Ricardo Luiz Guimarães de Azevedo1
Introdução
Na minha adolescência, sempre li nos jornais e revistas e ouvi na televisão dados preocupantes sobre o desmatamento da Amazônia. Certa vez, comecei a compilar esses dados e verifiquei que, se somados todas essas percentagens, toda a floresta já teria desaparecido, o que, efetivamente, não ocorreu.
O que move a apresentação dessas pesquisas tão dramáticas? Quais as verdadeiras motivações, interesses ou questões veladas envolvidas nessa matéria?
A resposta me foi dada no ano de 2000 em um curso da Escola Superior de Guerra (ESG) em que compreendi a real importância do Brasil e a sua posição no concerto das nações.
As pesquisas e estudos empreendidos naquela casa descortinaram para mim os problemas do Brasil e de seu povo, destacaram as virtudes e talentos do brasileiro no enfrentamento de dificuldades e apresentaram o caminho para a solução de tamanho desafio.
No presente estudo destaco cinco nações do mundo, dentre elas o Brasil. A comparação com as demais justifica o título deste trabalho.
Os países e seus interesses
Com o fim da guerra fria, novos centros de poder liderados pelos EUA (NAFTA), Japão (APEC) e União Europeia (UE) promoveram a globalização do comércio e dos serviços com a criação de blocos regionais e da “Constelação Mundial do Comércio”, como por exemplo o G-8.
O grupo do G-8, criado em 1975, é composto por Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido e Rússia. Países esses que representam quase 70% da riqueza mundial e são os principais acionistas de organismos internacionais como o FMI – Fundo Monetário Mundial – e o Banco Mundial, além da colaboração da União Europeia.
Embora de grande importância no cenário internacional, o G-8 só possui poder de deliberação. Para colocar em prática seus interesses utiliza-se de mecanismos sociais, ambientais e econômicos-financeiros como FMI e o Banco Mundial para implantação de suas políticas .
A crise financeira de 2008 expôs de maneira clara as principais demandas destes países.
Considerando que a ascensão das economias da China e da Índia e suas grandes populações pressionam de maneira sensível a já crescente demanda mundial por commodities, recursos naturais e energia, e que o Brasil e a Rússia despontam como grandes fornecedores, há que se destacar, nesse cenário, o jogo de poder resultante entre as nações e blocos econômicos para suprir a essas necessidades.
Os massivos investimentos ocidentais transformaram a China em uma grande fábrica e a Índia em um escritório remoto das grandes corporações devido ao baixo custo da mão de obra e a inexistência de garantias trabalhistas. O estado do bem-estar social na Europa exige cada vez mais energia oriundas da Rússia e do Oriente Médio e a alta demanda por alimentos colocam, definitivamente, o Brasil neste tabuleiro de xadrez.
Como forma de mascarar os seus verdadeiros interesses em atender as suas principais questões nacionais, estes países lançam mão de pautas socioambientais como por exemplo o desmatamento da Amazônia, o aquecimento global, o tráfico de drogas e de armas, as desigualdades sociais de modo a mitigar os seus próprios erros no uso de seu território e de suas águas. Com um forte lobby em seu agronegócio, A união Européia ameaça e intervem na soberania das nações construindo para si mesma uma encruzilhada : aceitar a dependência e ceder poder ou obstar , por todos os meios, o desenvolvimento das nações que podem satisfazer suas necessidades.
Uso do território e disponibilidade de água no mundo
A demanda mundial por commodities, recursos naturais e energia dependem das condições e da localização geográfica de cada país. Um levantamento feito pela NASA, concluiu que a Austrália, o Brasil, o Canadá e a Rússia são os países que abrigam a maior área de natureza intacta do mundo com nenhuma ou mínima interferência humana. O levantamento não inclui partes do alto mar fora de fronteiras nacionais e a Antártica.
Importante destacar que a Europa, de onde parte as maiores críticas sobre meio ambiente, desmatou e explorou intensamente o seu território. Sem a Rússia, detinha 7% das florestas originais do planeta e hoje possui apenas 0,01%. O Brasil, em contrapartida, detém as maiores florestas tropicais do planeta. Os demais são cobertos, em sua maioria por tundras e vegetação de baixa estatura.
O quadro ao lado espelha, em grande medida, a situação global com destaque para o Brasil único país que detém as maiores florestas tropicais do planeta. Os demais são cobertos, em sua maioria por tundras e vegetação de baixa estatura.
A distribuição hídrica no planeta
Cerca de ⅔ do planeta Terra são cobertos por água sendo 97% salgada. As calotas polares, a Groenlândia, as ilhas do Ártico e as grandes montanhas pelo mundo, armazenam 2%. O restante (cerca de 1%) está na atmosfera ou armazenada em aquíferos subterrâneos, nos sub-solos, ou em fluxo nas águas superficiais (Shiklomanov, 1993).
A figura seguinte aponta as regiões de menor e maior estresse hídrico no mundo. A América do Sul se apresenta como uma região de baixo estresse, sendo o Brasil o de maior disponibilidade de água doce do mundo – 13% do volume (World Bank).
Grande parte desse volume de água no Brasil se encontra em aquíferos subterrâneos, outra parte está na vasta rede de rios, córregos, riachos e igarapés do território. Importante destacar que duas das áreas de maior estresse hídrico coincidem com as de maior população como a China e a Índia.
A produção de alimentos no mundo
O mundo tem 1,87 bilhões de hectares de lavouras para alimentar 7,8 bilhões de habitantes.
A produtividade de cada país varia muito em função do tipo de solo, clima e regime de chuvas, tipo e qualidade dos cultivos produzidos bem como tecnologia empregada.
As maiores extensões cultivadas no mundo, pela ordem, são a da Índia, dos Estados Unidos, da China e da Rússia com 36% de área em todo o planeta. O Brasil aparece em quinto lugar seguido do Canadá, da Argentina, da Indonésia, da Austrália e do México. A Europa dedica mais de 60% de suas terras à agricultura e à pecuária não tendo, portanto, mais capacidade de expansão significativa.
Importante notar que, entre os grandes produtores, o Brasil detém uma das menores taxas de ocupação, ou seja 7,6%, ou 66 milhões de hectares.
Os Cinco Grandes
Considerando-se a complexa questão relacionada às exigências do mundo moderno quanto ao uso de recursos naturais, utilização do território para produção de alimentos, geração de energia e preservação do meio ambiente, verificamos que a maioria dos países não possui capacidade para atender a tais demandas, seja por falta ou exaustão do uso do território, por estresse hídrico, reduzida população ou capacidade econômica.
Adotando como critério a extensão territorial maior que 2 milhões de km2, população superior a 100 milhões e PIB superior a US$ 1 trilhão, apenas 27 países detém um ou mais destes critérios.
Blocos Regionais como a União Europeia ou qualquer outro bloco comercial, ainda que sejam importantes mercados consumidores, apresentam entraves em suas relações internacionais refletidas nas suas integrações políticas. Há ainda questões relativas à sua própria segurança (OTAN, por exemplo) e soberania.
