Dom A. M.
Um admirador de Henri de Lubac e dos “novos teólogos”
Paulo VI morreu em 6 de agosto de 1978 na cidade de Castel Gandolfo, para grande pesar dos maçons do Grande Oriente da Itália. Depois do curto parêntesis que foi o pontificado do Papa Luciani, que durou só 33 dias, em 16 de outubro de 1978 foi eleito à Sé Pontifícia o Cardeal Karol Wojtyla, arcebispo da Cracóvia, Polônia.
O nome mesmo escolhido pelo novo Papa — João Paulo II — não pressagiava nada de bom, pois constituía um claro indício de sua vontade de seguir pela desastrosa “via conciliar” traçada por João XXIII e por Paulo VI. As pessoas mais bem informadas sabiam que, durante os trabalhos do Vaticano II, as posições de Dom Wojtyla estavam claramente alinhadas com as funestas novidades conciliares, quintessência do liberalismo e da “nova teologia”. Mais ainda, Dom Wojtyla fora um membro entusiasta da comissão incumbida da redação de Gaudium et Spes, ou seja, do documento conciliar que foi mais tarde definido pelo Cardeal Ratzinger como um verdadeiro contra-Syllabus.
Sempre durante o Concílio, Dom Wojtyla — como relata seu velho amigo e colega de seminário clandestino, Dom Mieczyslaw Malinsky — exprimira sua grande admiração pelos piores entre os peritos conciliares neo-modernistas: Henri de Lubac, Yves Congar, Karl Rahner, Hans Kung1.
Dom Karol Wojtyla ignorava as condenações de Pio XII e dos Papas precedentes contra o liberalismo e o modernismo Certamente não, de modo que só nos resta concluir — infelizmente — que Dom Wojtyla fez sua escolha: em favor de Lubac e de seus amigos neo-modernistas e, consequentemente, contra o Papa Pio XII e seus predecessores. De resto, muitas das ações que realizará mais tarde durante o seu pontificado irão confirmar essa triste realidade.
Durante sua viagem pastoral na França, em 1980, por exemplo, João Paulo II, percebendo entre os presentes o Padre Henri de Lubac, interrompeu o discurso oficial no meio para dizer: “Eu me inclino perante o Padre Henri de Lubac, teólogo jesuíta que ocupava os mais altos postos ao lado do Pe. Congar; eles que, antes do período conciliar, tiveram dificuldades com Roma”2.
Mais de vinte anos depois, no seu livro-entrevista “Cruzando o limiar da Esperança”, João Paulo II escrevia textualmente: “assim, portanto, já durante a terceira seção [do Vaticano II - NDR] eu me encontrava na equipe que preparava […] o documento que viria a ser a constituição pastoral Gaudium et Spes. Devo muito em particular ao Pe. Yves Congar e ao Pe. Henri de Lubac. Ainda hoje me lembro das palavras com as quais este último me encorajou a perseverar na linha que eu definira nas discussões. Isso ocorria quando as seções se davam no Vaticano. A partir desse momento, travei uma amizade especial com o Pe. De Lubac."
Ao longo do seu pontificado, como veremos, João Paulo II iria concretizar progressivamente sua admiração e… quitar sua dívida, elevando tanto Lubac como Congar à dignidade cardinalícia, além de muitos outros representantes, velhos e novos, da nova teologia: von Balthasar, Grillmeyer, von Schönborn e outros. Não foi por acaso que o Pe. Henri de Lubac, durante o pontificado de Paulo VI, confiou aos seus amigos próximos: “no dia em que for preciso escolher um Papa, já tenho meu candidato: Wojtyla”3. (Continue a ler)
Um discípulo fiel do Papa Montini
João Paulo II considerava o seu predecessor como um mestre indiscutível e seu “verdadeiro pai” espiritual:
“Muitas vezes, durante o primeiro ano do meu pontificado — afirmou João Paulo II — eu tive a ocasião de me recordar o quanto a Igreja deve ao ensinamento e à obra de Paulo VI. Na minha primeira carta Encíclica (Redemptor hominis, n. 4) eu o reconheci como meu “verdadeiro pai” […] A verdade renderá justiça a esse grande papa que durante quinze anos inundou o mundo inteiro de verdade e de sabedoria”4 (as comportas estavam tão abertas que estamos hoje à ponto de nos afogar dessa inundação).
Está claro que, com um “mestre" desse gênero, a orientação do pontificado do Papa Wojtyla era fácil de se prever desde o início.
O erro capital da “nova teologia” de João Paulo II
As idéias da nova teologia constituem, assim, o “motor" da atividade apostólica do Papa Wojtyla, e não poderia ser de outro modo, dados os antecedentes que acabamos de recordar. E por triste que seja, trata-se de uma realidade que devemos considerar atentivamente se queremos realmente encontrar remédio para a terrível crise que atormenta hoje a Igreja. Nenhum remédio será eficaz enquanto as verdadeiras causas não tiverem sido abordadas.
