Depois de termos estudado o Batismo (nascimento espiritual) e a Crisma (crescimento espiritual), vamos agora estudar a Sagrada Eucaristia, que é nosso alimento espiritual. A presença de Jesus na Sagrada Hóstia é tão profunda e bela que podemos estudar toda nossa vida e sempre acharemos alguma coisa nova.
1) Os Profetas anunciaram a Sagrada Eucaristia
Houve um homem muito santo, chamado Abraão, com quem Deus tinha feito uma Aliança, prometendo que da sua família nasceria o Salvador. Após uma guerra vencida por Abraão, veio ao seu encontro um Sacerdote de Deus que ofereceu pão e vinho para Abraão. Claro, não era a Comunhão, que só foi instituída por Jesus muitos anos depois, mas aquele pão e o vinho já anunciavam a futura Eucaristia.
Quando o Profeta Elias estava sendo perseguido, depois de andar um dia inteiro no deserto, já morrendo de fome e sede, deitou-se embaixo de uma árvore para esperar a morte. Um anjo do Céu apareceu-lhe e disse: Elias, levante e coma. Levantando-se, Elias viu ao seu lado pão e água. Comeu aquele pão descido do Céu e com esse alimento caminhou quarenta dias no deserto até a montanha Horeb.
2) Jesus Cristo instituiu a Sagrada Eucaristia na última Ceia.
O que foi a última Ceia? Todo ano os Judeus comemoravam a Páscoa com uma cerimônia onde havia uma ceia, ou seja, uma refeição ritual. Na véspera da sua morte, na Quinta-feira Santa, Jesus reuniu os Apóstolos para a Ceia Pascal. Só que, naquela dia, Ele modificou a cerimônia e celebrou a primeira Missa, consagrando o pão e o vinho, transformando-os milagrosamente em seu Corpo e em seu Sangue. Depois deu a Comunhão aos Apóstolos. Eis como os Evangelhos nos contam a primeira Missa, celebrada por Jesus:
“Na última Ceia, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: “Tomai e comei: ISTO É O MEU CORPO, que será entregue por vós”. Depois tomou também o cálice, deu graças e deu-o aos seus discípulos, dizendo: “Bebei dele todos: pois ESTE É O MEU SANGUE, O SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR MUITOS PARA A REMISSÃO DOS PECADOS. Fazei isto em memória de mim.”
3) A Missa instituída por Jesus na última Ceia é o sacrifício de Jesus na Cruz.
Aqui aumenta o mistério e a beleza da Eucaristia. Na Quinta-feira, Jesus celebrou a primeira Missa. Na Sexta-feira, Jesus morreu na Cruz.
Mas a cerimônia da Quinta já era a própria morte de Jesus na Cruz, misteriosamente antecipada na cerimônia da Missa. Toda Missa é o sacrifício de Jesus, morrendo na Cruz no monte Calvário e ressuscitando três dias depois. Isso quer dizer que hoje, quando nós assistimos à Santa Missa, nós estamos diante da cruz de Jesus, há dois mil anos atrás. Jesus só morreu uma vez. Na Missa, Jesus não morre novamente. Nós é que assistimos à sua morte na Cruz, aquela mesma morte que aconteceu há dois mil anos atrás.Jesus pagou os pecados de todos os homens, morrendo na Cruz. Mas se cada Missa é a morte de Jesus na Cruz, então, em cada Missa, Jesus está pagando os nossos pecados, livrando-nos assim do inferno e mostrando para nós o caminho do Céu.
A Missa e a Cruz são o mesmo sacrifício de Jesus. Mas existem certas diferenças entre a Missa e a Cruz, diferenças na maneira como este sacrifício é apresentado para nós.
O Sacrifício da Cruz
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O Sacrifício da Missa
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Na Cruz, o sacrifício é cruento, ou seja, Jesus derrama o Seu Sangue.
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Na Missa, o sacrifício é incruento, ou seja, sem o derramamento de Sangue.
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Na Cruz, o sacrifício foi oferecido uma só vez.
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Na Missa o sacrifício é apresentado muitas vezes.
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Na Cruz, o sacrifício foi oferecido por Jesus só.
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Na Missa, o sacrifício é oferecido por Jesus, mas através do ministro, que é o padre.
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4) A Missa instituída por Jesus é um Sacramento.
É durante a Santa Missa que Jesus Cristo, através do padre, oferece o seu sacrifício e realiza o Sacramento da Eucaristia. O Sacramento é realizado pela consagração do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Jesus, e ele é distribuído aos fiéis pela Comunhão.
- Matéria e Forma do Sacramento:
Todas as cerimônias e orações da missa servem para preparar ou para completar a Consagração. É durante a Consagração que o padre realiza o Sacramento da Eucaristia. Como em todos os Sacramentos, ele usa a matéria e a forma. A matéria do Sacramento da Eucaristia é dupla: o pão e o vinho. A forma são as palavras sagradas que o padre usa quando consagra o pão e o vinho:
- Para o pão ele diz: ISTO É O MEU CORPO.