12 Países com mais de 2 milhões km2: Argélia, Argentina, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Cazaquistão, EUA, Índia, Congo, Rússia;
14 Países com mais de 100 milhões de habitantes: Bangladesh, Brasil, China, Egito, Etiópia, EUA, Filipinas, Índia, Indonésia, Japão, México, Nigéria, Paquistão e Rússia;
16 Países cujo PIB é superior a US$ 1 Trilhão: Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Espanha, França, EUA, Indonésia, Índia, Itália, Japão, México, Reino Unido e Rússia;
Somente cinco países preenchem cumulativamente os três critérios acima de extensão territorial, população e PIB. São eles: Rússia, Índia, China, Estados Unidos e Brasil.
É sobre esses “cinco grandes” que passaremos agora a comparar.
A Situação dos cinco Grandes
Uma das bases de todo Estado Nacional é o seu território. Os seus recursos naturais e o uso que dele se faz são determinantes para o grau de desenvolvimento de cada país.
Assim, analisaremos cada um dos cinco grandes confrontando-os. A expectativa é a de se apresentar o quanto cada um poderá suprir as demandas mundiais com o uso de seu território, considerando a escassez de água, a produção de alimentos, a exploração dos recursos naturais e a geração de energia.
A Federação Russa
A Rússia é o país de maior extensão territorial com 17.130.000 km2. Possui mais de 20 mil km de fronteiras e 37 mil km de costa (Oceanos Ártico e Pacífico, mares Negro e Cáspio).
É membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e detentora de artefato nuclear. Tem reafirmado o seu poder militar no conflito com a Ucrânia e discute a soberania das Ilhas Curilas com o Japão.
Uso do território
A Rússia tem a sua posição geográfica entre o trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico. Seu território é constituído por duas grandes planícies: a Planície Russa, do extremo oeste russo até encontrar os Montes Urais e após este até o Cáucaso, ao sul; e a Planície Siberiana Ocidental.
A maior parte da topografia da Rússia não chega aos 200 metros. A exceção fica com uma região circundante à cidade de Moscou. Já a Planície Siberiana Ocidental só supera os 200 metros em sua porção sul, estando a maior parte da sua área abaixo dos 100 metros.
O extremo norte do território compõe-se de terras inférteis, desertos gelados e neves perpétuas. À medida em que se encaminha para latitudes em direção do Trópico de Câncer, apresenta climas temperado e polar, e biomas como taiga, tundra, e estepes dificultando o cultivo em grande parte do território devido às baixas temperaturas (no inverno em torno de -50 graus Celsius). As extensas planícies são compostas, predominantemente, por estepes no sul e por densas florestas no norte.
Por esta razão, é na porção mais ao sul e oeste (Moscou) do país que se concentram as principais cidades e aglomerados populacionais do país com 78% da população. Os territórios do Extremo Oriente, que compõem um terço do espaço geográfico da Rússia, possuem apenas 6,2 milhões de habitantes, o equivalente a menos de 4,5% de toda a população russa e um terço da população de Moscou.
Sendo uma das principais exportadoras de madeira, a Rússia é detentora das maiores reservas florestais do mundo. Possui 41 parques nacionais, 101 reservas biológicas, 40 reservas da biosfera da UNESCO, 266 espécies de mamíferos e 780 espécies de aves no país. Por esta razão, sua vegetação encontra-se em segundo lugar em sequestro de carbono perdendo apenas para a Floresta Amazônica.
O Uso da Água
O território russo é formado por enormes planícies, cortadas por milhares de rios, corpos d'água e lagos – o maior, o mais importante e profundo é o Lago Baikal – o que permite que os seus rios fluam com tranquilidade, facilitando a navegação e o seu uso na irrigação, exceto no período frio em que se dá o congelamento.
Com nascentes nas regiões elevadas nos arredores de Moscou, o Rio Volga (3.530 km), maior rio europeu e o mais importante da Rússia e o Don (1.870 km) desaguam, respectivamente, nos mares Cáspio e Negro. Ainda compões a rede hidrográfica russa os rios Ob (3.650 km) e o Ienissei (4.090 km) que desaguam no Ártico e o Lena (4.400 km), já no platô Siberiano.
Desta forma, o país detém a segunda maior reserva do planeta, atrás apenas do Brasil, abrigando 25% da água doce líquida do mundo, o que concede ao país uma vantagem comparativa importante na produção de bens e serviços.
Produção de Alimentos
Com vastas planícies e planaltos, a Federação Russa possui a quarta maior área de terras aráveis do mundo, correspondendo a 10% do total de sua área. Utiliza essas terras (tchernozion) para as culturas de trigo, cevada, aveia e centeio, ocupando 7.4% de seu território em uma extensão de 130 milhões de hectares, com uma produtividade média de 1960kg. Juntas, Ucrânia e Rússia, são responsáveis por 30% da produção mundial de trigo.
Contando com uma relevante criação de bovinos, suínos e galináceos, em praticamente todo o território, ainda assim necessita importar grandes volumes de proteína animal para sua segurança alimentar.
Com acesso a três oceanos, o Atlântico, o Pacífico e o Ártico, as frotas pesqueiras da Rússia são uma das principais contribuintes do suprimento mundial de pescado, situando-se na sexta posição.
Ainda que seja uma grande produtora de alimentos, é dependente da importação de produtos agrícolas. Ciente das dificuldades, o estado russo vem desenvolvendo políticas e tecnologias que permitam otimizar a produção de alimentos a par das condições climáticas e características de solo.
Como política fundiária, o governo russo aporta em uma área equivalente a 1/3 de todo o seu território, no extremo oriente, massivos investimentos estatais para povoá-lo. A densidade demográfica é muito baixa (4,5%) e uma lei de 2016 doa aos cidadãos do país um hectare desde que se comprometam a torná-los produtivos em um período de cinco anos.
Matriz Energética
A vasta rede hidrográfica russa é composta pelos principais rios, Volga, Lena, Ob, Amur e Ienissei, que garantem um baixo grau de estresse hídrico embora tenham na matriz energética uma baixa contribuição.
A matriz energética russa é largamente baseada em sua grande produção de combustíveis fósseis com 68% de participação, seguida de igual proporção entre a nuclear e a hidráulica (16%). Além disso, o país é o segundo maior produtor de petróleo do mundo, com uma produção de 9,5 milhões de barris por dia.
Recursos Minerais
Um grande território só poderia conter expressivas e variadas reservas minerais. Calcula-se em torno de 20.000 depósitos minerais já catalogados, mas apenas um terço está em desenvolvimento de produção. Por esta razão, a indústria mineradora é a segunda maior da Rússia, atrás apenas das indústrias do petróleo e do gás, contribuindo com aproximadamente 4% do PIB. Já o setor petrolífero é responsável por cerca de 14% do PIB.
A Rússia é uma grande produtora de zinco, níquel, paládio, cobre, ferro, alumínio (cerca de 14% no mundo) e potássio além de grande volume de carvão, petróleo, gás e derivados. Da receita de exportação dessas commodities, principalmente para a Europa, depende, em grande parte, as suas divisas.
REPÚBLICA DA ÍNDIA
A Índia é um país asiático com extensão territorial de 3.287.000 km2 e uma costa marítima de 7517 km, banhada pelo Oceano Índico, Mar Arábico e pelo Golfo de Bengala. Possui fronteiras com a China, Paquistão, Nepal, Bangladesh, Butão e Mianmar. Existem graves problemas na região da Caxemira com os seus vizinhos China e Paquistão, todos detentores de artefato nuclear.
Considerada a maior democracia do mundo e membro da Commonwealth, a Índia é uma sociedade dividida em castas com enormes desigualdades sociais.
