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ELEIÇÕES 2018

Orientações para as eleições presidenciais de 2018

Dom Lourenço Fleichman OSB

Sendo uma instituição de formação doutrinária, espiritual e cultural católica, cabe à Permanência uma orientação política segundo os critérios e princípios do Evangelho, das leis da Igreja e das virtudes, sobretudo da prudência, da justiça e dos dons de conselho e de ciência.

Com a proximidade das eleições no nosso Brasil, tomamos as medidas espirituais necessárias, promovendo nas Capelas ligadas à Permanência, um Rosário no dia 6 de outubro, primeiro sábado do mês. No dia do 1º turno, dia 7, a festa de N. Sra do Rosário será celebrada com toda a pompa, lembrando do papa São Pio V que instituiu esta grande festa de Nossa Senhora após a espetacular vitória da armada católica no golfo de Lepanto contra a poderosa esquadra turca muçulmana. Que a Virgem Maria venha em nosso socorro, impedindo que subam ao poder as forças comunistas e desagregadoras; criminosas e pérfidas que nos precipitaram na grave crise que sofremos há várias décadas. (Continue a ler)

Cabe também, para esclarecer os católicos, dar alguns critérios e alguns conselhos diante do quadro que se apresenta para o voto dos brasileiros.

Antes de tudo, devemos lembrar que essa democracia liberal é um sistema corruptor, promotor de corrupção e da luta de poder pelo poder. Trata-se de algo inerente à essência do liberalismo. De modo que o católico deve ter sempre em mente que rechaçamos essa falsa noção de política que destrói a moral, falsifica a vida social, e sobretudo usurpa de Nosso Senhor Jesus Cristo o cetro do Reino que lhe é devido por méritos de justiça, conquistados ao oferecer sua vida na Cruz pela salvação dos homens.

Contrariamente ao que se diz na falsa moral dos liberais, não é pecado e não é ilícito deixar de votar; não é ilícito votar nulo porque queremos manifestar que não escolhemos nenhum desses senhores. Infelizmente o sistema manipulador nos impede de dizer isso validamente, considerando como inválidos, ou seja, não apurados, não contados, os votos nulos e brancos.

Mas tampouco é ilícito querer votar em algum candidato em quem nos parece ser tolerável votar, ou porque é pessoa digna e honesta, não socialista, não comunista, não maçom, não anti-católico ou não impondo projetos, idéias, ações contrárias à lei de Deus e ao Bem Comum.

A situação atual a poucos dias do 1º Turno.

Os católicos não podem votar em comunistas, socialistas, maçons, etc. Esse critério de uma política católica já elimina boa parte dos candidatos: Haddad, Ciro Gomes, Marina, entre os mais bem colocados.

O PSDB é um partido considerado de meia-esquerda, na linguagem deles; na verdade é de orientação fabianista, ou seja, socialista que quer chegar ao socialismo aos poucos, pela persuasão, pela cultura etc. Ele sofre uma influência muito profunda de Fernando Henrique Cardoso, que foi talvez tão ruim e pernicioso quanto a sra. Dilma Russef. Lembro que foi no seu governo que o aborto começou a ser introduzido no Brasil, que também foi ele que distribuiu somas milionárias às famílias dos terroristas que matavam inocentes, e deixou o MST invadir propriedades sem receberem o castigo de justiça.

Seu candidato, Geraldo Alckmin não parece ser tão ruim quanto o mestre, porém tem demonstrado uma fraqueza impressionante diante da velha política do toma lá – dá cá, marcada pela espúria coalizão feita com diversos partidos. Com Geraldo Alckmin temos a impressão de que a política corrupta vai continuar a comandar o Brasil. Isso sem falar da escandalosa aparição do símbolo do mafioso PCC em dois momentos do vídeo de campanha. Além disso, propõe um plesbicito sobre o aborto e a legalização das drogas. Sem contar que é muito tolerante com a ideologia “de gênero”, que promove a destruição da família. Por ser católico, Geraldo Alckmin poderia ter se tornado um candidato interessante, mas não esteve à altura de seu batismo e se permitiu corromper pelos erros do mundo moderno.

