente o estado de exceção em que nos encontramos.
Alguns consideram desobediência; nós consideramos fidelidade!
Dom Lefebvre continuou a ensinar e a fazer o que a Santa Igreja sempre fez e ensinou. Ele se opôs ao liberalismo, à destruição da Missa e de todo o edifício litúrgico da Igreja, à ruína do sacerdócio, da vida religiosa e da moral cristã. Repito: alguns consideram desobediência; nós consideramos fidelidade!
Um ataque, que não foi reivindicado, ocorreu durante a missa da Festa de Pentecostes na igreja de São Francisco, localizada na cidade de Owo, no estado de Ondo, no sudoeste da Nigéria, a menos de 200 quilômetros de Lagos.
Os agressores, em número de pelo menos cinco, estavam munidos de armas e explosivos. Depois de terem detonado uma bomba perto do altar, atiraram metodicamente contra os fiéis tomados de pânico que tentavam sair do prédio.
Um primeiro relato dado, na segunda-feira, 6 de junho, pela manhã, fala em 21 mortos, incluindo crianças. Depois, vários jornais nigerianos anunciaram um número bem maior na noite de segunda-feira: pelo menos 50 pessoas teriam morrido neste massacre. Há também cerca de 50 feridos, alguns em estado grave.
O atentado atingiu um Estado até então poupado da violência que se desenvolve no país. Assim, houve nada menos que quatro ataques desde sábado, 4 de junho, com mortes e sequestros em massa em regiões mais ao norte.
O ataque de Owo está, sem dúvida, ligado a um contexto político, além de religioso. O partido no poder, o APC (Congresso de Todos os Progressistas, ou Congresso dos Progressistas) deve de fato realizar suas primárias para a eleição presidencial de 2023, para suceder Muhammadu Buhari, que deve renunciar após dois mandatos.
A segurança é um dos maiores desafios deste país, que é – de longe – o mais populoso da África e que também é a maior economia do continente. Além disso, as tensões continuam a crescer, por um lado, entre os estados do norte, principalmente muçulmanos e que estabeleceram a Sharia, e os estados do sul, majoritariamente cristãos.
O exército deve enfrentar uma guerra jihadista no Nordeste, que se arrasta há doze anos; deve lutar contra as gangues de saqueadores e sequestradores que aterrorizam o Noroeste; e, finalmente, deve pacificar o Sudeste, teatro dos movimentos separatistas.
(Fontes: Le Monde/Blueprint/Le Figaro – FSSPX.News)
VÍDEO MENSAGEM DE DOM CARLO MARIA VIGANÓ POR OCASIÃO
de uma manifestação organizada pela Associação "No Paura Day"
15 de Outubro, Turim
Vocês se encontram reunidos, em grande número, nesta praça de Turim, enquanto milhares de pessoas ao redor do mundo manifestam sua oposição ao estabelecimento de uma tirania global. Milhões de cidadãos de todas as nações, sob o silêncio ensurdecedor da mídia, vêm gritando seu “não” há meses. Não à loucura pandêmica, não aos confinamentos, não aos toques de recolher, não à vacinação compulsória, não ao passaporte sanitário ou à chantagem de um poder totalitário à serviço das elites. Um poder que se mostra intrinsecamente mau, movido por uma ideologia infernal e motivado por objetivos criminosos. Um poder que agora declara ter quebrado o pacto social e já não nos considera como cidadãos, e sim como escravos de uma ditadura, hoje sanitária, amanhã ecológica.
Este poder está tão convencido de ter conseguido seu golpe de Estado silencioso que descaradamente nos lança não só a ideologia que o move, mas também a religião que o inspira. Hoje, no Quirinal – o palácio que já foi residência dos Soberanos Pontífices na cidade de Roma – foi inaugurada uma exposição emblemática intitulada O Inferno, marcada pela exposição da Porte de l'Enfer, uma escultura de Auguste Rodin, produzida entre 1880 e 1890. Esta obra destinava-se à entrada do Museu de Artes Decorativas de Paris, e o seu esboço foi também apresentado na Exposição Universal de 1900, para selar o carácter maçónico e anticatólico deste evento. E há anos, no Coliseu, encontra-se o ídolo de Moloque, dos sets do filme Cabiria. O demônio devorador de crianças, a porta do inferno inspirada nas Fleurs du mal de Charles Baudelaire, há poucos dias o Festival da Blasfêmia em Nápoles. Na cidade de São Januário, cartazes com horríveis blasfêmias contra Deus foram colocados – com a permissão da Câmara Municipal – para celebrar a liberdade de pensamento e de expressão, insultando Nosso Senhor.
