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Introdução ao vigésimo segundo domingo de Pentecostes

 “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Evangelho).

 

Paramentos verdes

 

Os judeus, submetidos ao império romano, deviam pagar anualmente a César um tributo que lhes era tanto mais odioso quanto lhes feria diretamente o espírito de domínio universal de que Israel acreditava ter recebido a promessa. De maneira que, se Jesus respondesse à pergunta capciosa dos rabinos que deviam pagar o tributo, indispunha o povo contra Ele; se respondesse que não, seria condenado pela autoridade de Roma. Julgavam-se, portanto, de posse dum meio que lhes permitiria prender o Redentor. Jesus, porém, com infinita sabedoria, sem procurar de modo nenhum furtar-se ao astuto dilema, aproveitou a ocasião para nos dar uma lição magnífica dos nossos deveres cívicos e religiosos. De quem é esta imagem e inscrição? Perguntou Ele aos judeus. De César, responderam. À autoridade humana, que governa com o poder que lhe vem de Deus, devem-se os tributos materiais, o acatamento às suas leis justas. A Deus deve-se amor, serviço e adoração, tributados de corpo e alma. Deve-se, de justiça, o culto litúrgico. Somos moeda cunhada por Deus à Sua imagem. E Deus reclama essa moeda como César a sua.

Da Epístola: O dom da perseverança vem de Deus. E o Apóstolo pede-o a Deus para os Filipenses a quem dirigem esta carta, a fim de que, carregados de boas obras, deem glória a Deus e possam esperar confiadamente o Salvador quando pela noite e à maneira de ladrão os vier chamar.

Do Evangelho: Se ainda estamos presos aos bens de César, diz S. Hilário, não nos podemos lamentar da obrigação de lhe dar o que lhe pertence. Mas é necessário dar também a Deus o que Lhe pertence por inteiro, quer dizer, consagrar-Lhe o nosso corpo, a nossa alma e a nossa vontade.

 

 Missal Quotidiano e Vesperal por Dom Gaspar Lefebvre, Beneditino da Abadia de S. André. Bruges, Bélgica: Desclée de Brouwer e Cie, 1952.

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