Diante de seus limitados recursos naturais, tem feito grandes investimentos em grandes polos tecnológicos para Pesquisa e Desenvolvimento em energia, alimentos, informática, física, matemática, dentre outros. É líder mundial na produção cinematográfica.
As suas principais indústrias são: têxtil, maquinaria, produtos químicos, aço, transportes, cimento e mineração. As principais exportações incluem os derivados de petróleo, alguns produtos têxteis, pedras preciosas, software, engenharia de bens, produtos químicos, peles e couros. Entre as principais importações estão o petróleo cru, maquinarias, joias, fertilizantes e alguns produtos químicos.
Uso do Território
Com o seu território dividido em quatro grandes regiões, o Himalaia (o sistema montanhoso mais importante é a cordilheira do Himalaia), as planícies fluviais do Norte, o planalto do Decão e os Gates Orientais e Ocidentais, a Índia abriga grande variedade de mamíferos, de aves e de répteis além de enorme diversidade de vegetação.
Por ações antrópicas, a cobertura vegetal remanescente, composta por savanas, bosques tropicais úmidos e desertos, é estimada em 12%. Varia de florestas úmidas até florestas temperadas de coníferas no Himalaia e os bosques caducifólios[1] da Índia Oriental e do centro-sul, dos Gates Ocidentais e do noroeste indiano.
O regime de chuvas na Índia é muito dependente do ciclo das monções. O gradiente de temperatura do continente e do oceano determina a direção do fluxo dos ventos alísios. Os ventos secos do continente para o mar marcam o período de grande estiagem. No sentido contrário-mar-continente, ocorrem intensas chuvas entre junho e setembro, respondendo por 70% do total da precipitação anual.
Sua população vem se concentrando cada vez mais nos centros urbanos. As cidades de Bombaim, Nova Délhi e Calcutá contam com mais de dez milhões de habitantes e há mais de 35 cidades com população superior a um milhão. No entanto, setenta por cento da população ainda vive em áreas rurais.
Uso da água
A Índia é banhada por três grandes bacias hidrográficas sob a influência do ciclo das monções[2]: a dos rios Ganges e do Brahmaputra, que nascem nos altos picos do Himalaia, e do rio Meghna. Ainda que os mais importantes afluentes do Ganges, os rios Yamuna e o Kosi, sejam recorrentes em inundações e provoquem grandes catástrofes todos os anos, o território indiano é tido como em estado de estresse hídrico. O rio Ganges, por ser considerado sagrado, tem o seu aproveitamento limitado não podendo, inclusive, ser despoluído.
Produção de Alimentos
A Índia apresenta junto ao seu crescimento econômico acelerado, uma explosão populacional, com projeção de 1,69 bilhão de habitantes em 2050. O grande desafio da Índia é a segurança alimentar e, por isso, é criticamente dependente da importação de alimentos.
Estudos mostram que há cerca de 400 milhões de habitantes vivendo abaixo da linha da pobreza. Um terço das crianças desnutridas no mundo vive na Índia e 47% das crianças estão abaixo do peso.
Em nível global, o país com maior proporção de área agrícola é a Índia com 179,8 milhões de hectares (60,45% do território) destinados à produção de alimentos. As terras mais férteis e mais ricas em nascentes de água se encontram na região da Caxemira, uma pequena parte do território, em conflito latente com a China e o Paquistão.
Necessitando de 225-230 milhões de toneladas de alimentos por ano e com uma agroindustrialização incipiente (processa menos de 10% do que produz) tem na gestão e na logística de distribuição perdas na ordem de 35-40% do total produzido. O desperdício de frutos e hortaliças chega a 70%. Estima-se que 21 milhões de toneladas de trigo, ou seja, o equivalente a toda a colheita anual da Austrália, apodrecem ou são comidos por insetos pelo armazenamento inadequado e má gestão.
Grande produtora de cana de açúcar, poderia produzir o próprio etanol para adicionar à gasolina, mas necessita dessa matéria prima para fins alimentares.
Além do etanol, outra grande demanda futura da Índia é a disponibilidade de proteínas animais para consumo de boa parcela da população que está aderindo a uma dieta menos vegetariana.
Há um enorme rebanho bovino que, por questões de ordem religiosa, não pode ser abatido. O Brasil já exporta carne de frango para a Índia, mas tem condições de exportar muito mais, não fosse a pressão dos produtores locais contra as importações.
Matriz energética da Índia
O desenvolvimento da Índia está em grande parte condicionado pelo crescente déficit energético do país. Há pesados investimentos em fontes alternativas de energia, particularmente energia nuclear, solar e eólica.
Cerca de 73% da capacidade de geração de energia provém de combustíveis fósseis, como o carvão (44%), o petróleo (23%) e o gás natural (6%). Por esta razão, as grandes cidades de Bombaim e Nova Delhi apresentam elevados níveis de poluição do ar, o que se reflete em graves questões de saúde pública.
Em 2030 a dependência da Índia de importações de energia deverá ultrapassar 53% do consumo total do país.
Recursos Minerais da Índia
Embora a extração de carvão seja a principal atividade mineradora do país e sua principal fonte de energia, a indústria de mineração indiana atua na extração de volumes significativos de vários minerais metálicos como, por exemplo: bauxita, cromita, cobre, ouro, minério de ferro, chumbo e zinco, minério de manganês, níquel e tungstênio. Há, também, a exploração de minerais não metálicos como o diamante, a dolomita, o gesso, o grafite, o calcário, a mica e a magnesita[3].
Não obstante tamanha produção de diferentes minerais, o setor minerário enfrenta obstáculos, como a extração ilegal, a insegurança jurídica, e as questões fundiárias. Aliadas a esses obstáculos há também a infraestrutura deficitária, a carência de qualificação de recursos humanos e processos tecnológicos defasados que resultam em baixa produtividade e altos custos operacionais.
O minério retirado dessas regiões é exportado e a empresa brasileira Vale mantém um escritório comercial na Índia para otimizar as vendas e prestar suporte técnico.
República Popular da China
A China moderna, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, apresenta números expressivos em vários aspectos.
Sob um “Socialismo de Mercado” e forte controle partidário, a China responde por 1/3 do crescimento mundial. Acumula as maiores reservas mundiais em dólar, na ordem de US$ 1,3 trilhão, e se posiciona como a segunda economia mundial, com PIB de US$ 18 trilhões.
Sobre o seu território de 9.597.00 km2 (4o em extensão) mantém disputas territoriais com o Tibet e, principalmente, com Taiwan que considera parte integrante da China. Sua costa marítima é de 14.500km e possui fronteiras terrestres de 22.117 km.
Embora mantenha crescimento econômico robusto, mas com inflação crescente, é extremamente dependente de importações de matérias primas, alimentos e energia.
Uso do território
Situado entre os Trópicos de Câncer e o Círculo Polar Ártico, o território chinês apresenta grande diversidade climática e paisagística e é marcado por inúmeros contrastes. Tem na porção oriental o melhor solo e o melhor clima e por isso um crescente desenvolvimento industrial. Por esta razão, 80% da população chinesa vive nessas áreas. Encontram-se aí as maiores e mais populosas cidades chinesas, seus maiores centros financeiros, industriais e culturais.
O tamanho da população de suas principais cidades como Xangai (com 20 milhões), Cantão (13 milhões), Tianjin (12 milhões), Nanquim (10 milhões), Wuhan (8 milhões), Shenzhen (10 milhões), Hong Kong (7,2 milhões) demandam do governo chinês uma série de políticas para garantir o fornecimento de energia, água e alimentos à esta região.