Ora, em substância, o grave erro teológico que se encontra na base de todo o pontificado de João Paulo II, e que precisamente na nova teologia havia encontrado terreno fértil, já havia sido abertamente sustentado por ele alguns anos antes de sua eleição à Santa Sé.
Em 1976, com efeito, o Cardeal Karol Wojtyla, nos exercícios espirituais que pregou para Paulo VI e seus colaboradores mais próximos, sustentou a doutrina da redenção subjetiva de todos os homens, ou seja, a salvação universal incondicional:
“O nascimento da Igreja —afirmou o Cardeal Wojtyla — no momento da morte messiânica redentora de Cristo, foi também em substância o nascimento do homem, e não importa se o homem o saiba ou ignore, não importa se tenha aceito ou não! Nesse instante, o homem passou para uma nova dimensão de sua existência, expressa por São Paulo de modo conciso: ‘In Christo’”.
Em contradição flagrante com as Sagradas Escrituras, a Tradição e o Magistério dogmático da Igreja, o Cardeal Wojtyla sustentava, pois, a salvação efetiva de todos os homens de todos os tempos enquanto vivos “in Christo”, independentemente da sua conversão ou da sua recusa da fé (que o homem “tenha aceito ou não”).
Isso não é mais do que a conclusão obrigatória dos erros da nova teologia, e o Cardeal Wojtyla não propunha em realidade nada de verdadeiramente novo, limitando-se a seguir e aprofundar a via traçada pelos outros “novos teólogos”, com o “sobrenatural naturalizado” de Lubac e os “cristãos anônimos” de K. Rahner. E mesmo se é verdade que em outros textos, e mesmo em outras partes dessas meditações, o Cardeal Wojtyla, com patente incoerência — como assinala o professor J. Dörmann — propunha a doutrina tradicional da Igreja, não resta menos que “nessa mistura de teologia tradicional, de espiritualidade e de espírito moderno, a teoria da redenção universal [subjetiva — NDR] segue como a linha subjacente da sua teologia”5
Veremos em seguida como, uma vez Papa, nos atos do seu magistério, ele infelizmente seguirá até as últimas e fatais consequências esse conceito absolutamente incompatível com a doutrina católica.
A "nova teologia" do Papa Wojtyla, ou a liquidação do papado e da Igreja Católica
Não é sem razão que falamos em consequências fatais. É preciso recordar mais uma vez que as idéias da “nova teologia” por detrás do magistério do Papa João Paulo II constituem um ataque contra a Igreja católica romana, destruindo-a indiretamente por via de inflação e diluição progressiva no mundo.
Com efeito, a Igreja Católica romana e o Primado jurisdicional do Papa são, para a nova teologia e para os novos teólogos, uma pedra de tropeço, um obstáculo no caminho dourado do ecumenismo “conciliar”; ecumenismo que, para ser do gosto dos inovadores, exclui a priori toda a idéia de retorno dos separados ao rebanho (idéia tida por ultrapassada, pré-conciliar) e deve forçosamente destruir, ainda que lentamente, por sucessivos aggiornamenti, tanto a velha Igreja católica como o primado sobre a qual está fundada.
É aqui que se insere a doutrina da salvação universal em sentido subjetivo, sustentada pelo Papa Wojtyla.
Com efeito, se o homem está salvo na prática, não se trata mais de liberá-lo do pecado e do perigo de condenação eterna (o clamor do Apóstolo Pedro: ‘Salvai-vos desta geração perversa’ 6 se torna aqui totalmente obsoleto), mas de anunciar-lhe de modo explícito Cristo, que ele já traz consigo sem sabê-lo, segundo João Paulo II, e que já faz dele um cristão; é claro que o sentido mesmo de Evangelho, de Igreja, de sacramentos é subvertido: o Evangelho se torna a “revelação" de que o homem já está salvo em si; a Igreja, outrora única arca da salvação, é transformada numa simples comunidade de aperfeiçoamento espiritual inteiramente acessória; os sacramentos são esvaziados de sentido e de eficácia — para começar, o do batismo — para se tornarem simples ritos simbólicos de iniciação para a via comunitária do “povo de Deus”.
A doutrina da “salvação universal” do Papa João Paulo II, longe de ser a manifestação de uma “caridade maior”, como pensam alguns ingênuos, esquecendo-se dos rudimentos mesmos do catecismo (como a caridade poderia causar prejuízo à fé?), mostra-se como aquilo que é: uma verdadeira bomba nuclear que leva à desintegração da Igreja e do papado e, ao mesmo tempo, trata-se de uma ilusão fatal para os não-católicos.