Eles nos dizem claramente: são servos do diabo e, como tais, pretendem se afirmar, serem respeitados e propagar suas ideias. Não só isso, mas em nome de um poder usurpado – um poder que, segundo a Constituição, deveria pertencer ao povo – eles exigem nossa obediência até a automutilação, a privação dos direitos mais básicos e a supressão de nossa identidade.
Esses cortesãos do poder, que ninguém elegeu e que devem sua nomeação à elite globalista que os usa como cínicos executores de suas ordens, desde 2017 vêm declarando em alto e bom som que tipo de sociedade desejam alcançar. Nos documentos relativos à Agenda 2030, que podem ser encontrados no site do Fórum Econômico Mundial, está escrito: “Não tenho nada, não tenho privacidade e a vida nunca foi tão boa.” A propriedade privada, no plano dos globalistas promovidos por Klaus Schwab e Rothschild, deverá ser abolida e substituída por uma renda universal que nos permita alugar uma casa, sobreviver, comprar o que as elites decidirem nos vender, talvez até mesmo o ar que respiramos e a luz do sol.
Este não é um pesadelo distópico: é exatamente o que eles se preparam para fazer, e não é por acaso que durante estas semanas ouvimos falar de revisão de estimativas cadastrais e incentivos à renovação de edifícios. Primeiro, nos endividam com a ideia de restaurar nossa casa, depois os bancos as tomam e as alugam para nós. O mesmo vale para o trabalho: hoje nos dizem que podemos trabalhar se tivermos um passaporte sanitário, uma aberração legal que usa a pandemia para nos controlar, para acompanhar cada movimento nosso e decidir se, onde e quando podemos entrar ou sair. Nesta Agenda 2030, também existe o dinheiro eletrônico, é claro, com a obrigatoriedade de compra e venda com cartão vinculado ao passaporte e ao crédito social. Porque a emergência sanitária e ecológica, agora iminente, legitima os governos a criar um sistema de avaliação de nosso comportamento, como o que já existe na China e na Austrália. Cada um de nós terá uma determinada pontuação, e se não formos vacinados, se comermos muita carne ou se não usarmos carro elétrico, pontos serão subtraídos e não poderemos utilizar determinados serviços, tomar o avião ou o trem de alta velocidade, ou teremos que pagar pelos nossos próprios cuidados de saúde, ou nos resignar a comer baratas e minhocas para recuperar a pontuação que nos permitiria viver. Repito: estes não são os pressupostos de nenhum “teórico da conspiração” mas sim fatos que já estão a acontecer [...].
Mas se hoje é possível nos impedir de trabalhar só porque não nos submetemos a uma regra ilegítima, discriminatória e vexatória, o que impedirá esses tiranos de decidir amanhã que não teremos acesso a restaurantes ou ao local de trabalho se participarmos de manifestações não autorizada, ou escrevermos algo em uma rede social a favor do tratamento precoce, contra a ditadura ou a favor de quem protesta contra a violação de nossos direitos? O que os impedirá de apertar um botão e nos restringir do uso do nosso dinheiro, só porque não somos membros de tal partido ou não veneramos a Mãe Terra, o novo ídolo verde, adorado até por Bergoglio?
Eles querem nos privar dos próprios meios de subsistência, forçando-nos a ser o que não queremos ser, a viver como não queremos viver, a acreditar no que consideramos uma heresia blasfema.
“É preciso ser inclusivo”, dizem-nos; mas em troca são agressivos contra nós, discriminando-nos porque queremos ter saúde, porque consideramos normal que a família seja composta por um homem e uma mulher, porque queremos preservar a inocência dos nossos filhos, porque não queremos matar as crianças no ventre de suas mães ou os idosos e enfermos em suas camas de hospital.
