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Introdução ao oitavo domingo de Pentecostes

“Dá conta da tua administração” (Evangelho)

 

Paramentos verdes

 

O Espírito Santo que circula, por assim dizer, nas veias da Igreja, circula igualmente nas veias de todos os fiéis e faz que possamos dizer com verdade: “Pai nosso que estais no Céu” e que esperemos participar com Jesus Cristo na herança de Deus. Mas para merecermos entrar um dia nos tabernáculos eternos, é necessário que cá na Terra vivamos realmente como filhos e que nos deixemos docilmente conduzir para onde nos levar o Espírito de Deus que deve orientar e informar toda a nossa vida. E aqui está aquela sabedoria cristã que a Igreja nos aconselha a pedir na oração da Missa e que o Evangelho louva e diz que, em matéria de espírito, ultrapassa a previdência dos filhos do século nas coisas da Terra.

As lições do Breviário continuam a falar-nos de Salomão. Empregou muito bem o grande rei a sua sabedoria em construir um templo digno da glória do Senhor. Foi a sua obra prima. Três anos gastou em juntar os materiais: as grandes pedras talhadas na montanha, as madeiras do Líbano e o ouro puríssimo que recamava os altares e o resto do Templo até os tetos, porque nada havia na Casa do Senhor que não fosse forrado a ouro. Quando a construção terminou, mandou celebrar as grandes solenidades da dedicação e nelas pronunciou a oração magnífica que a Bíblia nos conserva e que inspirou muitíssimos passos da liturgia da dedicação das Igrejas.

As partes cantadas da Missa de hoje resumem à maravilha os sentimentos que orientaram o grande monarca na construção da obra e na composição da oração: uma grande ideia da majestade de Deus e do respeito devido aos lugares santificados pela Sua presença, aliada a uma confiança inabalável na proteção divina e na imensa bondade do Senhor.

 

Missal Quotidiano e Vesperal por Dom Gaspar Lefebvre, Beneditino da Abadia de S. André. Bruges, Bélgica: Desclée de Brouwer e Cie, 1952.

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