Uma vez aplicada em larga escala, as teses do novo teólogo Karol Wojtyla (teses essas comuns a todos da nova teologia) tiveram, como era de se esperar, resultados devastadores em todos os domínios, e o mundo católico assistiu, estupefato e sem compreender as causas, a lenta e inexorável demolição da Igreja, doravante privada desde a raiz de toda a razão para subsistir, e mesmo declarada oficialmente acessória à salvação (cf. documento O Cristianismo e as Religiões, co-assinado pelo Cardeal Ratzinger); a crise de identidade de padres e religiosos seguida da defecção e da diminuição das vocações; a crise das missões; a desaparição completa, no “povo de Deus”, do sentido de pecado (se um ortodoxo ou um protestante podem se divorciar, se um muçulmano pode ter um harém para seus momentos de laser, se é possível cumprir um rito vudu e ainda assim estar “in Christo”, porque então um “católico conciliar” não poderia, ele também, fazer essas coisas?); o fim da preocupação com a salvação das almas e com o perigo da condenação eterna do inferno (inferno que o próprio Papa Wojtyla, seguindo a lógica das suas idéias errôneas, supôs “vazio”, cf. audiência geral de 28 de julho de 1999); o abandono progressivo do espírito de ascese, de penitência e de renúncia ao mundo.
O papel da Igreja que, segundo João Paulo II, coincide de fato com toda a humanidade (se todos os homens já estão “in Christo”, já estão todos dentro da Igreja), reduz-se então à busca da união do gênero humano e da paz mundial (cf. Gaudium et Spes). É precisamente a paz naturalista e enganadora que a hierarquia “conciliar" busca hoje difundir, sobre o modelo do célebre “espírito de Assis” e em detrimento da verdadeira fé.
João Paulo II nas “vias do Concílio”
Pio XII sabia bem o que estava fazendo ao prevenir, na Encíclica Humani Generis, que a tentativa de introduzir as idéias da nova teologia na Igreja iriam resultar na perda da fé e da vida eterna de inúmeras almas, um desastre imenso. Essas previsões começaram a se realizar, como nós o vimos, sob Paulo VI, e elas foram em seguida cada vez mais confirmadas pelos atos de João Paulo II.
É necessário precisar aqui que examinaremos nos tópicos seguintes unicamente os discursos e os atos que se encontram em contradição mais evidente com o ensinamento eterno da Igreja: tratam-se de discursos e atos concretos e terrivelmente reais, e que não podem, enquanto tais, serem anulados por outros discursos ou atos opostos e certamente ortodoxos (graças a Deus) do Papa Wojtyla.
Muitos desses discursos e atos, como se poderá notar, possuem uma matriz claramente ecumênica. O ecumenismo inaugurado pelo Concílio Vaticano II, com efeito, revelou-se, com a imposição da “Nova Missa” sociológica e filo-protestante de Paulo VI, a melhor e mais eficaz arma para a liquidação rápida da Igreja.
1 de agosto de 1979
Durante a audiência geral, João Paulo II afirmou que João XXIII e Paulo VI “receberam do Espírito Santo o carisma da transformação, graças ao qual a figura da Igreja, que todos conhecem, revelou-se a um tempo igual e diferente. Esta “diversidade” não significa que ela se tenha despegado da sua essência, mas antes que ela a penetrou mais profundamente. É uma revelação da figura da Igreja que estava escondida na precedente. Era preciso que através dos signos dos tempos, esta figura se tornasse manifesta e visível."
Em suma, segundo João Paulo II, a Igreja que precedeu ao Vaticano II — ou seja, a Igreja dos apóstolos até Pio XII — teria sido uma Igreja imatura e imperfeita, que durante quase dois mil anos não tinha compreendido perfeitamente a sua identidade. Segundo esta idéia, Santo Agostinho, São Francisco de Assis, Santa Catarina de Sena, Santo Tomás de Aquino, São João Bosco, São Pio X — por exemplo, não teriam sido católicos perfeitamente maduros e conscientes.
A enormidade desta afirmação se situa também na esteira da nova teologia, ou seja, na esteira da pretendida “redescoberta" do suposto “verdadeiro cristianismo” por Blondel e Lubac, oficializados em seguida pelo Concílio Vaticano II, que, por esta razão, tem sido apresentado por João Paulo II como um “novo pentecostes”. Assim como o primeiro Pentecostes viu o nascimento da Igreja “pré-conciliar”, este novo Pentecostes, segundo o Papa Wojtyla, teria visto o surgimento da nova figura da Igreja evocada acima (contida na Igreja “pré-conciliar” um pouco como o Novo Testamento está contido no Antigo…). No entanto, esta tese — e lamentamos ter de dizê-lo — é tão velha quanto o modernismo, que afirma que a revelação que constitui o objeto da fé católica não se encerrou com os apóstolos7; modernismo que postula precisamente uma revelação incompleta e uma Igreja em perpétua evolução, com “revelações" sucessivas e “novas figuras de Igreja”, que basta tirar da cartola no momento oportuno.
Esta é a tese adotada por João Paulo II.