“O nosso modelo de sociedade funda-se na fraternidade”, asseguram-nos; mas nessa sociedade só se pode ser irmão negando e blasfemando o Pai comum. É por isso que vemos tanto ódio contra Nosso Senhor, Nossa Senhora e os Santos. É por isso que, a pretexto de festejar o Poeta Supremo, não fazemos uma exposição sobre o Céu, mas sobre o Inferno, que se tornou o lugar a desejar e a realizar na terra.
"Respeitamos todas as culturas e tradições religiosas", especificam, e é verdade que todos os ídolos e superstições têm seu lugar no Panteão ecumênico da nova religião universal desejada pela Maçonaria e pela Igreja Bergogliana. Mas só há uma religião que está banida de lá: a religião verdadeira que Nosso Senhor transmitiu aos apóstolos, e que a Igreja nos propõe. É verdade que, no caldeirão globalista, todas as culturas são bem-vindas, exceto a nossa: a barbárie da poligamia, a grosseria, a incivilidade, a obscenidade, tudo que é feio e obsceno e ofensivo tem o direito de se apresentar e se impor; ao mesmo tempo - com a maior coerência - a civilização, a verdadeira cultura, os tesouros da arte e da literatura, os testemunhos de nossa Fé traduzidos em igrejas, monumentos, pinturas, música devem ser banidos para que não haja comparação, nenhum termo de comparação que mostre quão horrível é o mundo sonhado por essas pessoas e quão preferível aquele que nos fazem negar e desprezar.
A mentira reina e não há cidadania para a verdade. Verificamos isso nos últimos meses, quando o mainstream fez a cobertura da pandemia censurando quaisquer vozes dissidentes; e até hoje quem discorda do Sistema é não apenas ridicularizado e desacreditado, mas criminalizado, tachado de inimigo público, feito parecer um louco a quem impor o TSO. Esses são os meios que cada regime totalitário usou contra oponentes políticos e religiosos. Tudo se repete diante de nossos olhos de forma muito mais sutil e escorregadia. Por outro lado, quem se inclina para o tirano oferecendo-lhe a sua lealdade é elogiado publicamente, como vemos em todos os programas de televisão, e se torna uma espécie de referência.
Nosso protesto contra o passaporte verde não deve se limitar a este evento específico, por mais ilegítimo e discriminatório que seja, mas devemos procurar ter uma visão mais ampla, identificar os objetivos da ideologia globalista; quem são os responsáveis por este crime contra a humanidade e contra Deus; quem são os cúmplices e quem são os nossos possíveis aliados. Se não compreendermos a ameaça a todos nós, limitando-nos a protestar contra um – ainda que macroscópico – pormenor de todo o projeto, não seremos capazes de opor uma resistência forte e corajosa. Uma resistência que deve basear-se não na simples exigência de liberdade – por mais legítima que seja – mas na orgulhosa e altiva exigência de respeito pela nossa identidade, pela nossa cultura, pela nossa civilização e pela nossa fé que fez a grandeza da Itália e que animou todas as expressões da vida do nosso País, das mais humildes às mais sublimes.
O passaporte é apenas mais um passo em direção àquela porta do inferno em exibição hoje no Quirinal, como uma indignação desavergonhada de quem se considera irremovível e se beneficia de proteções poderosas.
Não temos os bilhões de Soros ou Bill Gates; não temos fundações filantrópicas, nem subornamos políticos para que se tornem nossos aliados; não temos redes de televisão ou redes sociais para compartilhar nossas ideias; não somos organizados como os apoiadores do Great Reset e não formulamos hipóteses de pandemia ou cenários econômicos.
Mas, apesar de nossa aparente fraqueza; apesar de não conseguirmos sequer ganhar visibilidade na televisão ou nas redes sociais; apesar do fato de sermos desorganizados e relutantes em nos manifestar e protestar – já que esse sempre foi o domínio de revolucionários profissionais e anarquistas de esquerda – ainda assim temos algo que eles não têm. Temos Fé, a certeza da promessa de Nosso Senhor: "As portas do inferno não prevalecerão". Somos animados por uma força interior que não é nossa, e que lembra a coragem serena com que os cristãos perseguidos enfrentaram a perseguição e o martírio. Uma força que assusta os sem coração, que aterroriza aqueles que servem a uma ideologia de morte e mentiras, aqueles que sabem que estão do lado dos eternamente vencidos.
