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Art. 8 – Se a temperança é a máxima das virtudes.

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O oitavo discute–se assim. – Parece que a temperança ê a máxima das virtudes.

1. – Pois, diz Ambrósio, que a temperança visa e busca sobretudo a honestidade e o decoro. Logo, a temperança é a máxima das virtudes.

2. Demais. – É próprio da virtude maior fazer o que é mais difícil. Ora, é mais difícil refrear as concupiscências e os prazeres do tato, que retificar as ações externas. Ora, refrear aquelas é próprio da temperança; e retificar a estas, da justiça. Logo, a temperança é maior virtude que a justiça.

3. Demais. – Quanto mais uma coisa é comum tanto mais necessária e melhor. Ora, a coragem versa sobre os perigos de morte, que ocorrem mais raramente que os prazeres do tato, que quotidianamente surgem. E assim, o exercício da temperança é mais comum que o da coragem. Logo, a temperança é mais nobre virtude que a coragem.

Mas, em contrário, o Filósofo diz, que as virtudes máximas são as mais úteis aos outros; e por isso é que honramos por excelência os fortes e os justos.

SOLUÇÃO. – Como diz o Filósofo, o bem da multidão é mais divino que o do indivíduo. Por onde, quanto mais uma virtude visa o bem da multidão, tanto melhor é. Ora, a justiça e a coragem visam, mais que a temperança, o bem da multidão. Pois, a justiça regula as nossas relações com terceiros; a coragem tem por objeto os perigos da guerra, que afrontamos em bem da salvação pública; a temperança, porém, modera só as concupiscências e os prazeres do que respeita apenas ao indivíduo humano. Por onde, é manifesto que a justiça e a coragem são virtude a mais excelentes que a temperança; e, superiores a elas são a prudência e as virtudes teologais.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. ­ A honestidade e o decoro se atribuem sobretudo à temperança, não pela principalidade do bem próprio dela, mas, pela torpeza do mal contrário, de que nos afasta; isto é, por moderar os prazeres que nos são comuns com os brutos.

RESPOSTA À SEGUNDA. – A virtude, tendo por objeto o bem difícil, a dignidade da virtude mais se funda na ideia do bem, pelo qual a justiça sobrepuja a temperança, do que pela ideia de difícil, pelo que a temperança tem a supremacia.

RESPOSTA À TERCEIRA. – A comunidade, pela qual alguma coisa pertence à multidão dos homens, contribui mais para a excelência da bondade, que a considerada relativamente à frequência com que alguma coisa ocorre. Ora, pela primeira comunidade, a coragem ocupa o primeiro lugar; pela segunda, a temperança. Por onde, absolutamente falando, a coragem tem a superioridade; embora, de certo modo, possamos dizer que a temperança a tem, não somente sobre a coragem, mas também sobre a justiça.

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