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Quem dá as cartas

Dom Lourenço Fleichman OSB

Nos primeiros anos do governo militar o povo brasileiro viu-se ameaçado por um movimento estudantil que, seguindo ordens de Moscou, atraiu, cativou e manipulou grande número de estudantes. As intenções iniciais eram muito parecidas às atuais:

1965-66- contra o preço do "bandejão" do Calabouço, onde havia o restaurante dos estudantes.
2013 - contra o aumento das passagens de transporte público.

Seguindo uma técnica revolucionária, essas intenções tinham por finalidade atrair a massa, o que eles chamam de "povo", na verdade uma grande quantidade de manipulados, ingênuos, que acreditam na inocência e na espontaneidade desses ajuntamentos. Essa tática comunista recebe o nome de "agitação".   Leia mais

Difundindo uma ação de "bom moço" que luta para diminuir os gastos excessivos que a vida nos proporciona, conseguem reunir milhares de pessoas nas ruas, que se acham muito importantes porque "conseguem" mudar as coisas e nos dar um "Brasil melhor". Nas atuais manifestações, a palavra de ordem era: "o gigante acordou".

Seguindo os passos da orquestração aprendida em sua formação guerrilheira, seja em Moscou, seja em Cuba, quando percebem que a massa está fortemente apegada à apaixonante aventura de arrancar do governo o abuso nos preços, ou a corrupção, iniciam uma gradativa mudança nas finalidades iniciais. Esse movimento, em geral, leva as manifestações a um ponto já mais político, mas ainda fortemente enraizado na realidade local:

1966-67 - Contra os acordos Mec-USAID, da reforma do sistema de ensino no Brasil.
2013 - Contra a corrupção, usando o entusiasmo alcançado com a condenação do Mensalão.

O objetivo principal, escondido aos olhos da grande massa de ingênuos, estava já presente nos projetos revolucionários estabelecidos por organismos internacionais, como a Internacional Comunista, regida por Moscou, e a Tricontinental, regida por Cuba. 

Ainda nas manifestações de 1967, o movimento estudantil começou a lutar contra o governo militar, chamado pejorativamente de Ditadura. Foi assim que, em 1968 uma verdadeira guerra civil se estabeleceu nas ruas do Rio de Janeiro, com a multidão de estudantes manipulados depredando tudo, atacando a polícia e achando que conseguiriam tomar o poder para os comunistas.

Como o desenrolar dos acontecimentos de hoje seguem um esquema idêntico ao de 50 anos atrás, cabem as perguntas:

1) quem está por trás das manifestações?
2) o que pretendem?

Um primeiro ponto já podemos constatar: não são as tarifas de ônibus que eles buscavam. Os governantes cederam, diminuiram as tarifas, mas as manifestações continuam.

O Movimento Passe Livre parece chamar para si a iniciativa das atuais manifestações. Esta organização pretende conseguir transporte gratuito para todos os Estudantes. Seria apenas uma curiosidade o fato da bandeira do Passe Livre ser contraditória com a luta pela diminuição das tarifas? É claro que alguém tem que pagar a conta dos custos do transporte público. Se o usuário não paga ônibus ou metrô, quem pagará? O mesmo usuário! Apenas, em vez de pagar a passagem ao utilizar o ônibus, pagará nos Impostos. 

Este movimento Passe Livre é uma típica organização comunista. Na sua carta de intenção vemos diversas bandeiras ou métodos presentes em todos os movimentos da esquerda revolucionária:

"Nossa disposição é de Frente Única, mas com os setores reconhecidamente dispostos à luta pelo Passe-Livre estudantil e pelas nossas perspectivas estratégicas." 1

Ora, formar frente única é um método do velho comunismo, aparentemente caduco e falido, mas na verdade presente no mundo de uma forma diferente. O fato é que a Frente única foi idealizada por Grigori Zinoviev 2, e fez parte de todo o trabalho do PC ao longo da história política brasileira no séc. XX.

"A via parlamentar não deve ser o sustentáculo do MPL, ao contrário, a força deve vir das ruas." 3

Como esse movimento atua pela "agitação", é evidente que queira levar a multidão para as ruas.

