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Um brasileiro que usa boina

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Vivemos num mundo que rasga tratados, que ignora juramentos, que despreza compromissos. Em nome de uma “civilização futura” cujos contornos não se pode prever procura-se desmoralizar a civilização passada, como se no passado não se contivesse o germe do futuro.

Civilizar é obra de gerações. Destruir tudo para começar tudo de novo é correr o risco de uma queda no primitivismo, na barbárie.

Esses conceitos óbvios ora sofrem contestação inconseqüente num século em que a “promotion”, o jogo de aparências como que pretendem esmagar as essências.

Reina a moda em todos os setores não apenas no da indumentária. As idéias converteram-se em tributárias da “onda”. Variam como as coleções dos costureiros parisienses. A busca sôfrega do que se apelida de novo é uma fábrica de doidos estereotipados.

Fácil é avaliar como tal clima favorece a ascensão dos moedeiros falsos. As artes, as letras e mesmo as ciências foram invadidas por esses travestis que se fazem passar por algo que jamais poderão encarnar com naturalidade.

Se em qualquer época homens fiéis são a base de tudo, hoje, com a raridade, esses espécimes tornam-se ainda mais preciosos diante da legião dos inimigos dos valores eternos, que se infiltram, por todas as brechas.

“O juramento é aquilo que nos diferencia, já não digo dos selvagens, mas das bestas e dos répteis”. A frase é de Chesterton, que Gustavo Corção assim comenta: “Aí está a idéia a que me refiro. Diz respeito à promessa, ao juramento, ao voto, ao pacto, à aliança, à palavra dada. Trata-se, em suma, da fidelidade, desse elemento dual e primeiro, que é a própria base do direito, e sem o qual o homem, com todas as suas maravilhosas e orgulhosas conquistas seus navios aéreos, seu radar e sua bomba atômica se tornará um bárbaro”.

A batalha da fidelidade confunde-se com a luta contra a barbárie, combate esse prioritário para a civilização. Mas a infidelidade como que vai arrombando todas as portas até mesmo, paradoxalmente, as da fé.

Por isso, a presença na liça de homens como Gustavo Corção é duplamente preciosa: pelo valor real que o sábio católico armazena consigo e que ninguém isentamente lhe poderá negar, e pela necessidade premente de cruzadas como a sua.

Num período em que membros da Igreja Católica não conseguem estabelecer uma distinção clara entre a indispensável atualização e a execrável traição, a palavra de Corção cresce em importância.

“Vivemos hoje num mundo que tenta afirmar a soberania do homem, e até a sua divinização já que sem deuses não sabemos viver. E é tão insolente essa idolatria que já se pode falar em perseguição do cristianismo. A Igreja está intimada a adorar o mundo”. (Corção, “Dois Amores, Duas Cidades”).

Num mundo em que os profetas do marxismo procuram implantar a destruição de todos os valores em nome de um sistema totalitário escravizador, o apostolado de Corção converte-se numa fortaleza da desmistificação.

Gustavo Corção, o brasileiro que no inverno usa boina, é um homem-farol. Sua lâmpada mostra os caminhos com espantosa clareza.

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