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Category: MísticosConteúdo sindicalizado

Transformação da alma em Deus pelo amor

Uma das palavras que mais amiúde citamos, é o "vivo ergo jam non ergo, vivit vero in me Christus." (Gal. 2, 20). Repetição plenamente justificada, porque não existe talvez passagem das Epístolas que expresse mais ao vivo a alma do Apóstolo e possa também propor à nossa imitação mais sublime ideal de vida; repetição, porém, que, por sua própria freqüência, talvez algo tenha empanado o brilho do texto e vedado o seu significado mais profundo. Tão profundo entretanto é este significado, que vem propor ao teólogo um dos problemas mais interessantes e mais árduos que lhe possam solicitar a sagacidade. O teólogo com efeito — por felicidade e desdita sua! — não se contenta de repetir as sentenças bíblicas, nem mesmo de crê-las cegamente, ele deseja entendê-las e entendê-las o melhor possível, logo conhecer-lhes o por quê e o como. Fides quaerens intellectum, este legado do primeiro dos grandes escolásticos, deve continuar mesmo no século vigésimo, a ser o lema de todo teólogo digno desse nome; não é supérfluo recordá-lo quando assistimos a tantas tentativas para transformar a ciência teológica em uma mistura de exegese, de patrística e de história dos dogmas. Fides quaerens intellectum... o teólogo não ignora sem dúvida que, cedo ou tarde (mais cedo do que tarde!), será obrigado a se deter diante do mistério insondável; acredita, porém, que um progresso na intelecção, por mínimo que seja, constitui um antegozo daquela visão na qual conhecemos o Senhor como dEle somos conhecidos.
 
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