Esquecem, esses miseráveis servos da Nova Ordem, que sua utopia, mesmo uma distopia infernal, repele a todos nós, justamente porque não considera que não somos feitos de circuitos eletromagnéticos, mas de carne e osso., Paixões, afetos, atos de generosidade e heroísmo. Porque somos humanos, criados à imagem e semelhança de Deus. Mas isso os demônios não podem entender: é por isso que eles falharão miseravelmente.
Aos Portões do Inferno de Rodin, respondemos com o Janua Coeli, o Portão do Céu, o título pelo qual invocamos a Santíssima Virgem. Que ela, que esmaga no Apocalipse a cabeça da antiga serpente, seja nossa Rainha e a Senhora da Guerra, para o triunfo de seu Imaculado Coração.
E para que neste dia, em que se manifesta publicamente e com coragem contra a tirania iminente, não seja estéril e desprovido de luz sobrenatural, convido a todos a rezarem comigo com as palavras que o Senhor nos ensinou. Façamo-lo com fervor, com ímpeto de caridade, invocando a proteção de Nosso Senhor e de sua Mãe Santíssima sobre todos nós, nas nossas famílias, na nossa pátria e no mundo inteiro: Pai nosso, que estás nos céus...
+ Carlo Maria Viganò, arcebispo
O vaticanista Aldo Maria Valli foi entrevistado na Rádio Spada em 27 de fevereiro de 2021. Durante a entrevista, explicou como havia descoberto a Tradição e os efeitos do Concílio Vaticano II na vida da Igreja. Aqui estão os trechos mais significativos desse testemunho corajoso. As passagens em negrito são da redação do DICI.
Rádio Spada: Se o senhor tivesse que resumir em poucas linhas sua posição sobre este acontecimento histórico que foi para a Igreja o Vaticano II e suas consequências, o que nos diria?
Aldo Maria Valli: Cultivei admiração por muitos atores das sessões conciliares, e a Providência permitiu-me conhecer pessoalmente alguns deles. Sempre apreciei sua paixão e amor pela Igreja.
Tendo crescido na Igreja pós-conciliar (no meu caso, em Milão), durante muito tempo nem sequer suspeitei que o Concílio pudesse trazer consigo as sementes de uma evolução teológica e pastoral e, pior ainda, de um desvio em relação à Tradição e ao depósito da fé. Durante os anos que acompanhei os pontificados de João Paulo II e Bento XVI como vaticanista, abracei a visão do que se chama "a hermenêutica da continuidade".
Minhas primeiras perplexidades datam de meados dos anos 90 do século passado, quando, por motivos profissionais, me mudei de Milão para Roma. Por mais paradoxal que pareça, foi precisamente em Roma que percebi os sintomas de uma degradação, sobretudo litúrgica, que me levou a fazer-me algumas perguntas.
Então, no ano 2000, durante o grande jubileu [do Ano Santo], tive pela primeira vez a oportunidade de observar e de conhecer os sacerdotes da Fraternidade São Pio X, durante sua edificante peregrinação. Desde então, minha posição em relação ao Concílio tornou-se cada vez mais crítica até que, com o pontificado de Francisco, vejo nele todas as contradições internas.
Em suma, creio que a incoerência fundamental em relação à Tradição já se encontra no discurso de abertura de João XXIII, Gaudet Mater Ecclesia. No momento em que afirma que a tarefa do Concílio é defender e difundir uma doutrina certa e imutável, o Papa diz: “Por enquanto, a Esposa de Cristo prefere usar o remédio da misericórdia ao invés de usar as armas do rigor. "
É aqui que reside o problema. Do ponto de vista católico, não há sentido em se opor a misericórdia ao rigor. Pelo contrário, o rigor na defesa e divulgação da justa doutrina é a forma suprema de misericórdia, porque visa a salvação das almas.