A parte ocidental é eminentemente agrícola, pobre e rural apresentando certa estagnação econômica e atraso embora haja esforço governamental de se incorporar certas áreas à produção de alimentos. Na porção oriental há forte crescimento econômico e industrial com Zonas Econômicas Especiais.
Quase a metade do território é de clima árido e semiárido e frio de montanha com baixíssima densidade populacional trazendo, também, dificuldades no atendimento logístico dessa parcela do povo.
No Noroeste, o clima é árido e semiárido com vegetação de estepes; no sudoeste frio de montanha, com vegetação de montanha (Tibete); na área nordeste; temperado e subtropical, floresta temperada e subtropical (monções) com verão chuvoso e inverno seco.
É grande a presença de bambuzais no leste-sudeste do território.
O uso da Água
A bacia hidrográfica chinesa não atende as suas demandas hídricas. Seus principais rios, o Amarelo e o Yangtsé, correm do Oeste para o Leste. As sucessivas crises hídricas ao norte, levaram o governo chinês a implementar o megaprojeto de transposição das águas do sul para o norte, onde há uma maior concentração habitacional (65,4%), visando abastecer a região da capital Pequim.
Há, ainda, o clima de monções no sul com calor e a umidade altos entre os meses de abril a setembro que provoca chuvas torrenciais constantes e que influem no cultivo de arroz, cana-de-açúcar, tabaco, amoras, chá e milho.
No Oeste, há rios, que desaparecem absorvidos pelo deserto ou tendo sua foz em lagos internos do território.
A Produção de Alimentos
Com 230 milhões de agricultores, a China se classifica entre os sete maiores exportadores agrícolas do mundo. Possui o maior rebanho mundial de suínos, 430 milhões, além de ovinos e bovinos, com números superiores a 100 milhões, respectivamente, além da criação de galináceos e patos. O país foi classificado, em 2014, como o primeiro produtor mundial de carne de porco e de arroz e terceiro produtor de leite, de frango e de carne bovina.
No Oeste, a produção de algodão e trigo depende da ação do estado, com 60 milhões de hectares irrigados. Ao longo das planícies aluviais, na parte oriental da Manchúria e na bacia do Rio Amarelo, os solos férteis (solo de loesse, um solo amarelado que foi transportado pelo vento) favorecem a cultura do trigo, do sorgo, da beterraba e da soja e, por isso, a produção de grãos ultrapassa as 450 milhões de toneladas anuais.
A par de sua grande produção de alimentos a China tem um significativo déficit alimentar obrigando-a a depender de importações. Há, também, um êxodo rural em algumas regiões devido à poluição ambiental, às restrições de uso da terra e ao surto da peste suína asiática que, em 2018, dizimou em torno de 50% do rebanho, aumentando ainda mais as desigualdades regionais campo x cidade. Ainda é grande, porém, a quantidade de propriedades domésticas rurais, a maioria com práticas tradicionais de produção e cultivo.
Outro fator de importância que alterou a já instável segurança alimentar chinesa é a COVID-19. Segundo Mário Freitas da EMBRAPA[4], “a epidemia alterou a estabilidade alimentar de uma nação gigantesca e dependente de inúmeras fontes, internas e externas, para a segurança alimentar de seus cidadãos”. Segundo o pesquisador, o “fechamento de cidades (lockdown), regiões, portos, rodovias, aliado ao isolamento social forçado de milhões de pessoas, afetou drasticamente a circulação de alimentos, insumos, rações animais, a disponibilidade de mão-de-obra para as atividades produtivas e industriais, inibindo enormemente a produção interna.”
Por este motivo, o governo chinês necessita aumentar a segurança alimentar. Para tanto, iniciou uma profunda reforma agrícola para reduzir a vulnerabilidade externa do país asiático por alimentos básicos. Com o foco em modernização, implanta incentivos às propriedades domésticas através de Planos de Agricultura com base em Ciência, Tecnologia e Inovação para melhor integrá-las ao sistema de distribuição da produção.
Apesar, deste tremendo esforço, a China continuará sendo, por algum tempo, o maior mercado de destino das exportações mundiais de soja, de milho e de proteína animal por não ter capacidade própria de suprir o mercado interno de alimentos.
Segundo a EMBRAPA [5], “O país também quer retomar o megaprojeto de desenvolvimento da infraestrutura que liga 70 países da Ásia, Europa e África. O objetivo é promover o comércio com países e regiões ao longo das rotas dessa iniciativa, que incluem fornecedores importantes de grãos. O plano é conhecido como “One belt, One road”, ou mais popularmente como a “nova rota da seda chinesa”, e prevê uma série de investimentos, sobretudo nas áreas de transporte e infraestrutura, conectando regiões de extrema importância geopolítica”.
O sucesso desse megaprojeto chinês é dependente da otimização de sua matriz energética.
A Matriz Energética Chinesa
A matriz energética chinesa é intensiva em carbono, com o carvão respondendo por 58% da produção. Por essa razão, impacta substantivamente o meio ambiente afetando a qualidade do ar e trazendo consequências sanitárias e de produtividade nos grandes centros.
Com uma dependência de combustíveis fósseis, carvão, petróleo e gás (possui poucas reservas naturais de petróleo e gás natural) da ordem de 85%, tem investido em pesquisa e Desenvolvimento de fontes renováveis como a hidroeletricidade (Três Gargantas) e as energias solar e eólica.
Recursos Minerais
Aproveitando-se de uma mão de obra barata sem regulação trabalhista e um gigantesco mercado interno, a China tornou-se grande produtor e exportador de manufaturas apoiada em significativas reservas de ferro, tungstênio, antimônio, estanho, manganês, mercúrio, terras raras, fosfatos etc.
Ainda que dependa da importação de commodities para suprir a demanda de sua atividade industrial mantém um forte desenvolvimento econômico com taxas médias superior a 6% ao ano. Para tanto, tem aportado vultuosos recursos anuais em Pesquisa e Desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (US$ 408 bilhões) tornando-se, hoje, líder em publicações nesta área com 416 mil artigos[6].
Estados Unidos da América
Os Estados Unidos da América, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, são a economia mais desenvolvida do mundo com um PIB em torno de US$ 24 trilhões.
Trata-se do quarto país em extensão territorial, com 9.834.000 km2. Possui uma linha de fronteira ao Norte com o Canadá de 8.893 km. Ao Sul encontra enormes problemas de imigração ilegal na fronteira de 3.141 km com o México.
Rico em recursos naturais e uma força de trabalho relativamente jovem e com bons índices de educação, criou uma infraestrutura interna muito bem desenvolvida, garantindo altos níveis de produtividade. É líder mundial em Pesquisa e Desenvolvimento em Ciência e Tecnologia.
Pela liderança mundial na Economia, as principais bolsas de valores e de commodities e o mais influente mercado financeiro tem sua sede em terras americanas.
O Uso do Território
Sua geografia conta com 19.924 km de costas marítimas e sua cobertura vegetal é composta por tundras e taiga, deserto e campos frios, floresta temperada, deserto e campo quente, savanas e floresta tropical.
Os Estados Unidos possuem 226 milhões de hectares de florestas.
