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Artigo 4 - Se o desespero nasce da acédia.

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O quarto discute-se assim. – Parece que o desespero não nasce da acédia.

1. – Pois, uma mesma realidade não vem de causas diversas. Ora, desesperar da vida futura procede da luxúria, como diz Gregório Logo, não procede da acedia.

2. Demais. – Assim como à esperança se opõe o desespero, assim, à alegria espiritual, a acedia. Ora, a alegria espiritual procede da esperança, conforme àquilo da Escritura. Na esperança alegres. Logo, a acedia nasce do desespero e não inversamente.

3. Demais. – Os contrários tem causas contrárias. Ora, parece que a esperança, a que se opõe o desespero, nasce da consideração dos benefícios divinos, e sobretudo de considerarmos na encarnação. Pois, diz Agostinho: Nada era tão necessário para exaltar nossa esperança, que nos ser manifestado quanto Deus nos amava. Ora, que prova há mais clara desse amor, senão o ter-se dignado o Filho de Deus entrar em união com a nossa natureza? Logo, o desespero nasce, antes da negligência em fazermos essa consideração, do que da acedia.

Mas, em contrário, Gregório enumera o desespero entre os vícios nascidos da acedia.

SOLUÇÃO. – Como já dissemos, o objeto da esperança é um bem difícil de alcançar, mas que podemos obter por nós mesmos ou por outrem. Por onde, de dois modos podemos perder a esperança de obter a felicidade: ou pela não reputarmos um bem difícil, ou pela não reputarmos possível de alcançar, quer por nós mesmos, quer por outrem. Ora, se os bens espirituais não os apreciamos como tais, ou se não nos parecem grandes bens, é por a isso nos levar o nosso afeto contaminado pelo amor dos prazeres corpóreos, entre os quais ocupam o primeiro lugar os venéreos. Pois, o afeto por esses prazeres faz-nos aborrecer os bens espirituais e não esperá-los, como bens difíceis de alcançar. E a esta luz, o desespero é causado pela luxúria. Ora, o não esperar o homem que lhe seja um bem difícil possível de alcançar, quer por si, quer por ou trem, vem da nímia depressão, que, quando lhe domina o afeto, faz-lhe parecer que nunca jamais possa elevar-se, na prática do bem. Por isso a acedia, sendo uma tristeza, que abate o espírito, produz o desespero. Ora, o objeto próprio da esperança é buscar um bem possível; pois, buscar um bem e difícil de alcançar é também próprio das outras paixões. Por onde, o desespero nasce, mais especialmente, da acedia. Pode contudo, nascer também da luxúria, pela razão já exposta.

Donde se deduz clara a RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO.

RESPOSTA À SEGUNDA. – Segundo diz o Filosofo, assim como a esperança gera o prazer, assim também o gozo deste aumenta a esperança do homem. E do mesmo modo o homem tomado da tristeza, facilmente cai no desespero, conforme àquilo da Escritura: Para que não seja consumido de demasiada tristeza quem se acha em tais circunstâncias. Contudo, como o objeto da esperança é um bem, para onde naturalmente tende o apetite e do qual não foge naturalmente, senão só por algum obstáculo superveniente, por isso, mais diretamente da esperança nasce a alegria, e, ao contrário, o desespero nasce da tristeza.

RESPOSTA À TERCEIRA. – A negligência mesma, em considerar os benefícios divinos nasce da acedia. Pois o homem, dominado pela paixão pensa principalmente no que lhe a ela diz respeito. Por isso quem é tomado da tristeza não pensa facilmente em nada de grande e belo, senão só em coisas tristes salvo se, com grande esforço, livrar-se dela.

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