Category: Mártires do século XX
Às portas do século XX, o mundo viu renascer as hostilidades do islamismo contra a religião e a civilização cristã. Por ocasião da Primeira Guerra Mundial, o Império Otomano lançou-se furioso contra a população da Armênia, num episódio hoje largamente considerado como Genocídio, o primeiro do século XX. Deportações, destruições de igrejas, conversões forçadas ao islamismo e o sistemático massacre de homens, mulheres e crianças, foram marcas do holocausto armênio, cujo número de vítimas se estima em mais de um milhão.
O dominicano Jacques Rhétoré, missionário, vivia em Mossul, atual Iraque, quando foi deportado para a província de Mardin, na Armênia. Lá, em companhia de outros religiosos, testemunhou a coragem e a paciência de um povo perseguido por sua fé.
O texto a seguir é um capítulo do seu livro de memórias “Les Chrétiens Aux Bêtes”, Les Éditions Du Cerf, 2005.
"...Que belo espetáculo, pois, esse dado ao mundo, aos anjos, e aos homens! Quão merecedor de eterno louvor são tais feitos! De fato, como Nós apontamos acima, muitos indivíduos, membros dos Cavaleiros de Colombo, ou oficiais da Federação, ou da União das Mulheres Católicas do México, ou da Sociedade da Juventude Mexicana, têm sido levados algemados pelas ruas à prisão, rodeados por soldados armados, trancados em celas imundas, tratados brutalmente, e punidos com multas ou sentenças de prisão. Ademais, veneráveis irmãos, e ao narrar isso Nós mal conseguimos conter nossas lágrimas, alguns desses jovens homens e rapazes encontraram a morte com felicidade, tendo o rosário nas mãos e o nome de Cristo Rei em seus lábios. Moças também existiram que foram aprisionadas, criminosamente afrontadas, e esses atos foram deliberadamente tornados públicos para intimidar outras moças e fazer com que mais facilmente fracassem em seus deveres com a Igreja."
(Iniquis Afflictisque, Encíclica do Papa Pio XI)
O ano de 1917, data do triunfo da revolução bolchevista, assinala o início de um período novo, não somente para a história da Rússia, mas também para a história do cristianismo. Os dirigentes comunistas tomaram imediatamente posição a respeito da religião e das confissões religiosas, e perseguiram o seu desígnio com todos os meios que lhes proporcionava a ditadura que acabavam de impor.
Em 1940, a Lituânia tinha população de aproximadamente 3.033.000 habitantes, dos quais 80,5 por cento eram católicos-romanos, enquanto a religião protestante figurava em segundo lugar com 9,5 por cento, a judaica em terceiro, com 7,3 por cento, a ortodoxa-grega em quarto, com 2,5 por cento e seitas religiosas com 0,2 por cento.
O Cristianismo chegou primeiramente na Romênia em 106 a.C., quando os exércitos do imperador romano Trajano conquistaram a região conhecida como Dacia, levando com eles a nova fé. Embora a Romênia, situada na Europa oriental, sofresse naturalmente influência eslávica há muitos séculos — principalmente pelas invasões búlgaras nos séculos seis e sete — ela conservou uma profunda conexão com a civilização latina. E mesmo hoje, quase dois mil anos após a conquista romana, o Romeno é classificado por lingüistas como uma língua basicamente latina. No decurso da longa história do Cristianismo romeno, a população dividia-se entre os Ortodoxos, de longe a maior denominação, abrangendo cerca de 87 por cento da população, os Católicos somando 6 por cento, e os Protestantes com 5 por cento. Embora as cifras do censo não sejam inteiramente confiáveis, isso significa que, em termos concretos, havia cerca de 1.560.000 católicos na Romênia antes do advento do Comunismo em 1948. (Em contraste, o Partido Comunista na Romênia não possuía mais do que mil membros quando o regime Marxista foi imposto à Nação através de tramas internas e pressão soviética.) Porém, após cinqüenta anos de uma das piores perseguições do século, ainda existiam mais de meio milhão de católicos na Romênia.