- Para o vinho: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, DO SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, MISTÉRIO DA FÉ, QUE SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR MUITOS PARA O PERDÃO DOS PECADOS.
Além da matéria e da forma, precisamos saber também qual é a graça do Sacramento da Eucaristia. Essa graça é a presença real de Jesus na Sagrada Hóstia.
- O que é a presença real?
Pela Consagração da Missa, Jesus passa a estar presente na Hóstia consagrada, no pão e no vinho, que se transformaram no seu Corpo e no seu Sangue. Jesus está presente milagrosamente com corpo, sangue, alma e divindade.
- Podemos dizer que Jesus está apenas representado pela Hóstia?
Não, a Hóstia é o próprio Jesus: seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
- Podemos dizer que, vendo a Hóstia, apenas nos lembramos de Jesus?
Não, vendo a Hóstia nós vemos o próprio Jesus escondido nas aparências do pão e do vinho.
- É pão e vinho que existe ali?
Não, depois da Consagração já não há mais nada do pão e do vinho. É o Corpo e o Sangue de Jesus.
- Quando o padre levanta a Hóstia e o Cálice na Santa Missa, o que devemos fazer?
Nessa hora, devemos adorar a Jesus, nosso Deus, que quis estar tão perto de nós e até dentro de nós, pela Comunhão, e prepara nossas almas para bem recebe-Lo. No silêncio da Missa, devemos dizer no nosso coração: Meu Senhor e meu Deus, quando vemos a Hóstia e quando vemos o Cálice.
- Só nessa hora da Missa que devemos adorar a Deus?
Na Missa devemos estar sempre rezando, conversando com Jesus, preparando nossas almas ou agradecendo por termos Jesus no coração.
Mas Jesus não veio na Hóstia só para ficar ali guardado no Sacrário, para ser adorado, para ser visitado, para rezarmos a Ele. Ele veio na Hóstia, na presença real, para poder vir no nosso coração, para que pudéssemos comungar. Comungar quer dizer estar unido, junto. Quando nós amamos alguém nos sentimos perto, unidos a ele. A Comunhão é um ato de amor. Jesus nos ama e vem até nós. Nós amamos a Jesus e vamos até Ele, vamos comungar. Por essa união amamos a Deus, amamos a Santíssima Trindade, ou seja, amamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
É preciso compreender também que toda esta doutrina sobre a Presença Real de Jesus na Hóstia é doutrina Revelada, ou seja, é dogma de Fé. E se Jesus está presente realmente na Hóstia, nossa fé nos ensina, é fácil perceber que não podemos nunca, em nenhuma hipótese, receber a comunhão na mão, pois isso é um ato sacrílego, ou seja, um desrespeito pela coisa sagrada. Devemos receber a comunhão de joelhos, pois é assim que adoramos a Deus, e na língua, pois assim temos certeza que nenhuma parcela da hóstia poderá se perder.
[São mais do que conhecidos os abusos que, no mundo inteiro, passaram a acontecer depois que o sacrilégio da comunhão na mão se introduziu: além do fato das mãos leigas não terem sido consagradas para tocar no Santíssimo Sacramento, as parcelas minúsculas limpas nas roupas, caídas no chão; hóstias encontradas na caixa das esmolas, levadas para ritos espíritas, missa negra, etc. Todas as reclamações já dirigidas ao Papa ou aos bispos tiveram sempre as mesmas respostas: dirija-se ao bispo da diocese... ou então...obedeça, é assim mesmo! Para eles, nitidamente, os frutos deste sacrilégio não são maus, o que mostra que perderam a fé na Presença Real.]
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Por isso, devemos agradar a Deus na nossa vida. Fugir do pecado, não ter vergonha de Deus, de Jesus, da nossa santa religião. Saber que, se amamos de verdade, faremos tudo por Ele, obedecendo a sua Lei, não seguindo os maus exemplos que vemos em volta de nós.
5) Condições para Comungar
Antes de tudo, estar em estado de graça, sem pecado mortal na alma. Para isso devemos nos confessar com freqüência, buscando no confessionário a amizade de Deus, que perdemos pelo pecado.
Praticar o jejum eucarístico. Não comer nada, nem beber nada (só água pura é permitido) uma hora antes da Missa. Se for possível, em vez de uma hora, deixar duas ou três horas. Se a Missa é de manhã, procurar acordar cedo para tomar o café da manhã, não comer muito. O ideal seria que a Comunhão fosse o primeiro alimento do dia. Será tão difícil guardar o jejum até depois da Missa?
Ter atitudes adequadas ao lugar sagrado: roupas fechadas, modestas; não conversar, ficar de joelhos, rezando e concentrados no rito da Missa. Não devemos esquecer que o Apóstolo São Paulo ordena às mulheres que cubram a cabeça dentro da igreja para honrar a presença de Jesus.
Comungar com a intenção de receber Jesus no coração, assistir à Missa preparando-se pela oração e rezando depois da Comunhão em ação de graças. Ou seja, é preciso ter a Santa Missa, a Comunhão, como o momento principal do dia. Centralizar em torno de Nosso Senhor nossas atenções, nosso esforço, nossa oração.