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28. Terça-feira depois do IV domingo da Quaresma: O exemplo de Cristo crucificado.

terça-feira depois do IV domingo da Quaresma
   
Nosso Senhor assumiu a natureza humana para reparar a queda do homem. Por isso, foi necessário que Cristo padecesse e vivesse conforme a natureza humana, como remédio à queda do pecado.
 
Ora, o pecado do homem consistiu em ter o homem se apegado aos bens corporais e se desinteressado dos espirituais. Convinha, pois, ao Filho de Deus, por tudo que fez e sofreu na natureza humana que assumira, mostrar-se de modo tal, que fizesse os homens terem por nada os bens e os reveses do século, abandonarem o apego desordenado e se devotarem aos bens espirituais.

Foi por isso que Cristo quis nascer de pais pobres, mas perfeitos em virtude, para nos ensinar a não nos gloriarmos da nobreza da carne, ou da riqueza dos pais.
 
Ele viveu uma vida pobre, para ensinar o desprezo das riquezas.
 
Viveu sem honrarias, para arrancar os homens da cobiça desordenada delas.
 
Suportou os trabalhos, a sede, a fome, os tormentos corporais, para que os homens, desejosos de prazeres e delícias, não se deixassem desviar do bem da virtude pelas misérias desta vida.
 
Por fim, era conveniente que o Filho de Deus humanado morresse, a fim de que, por temor da morte, não abandonássemos a via da virtude. E, para que não temêssemos a morte ignominiosa, escolheu a pior das mortes, a morte na Cruz.
 
Também foi conveniente que o Filho de Deus humanado sofresse a morte, a fim de que, por seu exemplo, fossemos estimulados à virtude, e para que fossem verdadeiras as palavras de são Pedro: Cristo também sofreu por nós, deixando-vos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. (1 Pd 2, 21)
 
Contra Armen. Sarac., VII
 
Mas, Cristo também sofreu por nós, deixando-vos o exemplo da tribulação, dos ultrajes, da flagelação, da cruz, da morte, para que marchássemos sobre suas pegadas. Se suportarmos por Cristo tribulações e sofrimentos, também reinaremos com ele na eterna beatitude. Diz são Bernardo: "Como são poucos, ó Senhor, os que vos querem seguir, apesar de todos quererem estar convosco e saberem que as beatitudes estarão ao vosso lado até o fim. Ora, todos querem fruir de vós, mas não vos querem imitar; querem reinar, mas não padecer convosco; não vos procuram, mas vos querem encontrar; desejam conseguir, mas não seguir". 
 
De humanitate Christi, cap. 47
        
 
(P. D. Mézard, O. P., Meditationes ex Operibus S. Thomae.)

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