O quarto discute-se assim. - Parece que a ordem pressupõe necessariamente o caráter da confirmação.
1. Pois, em seres entre si ordenados, assim como o médio pressupõe o primeiro, assim o último, o médio. Ora, o caráter da confirmação pressupõe o batismal como primeiro. Logo, o caráter da ordem pressupõe como médio o caráter da confirmação.
2. Demais. - Os colocados a confirmar os outros devem ser os confirmados por excelência. Ora, os que recebem o sacramento da ordem são os confirmados dos outros. Logo, ninguém mais do que eles deve ter o sacramento da confirmação.
Mas, em contrário. ─ Os Apóstolos receberam o poder da ordem antes da ascenção, quando se lhes disse: Recebei o Espírito Santo. Mas foram confirmados depois da Ascensão pelo advento do Espírito Santo. Logo, a ordem não supõe a confirmação.
SOLUÇÃO. ─ Certas condições são necessárias a quem recebe a ordem; outras são de conveniência. É necessário à validade do sacramento, que quem receba as ordens seja susceptível delas; e isso lhe é facultado pelo batismo. Por onde, o caráter batismal é necessàriamente pressuposto a validade da ordem, de modo que sem ele o sacramento da ordem não pode ser conferido. Quanto à conveniência, requer a ordem que quem a receber tenha todas as perfeições que o tornem idôneo ao exercício dela; e uma dessas perfeições está em ser confirmado. Por onde, o caráter da ordem pressupõe como conveniente, mas não como necessário, o da confirmação.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. ─ A relação entre o médio e o último não é da mesma natureza que a entre o primeiro e o médio, no caso vertente. Pois, o caráter batismal nos torna susceptíveis do sacramento da confirmação; mas o caráter da confirmação a ninguém torna susceptível do sacramento da ordem. Logo, a razão não é a mesma.
RESPOSTA À SEGUNDA. ─ A objeção se funda na idoneidade por conveniência.