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Artigo 2 - Se a contumélia ou o convício é pecado mortal.

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O segundo discute-se assim. – Parece que a contumélia ou o convício não é pecado mortal.

1. – Pois, nenhum pecado mortal é ato de uma virtude. Ora, dizer convícios é ato da virtude de eutrapélia, que nos ensina a bem proferi-los, como diz o Filósofo. Logo, o convício ou contumélia não é pecado mortal.

2. Demais. – O pecado mortal não existe nos varões perfeitos. Que, contudo proferem às vezes convícios ou contumélias como claramente o mostra o Apóstolo, que disse. Ó insensatos Galátas! E o Senhor, no Evangelho: Ó estultos e tardos de coração para crer! Logo, o convício ou contumélia não é pecado mortal.

3. Demais. – Embora o pecado genericamente venial possa tornar-se mortal, o genericamente mortal não pode contudo, tornar-se venial, como se demonstrou. Se, pois, dizer convícios ou contumélias constituísse pecado genericamente mortal resultaria que sempre havia de sê-lo. O que é falso, como o demonstra o caso de quem profere uma palavra levemente contumeliosa, levado pela exaltação ou pela ira.

Mas, em contrário. – Só o pecado mortal merece a pena eterna do inferno. Ora, o convício ou a contumélia merece a pena do inferno, conforme à Escritura. O que disser a seus irmãos Raca, será réu do fogo do inferno. Logo, o convício ou contumélia é pecado mortal.

SOLUÇÃO. – Como já dissemos, as palavras enquanto simples sons, não causam dano a ninguém, mas, enquanto te alguma significação, a qual procede de um afeto interior. Por onde, nos pecados por palavras devemos considerar sobretudo com que afeto são proferidas. Ora, o convício ou a contumélia importam, por natureza, numa certa desonra. Por onde, haverá convício ou contumélia, em sentido próprio, quando proferirmos certas palavras com a intenção de privar a outrem da sua honra. O que, não menos que o furto ou a rapina, é pecado mortal; pois, não amamos a nossa honra menos que uma coisa possuída. Mas, quem disser a outrem uma palavra de convício ou de contumélia, não com a intenção de desonrá-lo mas talvez a de corrigi-lo, ou outra intenção semelhante, não profere um convício ou contumélia, formal e essencialmente falando, mas só acidental ou materialmente, isto é, por ter dito o que poderia ser convício ou contumélia. O que pode ser às vezes pecado venial; outras vezes porém pode não constituir nenhum pecado. No que, todavia, devemos ter a necessária discreção para usarmos moderadamente de tais palavras; pois, o convicio proferido sem cautela poderia ser de tal modo grave que privasse da honra aquele contra quem foi proferido. E então poderíamos pecar mortalmente, mesmo sem a intenção de desonrar a outrem. Assim como também não carece de culpa quem incautamente e por brincadeira ferir a outrem com gravidade.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. –­ É próprio da eutrapélia dizer algum leve convício, não para desonrar ou contristar aquele contra quem o dirigimos, mas antes por motivo de prazer e divertimento. O que pode não constituir pecado, se observarmos as circunstâncias devidas. Mas; agirá mal, como no lugar aduzido também se diz, quem não temer contristar aquele contra quem proferir tal jocoso convício, excitando o riso dos outros.

RESPOSTA À SEGUNDA. – Assim como é lícito, por motivo de disciplina, açoitar a outrem ou danificá-lo nos seus bens, assim também, pela mesma causa, podemos dizer alguma palavra conviciosa aquele a quem devemos corrigir. E foi desse modo que o Senhor chamou aos discípulos estultos, e o Apóstolo, aos Gálatas, insensatos. Contudo, como diz Agostinho: só raramente e em caso de grande necessidade, devemos proferir objurgações; ao que não devemos recorrer senão para o serviço de Deus e não em nosso benefício.

RESPOSTA À TERCEIRA. – O pecado de convicio ou de contumélia depende da intenção do agente. Pode por isso acontecer que seja pecado venial, sendo o convício leve, não desonrando gravemente aquele contra quem é proferido, e se o for por leviandade de espírito ou por uma ira leve, sem o firme propósito de lesar a honra. Por exemplo, se tivermos a intenção de contristar a outrem levemente, por meio de tais palavras.  

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