Ao longo de seu desenvolvimento, os Estados Unidos imprimiram forte pressão sobre suas florestas pelo grande consumo de madeira, notadamente no Leste, reduzindo a sua cobertura vegetal a 7% de sua área total.
A partir do século XIX, para diminuir o impacto ambiental, os americanos passaram a importar madeira e hoje são os maiores importadores de madeira do mundo.
A população está muito concentrada no Leste, onde há maior cobertura vegetal desde o início da colonização, e no extremo Oeste, junto ao Pacífico. A região compreendida entre Washington e os Grandes Lagos também é densamente povoada[7].
O Uso da Água
Seu território conta com ampla rede hidrográfica. Entre as Montanhas Rochosas e os Apalaches, duas importantes bacias hidrográficas se formam na costa leste: a dos rios Mississipi e Missouri, muito utilizados como hidrovias. Na costa oeste há as bacias dos rios Colorado, Columbia e São Lourenço. O rio Sacramento possui elevado potencial hidrelétrico.
Na fronteira norte com o Canadá há os Grandes Lagos[8], formados a partir do derretimento de geleiras e bastante utilizados para navegação.
Conquanto sejam o país mais desenvolvido, os EUA também têm sérios problemas de abastecimento de água. devido à contaminação do solo, à deterioração da infraestrutura e ao tratamento inadequado nas estações de tratamento de água. Uma série de testes apontaram contaminantes como chumbo, arsênico e outros produtos químicos.
A Produção de Alimentos
Entre as Montanhas Rochosas e os Apalaches existem as grandes planícies americanas em que se concentram grande parte das atividades agropecuárias, dentre as quais se destacam o cinturão do trigo (wheat belt), do milho (corn belt), e do algodão (cotton belt). Duas outras regiões contribuem significativamente na produção: a Flórida e a California (frutas cítricas).
Nos Estados Unidos, a maior e mais rica agricultura do mundo, 98,7% das propriedades estadunidenses se enquadram como agricultura familiar[9] detendo 89% da produção[10].
Também na pesca os EUA se destacam com uma produção de cerca de 5 milhões de toneladas.
Embora sustentem o título de maiores exportadores de alimentos, os EUA têm reduzida capacidade física de expansão agrícola sem impactar o restante de seus biomas. A alternativa encontrada é a aplicação intensiva de mecanização e tecnologia.
Dentre os produtos exportados destaca-se a soja (124 milhões de toneladas), o milho (392 milhões de toneladas), o algodão, os frutos secos e a carne bovina. Classificam-se como segundo maior produtor de laranjas e limões do mundo, perdendo apenas para o Brasil.
A matriz energética americana
Os Estados Unidos são os maiores consumidores de energia elétrica do mundo. Os EUA têm no carvão e no gás natural as suas principais fontes primárias de geração de energia. A despeito de uma substantiva quantidade de rios presentes no território, muitos deles oferecendo condições viáveis para a instalação de usinas hidrelétricas, esse potencial tem baixo aproveitamento. As centrais nucleares contribuem com 20% do total. Premidos pela crescente demanda de energia e as crescentes restrições ambientais, têm investido em fontes alternativas como a eólica e a solar.
Não obstante possuírem reservas de carvão, petróleo e gás, são grandes importadores dessas commodities, principalmente da Venezuela e países árabes.
As figuras a seguir mostram o esforço de substituição de fontes fósseis por renováveis na matriz, americana.
Os Recursos Minerais
Com expressivo e complexo parque industrial, conquanto detenham recursos naturais abundantes em seu território, os americanos demandam enormes quantidades de matérias primas importadas.
Sua indústria, sustentada por elevados investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico[11] (conquistaram 400 prêmios Nobel), produz alimentos processados, têxteis, automóveis, equipamentos de computação e telecomunicação, navios, aviões e foguetes com tecnologias na fronteira do conhecimento.
República Federativa do Brasil
O Brasil, é uma economia em processo de desenvolvimento com PIB de aproximadamente US$ 1.5 trilhão e população de 215 milhões de habitantes[12]. Detentor de variados e volumosos recursos naturais, possui força de trabalho relativamente jovem, mas com escolaridade deficiente.
Sua infraestrutura de transporte é basicamente rodoviária, o que impacta negativamente a produtividade. Recentes leilões e privatizações tem procurado dinamizar diversos setores de infraestrutura tais como telefonia e transmissão de dados, energia, ferrovias, portos e aeroportos.
O Brasil tem investido parcela discreta do PIB[13] (em média 1,6%) em Ciência e Tecnologia e na Pesquisa e Desenvolvimento em todos os setores produtivos.
Uso do território
Com extensão de 8.516.000 km2 (851 milhões de hectares) e situado no coração da América do Sul, o território brasileiro tem suas fronteiras terrestres de 15 mil km definidas e sem contestação com os seus vizinhos, e uma costa atlântica de 8 mil km.
Dada a sua extensa linha costeira, e considerando a riqueza de suas águas na Zona Econômica Exclusiva (3,6 milhões km²), o Brasil reivindica junto à ONU cerca de mais 900 mil km² a serem acrescidas à sua plataforma continental (petróleo e gás) em uma área total de 4,5 milhões de km².
Tendo grande parte de sua cobertura vegetal preservada, o Brasil é composto por cinco principais biomas: o Amazônico, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga e o Pantanal.
Destaque especial ao percentual de preservação destes biomas. A Amazônia, ocupa 49,3% do território e se encontra 80% preservada segundo dados da EMBRAPA e confirmados pela NASA.
Vale ainda destacar que a Mata Atlântica, motivo de tantos questionamentos dos ambientalistas, ainda cobre 13% de todo o território nacional. A sua ocupação e a exploração de seus recursos se deram a partir do descobrimento com a consequente criação de núcleos urbanos na linha de costa onde, hoje, se encontra a maior densidade populacional.
O país abriga de 15% a 20% de toda a diversidade biológica global: com mais de 120 mil espécies de invertebrados, cerca de 9 mil vertebrados e mais de 4 mil espécies de plantas[14], o Brasil está no topo da lista mundial dos países megadiversos.
Uso da Água
Dotado de hidrografia abundante, apresenta-se como um dos países com menor estresse hídrico do planeta. Suas bacias hidrográficas, a Amazônica, a do São Francisco, a do Tocantins, a do Paraíba do Sul, a do Paraná, a do Uruguai e a do Paraguai, cruzam praticamente todo o território irrigando os biomas e as áreas agrícolas.
Em adição à essas bacias, o Brasil possui três extraordinárias reservas de água doce: os rios voadores, o Aquífero Alter do Chão – na Amazônia; e o Aquífero Guarani – no centro sul da América do Sul.
Os rios voadores são correntes de ar saturados de umidade trazidas do oceano pelos ventos alísios e acrescidas pela transpiração das árvores amazônicas.
Segundo o INPA[15], uma árvore é capaz de lançar para atmosfera mais de 500 litros/dia de água. Estudos apontam a existência de 600 bilhões de árvores na Amazônia.
Esses rios se deslocam e ao encontrarem os contrafortes da Cordilheira dos Andes se redirecionam da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
O Nordeste, conta Nobre[16], não recebe os ventos úmidos amazônicos.
De acordo com o Professor Francisco de Assis Matos de Abreu, da Universidade Federal do Pará (UFPA), a Amazônia possui uma reserva subterrânea estimada em mais de 160 trilhões de m3, “denominada pelo pesquisador e colaboradores de Sistema Aquífero Grande Amazônia (Saga)”.