Por meio dessa brecha, aberta desde o início do Concílio, o relativismo se infiltrou na Igreja, os abusos e as traições penetraram nela. Em suma, o [espírito do] mundo adentrou e o homem foi colocado no lugar de Deus. Certamente, o trabalho de subversão já havia começado muito antes, mas o Concílio funcionou como um detonador, também em razão de um otimismo injustificado com relação à modernidade.
RS: Com o passar dos anos, suas posições sobre essas questões foram se aproximando gradativamente do que -- em termos jornalísticos -- pode ser definido (e simplificado) como “tradicionalismo”. Houve um evento desencadeador que determinou esse pensamento de sua parte?
AMV: O desencadeador foi a publicação de Amoris lætitia, em 2016. Se as dúvidas já existiam no início deste século, e foram aumentando gradativamente desde 2013, com a eleição de Francisco, a exortação apostólica “Sobre o amor na família” definitivamente abriu meus olhos.
Devo salientar que a ambigüidade e o relativismo, até hoje, não só entraram na Igreja, mas tomaram a forma de um magistério. Devo dizer que no início, no que concerne a Amoris lætitia, fiquei tão incrédulo que neguei o óbvio. Então, reli várias vezes e finalmente tive que reconhecer, com dor, a realidade.
O documento está imbuído da ideia de que existe um dever de Deus de perdoar e um direito humano a ser perdoado, sem que aja a necessidade de se converter. A lei divina eterna se curva a pretensa autonomia do homem.
O conceito de discernimento é instrumentalizado a fim de exonerar do pecado. Eu diria que Amoris Lætitia validou a revolução que havia ocorrido: não uma mudança de paradigma (expressão nebulosa usada para justificar a subversão), mas o triunfo da visão modernista, tanto no conteúdo quanto no método. […]
O preço da fidelidade
RS: [...] Em que medida o senhor acha que existe ou que se desenvolve a consciência de que - além do que o Papa Bergoglio está fazendo - estamos enfrentando uma crise que é causada pelo Concílio Vaticano II?
AMV: É difícil pintar um quadro geral, pois as posições são muito diferentes. Existem os ideólogos, os modernistas que dogmatizaram o Concílio e que atacam todos aqueles que tentam lançar luz sobre suas aporias.
Existem os oportunistas que se conformam com a visão modernista não por convicção, mas pelos benefícios que ela traz.
Há os silenciosos que, mesmo sabendo dos problemas, preferem calar-se, fingindo que só resta rezar, enquanto esperam que passe a tempestade.
Existem aqueles que pouco a pouco abriram os olhos, mas não sabem como agir.
Em geral, tenho notado que existe um problema psicológico generalizado entre aqueles, como eu, que cresceram na Igreja pós-conciliar. Entre as pessoas consagradas e os leigos, é difícil para muitos rasgar o véu, pois isso seria o mesmo que admitir que toda a sua vida foi consagrada a uma Igreja desviante.
Eu os entendo. Posso dizer eu mesmo que “estava melhor quando estava pior [no relativismo da Igreja conciliar. Nota do editor] ". Quando ainda não estava consciente, não sentia a amargura e o desânimo que muitas vezes tomam conta de mim hoje, em face aos abusos litúrgicos, aberrações doutrinárias, às concessões feitas ao mundo, às traições da fé.
Mas a verdade é fonte de divisão. Jesus diz isso claramente: "Não vim trazer a paz, mas a espada" (Mt 10,34). Uma Igreja que é toda de paz e amor, toda de açúcar, é uma construção mental e cultural que não tem equivalente nas Escrituras ou na história da civilização cristã. […]
Francisco não age como papa
Nesta entrevista, Aldo Maria Valli esclarece sobre o artigo que publicou em seu blog Duc in altum de 20 de fevereiro de 2021, intitulado “Roma sem o Papa. Bergoglio está lá, mas Pedro não ”(ver FSSPX.News de 26/02/21).
Eu sou alheio a qualquer tentação sedevacantista e acredito que Francisco é o Papa. As dúvidas levantadas sobre os supostos constrangimentos que conduziram à renúncia de Bento XVI, bem como sobre a retidão da eleição de Francisco, não levaram a nenhuma prova: há suspeitas, mas nenhuma prova. Em relação à escolha feita por Joseph Ratzinger, creio que foi uma fuga. […]
No que diz respeito a Francisco, acredito que ele não age como papa, ainda que o seja. As razões da minha avaliação são de ordem teológica. Francisco não nos apresenta o Deus da Bíblia, mas um deus adulterado, um deus adaptado às pretensões humanas, um deus que não perdoa, mas exonera.