2 de outubro de 1979
Em Nova York, João Paulo II pronunciou um discurso no “Palácio de vidro”, sede da ONU, na qual exaltou a “Declaração Universal dos Direitos do Homem”, documento programático desta instituição maçônica: “Este documento constitui uma pedra miliária, posta na longa e difícil caminhada do género humano […] pelo progresso da vida moral […] Neste trabalho titânico — verdadeiro trabalho de construção do futuro pacífico do nosso planeta — a Organização das Nações Unidas tem indubitavelmente uma tarefa-chave e directiva”8.
Que a maçonaria tenha desempenhado já há algum tempo “uma tarefa-chave e directiva” na condução do mundo e contra a Igreja (e que tenha tido um papel no Concílio e após dele, no seio da Igreja) e que a ONU seja justamente a sua emanação mais conhecida no nível político, nós já sabíamos. Será possível que os pastores da Igreja não o saibam?
17 de novembro de 1980
Em visita pastoral à Alemanha, João Paulo II declarou à comunidade judaica local:
"Não se trata somente de corrigir uma falsa visão religiosa do povo hebreu […] Israelitas e cristãos, como filhos de Abraão, são chamados a ser bênção para o mundo (cf. Gén 12, 2 ss.), a empenharem-se juntos pela paz e pela justiça entre todos os homens e povos”9.
Que devemos fazer? Renunciarmos também a Nosso Senhor Jesus Cristo para sermos dignos êmulos dos “irmãos mais velhos”, amigos de Deus e benfeitores da humanidade?
12 de maio de 1980
Foi nas vésperas do atentado cometido por Ali Agca na praça São Pedro.
O secretário de Estado, Cardeal Agostino Casaroli enviou “em nome do Santo Padre” uma carta de felicitações ao então Reitor do Instituto Católico de Paris, Mons. Poupard, por ocasião das comemorações pelo centenário do nascimento do jesuíta “apóstata" Teilhard de Chardin, que — escreveu o Cardeal Casaroli — teria sido, ao contrário, “um homem tomado por Cristo no mais profundo do seu ser, que teve a preocupação de honrar, ao mesmo tempo, a fé e a razão, respondendo como que por antecipação ao apelo de João Paulo II: 'não tenha medo; abri de par em par as portas a Cristo, os imensos domínios da cultura, da civilização, do desenvolvimento'. Eu estou feliz, Monsenhor, de vos comunicar esta mensagem em nome do Santo Padre, por todos os participantes do congresso que o senhor preside no Instituto Católico de Paris em honra do Padre Teilhard de Chardin e vos asseguro minha fiel devoção. Agostino Card. Casaroli”10.
6 de junho de 1981: vigília de Pentecostes
João Paulo II, hospitalizado na clínica “Gemelli" por causa do atentado de 13 de maio, convidou o herético e cismático metropolita Damaskinos para falar em seu nome desde a catedra papal da Basílica São Pedro, no Vaticano.
29 de maio de 1982
Durante a sua viagem à Inglaterra, João Paulo II rezou com o “arcebispo" anglicano (um leigo) Runcie, que não tem nenhuma intenção de renunciar ao seu cisma e às suas heresias, e ambos abençoaram conjuntamente a multidão.
Cerca de quinhentos anos antes, ao contrário, São Tomás More tinha sido preso e preferiu ser decapitado antes de ser conivente com o cisma de Henrique VIII. Que pena! Se apenas pudesse entrever a “nova figura da Igreja” de Vaticano II, isso teria lhe poupado o martírio!
25 de janeiro de 1983
João Paulo II, pela Constituição Apostólica Sacrae disciplinae leges promulgou o Novo Código de Direito Canônico. Verdadeiro fruto de Vaticano II, é destinado a dar uma base jurídica à revolução conciliar, introduzindo no corpo legislativo da Igreja todas as orientações equivocadas deste Concílio: colegialidade, ecumenismo etc.
A “marca" dos verdadeiros promotores ocultos do Vaticano II — e evidentemente deste novo código — mostra-se no cânon 1374 onde, como que por encanto, desapareceu a condenação explícita da maçonaria e a excomunhão dos seus adeptos.
No dia 26 de novembro seguinte, uma declaração tardia e moderadora (ao modo modernista) do antigo Santo Ofício foi feita para lembrar que os católicos que aderem à maçonaria “estão em estado de pecado grave e não podem receber a santa Comunhão”. No entanto, raramente se presta atenção ao fato de que nesse documento — que de resto não foi incorporado ao Código — nenhuma menção é feita da excomunhão precedente. É a tática habilidosa de dar “dois passos para frente e um passo para trás”.
2 de fevereiro de 1983
João Paulo II nomeia cardeal o Padre Henri de Lubac S. J. Trata-se de um outro gesto eloquente de reconhecimento oficial da “nova teologia”, isto é, do neomodernismo, pela hierarquia “conciliar”.