O volume é 3,5 vezes maior do que o do Aquífero Guarani (40 trilhões m3) – depósito de água doce subterrânea que abrange os territórios do Uruguai, da Argentina, do Paraguai e principalmente do Brasil (70%), com 1,2 milhão km2 de extensão suficientes para abastecer a população do Brasil por quase três anos.
Segundo dados da FGV[17], 83,7% da população brasileira conta com abastecimento de água. As redes de esgoto cobrem metade dos domicílios e destes 78,5% têm esgoto tratado.
A par de sua riqueza hídrica, quase 100 milhões de brasileiros não tem acesso a serviços de coleta de esgotos e 34,7 milhões não dispõem de água tratada.
A Produção de Alimentos
Recente estudo feito pela NASA[18] afirma que a ocupação do território brasileiro para a produção de alimentos gira em torno de 7,6%, ou seja, 66 milhões de hectares.
O mundo rural brasileiro utiliza, em média, apenas a metade da superfície de seus imóveis (50,1%) e, no entanto, produziu em 2018 riquezas equivalentes a 21% do PIB, gerando 38% dos empregos naquele ano.
Com recursos financeiros obtidos pela comercialização e exportação, o agronegócio movimenta a economia e fomenta as indústrias de fertilizantes, de máquinas e de implementos agrícolas.
Certos de sua importância no desenvolvimento do Brasil e da sua participação na segurança alimentar do mundo, o produtor rural brasileiro investe em Ciência e Tecnologia para maximizar a eficiência das cadeias produtivas e emprega profissionais com formações diversas. São engenheiros agrônomos, geólogos, engenheiros florestais, biólogos, engenheiros de biossistemas, veterinários, zootecnistas, administradores.
Como resultado, o Brasil tem conquistado expressivo aumento na produtividade das propriedades (grãos), aprimorado as matrizes pecuárias e sementes, e reduzindo o uso de insumos que agridem o meio ambiente.
Os países desenvolvidos elevaram as exigências na produção de alimentos de qualidade. Os consumidores estão atentos às normas sanitárias, à produção sustentável e a não agressão ao meio ambiente. Por este motivo a posição brasileira se destaca por atender a esses três quesitos.
Preocupados com o meio ambiente, os produtores (agricultores, florestais, pecuaristas, extrativistas etc.) cadastrados[19] mantém no interior de seus imóveis rurais áreas de preservação. Entendendo a agricultura como um ciclo fechado entre o sol, a chuva, o solo e a cultura, preservam um total de 218 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente à superfície de 10 países da Europa.
Os sistemas de produção de proteínas animais estão em constante evolução e o desenvolvimento tecnológico e a inovação desempenharão atribuições cada vez mais importantes no desenvolvimento deste setor. A contribuição da Embrapa é fundamental na geração de novas tecnologias e novos desenvolvimentos para a agricultura sustentável, destaca o relatório da RaboResearch, Food&Agribusiness, 2019.
O maior exemplo de resultados advindo da pesquisa se deu com a aplicação de C&T no Centro Oeste brasileiro. Reconhecidamente uma terra com pouca fertilidade devido a insuficiência de Nitrogênio, teve a sua redenção com os estudos da pesquisadora tcheca que se naturalizou brasileira, Johanna Dobereiner[20] que, ao contrário da técnica americana (uso intensivo de nitrogenados), desenvolveu estudos de aplicação de uma bactéria que permitia às plantas a absorção de tal elemento químico.
No rastro de Dobereiner, outra pesquisadora, Dra Mariangela Hungria[21] ampliou a pesquisa gerando uma economia anual da ordem de US$ 12 bilhões/ano.
Matriz energética brasileira[22]
A matriz energética representa o conjunto de fontes de energia disponíveis, como o petróleo e o gás natural, para movimentar veículos, preparar alimentos e gerar eletricidade. Embora o Brasil seja autossuficiente na produção de gás natural e de petróleo (ainda que não tenha capacidade de refino para atendimento da demanda interna), esses insumos representam em torno de 10% de toda a matriz energética. A biomassa participa com 9,1% (bagaço de cana, madeira, dentre outros resíduos).
Por esta razão, o Brasil se apresenta como um dos países com menores emissões de gases do efeito estufa por por habitante. Como consumimos mais energia das fontes renováveis que em outros países, dividindo a emissão de gases de efeito estufa pelo número total de habitantes no Brasil, veremos que nosso país emite menos GEE por habitante que a maioria dos outros países.[23]
A matriz elétrica, parte da matriz energética, é composta por todas as fontes disponíveis para a geração de energia elétrica.
Contemplado por extensa, abundante e bem distribuída rede hidrográfica, com características de relevo que favorecem o aproveitamento dessa força hidráulica, o Brasil construiu importantes hidrelétricas como principal fonte de geração do sistema elétrico brasileiro, respondendo por 65,2% da demanda por eletricidade. Se computarmos todas as fontes renováveis capazes de gerar eletricidade constatamos que a matriz elétrica brasileira é ainda mais sustentável pois soma 73% de participação.
O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em 172 GW, dos quais mais de 60% já foram aproveitados. Do potencial remanescente, 70% estão na região amazônica.
Para distribuir toda essa energia gerada e interligando todo o território nacional, construiu-se o SIN – Sistema Integrado Nacional – com linhas de transmissão de energia de 145.600 km de comprimento. Com essa extensão poder-se-ia interligar a Europa (sem a Rússia) algumas vezes.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil tem em operação 219 Usinas Hidrelétricas de grande porte (UHEs), além de 425 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e 739 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs)[24].
Aliada à matriz hidráulica e considerando o regime de chuvas/escassez hídrica, a operação de termelétricas atua de forma estratégica na estabilização e segurança do fornecimento de energia de todo o sistema, além de contribuir para a regularização da vazão dos rios, a navegabilidade em alguns e garantir a irrigação de culturas.
Outros dois grandes potenciais em fase crescente de aproveitamento são o eólico (8,8%) e o fotovoltaico (1,7%) por conta da extensa costa atlântica com ventos constantes, principalmente no Nordeste, e altos níveis de insolação em todo o território.
Os Recursos Minerais
O Brasil possui extensas e variadas províncias minerais de metálicos e não metálicos, principalmente na Amazônia. Pressões ideológicas, comerciais e de defesa dos povos criaram várias reservas indígenas impedindo a exploração sustentável dos recursos lá existentes.
Conquanto detenha grandes jazidas e seja um importante player no mercado mundial de commodities, o Brasil é dependente de alguns recursos minerais não encontrados em seu território.
O Brasil apresenta vantagens comparativas naturais na qualidade e quantidade de suas jazidas de ferro, bauxita manganês, terras raras e detém reservas comprovadas de 95% de todo o nióbio do planeta.
O ferro é o principal minério destinado à exportação no Brasil. Atualmente a produção é de aproximadamente 235 milhões de toneladas/ano, ocupando o segundo lugar na produção desse minério a nível mundial.
A produção anual de bauxita gira em torno de 32 milhões de toneladas, sendo o Brasil detentor da quarta maior reserva do mundo.
Anualmente são extraídos cerca de 1,3 milhão de toneladas de manganês e esse volume de produção faz com que o país ocupe o terceiro lugar da produção mundial. O Japão e os Estados Unidos importam quase 50% da produção total nacional.
