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Art. 6 ─ Se o limbo dos meninos é o mesmo limbo dos Patriarcas.

O sexto discute-se assim. ─ Parece que o limbo dos meninos é o mesmo limbo dos Patriarcas.

1. ─ Pois, a pena deve responder à culpa. Ora, pela mesma culpa estavam encerrados no limbo os Patriarcas e os meninos, i. é, pela culpa original. Logo, devem ambos sofrer a pena no mesmo lugar.

2. Demais. ─ Agostinho diz: Mui branda é a pena dos meninos, mortos com o só pecado original. Ora, nenhuma pena era mais branda que a sofrida pelos santos Patriarcas. Logo, ambos sofrem suas penas no mesmo lugar.

Mas, em contrário. ─ Assim como ao pecado atual é devida uma pena temporal no purgatório, e eterna no inferno, assim também ao pecado original é devida uma pena temporal no limbo dos Patriarcas, e eterna no limbo dos meninos. Se, pois, inferno e purgatório não são idênticos, parece que idênticos também não são o limbo dos meninos e o dos Patriarcas.
 
SOLUÇÃO. ─ O limbo dos Patriarcas e o dos meninos sem nenhuma dúvida diferem, quanto à qualidade do prêmio ou da pena. Pois, os meninos não tem nenhuma esperança da vida eterna, que tinham os Patriarcas no limbo, nos quais também refulgia o lume da fé e o da graça. Mas, quanto à situação, podemos crer com probabilidade que esses lugares eram idênticos; salvo que o limbo dos Patriarcas estava em lugar mais elevado que o dos meninos, como dissemos a respeito do limbo e do inferno.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. ─ Quanto à culpa original, os Patriarcas e os meninos não se achavam nas mesmas condições. Pois, os Patriarcas expiavam a culpa do pecado original como culpa pessoal; mas como culpa da natureza, constituía o pecado original um obstáculo aos Patriarcas para entrarem no céu, por não estar ainda completamente expiada. Ao passo que constituía um obstáculo à glória eterna, para os meninos, por lhes ser uma culpa tanto pessoal como da natureza. Daí o serem atribuídos a uns e a outros lugares diversos.

RESPOSTA À SEGUNDA. ─ Agostinho se refere às penas incorridas por uma culpa pessoal; e essa a sofrem brandíssima todos os culpados apenas do pecado original. Ainda mais branda, porém, é a pena de aqueles impedidos de gozar a glória, não por culpa pessoal, mas por uma falha da natureza; e nesse sentido, a dilação mesma da glória é considerada pena.

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