Thesauri
"Potestis bibere calicem quem ego bibiturus sum?"
"Podeis beber o cálice que hei de beber?" (Mt 20, 21)
"Mansiones multae sunt in domo Patris mei." (Jo 14, 2)
A intimidade de Cristo, sobre a qual já falamos, assume diferentes formas que contribuem para a harmonia do corpo místico de Nosso Senhor, isto é, sua variedade na sua profunda unidade. Na Igreja, a união dessas duas notas: a unidade e a catolicidade (a unidade de fé, de esperança, de caridade, de culto, de governo, apesar da variedade de lugares e de tempo, de raças, de línguas, de costumes, de instituições) constitui, no meio de tantas causas de divisão, um milagre moral permanente . É também a realização de uma profecia de Cristo, o qual anunciou que sua Igreja devia se espalhar por todos os povos e que, portanto, ela devia permanecer perfeitamente una para conduzir as almas de todos os países e de todos os séculos à vida eterna.
Nosso Senhor diz aos seus Apóstolos: Se vos não converterdes e vos não tornardes como meninos, não entrareis no reino dos céus. São Paulo acrescenta: o Espírito Santo dá testemunho ao nosso espírito de que somos filhos de Deus, e nos aconselha freqüentemente uma grande docilidade ao Espírito Santo. Esta docilidade se encontra particularmente na via da infância espiritual, recomendada por muitos santos e, ultimamente, por Santa Teresa do Menino Jesus. Esta via, tão fácil e proveitosa para a vida interior, é muito pouco conhecida e seguida.
Para encontrar na obra de Chesterton a primeira idéia-mestra ou o primeiro sol ao centro de um sistema planetário, tomemos como ponto de partida a triste e fantástica mansão "onde brilha a estrela fixa da certeza, e onde os homens crêem em si mesmos mais colossalmente que Napoleão ou César, e onde podemos chegar junto aos degraus do trono do super-homem." Comecemos, pois, pela casa dos doidos. A idéia que procuramos diz respeito à saúde do espírito, e por isso é perfeitamente lógico que iniciemos nossa investigação onde falta essa saúde.
Léon Bloy fez na "Exegese des lieux communs" a perseguição impiedosa dessas expressões amoedadas que andam por aí, nas ruas e nas cátedras, como restos ensebados duma sabedoria que a preguiça e a conveniência prostituíram. Bloy não escolhia muito, nem perdia muito tempo em olhar mais de perto os frangalhos que impetuosamente desbaratava.
Graças à vigilância de Antônio Olinto, na sua “Porta de Livraria” de O Globo, chego ainda a tempo para saudar o centenário de G. K. Chesterton, o incomparável escritor inglês que mais indelevelmente me marcou a alma nos dias em que andei perdido pelo mundo a procurar uma luz, luz de João e Maria, luz de Casa, luz de acolhimento entre as trevas de meu triste exílio. Devo a Chesterton as primeiras alegrias católicas.
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Ao iniciarmos a Cruzada do Imaculado Coração de Maria, atendendo ao chamado de Dom Bernard Fellay, Superior Geral da Fraternidade São Pio X, convém procurarmos entender as razões profundas que levaram a Fraternidade a convocar os católicos para tal empresa. Se nossa conversa na saída da missa dominical ou nos salões modernos das listas e blogs se ater a comentários superficiais, como seria a quantidade de terços propostos ou as reais possibilidades do episcopado mundial aceitar realizar tal ato, nós mesmos estaremos fugindo do essencial. A meu ver o que mais importa nessa hora é analisarmos a questão da Rússia e de sua conversão, pois só assim podemos entender o que significa consagrar esta nação ao Imaculado Coração de Maria.
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A visão imediata de Deus ultrapassa as forças naturais de toda e qualquer inteligência criada, angélica ou humana. Uma inteligência criada pode, em sua atividade natural, conhecer a Deus pelo reflexo de suas perfeições na ordem criada, mas não pode vê-lo diretamente em Si mesmo como Ele se vê.
A vida interior, todos o podem facilmente conceber, é uma forma elevada da conversa íntima que cada um tem consigo mesmo, desde que se encontre só, mesmo no tumulto das ruas de uma grande cidade. Quando deixa de conversar com seus semelhantes, o homem conversa interiormente consigo mesmo sobre aquilo que o preocupa mais. Essa conversa varia muito de acordo com as diversas idades da vida, a do velho não é a mesma do jovem; e também varia muito se o homem é bom ou mau.
Santo Tomás, no final de seu tratado sobre a Santíssima Trindade, fala-nos das missões divinas e da habitação das três Pessoas Divinas em toda alma justa. Ele dá-nos uma certa inteligência deste mistério recordando-nos que Deus está sempre presente em todas as coisas, especificando de qual maneira especial está realmente nos justos e quais são os efeitos de Sua ação neles.