As terras raras são o principal insumo na fabricação dos ímãs permanentes, baterias recarregáveis e as lâmpadas luminescentes; são também utilizadas no processo de produção de gasolina.
O Serviços Geológico Norte-Americano (USGS)[25], estima que as reservas brasileiras em Minas Gerais e em Seis Lagos (AM) podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas. A China, com 36% das reservas conhecidas, detém 95% da produção mundial, cujo valor de mercado é da ordem de US$ 5 bilhões anuais.
O grande entrave na exploração de terras raras é o impacto ambiental causado pela sua extração. A China tem encontrado dificuldade em mitigar essas consequências tendo, inclusive, que fechar certas empresas do setor.
O Brasil possui 95% das reservas mundiais de nióbio[26]. O nióbio é utilizado no processo de têmpera para ampliar as aplicações industriais de uma liga tornando o aço mais resistente a esforços e ao calor. Além disso, possibilita a criação de estruturas mais leves na indústria automotiva, na construção civil, na indústria de dutos de transporte e nos pós-combustores de aviões a jato.
Outra riqueza é a autossuficiência em petróleo e gás natural que concedem ao país segurança econômica embora não tenha capacidade de refino que atenda as demandas internas necessitando, portanto, de importação.
Convém destacar duas considerações sobre o comércio internacional de recursos minerais: a sua importância econômica e a sua cadeia de suprimento.
A partir dessas considerações e adotando como guia o conceito do National Science and Technology Council dos Estados Unidos, define-se como “Mineral Crítico”, um mineral identificado como não combustível ou um mineral essencial na manufatura de um determinado produto e que tenha uma segura cadeia de suprimento garantidora da segurança econômica e nacional dos Estados Unidos da América.[27]
A despeito da dependência e necessária importação desses materiais críticos, pode haver embargos de natureza legal, tecnológica, econômica ou, até ideológica. A pressão ideológica, na verdade, esconde com argumentos humanistas e ambientalistas os diversos interesses comerciais e de segurança nacional.
Esses materiais críticos podem ser tanto para a agricultura quanto para a fabricação de produtos de alta tecnologia, a exemplo das terras raras, lítio, tântalo, térbio e cobalto. É o caso da exploração de potássio em terras indígenas da Amazônia.
Como um dos gigantes mundiais na produção de alimentos, o Brasil importa em grande escala potássio, fosfato, carvão mineral metalúrgico, dentre outros.
Brasil, a Cereja do Bolo
Comparando todos os dados dos cinco grandes, destaco porque considero o Brasil a “cereja do bolo”. As principais oportunidades relativas ao uso do território, ao uso da água, a produção de alimentos e a exploração dos recursos minerais posicionam o Brasil na vanguarda da solução econômica e social do planeta.
A área agrícola está escasseando e o mundo joga no lixo 2,5 milhões de toneladas de alimentos por minuto. Destarte, a agricultura mundial terá de ampliar em 70% a produção de alimentos até 2050, para uma população estimada de 9,7 bilhões de pessoas.
A Rússia, a China e a Índia têm em seus territórios áreas desérticas com baixa densidade populacional. Esta condição impõe aos governos grandes esforços econômicos e financeiros para garantia da soberania, implantação de infraestrutura de transporte, fornecimento de água e de energia e a produção de alimentos.
Embora sejam grandes produtores de alimentos os três países têm déficit na questão alimentar devido à severidade dos seus climas, ao tipo de solo e escassez hídrica e, por isso, dependem de importação para atender a demanda.
É nesse quesito que o Brasil goza de vantagem comparativa frente à Rússia, à China e a Índia. Com clima e solos favoráveis, e com até duas colheitas anuais, tem condições de suprir o fornecimento de grãos, proteínas animais e açúcar.
Em contrapartida, o Brasil necessita para a manutenção de seu agronegócio da importação de adubos e fertilizantes químicos. Há, também, a necessidade de importação de óleos combustíveis.
O Brasil, também, é líder mundial na tecnologia e produção de etanol de cana de açúcar. Produto do campo que sequestra carbono, surge como alternativa limpa para fornecimento desse combustível ao mundo.
Em comparação com o Brasil, os Estados Unidos utilizam 74,3% de seu território em agropecuária enquanto no Brasil se restringe a 30%. Como maiores produtores e exportadores de produtos da agropecuária, têm limitações quanto à expansão econômico-social sobre os biomas remanescentes. Para garantir a sua segurança alimentar a América se apoia em Ciência e Tecnologia. Quanto ao uso das águas tem encontrado alguns problemas de contaminação.
Importante relembrar o índice de preservação das matas nativas do Brasil de cerca de 66.3% contrariando, assim, com números e não narrativas ideológicas, a afirmação de que o Brasil é o “vilão da Floresta”.
No caso brasileiro, a ocupação populacional e das grandes cidades se dá na linha de costa. Há, entretanto, crescente povoamento de terras interiores disponíveis para uso sem que se pressione ambientalmente qualquer bioma.
O quadro ao lado mostra a área legalmente agricultável e disponível, com clima favorável durante praticamente todo o ano e com tecnologia própria para solos originalmente inférteis de climas tropicais.
Esta área disponível para a produção agropecuária é de 90 milhões de hectares. Sem avanço sobre qualquer bioma é, hoje, praticamente o dobro da área cultivada.
Ora, com a área atual, o Brasil produziu 270 milhões[28] de toneladas de grãos.
Se fizermos uma relação direta poderíamos triplicar essa marca recorde impactando diretamente o mercado de commodities agrícolas.
Ainda que, da porteira para dentro, as fazendas demonstrem grande produtividade, o Brasil ainda ressente de uma eficiente infraestrutura de transporte e de portos para escoamento das safras, o que diminui a sua competitividade.
Não há, portanto, motivos técnico-ambientais que impeçam a expansão da área produtiva. Há que se pensar, apenas e tão somente, nas visões de embargos comerciais, sanitários e ideológicos.
O Brasil já é o terceiro maior produtor de alimentos, depois da China e dos Estados Unidos e é o segundo maior exportador, atrás dos Estados Unidos. O Brasil é a principal esperança na produção dos alimentos adicionais (40%), a serem requeridos globalmente nos próximos 30 anos.
Com altas taxas de crescimento, a China é um dos maiores consumidores mundiais de commodities e energia. Para manter o ritmo de seu crescimento econômico, ainda que tenha grande produção de grãos e proteína e possua riqueza mineral em seu território, depende de importação desses insumos.
De olho nesta necessidade, o Brasil e a China se tornaram importantes e complementares parceiros comerciais em relação aos setores mineral e de alimentos. O Brasil exportou em 2021 produtos básicos como grãos, produtos da pecuária, minério de ferro, petróleo e matérias-primas críticas (nióbio), num valor de US$ 87,9 bilhões e a China exportou US$ 40,3 bilhões em produtos manufaturados. Saldo favorável ao Brasil em US$ 47.6 bilhões[29].
Como segundo maior exportador, atrás dos Estados Unidos, o Brasil coloca seus produtos no mercado com certificações sanitárias, produção de baixo carbono e respeito ao meio ambiente e aos direitos dos trabalhadores. Com isso tem aberto, cada vez mais, os mercados para os seus produtos.