14 de junho de 1983
Durante uma conferência de imprensa organizada pelo Rotary Club italiano, o Padre Frédéric Weber, que é jesuíta mas também um dos sete dirigentes italianos do Rotary, “reafirmou o espírito de total compreensão instaurado entre a autoridade eclesiástica e o Rotary, pelo qual Paulo VI exprimiu seu apreço pessoal, partilhado pelo Papa Wojtyla que aceitou os prêmios rotarianos “Ara Pacis” e “Paul Harris Fellow”11 (…)”. Ora, Paul Harris era um maçom nova-iorquino do início do Século XX, fundador do International Rotary Club.
31 de outubro de 1983
João Paulo II enviou uma mensagem oficial ao Cardeal Willebrands, por ocasião do 500o aniversário do nascimento do heresiarca Martinho Lutero, na qual afirma textualmente: “em consequência, manifestou-se claramente a profunda religiosidade de Lutero que, com uma paixão fremente, atormentava-se com a questão da salvação eterna”12.
O fato de que Martinho Lutero, após ter traído os seus votos monásticos e suas promessas sacerdotais, tenha sido animado de uma “paixão fremente” pela religiosa Catharina von Bora, que o levou a renunciar os seus votos e unir-se a ela em um sacrílego concubinato; que tenha destruído a Fé católica, a unidade política e a paz da metade da Europa; que tenha sido animado por um tal espírito de orgulho que lhe levou a escrever libelos insultando o Papa, ou que tenha usado de uma vulgaridade obscena nos seus Tischreden (Discursos à mesa) recolhidos por seus discípulos, tudo isso parece não ter nenhuma importância para João Paulo II, se não for, talvez para inculpar mais uma vez os seus predecessores, culpados de ter excomungado a esse miserável, ao invés de lhe convidar — como os papas do Vaticano II — a pregar nas catedrais e abençoar as multidões.
11 de dezembro de 1983
João Paulo II foi o primeiro papa na história a rezar no templo luteriano de Roma. Após ter se despojado de todo sinal exterior manifestando a autoridade que recebeu de Deus, o Papa Wojtyla ouviu com compunção o pastor luterano Mayer ler na cátedra uma oração de Lutero, oração escolhida antecipadamente pelo próprio papa.
Gostaríamos de saber o que João Paulo II pensava de um São Francisco de Sales que, ao invés de fazer reuniões ecumênicas de orações, arriscou muitas vezes a própria vida procurando converter os protestantes calvinistas do Chablais (Suíça), ou de um São João Bosco que, para combater a heresia valdense que se difundida no Piemonte maçônico do Rissurgimento, também teve de se submeter a muitas ameaças de morte.
Claro, a “nova corrente” da “Igreja do Vaticano II” é sem dúvida mais cômoda — Só não salva ninguém.
18 de fevereiro de 1984
A Santa Sé estipulou uma nova Concordata com a República italiana. Tudo, naturalmente, na linha de Vaticano II, como declarava oficialmente o preâmbulo: “A Santa Sé e a República italiana, levando em conta […] os desenvolvimentos promovidos na Igreja pelo Concílio Vaticano II: referindo-se […] às declarações do Concílio Ecumênico Vaticano II à respeito da liberdade religiosa e das relações entre a Igreja e a comunidade política […] reconheceram a oportunidade de se proceder, de comum acordo, às modificações seguintes da Concordata do Latrão.”
As “modificações feitas de comum acordo” são as seguintes:
Na nova concordata de 1984, o artigo 4 limita-se a dizer que o Estado italiano “reconhece o significado particular que Roma, Sé episcopal do Soberano Pontífice, tem para a catolicidade”. Nenhum compromisso específico do Estado neste domínio13. E assim foi permitido aos homossexuais exibirem o seu orgulho na cidade da Sé do sucessor de Pedro.
Não podemos silenciar aqui as outras consequências gravíssimas desta nova concordata blasfematória, como a negação da autoridade jurídica exclusiva da Igreja sobre o casamento, o caráter doravante opcional das aulas de religião católica nas escolas, a progressiva mais muito lógica marginalização da presença católica nas instituições públicas (que se manifesta por pedidos cada vez mais freqüentes de supressão dos crucifixos dos lugares públicos, protestos contra a oração no início das aulas etc).
19 de fevereiro de 1984
No dia seguinte da ratificação da nova Concordata, durante a oração do Angelus, João Paulo II pronunciou um elogio público e contundente da mesma: “Quero recordar como um evento de alcance histórico, a assinatura do acordo de revisão da concordata do Latrão ocorrido ontem. Trata-se de um acordo que Paulo VI havia previsto e encorajado, como sinal de uma concórdia renovada entre a Igreja e o Estado italiano, e que considero como tendo uma importância significativa como base jurídica das relações bilaterais pacíficas e como inspiração ideal para a contribuição generosa e criativa que a comunidade eclesial é chamada a dar ao bem moral e ao progresso civil da nação.”14
Podemos nos perguntar desde quando a renúncia pública de Nosso Senhor Jesus Cristo e da sua Igreja, em favor de um pretenso laicismo (na prática, ateísmo) de Estado é uma “inspiração ideal”, para gerar o “bem moral” e o “progresso civil” de uma nação.
