Pe. Juan Carlos Iscara - FSSPX
Todo voto implica uma promessa, mas o contrário não é verdadeiro. O voto é um ato de adoração e consagração, feito apenas a Deus, obrigando por virtude da religião. Uma simples promessa pode ser feita também aos homens, obrigando em virtude da fidelidade ou da justiça.
Um voto é uma promessa livre e deliberada feita a Deus de cumprir um bem que é possível e melhor (Código de Direito Canônico [1917], Cân. 1307). É uma promessa vinculante que impõe uma verdadeira obrigação de fazer ou não fazer algo em honra de Deus. Pelo voto, nós cultuamos Deus e reconhecemos Seu domínio supremo. Não é um simples desejo ou propósito, que, propriamente falando, não impõem uma obrigação.
Um voto é público se um superior eclesiástico legítimo o recebe em nome da Igreja; de outra forma, é privado (Código de Direito Canônico [1917], Cân. 1308).
Votos são feitos para fortalecer nossa vontade de fazer o que é bom. Seu objeto deve não apenas ser algo bom, mas algo que é melhor, e ainda humanamente possível, não apenas em geral, mas também dentro das forças e capacidades do indivíduo que faz o voto.
Um voto vincula a pessoa que o faz de tal maneira que falhar em cumprir o que foi prometido livremente é uma séria ofensa a Deus. Portanto, tendo em vista a fraqueza de nossa natureza decaída, a Igreja, em geral, recomenda que não se façam esses votos privados.
Em qualquer caso, os votos devem ser feitos não por capricho ou em estado de agitação emocional, mas com prudência e discrição, após oração fervorosa, longa reflexão e consulta a um confessor ou diretor espiritual, que está em condições de avaliar mais claramente nossas circunstâncias e nossas forças. Quanto mais importante a obrigação que assumimos com o voto, mais ele demanda preparação e reflexão cautelosa.