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Category: Missa de São Pio VConteúdo sindicalizado

O termo Missa de São Pio V é aqui considerado na sua relação com a Crise da Igreja, a missa nova e o combate pela Tradição

Obstáculo inconveniente

Pe. Robert Brucciani, FSSPX

O Rito Tridentino da Missa é sinal de contradição e um obstáculo inconveniente para a revolução que tomou controle das instituições da Igreja no Concílio Vaticano II (1962-1965)

 

O Rito Tridentino da Missa

O Rito Tridentino da Missa é a oração suprema da Igreja, que expressa, perfeitamente, sua doutrina e santidade. Não é um sinal passivo da doutrina e da santidade, como um crucifixo ou uma imagem, mas um sinal eficaz, um sacramento, que produz o que representa, trata-se de um sacramento de fé e sacralidade, um estandarte vivo. É o momento da vitória sobre o pecado e a morte. É o meio pelo qual a vitória vem às almas através dos séculos.

Sim, ele permaneceu inalterado em sua essência ao longo dos séculos. É o mesmo sacrifício, com o mesmo Padre, com o mesmo propósito e com as mesmas palavras pronunciadas por Cristo. As orações que adornam a consagração (o Cânone da Missa) foram acrescentadas no curso dos primeiros seis séculos e estavam definidas ao tempo do Papa São Gregório Magno (590-604). O Papa São Pio V, seguindo um decreto do Concílio de Trento, promulgou a bula Quo primum tempore para definir o Rito da Missa da Igreja Latina para todos os tempos. Dali em diante, o Rito passou a ser conhecido como o Rito Tridentino da Missa.

Quando a Igreja e o Estado caminhavam de mãos dadas, a Cristandade era ordenada em direção à Missa. Hillaire Belloc, em seu Europe and the Faith, salientava que qualquer historiador medieval que não entendesse o que é o Santíssimo Sacramento (e, portanto, o que é o Santo Sacrifício da Missa) não conseguiria entender os motivos de seus ancestrais e, portanto, as grandes crises da história civil.

A Missa era o pináculo, a joia e a força-motriz da civilização. Era o encontro do Céu com a terra: Deus descendo a nós; o homem subindo e tocando a Deus.

 

O que aconteceu com a Missa?

Ah, pela queda de Adão, o eco do Non serviam de Satã irá ressoar pela história até o final dos tempos. O desejo natural do homem pela Divindade sempre competirá com a tentação de se fazer Deus.

Vieram revoluções e derrubaram a Igreja na sociedade civil (reforma protestante), depois Jesus Cristo (o iluminismo), depois Deus (as revoluções francesa e comunista), depois a ordem natural que Ele criou (a cultura da morte e, agora, a ideologia woke).

A revolução mais devastadora de todas, porém, foi aquela na qual o Non serviam ressoou nos corredores da própria Igreja. No Concílio Vaticano II, o homem tentou se deificar e colocar Deus a seu serviço.

 

O homem redefinido

De acordo com o Concílio, a dignidade do homem não era mais a possibilidade de ser elevado pela graça de Deus a compartilhar da vida divina, e sim a sua autonomia, pela qual o homem se tornava como Deus:

- Autonomia da vontade para escolher o bem ou o mal, livre das coações da lei natural ou revelada (i.é, liberalismo);

- Autonomia do intelecto para aderir a “verdades” independentes da realidade (i.é, relativismo intelectual);

- A supremacia da consciência sobre a Lei Eterna como guia do comportamento humano (i.é, relativismo moral);

- Posse, pela própria natureza, dos meios para alcançar seu fim último, que é um fim meramente natural, ao invés de depender da graça sobrenatural para um fim que é sobrenatural (i.é, naturalismo).

Santo Agostinho dizia que “Deus criou o homem para que o homem possa se tornar Deus”. Isso é verdade se compreendermos esse poder de "se tornar Deus” como sinônimo de "participar da Sua Vida Divina por meio da graça sobrenatural"; mas é falso se o compreendermos como sinônimo de "tornar-se autônomo", como o documento conciliar Dignitatis Humanae sugere.

 

A religião redefinida

O homem, portanto, foi redefinido no Concílio, assim como a sua religião. A nova religião é a Religião do Homem, pela qual os homens se tornam autônomos.

A Igreja dessa nova religião, a Igreja de Cristo, parece abraçar toda a humanidade como já tendo sido redimida pelo Filho de Deus (Gaudium et Spes). A Igreja Católica meramente “subsiste” nessa Igreja de Cristo, afirmação calculada para dar a entender que a Igreja de Cristo é mais ampla que a Igreja Católica e que a adesão na Igreja de Cristo através do batismo, da graça santificante, ou da submissão à autoridade, doutrina e liturgia da Igreja não são necessários.

