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Pode um apóstata salvar sua alma se morrer no estado de apostasia sem arrepender-se?

Apóstata é a pessoa que já foi católica e que abandonou toda a prática da religião. Por ter recebido e crido na fé católica e por ter conhecido ao menos alguma coisa da ordem sobrenatural da graça, não é possível que tal pessoa esteja de boa fé, como seria possível a um protestante que parou de praticar sua falsa religião. A razão para isso é que a boa fé pressupõe ignorância invencível. Ignorância invencível só é possível para aqueles que não têm possibilidade de conhecer a verdade acerca da revelação divina, e cuja ignorância, portanto, não é culpável. Alguém que já teve a virtude teológica da fé infundida no batismo e que recebeu ao menos alguma instrução na fé católica não pode estar em ignorância invencível. Ele pode, certamente, estar em ignorância quanto à verdadeira Igreja e seus ensinamentos, mas, se ele estiver nesse estado, é por culpa própria, e sua ignorância é vencível. Aparentemente, as únicas exceções a essa regra seriam católicos batizados que nunca receberam ensinamento algum sobre a fé, ou que não receberam exemplos de vidas católicas.

A Igreja Católica recusa exéquias cristãs a todos os pecadores públicos, incluindo apóstatas públicos que não se arrependeram. Se eles deram algum sinal de arrependimento antes da morte, ainda que seja um sinal ao menos provável, como palavras de tristeza pela sua teimosia ou o desejo de receber um Padre, a Igreja pode ter alguma esperança quanto à sua salvação eterna e, portanto, autoriza um funeral cristão. Desnecessário dizer, porém, que apenas Deus pode julgar a alma, então é permitido rezar em privado e oferecer Missas privadas pelos apóstatas que não deram sinais de arrependimento.

 

- Pe. Scott, Agosto de 2005.

 

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