O aspecto mais trágico desta negação pública de Nosso Senhor é que não se deu, como no passado, em consequência de um ato unilateral e arrogante de um Estado agnóstico e anticlerical — e sob protesto de papas e bispos — mas em comum acordo com a Santa Sé, baseado na nova e falsa doutrina de “Dignitatis Humanae”.
Após isso, podemos nos perguntar qual é a lógica que levou esse mesmo João Paulo II a lamentar regularmente a descristianização progressiva, manifesta e inexorável de uma sociedade outrora católica.
6 de maio de 1984
Durante a sua viagem ao Extremo Oriente, João Paulo recebeu na capela da Nunciatura Apostólica de Seul (Coréia do Sul) um grupo de adeptos do confucianismo, de algumas religiões locais e do budismo. Dirigindo-se a esses últimos, afirmou: “que me seja permitido endereçar uma saudação especial aos membros da tradição budista que se preparam para celebrar a festa do nascimento do Senhor Buda. Que a sua exultação seja total, bem como a sua alegria”15.
Inacreditável — ao menos para aqueles que não conhecem os pressupostos da nova teologia — mas verdadeiro!
Sobretudo, surpreende o título de “Senhor" com que o Papa Wojtyla se refere a este Siddharta Gautama, profeta do nada, auto-declarado “iluminado" (Buda). Mas talvez a nossa surpresa se deva ao fato de que nós, verdadeiros fósseis da ultrapassada era pré-conciliar, ainda estamos persuadidos que o único Senhor é Jesus Cristo. É verdade que um certo Paulo de Tarso também estava convencido disso, pois escreveu em uma de suas cartas (1Cor 8, 6): “para nós, contudo, há só um Deus, o Pai, de quem todas as coisas […] e só um Senhor Jesus Cristo, por quem todas as coisa (foram feitas), e nós também por ele”. A mesma convicção arcaica foi expressa por um certo Judas Tadeu, que falava na sua Epístola (Jd 1, 4): “'Jesus Cristo, nosso único Dominador e Senhor”.
Não conseguimos encontrar uma explicação plausível para aquilo que se passou na capela da Nunciatura de Seul.
8 de maio de 1984
Em Porto Moresby (Papua - Nova Guiné), João Paulo II celebrou a missa num campo de rugby da cidade. Entre as dezenas de dançarinas que animavam a celebração, a maior parte só vestia uma saia de folhas.
Nós nos colocamos a questão: ainda existe pecado original (com consequências que não se apagam com o batismo, como por exemplo a concupiscência) para os adeptos do Vaticano II? A palavra pudor ainda guarda algum sentido para eles? A Missa é compatível com a exibição do corpo e com danças lascivas?
Por favor! Poupem-nos do costumeiro refrão sobre a “necessidade de inculturação” e a “promoção de valores humanos”. Um uso imoral ou uma falsa crença presentes numa “cultura" devem ser abolidas, e não passivamente aceitas. A Igreja e os missionários estão aí — ou deveriam estar — também para isso.
9 de maio de 1984
Ao longo da mesma viagem, João Paulo II celebrou uma missa em Mount Hagen. Foi uma estudante católica local que leu a Palavra de Deus: ela tinha os seios nus (como as dançarinas do dia anterior) e só usava uma pequena saia de folhas e um colar de flores.
O Apóstolo São Paulo, sob a inspiração divina, ordenou que as mulheres na Igreja tivessem a cabeça coberta de um véu “por causa dos anjos” (1Cor 11, 10). Seria preciso que alguém na hierarquia da “nova figura da Igreja” do Vaticano II pensasse, um dia desses, em pedir a Nosso Senhor permissão para modificar um pouco o Novo Testamento, que é muito “pré-conciliar”.
No ofertório, a procissão se deu ao ritmo de danças, enquanto o bailarino-chefe lançava ao ar um pó vermelho e amarelo com a boca, “para expulsar simbolicamente os espíritos malignos”.
Sem comentários.
19 de maio de 1985
Na Nunciatura apostólica de Bruxelas, o Papa reuniu-se com alguns representantes da comunidade islâmica e afirmou:
“Cristãos e muçulmanos, nós nos encontramos na fé do Deus único, nosso criador, nosso guia, nosso juiz justo e misericordioso. Nós nos esforçamos todos de pôr em prática, nas nossas vidas quotidianas, a vontade de Deus, seguindo o ensinamento de nossos respectivos livros sagrados…”16
Diplomacia? Fábulas ecumênicas? Ou será que o Corão, para João Paulo II, será um livro inspirado, como a Bíblia? Ou será que o que conta é apenas a experiência religiosa interior comum a todos os homens, enquanto que tudo o mais (livros santos, doutrinas e ritos) não passa de um aspecto variável, de importância menor?
