Category: A nova teologia e os novos teólogos
Breve crônica da ocupação neo-modernista da Igreja Católica
AS "NOVIDADES CONCILIARES", QUINTESSÊNCIA DA NOVA TEOLOGIA
Vamos nos debruçar aqui sobre as "novidades conciliares" em suas grandes linhas, examinando somente alguns textos do Vaticano II, a saber: Lumen Gentium nº 8; Unitatis Redintegratio c. I nº 3; Nostra Aetate; Dignitatis Humanae; Gaudium et Spes e Lumen Gentium c. III.
Temos de deixar de lado, por razões de concisão, outros documentos importantes do Vaticano II, como por exemplo, Dei Verbum e outros acontecimentos graves decisivos, como as tratativas informais da Santa Sé, por intermédio do cardeal Bea, com os representantes do judaísmo mundial a fim de chegar a uma representação favorável ao judaísmo no documento Nostra Aetate; ou ainda a escandalosa e deliberada ausência de condenação do comunismo (por razões ecumênicas): era a condição posta pelo governo soviético para a presença de representantes do patriarcado ortodoxo de Moscou no Vaticano II como "observadores", com o abandono da petição apresentada pelos 450 padres conciliares...
Lumen Gentium
A constituição dogmática Lumen Gentium afirma: "... a única Igreja de Cristo [...], constituída e organizada neste mundo como uma comunidade subsiste na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e os bispos em comunhão com ele".[1]
Trata-se de uma única palavra: "subsiste", mas de uma palavra sustentada por uma questão de fé, e uma das mais graves.
A doutrina católica, na verdade, sempre identificou a única, verdadeira Igreja de Cristo com a única Igreja católica romana, excluindo as diversas seitas heréticas e cismáticas que se separaram dela ao longo dos séculos. Trata-se, em última análise, da questão mais importante na vida de cada homem, a da verdadeira religião e da verdadeira Igreja na qual poderemos encontrar a vida eterna. A voz da Tradição e dos Padres da Igreja sempre foi unânime neste assunto.
Breve crônica da ocupação neo-modernista da Igreja Católica
VATICANO II, PRIMEIRA SESSÃO:
O INÍCIO DA REVOLUÇÃO
A primeira sessão do Concílio Vaticano II se abriu na manhã de 13 de outubro de 1962[1], mas os neomodernistas tiveram todo o tempo necessário para se organizar e aproveitar a ocasião propícia.
O grupo principal da ala modernista e liberal dos Padres conciliares era constituído por bispos alemães e ingleses — evidentemente discípulos entusiastas de seus novos teólogos que os manobravam a seu gosto — com os quais logo fizeram bloco outros episcopados da Europa, e que formaram o "grupo do Reno" ou a "Aliança Europeia", como os denominou um cronista conciliar, o Pe. Ralph Wiltgen.
Breve crônica da ocupação neo-modernista da Igreja Católica
O CONCÍLIO DO PAPA JOÃO
Ângelo Giuseppe Roncalli: o futuro João XXIII
No conclave após a morte de Pio XII, o cardeal Ângelo Giuseppe Roncalli, patriarca de Veneza, foi eleito Soberano Pontífice e tomou o nome de João XXIII. O novo Papa tinha antecedentes bastante inquietantes.
Na época de seus estudos eclesiásticos, o jovem Ângelo Giuseppe Roncalli tinha se tornado amigo de certos condiscípulos já ligados ao modernismo e que deviam depois se tornar seus célebres representantes: Dom Ernesto Buonaiuti, Dom Alfonso Manaresi e Dom Giulio Belvederi, que ele encontrava todas as noites na igreja do Gesú em Roma para a visita ao Santíssimo Sacramento, mas também para inflamadas discussões “progressistas”.