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03 de janeiro: Utilidade do nome de Jesus [*]

3 de janeiro 
   
    
Deve-se saber que o nome de Jesus é nome de muitas e grandes virtudes: é refúgio para os penitentes, remédio para os doentes, auxílio para os que lutam e sufrágio para os que oram; posto que confere o perdão dos pecados, a graça da sanidade, a vitória na tentação e a virtude e certeza de se chegar a salvação.
   
Sobre o primeiro ponto, diz a Escritura (1 Jo 2, 12): « Eu vos escrevo, filhinhos, porque os vossos pecados vos são perdoados pelo seu nome ». E S. Agostinho: « Que significa Jesus, senão Salvador? Portanto, por causa de vós mesmo, sede Jesus para mim. Não queirais, ó Senhor, não queirais prestar tanta atenção a meus males, que vos esqueçais de vossa bondade ». Deve-se observar que este nome é imposto na circuncisão; por onde se significa que os circuncisos são salvos espiritualmente. Donde S. Bernardo: « A nós, irmãos, é preciso sermos circuncidados, e assim receber o nome da salvação -- circuncidados não segundo a letra, mas em espírito e verdade ».
  
Sobre o segundo ponto (Ct 1, 2): « O teu nome é como o óleo derramado ». Ora, o óleo traz o alívio às dores, e assim também o nome de Jesus. Diz S. Bernardo: « Tens, minha alma, um segredo dos eleitos no frasco de nome Jesus, porque, contra nenhuma peste, jamais se mostrou ineficaz ». E Pedro de Ravena: « Este é o nome que deu visão aos cegos e audição aos surdos, que fez caminhar aos coxos, falar aos mudos e deu a vida aos mortos ».    
 
Sobre o terceiro ponto (Pr 18, 10): « O nome do Senhor é uma torre fortíssima »; e Mc 16, 17, « Expulsarão demônios em meu nome »;  Lc 10, 17, « E os setenta e dois voltaram alegres, dizendo: Senhor, até os demônios se nos submetem em virtude do teu nome ». Diz Pedro de Ravena: « O poder deste nome, o nome de Jesus, afugenta todo poder do demônio sobre os corpos atormentados ».
 
Sobre o quarto ponto (Jo 14, 14): « Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei. » Diz Agostinho: « Em meu nome, significa que Cristo Jesus é Cristo Rei e Cristo Salvador; e por isto, tudo que pedimos, pedimos em nome do Salvador e, no entanto, é Salvador não somente quando nos atende, mas também quando não nos atende; porque quando vê que se pede algo contrário à salvação, mostra-se salvador ao não atender. Ora, o médico sabe se o que pede o doente é bom ou mal para sua saúde; assim, não atende a vontade do que pede algo danoso, para que se restabeleça a saúde. »
  
É conhecida a palavra de S. Bernardo sobre a circuncisão de Cristo e a imposição de seu nome: « Grande e admirável mistério: o menino é circuncidado, e a Ele se dá o nome de Jesus. Por que quis para si esta conexão? Ora, considera como o mediador de Deus e do homem, desde o início de sua natividade, une as coisas humanas às divinas, as inferiores às superiores. Nasce de uma mulher, mas a quem o fruto da fecundidade sobrevém de tal forma, que não desfalece a flor da virgindade; nasce envolto em panos, mas são estes mesmos panos honrados com louvores angélicos; nasce escondido num presépio, mas dado a conhecer por uma estrela radiante no céu. Assim também, a circuncisão prova a verdade da humanidade assumida, e o nome que está acima de todo nome, indica a glória de sua majestade ».      
  
De Human., c. XXVI
  
 (P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)

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