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Art. 1 – Se a magnificência é uma virtude.

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O primeiro discute–se assim. – Parece que magnificência não é uma virtude.

1. – Pois, quem tem uma virtude tem todas, como se estabeleceu. Ora, podemos ter as outras virtudes sem ter a magnificência; pois, no dizer do Filósofo, nem todo liberal é magnífico. Logo, a magnificência não é virtude.

2. Demais. – A virtude moral consiste numa mediedade, como está claro em Aristóteles. Ora, parece que a magnificência não é uma mediedade, pois, sobre excede a liberalidade em grandeza; e como o grande se opõe ao pequeno como a um extremo, cujo meio é a igualdade, conforme Aristóteles resulta que a magnimidade não é um meio, mas, um extremo. Logo, não é uma virtude.

3. Demais. – Toda virtude, longe de contrariar, à inclinação natural, aperfeiçoa, como se demonstrou. Ora, como diz o Filósofo, o magnífico não é sumptuoso para consigo mesmo; o que vai contra a inclinação natural, pela qual provemos sobretudo às nossas necessidades. Logo, a magnificência não é uma virtude.

4. Demais. – Segundo o Filósofo, a arte é a razão reta nas causas que devemos fazer. Ora, a magnificência, como o próprio nome o demonstra, diz respeito à produção. Logo, é mais uma arte do que uma virtude.

Mas, em contrário. – A virtude humana é de certo modo participação da virtude divina. Ora, a magnificência concerne à virtude divina, conforme aquilo da Escritura: A sua magnificência e o seu poder se manifesta nas nuvens. Logo, a magnificência é uma virtude.

SOLUÇÃO. – Como diz Aristóteles, a virtude é assim chamada por comparação com o grau último a que pode chegar a potência. Esse grau não é último, quanto à deficiência, mas, quanto ao excesso, que essencialmente consiste na grandeza. Por onde, fazer grandes obras – donde vem o nome de magnificência, constitui essencialmente uma virtude. Portanto, a magnificência designa uma virtude.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. ­ Nem todo liberal é magnifico, pelos seus atos; porque lhe faltam aos atos os elementos constitutivos dos atos magníficos. Contudo, todo liberal tem o hábito da magnificência, atualmente ou com disposição próxima, como dissemos, quando tratamos da conexão das virtudes.

RESPOSTA À SEGUNDA. – A magnificência é um extremo, considerados os seus efeitos quantitativamente. Mas, constitui um meio, considerada a regra da razão, à qual não falta nem excede, como também dissemos a respeito da magnanimidade.

RESPOSTA À TERCEIRA. – É próprio da magnificência praticar atos grandiosos. Ora, o concernente à pessoa de cada um é pouco relativamente ao que convém às coisas divinas ou comuns. Por isso, o magnífico não visa principalmente fazer grandes despesas com sua própria pessoa; não por deixar de procurar o seu bem, mas, por esse bem não ser grande. Mas, se o que lhe concerne implicar magnitude, o magnífico buscá–lo–á magnificamente. Assim, as coisas que só uma vez se fazem, como as núpcias ou outras semelhantes; ou ainda as que são permanentes e, assim, ao magnífico pertence preparar uma habitação conveniente, como diz Aristóteles.

RESPOSTA À QUARTA. – Como diz o Filósofo, há necessariamente uma virtude moral, que preside à arte e inclina o apetite a empregá–la retamente, na sua natureza mesma. O que é próprio da magnificência que portanto não é uma arte, mas uma virtude.

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