A Igreja de Cristo, de acordo com Lumen gentium, é um sinal eficaz ou sacramento de união de toda a raça humana com Cristo. É, claramente, uma nova Igreja, e seus fiéis receberam um novo nome: “o povo de Deus”.

 

A liturgia redefinida

Para uma nova religião e uma nova Igreja, era necessário uma nova liturgia. Portanto, o Novus Ordo Missae foi promulgado no dia 03 de Abril de 1969 e, após, recebeu a permissão de ser alterado livremente.

De fato, trata-se de uma liturgia maligna, pois ela, objetivamente, obscurece o sacrifício de Cristo ao apresentar a Missa como uma refeição, e obscurece o sacerdócio ao tornar o Padre o presidente de uma assembleia. Na prática, pelo seu frequente desrespeito ao Santíssimo Sacramento, arrastou Deus pela terra e tratou-O de maneira insultante. Seu efeito foi o de assassinar a vida sobrenatural dos fiéis, secar as vocações e esvaziar as Igrejas.

 

Summorum pontificum & Traditionis custodes

Após quase 40 anos de autodestruição, o Papa Bento XVI reconheceu que parte da culpa do declínio da Igreja é da liturgia pobre, mas falhou em perceber os erros doutrinais dos quais ela adveio. Em 2007, promulgou Summorum pontificum, que deu a qualquer Padre o direito de celebrar a Missa no Rito Tridentino novamente. O resultado foi feliz, pois, ao serem expostos à lex orandi tradicional, muitos fiéis descobriram ou redescobriram a lex credendi da Igreja, que o Concílio havia tentado suplantar.

O Rito Tridentino começou a ser considerado uma ameaça à revolução e ao seu sonho de uma nova Religião do Homem; uma religião a serviço da Nova Ordem Mundial, de modo que o Papa Francisco promulgou um novo motu próprio, Traditionis custodes no dia 16 de Julho de 2021, para anular Summorum pontificum e dar à luz o aparato necessário para limitar o Rito Tridentino na Igreja conciliar.

No motu próprio, o Papa Francisco justifica suas medidas alegando que o Rito Tridentino da Missa é causa de desunião na Igreja. Essa acusação, bem como o título do motu próprio, não é pouco irônica, pois a promulgação do Novus Ordo Missae foi, talvez, a maior causa de desunião em toda a história da Igreja. O novo rito da Missa rompeu a unidade de liturgia, a unidade de língua, a unidade de cultura e, mais importante que tudo, a unidade de fé e de vida sobrenatural ao longo do mundo e dos séculos. É uma nova liturgia de uma nova religião, para servir a uma concepção falsa do homem.

 

Obstáculo inconveniente

Se o Rito Tridentino da Missa é tido como causa de desunião, isso se deve apenas ao fato de que contradiz a revolução sendo-lhe um obstáculo inconveniente. Mas um dia a revolução desmoronará.

 

Sancte Joseph, Protector sanctae Ecclesiae, ora pro nobis

Carta Aberta aos Católicos perplexos e a nova Revista Permanência

Dom Lourenço Fleichman OSB

Houve épocas em que as pessoas escreviam cartas umas às outras. A carta fazia parte das relações humanas, e cumpria funções variadas na vida dos homens. Havia cartas oficiais, secas e sem vida; havia cartas agressivas, cheias de brigas e desprezos. Havia cartas de amor, de saudades, de despedida. Cartas circulavam por toda parte quando nascia o bebê, outras eram guardadas no sigilo, quando deixada pelo desesperado. Muitas vezes elas preenchiam o vazio da ausência sentida de um filho, de uma pessoa amada. 

E assim corria o mundo, numa lentidão cheia de sabedoria e recuo, onde a letra caligrafiada era reconhecida, tornava mais calorosa a escrita e a leitura, e onde a espectativa da chegada do correio enchia os dias de um colorido impossível de se reproduzir nos dias atuais.

Quem poderá medir com precisão o imenso prejuízo social, psicológico e espiritual causado pelo desaparecimento das cartas trocadas entre os homens. O mundo do e-mail, pior, o mundo do imediato, do superficial, do banal, dessas mensagens instantâneas e invasivas nunca mais poderá saborear as delícias de uma bela e amorosa carta.

Pois bem, estas considerações me vieram à mente no momento de apresentar aos nossos leitores esta bela carta escrita por Dom Marcel Lefebvre para você, caro leitor, para todos os católicos que ainda guardarm um mínimo de apego e amor à santa doutrina católica. Não é uma carta qualquer, mas uma carta pública, uma Carta Aberta aos Católicos Perplexos. Uma carta de consolação espiritual no meio da guerra sem tréguas. 

Um livro escrito para você, para todos nós. Um livro escrito por um pai, a todos os seus filhos, um livro essencial para quem descobre o combate pela fé, pela Igreja, pela Tradição.

