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15 de janeiro: O Santíssimo Nome de Deus

15 de janeiro
      
1. O nome de Deus é antes de tudo, admirável, porque em todas as criaturas opera obras maravilhosas. O Senhor declara no Evangelho: "Em meu nome, expulsarão os demônios, falarão novas línguas, e se beberem algum veneno mortal, este não lhes fará mal algum."  (Mc 16,17).
     
2. O nome de Deus é amável. « Não existe debaixo do céu, diz São Pedro (At 4, 12) nenhum outro nome, entre os que foram dados aos homens, que possa salvar-nos ». E a salvação deve ser buscada por todos. Santo Inácio dá-nos o exemplo do quanto devemos amar o nome de Cristo. Quando o imperador Trajano exigiu que ele negasse o nome de Cristo, Santo Inácio respondeu: « Não podereis arrancá-lo de minha boca ». O tirano ameaçou cortar-lhe a cabeça e assim tirar o nome de Cristo de seus lábios; replicou o bem-aventurado: « Não o arrancarás jamais de meu coração, pois é lá que está gravado, por isto não posso deixar de invocá-lo ». Ouvindo estas palavras, Trajano, desejoso de verificar-lhes a exatidão, mandou cortar a cabeça do servidor de Deus e extrair-lhe o coração. E no coração encontrou gravado, com letras de ouro, o nome de Cristo. O santo possuía este nome como um selo em seu coração. 
   
3. Em terceiro lugar, o nome de Deus é venerável. O Apóstolo afirma (Fp 2, 10): « Que ao nome de Jesus se dobrem todo joelho no céu, na terra e nos infernos »; no céu, no mundo dos anjos e bem-aventurados; na terra, tanto os homens, que querem a glória celeste, como os que, por temerem o castigo, buscam evitá-lo; nos infernos, no mundo dos danados, que estes se prostrem com temor diante de Jesus Cristo.
   
4. Em quarto lugar, o nome de Deus é inexprimível, no sentido de que nenhuma língua é capaz de exprimir toda a sua riqueza. Tenta-se, no entanto, explicá-la pelas criaturas. Assim, dá-se a Deus o nome de rochedo, por causa de sua firmeza. E notemos que se o Senhor deu a Simão, futuro fundamento da Igreja, o nome de Pedra (Mc 3, 16) foi precisamente porque sua fé, na divindade de Jesus, (cf. Mt 16, 18) devia fazê-lo participar de sua firmeza divina. Designa-se Deus também pelo nome de fogo, em razão de sua virtude purificadora. Assim como o fogo purifica os metais, Deus purifica o coração dos pecadores. Assim está no Deuteronômio (4, 24): « Vosso Deus é um fogo que consome ». Deus é também chamado luz, por causa de sua capacidade de iluminar. Como a luz ilumina as trevas, Deus ilumina as trevas do espírito. O Salmista, em sua oração, diz ao Senhor (17, 29): « Meu Deus, iluminai as minhas trevas. »
Orat. Dominic.
   
 
É preciso saber que em nome de Deus deve-se andar, rezar, falar, agir e esperar. « Estes nas suas carroças, e aqueles nos seus cavalos; nós, porém, somos fortes no nome do Senhor, nosso Deus » (Sl 19, 8); « se pedirdes a meu Pai alguma coisa em meu nome, ele vô-la dará » (Jo 16, 23); « Tudo o que fizerdes, em palavras ou por obras, fazei em nome do Senhor Jesus Cristo » (Cl 3, 17); « Bem-aventurado o homem que pôs a sua esperança no Senhor » (Sl 39)
   
Considera que o nome de Jesus se deve guardar no coração, pois é alegria; tê-lo na boca, pois é um cântico; escutá-lo com os ouvidos, pois é melodioso; levá-lo nas mãos, pois é força; e escrevê-lo na teste, pois é honra.
   
Considera também que o nome de Deus é nome de muitas virtudes. Nele, todas as coisas são criadas; os demônios, afugentados; as enfermidades, curadas; os pecadores, justificados; os tristes, alegrados; os atormentados, auxiliados; nele, a graça dos justos é aumentada e todos eleitos se salvam.
 
De Humanitate Jesu.[*]
 
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae. Tradução: Permanência)

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