Skip to content

19. Palavra final do Mosteiro de Chambéry

Palavra final do Mosteiro de Chambéry

 

Quando, pelos fins de dezembro de 1923, os acontecimentos nos levaram a publicar estas páginas, pensávamos que elas não sairíam do recinto familiar dos nossos mosteiros e que bastaria imprimir algumas centenas de exemplares. Porém, sem falar das traduções em diversas línguas, perto de dez mil exemplares foram distribuídos em seis meses. E não cessando de afluír os pedidos, fez-se uma quarta edição, atingindo-se com ela o número de trinta mil exemplares.

Eis agora a quinta edição, e são já sessenta mil exemplares.

Damos graças a Deus por esta difusão tão rápida quanto imprevista, o que é para nós uma prova de que Nosso Senhor abençoou esta obra empreendida para glória das suas Sagradas Chagas e que este livrinho - atraíndo as almas a essas Fontes de Salvação - satisfaz em muitas pessoas uma necessidade do coração.

E de fato, chegam-nos de todos os pontos do mundo comovidos agradecimentos das almas piedosas, as quais encontram na devoção às Santas Chagas um estímulo ao seu amor generoso; - almas amarguradas ou desamparadas, recolhem, por assim dizer, dos próprios lábios de Jesus padecente, a palavra que levanta e guia, tranquiliza e consola.

Os sacerdotes manifestam a sua alegria vendo os fiéis voltarem-se para Aquele que “levantado na Cruz, atrai tudo a si!”

Um fato parece sobresair muito especialmente nesta correspondência: é o cumprimento das promessas de N. S. J. C. em favor dos pecadores:

“A cada palavra que pronunciais do Terço da Misericórdia, deixo cair uma gota do meu Sangue sobre a alma dum pecador.”

Muitas cartas assinalam “graças obtidas”. Que nos seja permitido escolher, entre muitas outras, dois traços, dos quais temos testemunhos imediatos.

O Sr. ..... acabava de cair gravemente doente. Nao tinha ninguém para o rodear de cuidados neste momento crítico. Caritativos vizinhos acudiram a pedir em seu favor as Irmãs de Caridade. Todas estavam cheias de trabalho, contudo, uma delas, posta ao corrente desta situação, ofereceu-se para este apostolado.

Logo na primeira noite, notou a iminência do perigo... assim como as disposições lamentáveis do moribundo.

O Sr. .... vivia, há muito tempo, longe de toda a prática religiosa. Seu filho conhecia tão bem os seus sentimentos que, às solicitações da religiosa, deu a resposta seguinte:

“É impossível pensar em mandar vir um padre. Ele já veio, meu pai recebeu-o cortezmente, mas não quis confessar-se... Eu quero, declarou-me ele, um enterro pela Igreja; mas quanto ao resto não me faleis, é inútil!... E sobretudo, que não venha aqui nenhum padre!...”

Passaram-se três dias de angústia, durante os quais a dedicada Irmã, que tinha tomado a peito salvar a alma do seu doente, não cessava de repetir, a meia voz, ao mesmo tempo que lhe prodigalizava os seus cuidados, as invocações às Santas Chagas:

“Meu Jesus, perdão e misericórdia, pelos méritos...”

Depois destes três dias, a pedido da religiosa, o filho fez uma nova tentativa. Sem a menor hesitação, o padre é aceite! A partir deste momento, assiste-se a uma verdadeira transformação. Até ali, taciturno e sombrio, o Sr. ..... , começa agora a unir-se às invocações. Por vezes ainda, a força do costume e da dor arrancam-lhe palavras ímpias.

“´Não se deve falar assim, sugere-lhe a Irmã; quando sofreis, dizei: Meu Jesus, perdão e misericórdia...”

E ele, com uma comovedora boa vontade, detém-se no meio duma blasfêmia:

“Ah! eu não devo mais dizer isto!... Mas sim: Meu Jesus, perdão e misericórdia pelos méritos das Vossas Santas Chagas.”

De tempos a tempos dirige-se à sua enfermeira:

“Minha Irmã, orai mim, porque tenho muito que expiar.”

Ele mesmo não cessa de orar...

Eis que chega a morte, mas uma morte que, sem dúvida, lhe abriu o Céu:

“Não haverá morte para a alma que expirar nas minhas Chagas; elas dão a verdadeira vida.”

Um outro fato não menos notável e consolador é-nos comunicado de Londres. Não fazemos mais que traduzir a carta recebida:

“Um amigo dum Rev.o P.e Passionista, a quem eu tinha dado um folheto das Santas Chagas, mostrou-o a esse padre, que pregava uma missão no norte da Inglaterra.

“Havia ali um velho que não recebia os Sacramentos há 40 anos...

“Nenhum padre podia mover o seu coração e o rev.o p.e passionista também não conseguia nada. Uma noite este bom padre pediu a todos os seus paroquianos que se unissem a ele na recitação do Rosário das Santas Chagas pelos pecadores da paróquia tomando, em particular, uma intenção especial pelo seu velho pecador.

“Logo na manhã seguinte a essa noite de oração, o querido velho veio por si mesmo apresentar-se na igreja, pedindo para se confessar. Seguiu depois todos os exercícios do retiro.”

“Não é maravilhosa esta resposta tão rápida e completa à oração?”

“E não é isto um triunfo magnífico das Santas Chagas?...”

 

D. S. B.

 

............................................

 

V. + J.

AdaptiveThemes