Não foi a necessidade que levou Deus a redimir o mundo com seu Preciosíssimo Sangue. Ele poderia tê-lo feito de milhares de outras maneiras. Seu poder não tem limites, e sua sabedoria é inesgotável. Poderia ter reconciliado o perdão do pecado com a pureza sem manchas da sua santidade, ou por uma série de invenções das quais nem nós nem os anjos podemos fazer idéia.
Deus é incompreensível e há nele abismos que sequer sabemos que existem. Seu poder absoluto permitiria que nos salvasse sem Jesus. Qualquer meio que usasse para nos redimir seria muito caro para nós; contudo, que outro meio de salvação haveria de ser tão digno da grandeza de Deus e do seu amor pelos homens quanto a nossa redenção por Jesus Cristo?
Ainda assim, Nosso Senhor poderia ter dispensado o derramamento de seu Sangue. Não havia necessidade de derramá-lo. Uma única lágrima, um suspiro momentâneo, um olhar levantado em direção ao trono de seu pai, bastaria, se as três Pessoas divinas o desejassem.
O derramamento do Preciosíssimo Sangue faz parte da liberdade do seu amor. Era, de uma maneira misteriosa e real, o modo de redenção mais digno de sua adorável Majestade, e o mais apto a despertar o afeto dos homens.
Quantas vezes Deus tomou como medida de suas próprias ações aquilo que mais convinha ao nosso coração! Quantas vezes não se sacrificou para seguir nossas inclinações?
(Fonte: F-W. Faber, O sangue precioso ou o preço de nossa salvação - FSSPX.News - 07/07/2020)