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Refeição em família

Irmãs da Fraternidade São Pio X 

 

São sete horas e Kevin, de onze anos, volta para casa. O apartamento está vazio pois seus pais ainda estão trabalhando. Ele abre a geladeira e escolhe um sorvete para devorar, então se senta em frente ao seu Play Station enquanto mastiga amendoins. Provavelmente, de tão absorto no jogo, só tirará os olhos do mesmo quando finalmente sua mãe chegar em casa. Ela, por sua vez, estará cansada, esquentará o chá e comerá uma maçã enquanto folheia uma revista.

Nessa mesma noite, num apartamento vizinho, Vianney já está em casa há umas duas horas. Sua mãe lá estava para recebê-lo, pronta para ouvir as histórias da escola e ajudá-lo com os deveres. Quando o pai chega, ele se senta com os outros membros da família para tomar uma sopa de abóbora fumegante seguida de uma deliciosa caçarola de vegetais com bacon.

Em poucas palavras, mostramos aqui dois exemplos de vida familiar – e são quase como duas civilizações distintas. Sem hesitação, escolhemos a mais autêntica, onde pais e filhos reúnem-se ao redor da mesa de refeições.

Por que é importante que as crianças não comam sozinhas? Em primeiro lugar, pela questão da saúde. Com certeza, se deixadas livres para escolher, escolherão pizza e biscoitos ao invés de saladas e vegetais.  

Numa análise mais profunda, a refeição em família também serve para trabalhar a vontade, uma vez que ensina o autocontrole. Aprende-se a comer o que é servido sem reclamar, ao invés de encontrar terreno livre para caprichos e gostos. Claro que não estamos falando de proibir que se tenha preferências alimentícias, mas aprende-se também a comer até o que nos apetece menos. Que oportunidade maravilhosa para “fazer sacrifícios”! Deste modo, nosso “lado animal” vai dando lugar à razão e à vida de Graça. Por esse motivo, não encorajamos os lanches entre refeições (para os menores, porém, o lanche é considerado como uma refeição). Apenas a mãe pode abrir o refrigerador para preparar a comida de todos. Se assim não for, pode incitar os instintos caprichosos que não são dignos de um filho de Deus.

Por fim, há uma outra razão pela qual a hora da refeição se torna um momento de união familiar: é nela que são contadas as aventuras, as descobertas e as dificuldades do dia. É papel dos pais cuidarem para que esse momento seja instrutivo e divertido, e nunca pessimista ou negativo. Uma família não é a junção de indivíduos justapostos e sim um organismo vivo, onde todos dão um pouco de si para a felicidade coletiva. Sim, é quase o oposto do individualismo mostrado no exemplo do início do artigo. À mesa há muitas ocasiões para se educar; muitas oportunidades de elevar as almas de nossas crianças através de comentários criteriosos, encorajamento e leves provocações – que são o sal da amizade!

No Evangelho, o Reino de Deus é comparado a um banquete. Que nossas humildes refeições terrenas sejam ao menos um leve reflexo dele!   

 

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