Dado que se tratam de teses modernistas, já condenadas pela Igreja, parece que temos o direito, como fiéis católicos, a uma resposta exaustiva e convincente a essas questões legítimas: cedo ou tarde essa resposta terá de ser dada.
10 de agosto de 1985
João Paulo II, em visita pastoral ao Togo, Costa do Marfim, rezou na "floresta sagrada”, dedicada ao culto animista. No momento em que chegou ao lugar, o "aveto" (homem incumbido do culto dos espíritos dos defuntos) da floresta sagrada começou a invocar o espírito dos ancestrais:
— “Poder da água, eu te invoco. Ancestrais, eu vos invoco…”17
O Osservatore Romano continua: “o primeiro gesto realizado por João Paulo II, tão logo chegou a Togoville, foi realmente uma homenagem aos ancestrais. Entregaram-lhe uma moranga seca, cheia de uma mistura de água e farelo de milho. O Papa a tomou nas suas mãos e, após ter se inclinado levemente, espalhou a água pelo entorno. Pela manhã, ele havia realizado o mesmo gesto antes de celebrar a missa”18.
O significado disto, continua o editorialista do quotidiano oficioso da Santa Sé, é que a água é partilhada com os “ancestrais ao ser espalhada sobre a terra que conserva seus despojos mortais e seus espíritos”19, pois, no culto Nyigblen animista, os espíritos dos ancestrais habitam a “floresta sagrada”…
Não temos nenhum comentário a fazer. Tudo isso é uma consequência obrigatória de Vaticano II e da sua exaltação das falsas religiões. Mas mesmo isso não bastará para abrir os olhos dos católicos enganados.
24-25 de junho de 1985
A Comissão para as Relações Religiosas com o judaísmo, presidida pelo Cardeal Willebrands publica um documento oficial intitulado: “Documentação suplementar para uma correta apresentação dos judeus e do judaísmo na pregação e na catequese da Igreja Católica”. Nesse texto, a autenticidade das passagens evangélicas nas quais Nosso Senhor exprime uma clara condenação dos judeus em razão da sua incredulidade obstinada é abertamente negada.
“Os Evangelhos — afirma com efeito o documento em questão — são fruto de um trabalho redacional longo e complicado […]. Não se exclui, portanto, que certas referências hostis ou pouco favoráveis aos judeus tenham como contexto histórico os conflitos entre a Igreja nascente e a comunidade judaica. Algumas polêmicas refletem as condições da relação entre os judeus e os cristãos em tempo bem posterior ao de Jesus”20.
Enfim, afirma o mesmo documento — “quando considera o futuro, o povo de Deus do Antigo Testamento e da Nova Aliança tendem a fins análogos: a vinda ou o retorno do Messias — mesmo se é a partir de pontos de vista diferentes”21.
Para o inefável Cardeal Willebrands, pois, os Evangelistas, ou antes, os redatores desconhecidos dos relatos evangélicos do qual a nova teologia atual fala, teriam mentido ao narrar fatos que jamais ocorreram e ao atribuir a Nosso Senhor palavras que Ele nunca pronunciou. Tudo isso num tempo de conflitos, muito posterior a Jesus, no qual a Igreja nascente se contrapunha aos judeus.
Entre outras considerações, sabemos que há um dogma de Fé que define as Sagradas Escrituras como inspiradas por Deus22, e que elas não podem conter erro nem mentira23. Mas, para o Cardeal Willebrands e para a hierarquia conciliar, os dogmas de Fé não passam de velharias das quais os novos teólogos e os novos exegetas egressos do Instituto Bíblico Pontifical (desde a metade dos anos 50) finalmente se emanciparam.
Eis um exemplo típico do modo com o qual a hierarquia atual trata as verdades de Fé e as Sagradas Escrituras, a fim de pôr em obra as suas utopias ecumênicas. Nesse sentido, católicos e judeus — sempre segundo o documento em questão — constituiriam um único “povo de Deus”. Não há mais o deicídio nem a recusa da pregação do Evangelho da parte dos judeus, que ao contrário, aguardariam conosco “o Messias”. O fato desse “Messias" não ser para os judeus Nosso Senhor Jesus Cristo — que já veio e eles recusaram — parece ser um detalhe de segunda importância.
Terá João Paulo II feito algum comentário conra essa heresia? Terá ele afastado o Cardeal Willebrands do seu cargo? Bem ao contrário, ele mencionou esse texto vergonhoso aprovando-o abertamente na sua alocução no Simpósio sobre “as raízes do antisemitismo no meio cristão”, realizado no Vaticano de 30 de outubro a 1 de novembro de 1997.
13 de abril de 1986
João Paulo II foi à sinagoga de Roma para um encontro ecumênico de orações, ao lado do grande rabino Elio Toaff.
