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Artigo 2 - Se a caridade deve ser amada com caridade.

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O segundo discute-se assim. – Parece que a caridade não pode ser amada com caridade.

1. – Pois, tudo o que devemos amar com caridade está incluído em dois preceitos que a ela dizem respeito, como se vê no Evangelho. Ora, em nenhum deles está incluída a caridade, porque nem Deus é caridade, nem o próximo. Logo, a caridade não deve ser amada com caridade.

2. Demais. – A caridade se funda na participação da felicidade, como já se disse. Ora, a caridade não pode ser participante da felicidade. Logo, não deve ser amada com caridade.

3. Demais. – A caridade é uma espécie de amizade, como já se disse. Ora, ninguém pode ter amizade pela caridade e por nenhum acidente, pois, acidentes não podem retribuí-la, o que é exigido pela essência da amizade, como diz Aristóteles. Logo, a caridade não deve ser amada com caridade.

Mas, em contrário, Agostinho diz. Quem ama ao próximo há de, consequentemente, amar ao próprio amor. Ora, o próximo é amado com caridade. Logo, e por consequência, também a caridade há de ser amada com caridade.

SOLUÇÃO. – A caridade é uma espécie de amor. Ora, o amor, pela natureza da potência da qual é ato, tem o poder de refletir sobre si mesmo. Pois, sendo o objeto da vontade o bem universal, tudo o que se inclui na noção de bem pode ser objeto de um ato de vontade; e sendo o próprio querer um bem, pode querer a si mesmo. Assim como o intelecto, cujo objeto é a verdade, intelige a sua intelecção, porque é também e certo modo verdade. Ora, também o amor, pela sua essência específica, pode refletir sobre si mesmo; por ser um movimento espontâneo do amante para com o amado, pois, quem ama por isso mesmo ama o seu amor. A caridade, porém, não é o amor, absolutamente falando, mas está compreendida na ideia da amizade, como dissemos. Ora, pela amizade, podemos amar de dois modos. Ou amamos o nosso amigo em si mesmo, como aquele por quem temos amizade e a quem queremos bem. Ou amamos um bem que queremos, para o amigo. E deste modo a caridade é amada pela caridade, e não, do primeiro modo. Pois, ela é o bem que desejamos a todos os que amamos com caridade. E o mesmo se dá com a felicidade e as outras virtudes.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. –­ Podemos ter amizade para com Deus e o próximo. Ora, na amizade para com Deus e o nosso próximo inclui-se o amor de caridade. Pois, os amamos porque amamos que, conosco, o próximo tenha amor por Deus, o que é ter caridade.

RESPOSTA À SEGUNDA. – A caridade é a participação mesma da vida espiritual, pela qual chegamos à felicidade. E por isso a amamos como o bem desejado a todos os que amamos com caridade,

RESPOSTA À TERCEIRA. – A objeção colhe, quando amamos com amizade aqueles por quem a temos.

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