Como escrevi em meu artigo, esse deus empenhado mais que tudo a exonerar o homem, esse deus em busca de circunstâncias atenuantes, esse deus que se abstém de comandar e prefere compreender, esse deus que "está perto de nós como uma mãe que canta um canção de ninar ”, este deus que não é juiz mas “proximidade ”, este deus que fala da “fragilidade” humana e não do pecado, este deus inclinado à lógica do “acompanhamento pastoral” é uma caricatura do Deus da Bíblia.
Pois Deus, o Deus da Bíblia, é certamente paciente, mas não laxista; é certamente amoroso, mas não permissivo; é atencioso, mas não complacente. Em suma, é pai no sentido mais completo e autêntico do termo.
A perspectiva adotada pelo Papa Bergoglio parece, ao contrário, ser a do mundo: que muitas vezes não rejeita totalmente a idéia de Deus, mas rejeita características que estão menos de acordo com a permissividade reinante.
O mundo não quer um verdadeiro pai -- amoroso, na mesma medida em que julga -- mas um companheiro; melhor ainda, um parceiro de viagem que releva tudo e diz: "Quem sou eu para julgar?" E Francisco apresenta ao mundo justamente esse deus que não é pai, mas parceiro de viagem.
Por isso, afirmo que Francisco não atua como papa, porque não confirma seus irmãos na fé. A prova é que recebe aplausos dos distantes [afastados da fé e da Igreja], que se sentem confirmados no seu afastamento, enquanto com as suas ambigüidades e os seus desvios desconcerta os que estão próximos.
A questão agora é saber se o fato de não agir como papa também significa não ser papa. Na minha opinião, não. Francisco é o Papa, mas no entanto está no erro. Alguns dizem: impossível, porque tem o auxílio do Espírito Santo.
Mas a assistência do Espírito Santo deve ser aceita. Se for recusada, os erros e os pecados podem se propagar, pois o Senhor nunca viola nosso livre arbítrio ao nos forçar praticar atos contrários à nossa vontade.
No paradoxo de sua infinita misericórdia, Deus nos deixa livres para desobedecê-lo, para nos condenar, para recusar a beatitude eterna; Ele nos envia graças sobrenaturais que, no entanto, as podemos recusar. Se assim não fosse, o homem não teria nenhum mérito em escolher Deus e sua lei e em renunciar a Satanás e suas seduções. […]
O sofrimento das almas
Desde o meu posto de observação, vejo crescer a perplexidade e o sofrimento.
Mesmo que não faltem encrenqueiros com sua natureza agressiva, vejo e encontro principalmente muitos bons católicos que amam o Papa e rezam por ele, mas que, por isso mesmo, sofrem quando ele não os confirma na fé, mas se reduz a atuar como capelão das Nações Unidas e a defender o politicamente correto, quando é ambíguo em questões de doutrina e moral, dando a impressão de se mover e raciocinar mais como político do que como pastor.
Grande parte do rebanho se sente sem guia. Nem todo mundo tem formação teológica, mas o sensus fidei permite a muitos de ver o que está errado. A adoração idólatra rendida à Pachamama produziu uma verdadeira estupefacção. Uma sensação de perturbação se espalhou quando o Papa Bergoglio se curvou para beijar os pés dos governantes do Sudão do Sul. A assinatura da declaração de Abu Dhabi também suscitou perplexidade. Sem mencionar a abertura aos chamados direitos LGBT.
O Reino Unido assiste ao desenvolvimento de uma nova forma de anticristianismo por radicais islâmicos. Em várias cidades, famílias muçulmanas têm feito denúncias contra igrejas próximas de suas residências, com o intuito de impedi-las de tocar os sinos. Os muçulmanos chegam a afirmar que o tocar dos sinos é um desrespeito com outras religiões.
Grupos de muçulmanos, vizinhos de diversas igrejas britânicas, exigem que durante as missas nenhum barulho seja ouvido fora das igrejas. Leia mais