Há quase dois mil anos, o primeiro Papa, ao invés de organizar um encontro ecumênico, apostrofou assim os judeus de Jerusalém: “Vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que vos fosse dado um homicida; e matastes o autor da vida, a quem Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas […] Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que os vossos pecados vos sejam perdoados”24. E, diante do sinédrio: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós que edificais, a qual foi posta por pedra angular. Não há salvação em nenhum outro, porque, sob o céu, nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devamos ser salvos”25.
Eis, ao contrário, em que termos se exprimiu João Paulo II: “Não escapa a ninguém que a divergência fundamental, desde o início, é a adesão dos cristãos à pessoa e aos ensinamentos de Jesus de Nazaré, filho do vosso povo […] Mas, esta adesão se coloca na ordem da fé, ou seja, no consentimento livre da inteligência e do coração guiados pelo espírito, e ela não pode jamais ser objeto de uma pressão exterior […]; é a razão pela qual nós estamos dispostos a aprofundar o diálogo com toda a lealdade e amizade, no respeito das convicções de uns e outros”26.
Não é necessário ter estudado teologia para constatar a oposição gritante entre as palavras de São Pedro e as do seu sucessor, o Papa Wojtyla. Da reprovação da incredulidade judaica e da exortação à conversão para a salvação eterna (“e com outras muitíssimas palavras, os persuadia e exortava, dizendo: ‘Salvai-vos desta geração perversa’”) passamos agora — nas trilhas do Concílio Vaticano II — a um simples “diálogo" e mesmo ao “respeito”, não pelas pessoas, mas pelas “convicções íntimas” dos judeus incrédulos, ou seja, o “respeito" por sua obstinada recusa de Nosso Senhor e sua Igreja.
5 de outubro de 1986
Durante a sua viagem para a França, João Paulo II prestou um visita à comunidade ecumênica de Taizé, fundada por protestantes calvinistas (Roger Schultz e Max Thurian), onde protestantes e católicos “ortodoxos” vivem juntos, e onde jovens do mundo inteiro e de todas as religiões são hospedados, convivendo na mais completa confusão de fé e de moral.
A indiferença religiosa é de rigor em Taizé, e todos os que lá vão retornam com o pensamento de que, no fundo, pode-se agradar a Deus em qualquer religião. Os religiosos de Taizé falam abertamente que o seu fim é obter uma reconciliação, sem conversão, entre católicos e protestantes, a ponto de seu chefe carismático, Roger Schultz, ter enviado pessoalmente uma carta a Paulo VI, suplicando-lhe tomar medidas “para que a reconciliação dos cristãos seja realizada sem que seja pedido aos não católicos uma renúncia à sua família de origem”.
Os religiosos de Taizé preconizam como algo de normal a dupla e simultânea pertença à Igreja católica e ao protestantismo: uma “fé” híbrida católico-protestante que não traz problemas para os espíritos gnósticos da pseudo reforma luterano-calvinista, mas que, para os católicos, equivale a uma proposição de heresia e mesmo, em última análise, a uma verdadeira apostasia.
João Paulo II, que conhecia bem Taizé desde a época em que era bispo na Polônia, não apenas não corrigiu as suas idéias aberrantes, mas cumulou de elogios entusiasmados a Taizé e ao seu “espírito”, afirmando: “… o Papa só está de passagem. Mas, passa-se por Taizé como se passa ao lado de uma fonte […] Os religiosos da comunidade […] querem […] vos permitir de beber a água viva prometida por Cristo […]. Bendito seja Cristo que aqui, em Taizé, e em muitos outros lugares da sua Igreja, faz brotar fontes para os viajantes sedentos […]”.
E no discurso endereçado aos irmãos da comunidade de Taizé ele os exorta nesses termos: “Ajudareis a todos que encontrarem a serem fiéis a sua pertença eclesial, que é fruto da sua educação e da sua escolha de consciência, mas também a entrar sempre mais profundamente no mistério da comunhão que é a Igreja nos desígnios de Deus”27.
Os não católicos não deverão, pois — segundo o Papa Wojtyla — se converter, mas se confortar nas suas falsas religiões, esperando que se cumpra a união de todos os homens na super-Igreja ecumênica que está por vir (a “Igreja” que está “nos desígnios de Deus”); é evidente, com efeito, que esta “Igreja" não é a Igreja católica romana, que sempre pediu aos não católicos de se converterem e de abandonarem as suas “pertenças eclesiais”.
Nós nos colocamos a questão: Quando a Igreja jamais ensinou tais coisas?
E foi precisamente em Taizé, um dos maiores centros de propulsão desse novo e falso Evangelho que querem fazer passar por um “Centro de espiritualidade e de reconciliação”, que os bispos conciliares enviam alegremente, a cada ano, milhares de pobres moços para perder o que ainda lhes restava da fé católica, em meio a cânticos e ritos “ecumênicos".
(A continuar)