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Os objetos do culto

Quando assistimos a uma cerimônia litúrgica, que seja a Santa Missa, um batizado ou qualquer outro sacramento, percebemos que o sacerdote utiliza, durante a cerimônia, uma série de objetos, e usa diversas vestes particulares, às vezes muito ricas e bonitas. Para a maioria das pessoas, estas coisas passam desapercebidas, e elas nunca se perguntam qual o significado de tantos objetos diferentes. Mas não deveria ser assim. Todo católico deveria se interessar pelo que se passa no altar, pelos ritos santos da Igreja, pois são estes ritos que nos trazem as graças sacramentais e os méritos da oração pública e oficial de nossa Santa Madre Igreja.
Por isso, devemos estudar com todo interesse esses objetos, saber seus nomes, como são feitos, para que servem e o que significam.
 
Os objetos do culto podem ser:
 
Vasos litúrgicos
Panos litúrgicos
Vestes litúrgicas
Insígnias episcopais
Insígnias papais
 
 
Os Vasos Litúrgicos
 
Eles podem ser:
 
Consagrados - cálice e patena
Bentos - cibório ou âmbula - ostensório ou custódia
Nem consagrados nem bentos - galhetas - turíbulo e naveta - caldeirinha e hissopo (aspersor) - sininho - e vaso de abluções

 
O cálice: é o vaso sagrado que se usa para consagrar o Preciosíssimo Sangue, durante a Santa Missa. O cálice só pode ser de metal e deve ter um anel, no meio da haste, para que o padre tenha firmeza ao segurá-lo. Devido à importância do seu uso, o interior do cálice deve receber um banho de ouro sobre o metal. Depois da comunhão, o cálice é purificado com vinho não consagrado, no momento das abluções da Missa.

A patena: o nome vem do latim e significa prato. Ela acompanha sempre o cálice, e serve para receber a Hóstia consagrada durante a Santa Missa. Já no ofertório, o padre a utiliza para oferecer o pão, deixando-a de lado até o Pai Nosso, quando a toma novamente para realizar sobre ela a fração, ou seja, para partir a hóstia e retirar dela o pedacinho que será jogado no cálice. Depois da comunhão o padre deve purificá-la muito bem, ou seja, deixar cair no cálice todas as minúsculas partículas da hóstia, pois em cada uma delas Jesus está presente.


Vasos bentos pelo bispo (mas não consagrados):

O cibório ou âmbula: é um vaso semelhante a um cálice, porém com uma tampa. Nele são conservadas as santas espécies para a comunhão dos fiéis (também chamadas partículas). Devem ser de metal nobre, como o cálice, e também banhados à ouro no interior. Quando está dentro do sacrário, deve ser coberto com um véu. Isso porque as santas reservas sempre são cobertas com um pano precioso, uma seda bordada, um tecido de ouro ou prata. É por esta mesma razão que o sacrário deve sempre ser coberto com o conopeu, véu precioso cuja cor varia de acordo com a cor dos paramentos.
 
O ostensório ou custódia: Em latim, ostendere significa mostrar. O ostensório serve para expor o Santíssimo Sacramento à adoração pública. Na bênção do Santíssimo, na procissão de Corpus Christi e em outras cerimônias, o padre introduz no centro do ostensório uma luneta, ou seja, um suporte de ouro, às vezes protegido por um cristal, onde se encontra a hóstia consagrada. O ostensório é também de ouro ou banhado à ouro, tendo a forma de um sol resplandecente, no centro do qual brilha o Sol divino, que é nosso Senhor Jesus Cristo, presente na Sagrada Hóstia. Chama-se também de custódia ou teca, um pequeno vaso com o interior banhado à ouro, que serve para levar a comunhão aos doentes. Esta custódia é posta numa bolsa pendurada ao pescoço, de forma que o Santíssimo é levado sobre o coração do sacerdote.
   
Vemos por estas explicações, o quanto a Igreja honra a presença real de Nosso Senhor, pois que obriga a que todos os vasos destinados a receber a hóstia consagrada ou o Preciosíssimo Sangue, devam ser de metal e de ouro, o mais precioso dos metais, para o maior de todos os Reis. Devemos reprovar com veemência os abusos contra as coisas sagradas, toda a falta de respeito que constatamos nos padres modernos e mesmo na orientação dos bispos de hoje, que já não obrigam a utilização dos vasos sagrados como devem ser. Por isso, aceitam a comunhão na mão (um sacrilégio), a comunhão recebida de pé, sem véu na cabeça, com roupas indecentes. A comunhão é levada aos doentes dentro de sacos plásticos e as hóstias consagradas são guardadas na caixa com hóstias não consagradas, mostrando que no fundo, eles perderam a fé na Presença Real de Jesus na Hóstia.

Vasos nem bentos nem consagrados
 
as galhetas : Recipientes onde se colocam a água e o vinho que serão usados para a consagração do Preciosíssimo Sangue.

o turíbulo e a naveta: Pequeno fogareiro suspenso por correntes no qual se queima o incenso utilizado nas cerimônias religiosas. O incenso já era utilizado pelos judeus como símbolo da oração que se eleva à Deus com suave odor. Vale a pena reler no missal, no Ofertório da Missa, a bênção e as orações que o padre reza enquanto incensa o altar.

