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As revelações de Deus

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Quando Deus nos dá a fé, Ele entra em nossa alma e fala ao nosso espírito, não por modo de discurso, mas de inspiração; propondo tão agradavelmente ao entendimento aquilo que é preciso crer, a vontade recebe com isso um grande comprazimento, de tal sorte que ela incita o entendimento a consentir e aquiescer à verdade, sem nenhuma dúvida ou desconfiança, e eis o que é maravilhoso; porque Deus faz a proposta dos mistérios da fé à nossa alma entre obscuridades e trevas, de tal maneira que nós não vemos as verdades, antes só as entrevemos, assim como acontece, às vezes, que a Terra, estando coberta de bruma, não nos permite ver o sol, mas vemos apenas um pouco mais de claridade do lado em que ele está, de modo que, por assim dizer, nós o vemos sem o ver porque, de um lado, não o vemos tanto que possamos propriamente dizer que o vemos e, de outro lado, não o vemos tão pouco que possamos dizer que não o vemos, e é isto que chamamos entrever. E, entretanto, essa obscura claridade da fé, tendo entrado em nosso espírito, não pela força de discurso ou argumentos mas pela simples suavidade de sua presença, se faz crer e obedecer ao entendimento com tanta autoridade, que a certeza que ela nos dá da verdade ultrapassa todas as outras certezas do mundo e sujeita de tal modo a si todo o espírito e todos os discursos deste que eles, em comparação, não têm crédito algum.
 
Deus meu, Teótimo, poderei bem exprimir isso? A fé é a grande amiga de nosso espírito e bem pode dizer às ciências humanas que se vangloriam de ser mais claras e evidentes que ela, como a esposa sagrada falava às outras pastoras : “Sou escura mas bela" (Cântico dos Cânticos, I, 4). Ó discursos humanos, ó ciências adquiridas! “Sou escura”, porque estou entre as obscuridades das simples revelações que não têm nenhuma evidência aparente e me fazem parecer negra, tornando-me quase desprezível; “mas” sou, no entanto, “bela” em mim mesma, por causa de minha certeza infinita; e, se os olhos dos mortais me pudessem ver tal como sou por natureza, achar-me-iam inteiramente bela.
 
Tratado do Amor de Deus — 1º vol. cap. XIV
 

 

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