À primeira vista parece que não precisa da especial comemoração da Quinta-feira Santa quem todos os dias se acerca da Mesa do Senhor com a familiaridade da doce monotonia. Precisa tanto e talvez mais do que os menos assíduos. A vida religiosa é principalmente trabalho de Deus em nós, mas também é, logo depois, trabalho nosso, colaboração de obediência que consiste, principalmente, em nos desnaturalizarmos deste velho mundo cuja figura vai passando, para nos sobrenaturalizarmos no mundo novo, na única verdadeira e eterna novidade que Jesus nos trouxe. Daí a necessidade de uma contínua e monótona perseverança combinada com a singularidade dos atos extraordinários; ou daí a necessidade de certos choques, de excepcionais descargas para quem já vive aquela perseverança.