"a luta pelo passe-livre estudantil não tem um fim em si mesma. Ela é o instrumento inicial de debate sobre a transformação da atual concepção de transporte coletivo urbano, rechaçando a concepção mercadológica de transporte e abrindo a luta por um transporte público, gratuito e de qualidade, como direito para o conjunto da sociedade; por um transporte coletivo fora da iniciativa privada, sob controle público (dos trabalhadores e usuários)."4

Eles mesmos avisam que o passe livre é "inicial". Logo, a verdadeira intenção do grupo é outra. Do parágrado acima compreende-se também que a iniciativa visa dar passagens de graça a toda a população, não apenas aos Estudantes.

Porém, o Movimento Passe Livre não esperava que a massa das ruas manifestasse tendências consideradas "conservadoras", fugindo dos interesses comunistas escondidos na convocação das manifestações. Perderam o controle por causa da imensa decepção dos brasileiros com os políticos, seus partidos, e a corrupção que está sempre presente na vida política desses magnatas e manipuladores do Brasil. Foi assim que, na quinta-feira 20 de junho, o Passe Livre retirou-se das ruas. O Globo online noticiou assim:

"Durante a passeata desta quinta-feira, o MPL abandonou o ato quando este se transformou em uma manifestação contra partidos políticos. Em entrevista à CBN, um dos representantes do grupo, Douglas Beloni, afirmou que pautas conservadoras estavam ganhando espaço, o que foi desaprovado pelo movimento.

— O movimento não vai convocar novas manifestações. Infelizmente, o PT convocou um protesto para o mesmo local, que acabou atrapalhando o andamento da comemoração de ontem (quinta-feira), mas também houve uma hostilidade a outros partidos que estavam desde o início compondo luta contra o aumento. Então, nós entendemos que foi uma avaliação errada feita pelos manifestantes e condenamos a prática — afirmou.

Douglas explicou que a decisão de deixar a mobilização dos atos foi tomada após “pautas conservadoras” serem levantadas por alguns manifestantes.

— O movimento não deve mais convocar manifestações, levando em conta algumas pautas conservadoras que foram levantadas. Por exemplo, algumas pessoas pediam a redução da maioridade penal — explicou.

Alguns blogs, porém,  noticiaram que o Movimento Passe Livre e manifestantes de partidos de esquerda presentes na Av. Paulista, foram obrigados a se retirar, após serem hostilizados pelos demais manifestantes, irritados com a politização do movimento. 

O aspecto comunista dessa associação é patente. Mas não é único. Outras instituições envolvidas nas atuais arruaças também são regidas por ideologia comunista. O jornalista Cristian Derosa denuncia o papel da rede Fora dos Eixos e de associações internacionais milionárias:

"Os protestos dos últimos dias são parte de um programa organizado que têm como estrutura uma ampla rede de captadores de verbas de incentivo à cultura, mídias e movimentos sociais ligados ao Governo, financiados por empresas como a Petrobrás e que tem como principal fonte de apoio internacional a Fundação Open Society, do megainvestidor George Soros."5

Ficando, pois, definido quem está por trás das atuais manifestações, restaria conhecermos as intenções desses comunistas da atualidade. Alguns parecem assinalar o fato do PT ter-se tornado um partido "burguês", de riquinhos, o que acarretaria uma guinada mais para a esquerda nas próximas eleições. 

Ao mesmo tempo, muitos estudantes se dizem "de direita", ou seja, desejam um país crescendo na economia, pacífico na ordem, e voltado para um real desenvolvimento. Do  mesmo modo que as manifestações da quinta-feira 20 de junho fugiram do controle dos manipuladores, devemos rezar para que o Brasil acorde, o gigante se levante, como levantou-se em 1964 expulsando os comunistas.

  1. 1. Carta de Intenção do MPL
  2. 2. Importante figura da Revolução Bochevique.
  3. 3. Carta de Intenção do MPL
  4. 4. Idem
  5. 5. http://cristianderosa.wordpress.com/2013/06/18/o-eixo-dos-protestos/
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