Henrique Meirelles é um competente ministro da Fazenda, porém não é um candidato para os católicos: ultra-liberal nas questões morais como aborto, casamento gay e drogas. Não serve.

Amoedo parece ser um sujeito independente, que pretende atrair eleitores batendo nos demais, como aliás, é o próprio dessas campanhas eleitorais espúrias e sem sentido. O baixo nível de todos batendo em todos é a comprovação de que há algo de podre na política liberal. Além disso, paira sobre Amoedo a questão da Agenda ONU 2030, com suas regrinhas anti-católicas, de destruição da Igreja, de formação de um governo mundial e de todas as tolerâncias e pluralismos. Além disso seu ultra-liberalismo o levaria, sem dúvidas, a deixar as leis de aborto, de ideologia de gênero etc. se difundirem.

Resta Jair Bolsonaro. O ex-capitão do Exército parece ser uma pessoa bruta, meio burrona, nem sempre sabendo usar a espada da polêmica com maestria, apesar de acertar certos golpes muito bem nas entrevistas que deu. Pessoalmente eu tenho certos receios e antipatias, mas a leitura do seu Plano de Governo, o único feito com seriedade, indo direto no ponto, sem ser um panfleto de propaganda eleitoral, mas ao contrário, sendo um apanhado de idéias inteligentes e muito bem estruturadas, me trouxe certa mudança de visão sobre o candidato.

Constatei que Bolsonaro ataca direta e duramente os erros que nós, da Permanência, também atacamos. A falsa família criada por esses globalistas anti-católicos – a política antiga, corrupta e interesseira. Promete chamar ministros técnicos, capacitados e conhecedores da área de cada ministério, não distribuindo cargos políticos. – quer reformar a educação básica e chega a propor o fim “da ditadura de Paulo Freire na educação”, e ele é o único a tocar nesse assunto com coragem e clareza. – ataca instituições espúrias como a Rede Globo – apóia a iniciativa privada, a diminuição de impostos (a famosa fake news de suposta volta da CPMF) – quer uma reforma da Previdência, diferente daquela formulada pelo Pres. Temer, talvez vendo pontos que o atual governo não viu. E fico por aqui porque não é o lugar de fazer a lista completa das propostas de Jair Bolsonaro.

O fato é que o risco que corremos com Bolsonaro não é de seu suposto fanatismo, fascismo, ou algo assim. Não podemos temer nada desse lado. O que poderíamos temer é ele formar uma equipe fraca e não saber comandar essa equipe. Mas o que nos aparece até aqui é o contrário: ele já chamou e pretende chamar pessoas gabaritadas para os ministérios e deu mostras de liderança clara e imediata, quando seus subordinados disseram coisas talvez inconvenientes na imprensa.

Eu mesmo já disse em alguns círculos, que a vitória de Bolsonaro poderia trazer de volta o PT mais rapidamente do que a vitória de Alckmin. Mas hoje eu já não diria isso. Penso que Bolsonaro pode fazer um bom governo se souber mudar o tom de campanha pela eleição para o tom de governo efetivo do Brasil. São situações diferentes e caberá a ele ter fala e prudência de um verdadeiro estadista. Mas devemos dar-lhe a oportunidade de provar que saberá fazê-lo.

A Permanência aconselha, para o bem do Brasil, o voto em Jair Bolsonaro, mesmo não considerando que ele seja o nosso candidato, ou que ele represente o ideal de um candidato católico. Por outro lado, nos afastamos completamente do fanatismo de certos correligionários de Bolsonaro, liberais de pensamento, pseudo-conservadores de atitudes, que pretendem elevá-lo à condição de salvador da pátria.

Cabe acrescentar que juntamente com o presidente é importante votar também no senador e deputado federal que o apoiem, de modo a facilitar suas relações com o Congresso.

Que Nossa Senhora Aparecida proteja o Brasil.

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