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Category: Santo Tomás de AquinoConteúdo sindicalizado

Sobre a doutrina sagrada

Para que fique bem delimitado o nosso intento, cumpre investigar, primeiro, qual seja a doutrina sagrada, em si mesma, e a que objetos se estende. Sobre este assunto discutem-se dez artigos [em uma única questão]:

Art. 2 — Se todos os seres estão sujeitos à providência divina.

(Infra, q. 102, a. 5; I Sent., dist. XXXIX, q. 2, a. 2; III Cont. Gent., cap. I, LXIV, LXXV, XCIV; De Verit., q. 5, a. 2" sqq.; Compend. Theol., cap. CXXIII. CXXX, CXXXII; Opusc. XV. De Angelis, cap. XIII, XIV, XV; De Divin. Nom. cap. III. lect. I).
 

Art. 1 — Se a providência convém a Deus.

(I Sent., dist. XXXIX, q. 2; De Verit., q. 5, a. 1, 2).
 
O primeiro discute-se assim. — Parece que a providência não convém a Deus.
 

Questão 22: Da providência de Deus

Depois de havermos tratado do que pertence absolutamente à vontade, devemos passar a tratar do que concerne simultaneamente ao intelecto e a vontade, a saber: da providência, a respeito de todos os seres; da predestinação, da reprovação e do que delas depende, em relação especialmente ao homem, em ordem à salvação eterna. Pois, a ciência moral, após tratar das virtudes morais, trata da prudência, à qual pertence à providência.

IIIa pars

 O Senhor Jesus Cristo, Salvador nosso, salvando o seu povo dos pecados deles, conforme o testemunho do anjo (Mt 1, 21), se nos mostrou como o caminho da verdade, pelo qual pudessemos, ressurgindo, chegar à beatitude da vida imortal. Por isso, havemos necessariamente de, para esgotar toda a matéria teológica, passar a tratar do Salvador de todos, em si mesmo considerado, e dos benefícios que fez ao gênero humano, depois que já examinamos o fim último da vida humana e estudamos as virtudes e os vícios.

E neste assunto devemos tratar, primeiro, do Salvador, em si mesmo; segundo, dos seus sacramentos, pelos quais alcançamos a Salvação; terceiro, do fim da vida imortal, à qual, por meio dele, chegaremos, pela ressurreição.
Em relação ao primeiro ponto, duas considerações temos a fazer. A primeira, sobre o mistério mesmo da Encarnação, pelo qual Deus se fez homem, para a nossa salvação. A segunda, das ações e dos sofrimentos do nosso Salvador, i. é, do Deus encarnado.

Ia IIae pars

O homem é considerado como feito à imagem de Deus, exprimindo imagem, como diz Damasceno, a inteligência, o livre arbítrio e o poder sobre si mesmo. Ora, como já se tratou do exemplar, i. é, de Deus, e do que procede voluntariamente do poder divino, resta considerar-lhe a imagem, i. é o homem, como também o princípio das suas obras, por ter livre arbítrio e ser senhor delas.

  
 

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