Skip to content

Artigo 5 - Se o homem deve amar o seu corpo com caridade.

  • O arquivo selecionado /tmp/fileTHHLA1 não pôde ser enviado, pois a pasta de destino sites/default/files/languages/pt-br_c29e0da42b8c9ce7c01143926f055c18.js não esta configurada corretamente.
  • O arquivo selecionado /tmp/file8e4HLX não pôde ser enviado, pois a pasta de destino sites/default/files/languages/pt-br_c29e0da42b8c9ce7c01143926f055c18.js não esta configurada corretamente.

O quinto discute-se assim. – Parece que o homem não deve amar o seu corpo com caridade.

1 – Pois, não amamos uma pessoa com quem não podemos conviver. Ora, os que tem caridade desejam separar-se do corpo, conforme a Escritura: Quem me livrará do corpo desta morte? E noutro lugar: Tendo desejo de ser desatado da carne e estar com Cristo. Logo, não devemos amar o nosso corpo com caridade.

2. Demais. – A amizade de caridade se funda na participação do gozo divino. Ora, desse gozo o corpo não pode participar. Logo, não devemos amá-lo com caridade.

3. Demais. – A caridade, sendo uma espécie de amizade, só podem tê-la os que podem retribuir a amizade. Ora, o nosso corpo não pode nos retribuir a caridade. Logo, não deve ser amado com caridade.

Mas, em contrário, Agostinho diz que são quatro os objetos que devemos amar com caridade; e um deles é o nosso próprio corpo.

SOLUÇÃO. – O nosso corpo pode ser considerado à dupla luz: na sua natureza mesma, e enquanto, pela sua corrupção, está sujeito à culpa e à pena. Ora, a natureza dele não foi criada pelo princípio do mal, como imaginaram os maniqueus, mas por Deus. Por isso, podemos usá-lo para o serviço de Deus, conforme aquilo da Escritura: Oferecei os vossos membros a Deus como instrumentos da justiça. Por onde, pelo amor de caridade, com que amamos a Deus, devemos também amar o nosso corpo. Mas não devemos amar nele a contaminação da culpa e a corrupção da pena; mas antes, anular, com o desejo da caridade, a remoção de uma e de outra.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. ­– O Apóstolo não queria separar-se do corpo, por causa da natureza mesmo deste; antes, levando-a em conta, não queria ser despojado dele, conforme o diz: não desejamos ser despojados dele, mas sim, ser revestidos por cima. Mas queria ficar livre da contaminação da concupiscência, que subsiste com ele; e da sua corrupção, que faz pesada a alma, e faz com que não possa ver a Deus. Por isso, diz sinaladamente: Do corpo desta morte.

RESPOSTA À SEGUNDA. – Embora o nosso corpo não possa gozar de Deus, conhecendo-o e amando-o, contudo, pelas obras, que por meio dele praticamos, podemos chegar ao gozo perfeito de Deus. E assim do gozo da alma redunda uma certa felicidade no corpo, a saber, o vigor da saúde e da incorrupção, como diz Agostinho. Portanto, como o corpo participa, decerto modo, da felicidade, pode ser amado com amor de caridade.

RESPOSTA À TERCEIRA. – A retribuição da amizade se dá quando a temos para com outrem, mas, não, na que temos para conosco mesmo, quer quanto à alma, quer, quanto ao corpo.

AdaptiveThemes