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30 de janeiro: Guardar as palavras de Deus

30 de janeiro
 
 
I. — Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo. (Jo 12, 47).
 
Bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e guardam-na, interiormente, pela crença, exteriormente, pelas obras. Contudo, os que ouvem a palavra de Deus e não procuram praticá-la, tornam-se, por isso mesmo, mais dignos de culpa: De fato, não são justos diante de Deus os que ouvem a lei, mas os que observam a lei é que serão justificados. Rm 2, 15. E: Sede, pois fazedoes da palavra e não ouvintes somente. Tg 1, 22.
 
Se alguém ouvir as minhas palavras e não as guardar, eu não o julgo. (Jo 12, 47). De duas maneiras pode-se dizer que alguém condena a outro; ou como juiz, ou como causa de condenação. Pois o homicida é condenado ao patíbulo tanto pelo juiz como pelo próprio crime perpetrado, causa da sua condenação. Portanto, diz: eu não o julgo, i. é, não sou causa da sua condenação, mas ele próprio. Estás perdido, ó Israel, só em mim está o teu auxílio. Os 13, 9. Isto porque não vim para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. Jo 12, 47. I.é, não vim para condenar, mas para salvar.
 
II. — O que me despreza, e não recebe as minhas palavras, já tem quem o julgue. Jo 12, 48. Como se dissesse: quem não guardar minhas palavras, crendo e praticando, não passará impune, seja quem for. A razão é que, se não recebe as palavras de Jesus, despreza as palavras de Deus, de quem é o mesmo Verbo,  como quem que não obedece às ordens do seu Senhor. Fugi da espada de Deus, porque a espada é vingadora das iniqüidades, e sabei que há uma justiça. Jó 19, 29.
 
III. — A palavra que eu anunciei, essa o julgará no último dia. Jo 12, 48. O que equivale a dizer, segundo santo Agostinho: Eu o julgarei. Porque Cristo aludiu a si mesmo em seus discursos e anunciou-se a si mesmo. Pois Ele é a palavra que falou, já que falou de si mesmo, como disse são João (Jo 8, 14): Embora eu dê testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei donde vim e para onde vou. Como se dissesse: O mesmo que lhes falou e que, não obstante, desprezaram, esse mesmo os julgará.
 
(In Joan., XII)
      
 (P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)

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