Usa-se também o incenso como gesto de honra às pessoas. Por isso o padre e os fiéis são incensados durante a missa.
 
A naveta é a caixinha de metal, em forma de nau, onde se guarda o incenso que será utilizado no turíbulo.
 
a caldeirinha e a hissopo: a caldeirinha é o vaso onde se leva a água benta utilizada nas cerimônias. O hissopo é o bastão que se enche da água benta e com o qual se faz a aspersão. Este nome vem do ramo do hissopo, planta que era utilizada com esta finalidade, na antiguidade.

o vaso de purificação: é o pequeno vaso colocado junto aos castiçais, no altar, onde o padre purifica os dedos ao tocar na hóstia consagrada fora da missa. Por exemplo, quando ele prepara a custódia de levar a comunhão para os doentes, ou quando distribui a comunhão fora da missa.
 
Os Panos Litúrgicos
 
Chamamos de panos litúrgicos ou panos de altar alguns panos confeccionados com linho ou cambraia de linho utilizados nas celebrações litúrgicas.

São bentos: Corporal, Pala, Sanguinho ou purificatório, toalhas de altar.
 
Não são bentos: manustérgio, toalha de comunhão.

Corporal: Pedaço de linho engomado que o celebrante desdobra no altar e sobre o qual são colocados exclusivamente o pão e o vinho que serão consagrados. O corporal é tão importante que deve ser levado e trazido do altar dentro da Bolsa (ver adiante). A goma tem por finalidade não deixar as minúsculas partículas da hóstia consagrada penetrarem na trama do linho. O nome vem do fato de que sobre ele se põe a hóstia consagrada, o Corpo de Cristo (justamente na parte da missa em que não é utilizada a patena).

A pala: antigamente o corporal era bem maior que os de hoje. Sendo assim era fácil dobrar uma de suas pontas sobre o cálice, para impedir que impurezas caíssem dentro dele durante a missa. Não era muito prático. Por isso diminuiu-se o corporal e separou-se dele a pala, que passou a ser um pedaço de linho quadrado, em geral acrescido de algum ornamento e que serve para tampar o cálice.

O sanguinho ou purificatório: é um paninho de linho retangular, dobrado em três, com uma cruz bordada no centro, que o padre posiciona sobre o cálice para o transportar e que serve para enxugar o cálice, os dedos ou os lábios, durante a santa missa.

(estes três panos que precedem devem ser purificados em três águas antes de serem postos para lavar, sendo a água utilizada na purificação jogada diretamente na terra. -  com quantos cuidados a Santa Igreja protege a Presença Real de Jesus na Hóstia! E pensar que os progressistas jogaram isso tudo fora!)
 
Toalhas de altar: São três as toalhas que devem cobrir o altar, sendo que a última deve cair até o chão nas laterais. Todas devem ser de linho e bentas antes de serem usadas. Este número de três serve para que, no caso de se derramar o Preciosíssimo Sangue, este seja absorvido com facilidade.

Manustérgio: é um paninho parecido com o sanguinho, porém sem bênção, tendo uma cruz bordada numa de suas extremidades, e que serve para o padre enxugar os dedos no lavabo da missa.

Toalha de comunhão: é a toalha que cobre a mesa de comunhão, sob a qual os fiéis devem cobrir suas mãos, em sinal de respeito pela Sagrada Hóstia.
 
Outros Panos Litúrgicos
 
Há ainda outros panos litúrgicos com diversas utilidades:
 
Paramentos do cálice: o véu do cálice, que serve para cobri-lo e a bolsa, que serve para transportar o corporal. Os dois seguem a cor litúrgica do dia.
Véu humeral: Longo véu ricamente ornado que é posto sobre os ombros do celebrante para cobrir suas mãos, quando este deve transportar o Santíssimo ou dar a bênção com o Santíssimo. Também o sub-diácono cobre as mãos com ele, na missa solene, para segurar a patena, do Ofertório até o Pai-Nosso (durante o tempo em que o padre não usa a patena).
 
Conopeu: Véu de pano nobre, com as cores litúrgicas, que serve para cobrir o sacrário sempre que o Santíssimo estiver presente. É um sinal certo da presença de Nosso Senhor no sacrário. Ele deve cobrir completamente o sacrário, apesar de se tolerar que tenha a forma de uma cortina.
 
