Category: Ecumenismo
“Ponto luminoso” ou “nuvem tenebrosa”
O Osservatore Romano de 13 de setembro de 2001, em um artigo assinado pelo dominicano suíço Georges Cottier (“neoteólogo” e, apesar disso, “teólogo da Casa Pontificia”, quer dizer, “teólogo do Papa”), o Osservatore Romano, dizíamos, nos informa sobre a publicação de “estudos em honra do [neo] cardeal Walter Kasper” (cf. Sim Sim Não Não nº 104, dez. 2001: Cardeais sem fé). Ao mesmo tempo, nos cai entre as mãos o discurso pronunciado em Barcelona pelo próprio Kasper, no dia 4 de setembro de 2001, por ocasião da habitual reunião “ecumênica” da não menos ecumênica Comunidade de Santo Egídio.
Kasper vê brilhar (feliz ele!) um “ponto luminoso” na “obscuridade” do século recém transcorrido: o nascimento do ecumenismo. A dizer a verdade, os Pontífices romanos, até Pio XII inclusive, julgaram o fenômeno ecumenista de maneira muito distinta. Equivocaram-se todos esses Papas, ou é o cardeal Kasper quem toma e faz passar as trevas por luz?
Chegou a vez de outro representante da "nova teologia", hoje exaltado como "pedra angular da Igreja" (J. Meinvielle), o ex-jesuíta suíco Urs von Balthasar. Se Maurice Blondel encarna o tipo do filósofo modernista e apologeta, se Henri de Luba é o tipo do teólogo modernista, Urs von Balthasar encarna o aspecto pseudomístico e ecumenista do modernismo.
Temos em mãos a obra Urs von Balthasar ― Figura e Opera, de Karl Lehmann e Walter Kasper, personalidades da "nova teologia". Lemos na orelha do livro: "escrito por seus amigos e discípulos [Henrici, Haas, Lustiger, Roten, Greiner, Treitler, Löaser, Antonio Sicari, Ildefonso Murillo, Dumont, O´Donnel, Guido Sommavilla, Rino Fisichella, Max Shönborn... e Ratzinger], pretende fazer redescobrir toda a importância e o valor de sua obra e de sua pessoa". Descubramo-lo também nós; é de extrema importância.