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Art. 5 — Se o demônio vencido fica por isso impedido de atacar.

(II Sent., dist. VI, a. 6).
 
O quinto discute-se assim. — Parece que o demônio vencido nem por isso fica impedido de atacar.
 
 
1. — Pois, Cristo venceu eficacissimamente o seu tentador. Mas este depois atacou-o de novo, incitando os Judeus a que o matassem. Logo, não é verdade que o diabo vencido cessa de atacar.
 
2. Demais. — Infringir uma pena ao que sucumbiu na luta é incitá-lo lutar mais forte­mente. Ora, isto não é próprio da misericórdia de Deus. Logo, os demônios vencidos não fi­cam impedidos de atacar.
 
Mas, em contrário, diz a Escritura: Então o demônio deixou-o, i. é, a Cristo que o havia vencido.
 
Solução. — Certos dizem que o demônio vencido por um homem não pode mais tentá-lo, nem quanto ao mesmo pecado, nem quanto a outro. Outros porém dizem que podem tentar outros homens, mas não o mesmo; e isto é mais provável se se entender como referido a um de­terminado tempo. Por onde, no Evangelho se diz que, consumada toda tentação, o diabo abandonou a Cristo; por algum tempo. E a razão disto é dupla. Uma se funda na divina clemência; pois, como Crisóstomo diz, o diabo não tenta os homens pelo tempo que quer, mas pelo que Deus permite; e Deus, depois de lhe ter permitido tentar, por um tempo, repele-o, por causa da fraqueza da nossa natureza. A ou­tra razão se funda na astúcia do diabo; e por isso Ambrósio diz, que o diabo teme instar por­que evita o mais possível ser derrotado. Mas que às vezes o diabo volte a tentar o que já abandonara, é claro pelo passo do Evangelho: Voltarei para minha casa, donde saí.
 
Donde se deduzem as respostas às objeções.

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