As Vestes Litúrgicas
 
Na época de crise em que vivemos, onde vemos os ministros da Igreja abandonarem as vestes sagradas para copiar os protestantes e até mesmo certos pagãos, na celebração do culto divino, é de muita utilidade compreender a origem e o significado das vestes sacerdotais. Aliás, não somente na celebração litúrgica, mas também na vida privada, os padres modernos resolveram abandonar a batina, com grande prejuízo para eles próprios, para os fiéis e para a Igreja.
Quando houve o concílio Vaticano lI, com a liberação de não usar mais a batina, eles diziam que era para estar mais próximo do povo. Hoje, já não nos enganam: sabemos que para o padre estar bem próximo do povo, como dizem, é preciso que ele se destaque da multidão, que de longe, todos saibam que é um padre, que possam chamá-lo, pedir um conselho, uma bênção, uma extrema-unção para um acidentado, etc. Para isso, é preciso que a roupa do padre mostre claramente que se trata de um ministro de Deus. Sabemos também que a única utilidade para os padres progressistas de abandonarem o uso da batina, é que ficam mais livres para levar uma vida mundana, já que as pessoas em volta não sabem que se trata de um sacerdote.

Na celebração litúrgica, também ocorreu um grande abandono. Os padres deixaram de lado toda a riqueza e a beleza dos paramentos antigos, tão nobres, dignos da celebração do augusto Mistério da Missa, e passaram a celebrar vestidos com uma túnica branca e uma estola, apenas. Sem casula, sem manípulo, sem véu do cálice etc. Tudo aquilo que manifestava o sagrado foi jogado fora. Queriam copiar os protestantes.

Voltemos então nossa atenção para as vestes que os padres, bispos e papas sempre usaram para celebrar a Santa Missa e os demais sacramentos. Conhecê-los é conhecer a Igreja, sua vida, sua história.

Quando o padre vai celebrar a Missa, ele veste uma série de peças que constituem os paramentos sacerdotais. Enquanto o padre se paramenta, na sacristia, ele reza uma oração especial para cada paramento. Esta oração ajuda o padre a se concentrar na celebração solene que está prestes a começar. Cada oração indica o simbolismo das vestes por ele utilizadas.

Vamos descrever aqui como o padre se paramenta e depois daremos a explicação detalhada de cada veste:

Ele joga sobre a cabeça, para depois rebater sobre os ombros, um pano chamado amicto. Depois veste uma túnica branca que vai até os pés, chamada alva. Ele amarra a alva em volta da cintura com o cíngulo. Em seguida pendura no antebraço esquerdo o manípulo, que tem a cor litúrgica do dia. Após este, veste em torno do pescoço a estola. Em seguida a casula. Assim está o padre paramentado para a celebração da Missa.

O amicto: a palavra significa manto, véu, e servia, na sua origem, no século VII, para cobrir o pescoço e para proteger do frio. A oração indica que o padre veste um capacete para se proteger das ciladas do demônio. Os monges ainda hoje usam o amicto como um capuz.
 
A alva: a palavra significa branca. É uma túnica comprida, chegando até aos pés, como usavam os romanos antigos. Ela significa a inocência com que o sacerdote deve subir ao altar.

O cíngulo: é um cordão que serve para cingir, ou seja, para apertar a cintura. Simboliza a castidade e a pureza de coração que deve animar o sacerdote em toda sua vida.

O manípulo: este pano preso no braço esquerdo, na origem, servia como lenço, para  enxugar o suor, e era usado mesmo na vida comum, por todos. Mais tarde foi ornado de enfeites e ganhou as cores litúrgicas. Manípulo significa um feixe de palha que se carrega nas costas. Daí a oração pedir o merecimento de saber suportar as dores desta vida para merecer as alegrias eternas.
 
A estola: era, na origem, uma veste de adorno feminino, trazendo franjas rendadas e ornadas. Alguns imperadores introduziram seu uso entre os homens. Os eclesiásticos acompanharam o uso. Mais tarde ela reduziu-se às faixas ornadas das franjas, ganhando o aspecto de faixa que conhecemos hoje, usada pelo padre em tomo do pescoço. A estola é usada em forma de cruz, sobre o peito. Já o bispo, que usa a cruz peitoral, não cruza a estola, mas a deixa cair normalmente. A oração compara a estola ao dom da imortalidade, que pede ser restituído na eternidade.
 
A casula: é um manto amplo que envolve o celebrante, formando como um casulo (casa pequena). Era uma veste comum na Roma antiga, conservada pelos padres para a celebração da missa. Ao longo dos séculos, por comodidade de movimentos, foram diminuindo seu tamanho, chegando a casula à forma recortada que vemos hoje (chamada casula romana). Os modelos amplos que vemos ainda hoje receberam o nome de casula gótica. A casula representa o jugo do Senhor sobre nossos ombros e o padre pede que saiba suportá-lo bem.
 
 
Vestes do diácono:

O diácono, principal ajudante do celebrante na missa solene, paramenta-se como o padre, com as seguintes diferenças:
 
- a estola não é usada cruzada no peito, mas em diagonal, do ombro esquerdo à cintura direita.
 
- no lugar da casula, o diácono usa a Dalmática, veste originária da Dalmácia, que simboliza na Igreja a alegria de servir a Deus.
 
 
Vestes do sub-diácono:

O sub-diácono, ajudante do diácono na missa solene, não usa estola. Além disso, no lugar da casula ou da Dalmática, ele usa a Túnica, que na aparência não difere da Dalmática.

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