Compre agora na nossa loja: R$ 27,00

REVISTA PERMANÊNCIA DO TEMPO DEPOIS DE PENTECOSTES - Nº 279

Recomendamos igualmente aos nossos leitores o novo número da nossa Revista Permanência. Vários artigos sobre os Cristeros mexicanos, verdadeiros soldados de Cristo-Rei, que deram suas vidas lutando pela restauração da Religião católica num México maçônico e dominado por anti-clericais.

Uma grande epopéia, cheia de personagens impressionantes, cheia de mártires admiráveis.

No momento em que o Brasil mostra a que nível de decomposição moral e política nós chegamos, o exemplo da reação mexicana de 1925 a 1929 deve animar a todos os católicos para que resistam, para que acordem do sono, para que se dediquem, na oração e no trabalho, à restauração das famílias católicas.

Além desses artigos, o leitore encontrará ainda outros com temas variados e de grande proveito para a formação católica.

160 páginas - R$ 30,00

A Missa do Padre Pio

[Nota de Dom Lourenço] Recebi esta entrevista do Padre Pio e não pude deixar de publicá-la, tamanha a grandeza do que ele viveu nessas missas que se tornaram famosas em todo o mundo. Que nossos fiéis e leitores amigos possam tirar dessas palavras um caminho para melhor assistir a sua missa. Queria acrescentar aqui um pequeno comentário: Onde fica, depois de se ler esta pungente entrevista, a missa alegrinha dos carismáticos? Que distância entre esta descrição de um verdadeiro Sacrifício realizado no altar, e os shows mundanos, sentimentais e mediáticos dessa nova religião de Vaticano II.

Para aqueles que não tem missas

Nossa angústia permanece por nossos filhos e amigos, exilados de centros tradicionalistas nos quais a missa tradicional é preservada; aqueles que são obrigados por circunstâncias várias a viver longe de padres tradicionalistas e de sacramentos; nossa angústia perene por milhões de fiéis católicos (ou já ex-católicos) que perderam há muitos anos contato com ambientes de fé e sacramentos preservados, sobretudo pela observância tradicional, por padres formados como sempre o foram pela Igreja Católica, idêntica a si mesma pelos séculos afora, essa angústia que nos acompanha sempre, filhos enjeitados por hierarcas furiosamente obstinados contra nós, levou-nos à surpreendente observação relativa às palavras de Nossa Senhora em Fátima como relata Irmã Lúcia, em entrevista, ao Padre Fuentes conforme relato publicado no “O Cruzado de Fátima” (versão em inglês) de Fevereiro/Abril de 1986:

O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

Atenção novo Autor: Francisco Lafayette de Moraes  obs: ainda não terminei, só salvei para não perder, falta algumas notas de roda pé

Pequeno manual do católico

A Missa e outras obrigações
 
O Santo Sacrifício da Missa
 
1) O que é a Missa?
A missa é o sacrifício da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo que se realiza sobre o altar.

Novo indulto para a Missa?

Muito se tem falado sobre um documento que o Papa Bento XVI já teria assinado, dando maiores liberdades à missa de S. Pio V em todo o mundo. Por enquanto não há confirmação oficial, logo não devemos tirar conclusões. Temos rezado nossos terços desde o mês de Agosto preparando o buquê espiritual que a Fraternidade São Pio X quer enviar ao Papa pedindo nesta intenção.

Declarações do Cardeal Stickler

Declarações do Cardeal Stickler
prefeito emérito dos Arquivos do Vaticano
sobre a Missa de S. Pio V (revista The Latin Mass, 1995)
 
"O Papa João Paulo II fez duas perguntas, em 1986, a uma comissão de nove cardeais.
Primeira pergunta: "O Papa Paulo VI ou qualquer outra autoridade competente até o presente momento proibiram legalmente a livre celebração da Missa tridentina?"

Alcance jurídico da bula "Quo Primum"

I - NOTAS PRELIMINARES
 
1 - Se a Bula promulga uma verdadeira lei, esta será uma lei humana, cujo valor provem, não da natureza das coisas nem da vontade revelada de Deus, mas certamente de uma refletida escolha do legislador humano.

Reportagem na Capela

Na quinta-feira 12 de julho de 2007, recebi na Capela N. Sra da Conceição a jornalista Natália von Korsch e a fotógrafa Sheila Guimarães, do Jornal Extra (Rio de Janeiro), as quais buscavam  informações sobre o Motu Proprio e as diferenças das duas missas. De um modo geral o trabalho apresentado pelo jornal no domingo 15 de julho é fiel à conversa que tivemos naquela manhã e queria agradecer às duas profissionais por isso. Veja abaixo o que de principal havia naquele jornal.

Jornal Extra – edição de domingo, 15 de julho de 2007

Natália von Korschr


POLÊMICA CATÓLICA EM LATIM

Tradicionais comemoram liberação das missas de Pio V, enquanto progressistas temem retrocesso

Foto de Sheila Guimarães

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