A Índia é outro país pertencente ao clube dos cinco grandes. Destaca-se na produção industrial de tecnologia de eletroeletrônicos, agroindustriais, informática (maior produtora de softwares do mundo), e biotecnologia. Tais produtos concorrem diretamente com as indústrias de países desenvolvidos e são intensivos em matérias críticas como terras raras e o nióbio, dentre outros.
O país também possui grande produção industrial de produtos tais como: têxtil, siderúrgica e química[30]. Com seu vasto território refém das monções que limitam o plantio de culturas, aliado à explosão populacional e ao desperdício de grande parte da produção, a Índia é criticamente dependente dessas commodities.
Boa oportunidade para o Brasil, que possui capacidade de produção excedente dos principais produtos demandados e tem muito interesse na produção indiana de adubos e fertilizantes químicos.
A Índia é grande produtora de cana de açúcar (350 milhões de toneladas) para fins alimentares. Como a demanda é quase o dobro da produção interna, importa do Brasil (produção de 650 milhões de toneladas) para suprir suas necessidades. Em muitas ocasiões há excedentes de produção. Com a dependência indiana de combustíveis fósseis e a grave poluição do ar nos grandes centros urbanos produzida pela queima de carvão para geração de energia, há interesse brasileiro em explorar o excedente de cana de açúcar para produção de energia elétrica e etanol otimizando, assim, as usinas brasileiras.
O segundo produto agropecuário mais importado do Brasil pela Índia é o óleo de soja (US$ 2 bilhões).
*
O concerto das nações é um extenso tabuleiro de xadrez. O mais forte e a melhor estratégia resultará no sucesso de cada jogador.
É preciso investir, planejar estrategicamente para garantir o desenvolvimento do País e o colocar em seu lugar de importância no cenário mundial.
Não acreditemos que seja possível importar toda a tecnologia da qual necessitamos.
Lembremos que a globalização não resolve o problema tecnológico, ao contrário o intensifica.
A liderança permanece nos centros de poder: EUA, Europa, Japão.
Adianta e devemos investir. Essa é a única e necessária saída para a independência como nação.
Nos anos 1980, a economia chinesa se equiparava em PIB a brasileira. Depois de 40 anos os chineses são o segundo maior PIB do mundo.
O Brasil, em que pese as suas limitações orçamentárias e tecnológicas, tem uma indústria com um grau de maturidade bastante sólido.
O Brasil fabrica desde automóveis a submarinos. Há um programa de Submarinos, o PROSUB, que está em fase avançada de execução, colocando o Brasil no restrito grupo de países que constroem e operam submarinos de propulsão nuclear.
O Brasil possui dois centros de lançamento de satélites: Centro de Barreira do Inferno, em Natal e o CLA – Centro de Lançamento de Alcântara – no Maranhão. Possui convênios de rastreamento de satélites com diversos países. O país projeta, constrói e lança os seus próprios veículos lançadores e também, projeta, constrói satélites de interesse nacional.
Pela localização do CLA, próximo à linha do Equador, os veículos lançadores necessitam de menos combustíveis e, por isso, atraem a atenção de russos, franceses e americanos, dentre outros.
Após duas décadas de dificuldades, a indústria de defesa vem recobrando a sua capacidade.
O mais recente projeto de carros de combate é o Guarani, construído em São Paulo e comercializando tanto para o Exército Brasileiro como para o exterior.
A Embraer é a terceira mais importante indústria de aviões do mundo. Além da aviação comercial, atua no mercado de defesa exportando, inclusive para os EUA, Caças de Combate Leve Super Tucano. Recentemente lançou o avião cargueiro Milenium. Este avião despertou muito interesse em diversas forças aéreas ao redor do mundo.
Em energia somos o exemplo para o mundo, com 66% de energia renovável por hidreletricidade (65,2%) e biomassa de cana de açúcar e outros resíduos (9,1%). Ademais, estamos avançando em passos largos no uso da energia solar e eólica.
Possuímos dois acelerados de luz síncrotron que trazem benefícios para a indústria em geral, para pesquisa de recursos minerais e para a saúde. A luz síncrotron é um tipo de radiação eletromagnética composta por diversos tipos de luz, desde o infravermelho, radiação ultravioleta e chegando aos raios X. É possível penetrar a matéria e revelar características de sua estrutura molecular e atômica para a investigação de todo tipo de material.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul articulam uma plataforma para compartilhar seus principais laboratórios científicos, compondo os chamados "projetos de megaciência". Naturalmente, tantas pesquisas, trabalhos e descobertas científicas envolve muitas pessoas e instituições no Brasil e no mundo.
Em Petrópolis, RJ, existe o maior Super Computador do hemisfério sul para apoiar esse esforço de desenvolvimento. Esta máquina leva o nome de Santos Dumont, em homenagem ao inventor brasileiro.
O mundo vai precisar cada vez mais do Brasil. Sua riqueza mineral e diversidade biológica, sua abundância de águas e áreas agriculturáveis ainda disponíveis para produção sustentável de alimentos, sua capacidade de geração de energia sem impactos ao meio ambiente o tornam referência e motivo de cobiça internacional.
Por essas razões, ante as grandes questões que o Século XXI apresenta na produção de alimentos, no manejo dos recursos hídricos e na exploração sustentável dos recursos naturais florestais e animais com sustentabilidade, o Brasil reúne condições para se fazer impor ante este cenário de disputas comerciais e de poder.
Com o sol da liberdade em raios fúlgidos brilhando em nossos bosques, conquistemos com a clava forte da justiça nosso sonho intenso de grandeza, criando não apenas uma nação, mas, antes de tudo, uma civilização brasileira na Terra de Santa Cruz.
EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia: www.inpa.gov.br
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LBA – Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia : lba.inpa.gov.br/lba/
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http://www.fiocruz.br/omsambiental/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from%5Fi...
https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica
[2]ventos que, no verão, sopram do mar em direção a terra e, no inverno, sopram da terra para o mar e dão origem a seca ou a muitas chuvas.
[5]Idem 6
[8]Grandes Lagos: dentre outros o Superior, Michigan, Huron, Eriê e Ontário.
[9]Esta classificação difere da adotada no Brasil. N.A.
[10]Departamento de Agricultura (USDA).
[11]Em 2019 depositou 59.230 patentes. Fonte: USGS (US Geological survey ).
[13]O Orçamento de 2022 destina R$ 6,9 bilhões para o Ministério da Ciência e Tecnologia. NA
[14]https://www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/story/brasil-megadiverso-dando-um-impulso-online-para-biodiversidade
[15]INPA-Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
[16]Nobre, Antonio. O Futuro Climático da Amazônia
[17]FGV DATASAN, .25 de ago. de 2021, acesso 10abr22
[19]Cadastro Ambiental Rural (CAR) - representa um quarto do território nacional (25,6%).
[20] Johanna chegou ao Brasil em 1950. Produziu importantes trabalhos na EMBRAPA até a sua morte em 2000. É a 7a. cientista brasileira mais citada no mundo.
[21] Classificada entre as 100 mulheres mais importantes do agro mundial-revista Forbes.
[23] Idem 23energetica-e-eletrica
[24]ANEEL-acesso13 abril22
[25]USGS (US Geological survey ).<https//:minerals.usgs.gov/>
[26]USGS (US Geological survey ).<https//:minerals.usgs.gov/>
[27]Minerais Estratégicos e as Relações entre Brasil e China: Oportunidades de cooperação para o desenvolvimento da indústria mineral brasileira. Adaptação do autor.